BEI: Portugueses reconhecem urgência na resposta às alterações climáticas
Dois terços dos portugueses consideram que a adaptação às alterações climáticas é uma prioridade nacional, revela um inquérito do BEI
CONSTRUIR
Elisabet Guasch assume vice-presidência de Recursos Humanos para a Ibéria da Schneider Electric
Retail Mind desenvolve quatro novos retail parks em Portugal até 2027
Mexto inicia construção e comercialização do edifício S. Gens 15
Renovação de Estádio de la Meinau utiliza fuselagem de 30 Airbus
Architect@Work, Openbook, a Marina de Vilamoura e a remodelação da Almirante Reis em destaque na edição 520 do CONSTRUIR e Traço
Brasil: Mota-Engil vai executar obra para a Petrobras por 200M€
Autarquias já podem libertar terrenos para construção
Concursos de obras públicas promovidos superam os 7 mil milhões de euros
Veja os melhores momentos do HAS 2024 (c/ galeria de imagens)
Negócios crescem no Médio Oriente
De acordo com o inquérito anual sobre o clima encomendado pelo Banco Europeu de Investimento (BEI), mais de três quartos dos portugueses reconhecem a necessidade de mudar e adaptar o seu estilo de vida aos efeitos das alterações climáticas. Embora os inquiridos tenham classificado as alterações climáticas como a quinta prioridade que o seu país tem pela frente, uma grande maioria acredita que investir na adaptação agora evitará custos mais elevados no futuro.
À medida que a frequência e a gravidade das catástrofes naturais se intensificam, o custo económico das alterações climáticas aumenta. Os cientistas alertam para o facto de estas catástrofes se tornarem cada vez mais onerosas. De acordo com um relatório da Agência Europeia do Ambiente, a Europa é, actualmente, o continente que regista o aquecimento mais rápido e prevê-se que os fenómenos meteorológicos extremos se intensifiquem à medida que as temperaturas mundiais aumentam. Esta escalada coloca desafios significativos em matéria de infraestruturas e ameaça a estabilidade do abastecimento mundial de água e alimentos, o que evidencia a necessidade urgente de estratégias globais de adaptação às alterações climáticas.
«As pessoas sabem que temos de agir agora para nos adaptarmos e atenuarmos os efeitos das alterações climáticas, mas uma transição bem planeada é também a que faz mais sentido do ponto de vista económico. Cada euro investido na prevenção e na resiliência permite poupar entre 5€ e 7€ na reparação dos danos», afirmou a presidente do BEI, Nadia Calviño.
O BEI publicou hoje, 11 de Novembro, a sétima edição do seu inquérito anual sobre o clima, que recolheu as opiniões de mais de 24 000 inquiridos na UE e nos EUA sobre as alterações climáticas. O inquérito foi realizado em Agosto de 2024 e, em Portugal, contou com a participação de 1 009 pessoas.
Os inquiridos portugueses colocam as alterações climáticas entre os cinco maiores desafios que o país enfrenta, a par da instabilidade política e a seguir ao aumento do custo de vida, ao acesso aos cuidados de saúde, à migração em grande escala e ao desemprego.
Embora não as considerem o maior desafio quando lhes é dada a possibilidade de as classificarem, uma grande maioria dos portugueses reconhece a necessidade de adaptação às alterações climáticas e considera-a mesmo uma prioridade: 99 % dos inquiridos reconhecem a necessidade de adaptação às alterações climáticas (em comparação com a média da UE de 94 %). Mais especificamente, dois terços (66 %, 16 pontos acima da média da UE de 50 %) consideram que essa adaptação é uma prioridade em Portugal nos próximos anos e 33 % consideram-na importante.
A adaptação às alterações climáticas é também encarada como uma oportunidade económica e um investimento a longo prazo para o país: 95 % dos inquiridos afirmam que o investimento na adaptação às alterações climáticas pode ajudar a criar emprego e a estimular a economia local (em comparação com 86 % na UE).
Já 95 % dos inquiridos consideram que essa adaptação exige investimentos no presente para evitar custos mais elevados no futuro (em comparação com 85 % na UE).
Os inquiridos portugueses identificaram as seguintes prioridades essenciais para a adaptação às alterações climáticas a nível local: Educar os cidadãos no sentido de adoptarem comportamentos para prevenir e enfrentar fenómenos meteorológicos extremos (52 %, 14 pontos acima da média da UE de 38 %); arrefecimento das cidades (38 %); melhoria das infraestruturas (37 %).
Quanto à questão de quem deve pagar a adaptação às alterações climáticas metade dos inquiridos (49 %, 14 pontos acima da média da UE) considera que os custos devem ser suportados pelas empresas e indústrias que mais contribuem para as alterações climáticas, quase um terço (30 %) considera que todos devem pagar o mesmo e 8 % afirmam que as pessoas mais ricas devem suportar os custos através de impostos mais elevados.