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“Food Halls”: tendência mantém-se firme em toda a Europa
Relatório da Cushman & Wakefield destaca o crescimento do subsector de Alimentação e Bebidas e a expansão que os mercados de restauração (“food halls”) estão a ter um pouco por toda a Europa, Portugal incluído
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O número de mercados de restauração (food halls, no seu termo em inglês) na Europa aumentou quase 50% nos últimos sete anos, estando actualmente abertos 133 espaços deste género e pelo menos nove deverão abrir em breve, de acordo com o último relatório da Cushman & Wakefield (C&W) sobre os Food Halls na Europa
O total actual representa um aumento em relação aos 90 espaços abertos ou em desenvolvimento em 2017, altura em que a empresa de serviços imobiliários, que prestou consultoria em mais de 1100 negócios no sector da alimentação e bebidas (F&B) na Europa nos últimos três anos, produziu pela primeira vez o seu estudo aprofundado sobre o subsector. Na altura, os mercados de restauração, que ofereciam comida e bebida autênticas, diversificadas e preparadas na hora, num ambiente comum, estavam a ganhar popularidade junto de uma geração mais jovem que procurava experiências únicas e esperava-se que o crescimento continuasse.
Apesar dos confinamentos provocados pela pandemia e dos aumentos de custos imprevistos que obrigaram ao encerramento de alguns food halls, a tendência geral tem sido a adaptabilidade e o crescimento. O conceito tem vindo a ganhar força no Reino Unido e em França, onde 42 e 20 food halls, respectivamente, estão abertos/previstos, e entrou em novos países, incluindo a Bélgica (4), a República Checa e a Irlanda.
Com algumas excepções, em que os proprietários lidam directamente com os comerciantes de produtos alimentares, a maioria dos food halls envolvem um operador que arrenda o espaço a um proprietário, normalmente por 10-15 anos. O operador é então responsável: pelo arrendamento aos comerciantes de produtos alimentares; pelos espaços de bar, de convívio e de lazer; pelos serviços de gestão, como a segurança e a limpeza; e pela criação da identidade do food hall. Para além disso, existem numa grande variedade de tamanhos – de 300 m2 a 10.000 m2 – e localizações.
Catherine Stevenson, da equipa EMEA Cross Border Retail & Leisure da Cushman & Wakefield e coautora do relatório, afirmou: “Um food hall de sucesso é, naturalmente, aquele em que a qualidade da comida é uma prioridade. Os melhores aproveitam também as características únicas da história, da arquitectura e da cultura do seu local. Esta autenticidade transforma uma área de restauração de um local num ponto de referência, atraindo visitantes e desempenhando um papel fundamental na construção de um local. Isto é mais evidente no Time Out Market Lisboa, que se tornou uma das atracções mais populares e frequentemente visitadas em Portugal, transcendendo o seu papel de local para comer para um destino internacionalmente significativo que atrai visitantes de todo o mundo.”
O relatório destaca vários temas-chave que a Cushman & Wakefield espera que influenciem o crescimento dos mercados de restauração nos próximos anos. Entre estes o crescimento do modelos multiusos, com oferta diversificada de actividades culturais, eventos ou actividades empresariais, novos formatos “é provável que estes formatos incluam locais de centros de transporte, oferecendo uma maior escolha e experiência aos viajantes, e versões mais pequenas em locais de bairro. A localização é fundamental, sendo necessária uma afluência suficiente de pessoas para apoiar as refeições durante todo o dia, sete dias por semana”, refere a consultora. A reconversão de uma antiga estação ferroviária em Nice que foi transformada num pavilhão alimentar com 2 400 m2 é um exemplo de reaproveitamento de edifícios. O efeito “regenerador” destes projectos é a terceira tendência identificada pela Cushman & Wakefield que dá ainda como exemplo o Cambridge Street Collective que inaugurou recentemente em Sheffield como o maior food hall construído para o efeito na Europa, com 2 500 m2, no âmbito de um projecto financiado pela autarquia e centrado na comunidade da cidade.
“Os mercados de restauração continuam a ser o melhor local para se ir sem fazer reserva, com a garantia de qualidade e diversidade. Embora a comida continue a ser o centro das atenções, existe um interesse crescente nestes espaços como um destino de lazer para clientes de várias nacionalidades. Com o aumento dos custos, os mercados de restauração / food halls evoluíram para se tornarem centros sociais, fomentando um ambiente que incentiva o convívio e conexões significativas”, sublinha Sandra Belo, Associate de Retalho na Cushman & Wakefield, Portugal.