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    Certificação de produtos: balanço do semestre

    As auditorias por via remota ocuparam um grande espaço da atividade de certificação, situação que, se melhor aplicada à certificação de sistemas de gestão, torna-se difícil de manter no que se refere aos produtos

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    Certificação de produtos: balanço do semestre

    As auditorias por via remota ocuparam um grande espaço da atividade de certificação, situação que, se melhor aplicada à certificação de sistemas de gestão, torna-se difícil de manter no que se refere aos produtos

    Sobre o autor
    Francisco Barroca

    Terminou mais um semestre sob o signo da pandemia. Os finais de semestre, tal como os finais de ano proporcionam a elaboração de balanços da atividade de forma mais pormenorizada. Quando há um ano analisávamos o que fora o 1º semestre estava nas nossas mentes a preparação para o que se designava como o “novo normal”, que todos esperávamos começasse a surgir depois do verão. A realidade veio a mostrar-se outra, com o vírus a ter um efeito não calculado, a par de medidas que não foram as mais adequadas e que impactaram não só a saúde pública como a economia.

    O ano de 2019 terminara com grandes projetos para a atividade de certificação de produtos, quer a nível nacional quer no estrangeiro, com algumas ações que poderiam vir a apoiar a exportação de produtos. A pandemia veio suspender a maior parte desses projetos, uma vez que, nas situações que estavam em curso a impossibilidade de efetuar deslocações a esses países veio a impedir a realização de ações presenciais indispensáveis à sua execução, situação que se foi mantendo.

    Contudo, embora com uma redução de cerca de 16% na faturação no 1º semestre de 2020 a redução de custos viria a equilibrar as contas e, o mais relevante, não se verificara perda de clientes na certificação de produtos. Com este enquadramento o ano de 2021 iniciou-se já sob o efeito dos sucessivos estados de emergência, mas dentro de uma lógica de funcionamento a que nos fôramos adaptando.
    As auditorias por via remota ocuparam um grande espaço da atividade de certificação, situação que, se melhor aplicada à certificação de sistemas de gestão, torna-se difícil de manter no se refere aos produtos, onde é preciso avaliar o controlo de produção e a realização de ensaios, o que, por via remota, só é justificável numa situação excecional. Um organismo de certificação de produtos tem de ter em atenção não só os seus clientes, os fabricantes, mas, igualmente, os utilizadores dos produtos que certifica, o que exige uma independência e rigor técnico indispensáveis à credibilidade dos certificados que emite.

    Este semestre, ainda que com as restrições impostas, algumas das quais já aqui comentadas, nomeadamente no que se refere ao teletrabalho, trouxe, no entanto, uma recuperação de cerca de 10% no que se refere à faturação. Representando os materiais de construção e os elétricos a maior percentagem da atividade no que se refere à certificação de produtos, podemos dizer que este semestre foi bastante positivo. Não podemos afirmar que tenham surgido muitos novos clientes, mas o que nos anima é ver os nossos clientes a solicitar a certificação de novos produtos e a fazer a extensão para novas gamas de produtos que tinham já certificados.
    A procura de novos certificados no âmbito da marcação CE para produtos de construção, a par dos certificados CB para produtos elétricos, com relevo para os cabos, são sinal de que se mantém a dinâmica da exportação, na medida em que a maior parte destas novas certificações são solicitadas com esse objetivo.

    Mas, no que e refere à marcação CE dos produtos de construção que, como se sabe, é obrigatória, constatamos, igualmente, uma procura motivada por uma maior consciência por parte quer de fabricantes quer de utilizadores que exigem a marcação como forma não só de cumprimento da lei, mas, igualmente, de uma maior garantia da conformidade dos produtos que aplicam. Se essa exigência vinha, sobretudo, aquando do acesso a outros mercados verifica-se hoje uma maior exigência no mercado nacional.
    Contudo, a disrupção que as cadeias de abastecimento sofreram com a forte dependência dos fornecedores asiáticos, e numa tendência que se vinha já a notar em alguns setores, o semestre terminou com os fabricantes queixando-se quer da falta de várias matérias primas quer do preço a que a mesmas estavam a atingir, situação que agravada pelo custo dos transportes, em especial dos fretes marítimos e da falta de contentores disponíveis. Esta situação levou ao adiamento de várias auditorias, com linhas de produção paradas e algumas empresas a antecipar períodos de férias.

    Esperemos que estas dificuldades possam encontrar janelas de oportunidade com a reformulação de cadeias de abastecimento, aproximando mais a produção do consumo, e que haja capacidade para apoiar projetos inovadores que suportem esta estratégia e permitam uma integração de fabricantes nacionais em cadeias de maior valor acrescentado.

    Sobre o autorFrancisco Barroca

    Francisco Barroca

    Director geral da CERTIF – Associação para a Certificação
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