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    Opinião: “ASMIP congratula-se com abertura da actividade de mediação imobiliária”

    “Pode-se construir, remodelar e reinventar, mas sem negócios o mercado não se aguenta, e é a mediação imobiliária que cumpre esse importante papel na cadeia económica”

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    Opinião: “ASMIP congratula-se com abertura da actividade de mediação imobiliária”

    “Pode-se construir, remodelar e reinventar, mas sem negócios o mercado não se aguenta, e é a mediação imobiliária que cumpre esse importante papel na cadeia económica”

    Sobre o autor
    Francisco Bacelar

    Francisco Bacelar, presidente da ASMIP

    Foi com enorme satisfação que a ASMIP – Associação dos Mediadores do Imobiliário de Portugal, recebeu a notícia de autorização de abertura da atividade a partir do próximo dia 15 de março.

    Era uma novidade desejada, apesar da dúvida sobre o pendor técnico da decisão, que em face dos números ainda desfavoráveis poderia ser adiada. Felizmente isso não aconteceu, e apesar dos intermináveis dois meses de paragem os mais de 40.000 pessoas que diariamente trabalham na atividade de mediação, ‘podem ver uma luz ao fundo do túnel’, ténue que seja, por enquanto, mas crescentemente mais forte, e rejuvenescedora do tempo perdido nos últimos 60 dias.

    Como nos competia, e nos canais próprios, a ASMIP fez tudo o que estava ao seu alcance para que nos fossem dadas as mesmas condições de outros setores com atividade em tudo idêntica no âmbito do contacto pessoal, como os seguros, os bancos, e as avaliações. Vimos as investidas umas vezes não respondidas, e outras negadas, mas não desistimos, e acreditamos ter contribuído com a nossa quota parte para o regresso agora consentido, grande anseio das 850 empresas que representamos, e das restantes do mercado.

    Fizemo-lo apelando ao Ministério das Infraestruturas e da Habitação, como determinava o artigo 19º do decreto nº 3-A/2021: “O membro do Governo responsável pela área da economia pode, com faculdade de delegação, mediante despacho:  Permitir a abertura de algumas instalações ou estabelecimentos referidos no anexo I ao presente decreto ou o exercício de outras atividades de comércio a retalho ou de prestação de serviços que venham a revelar -se essenciais com o evoluir da conjuntura”.

    Sem mediatismos exacerbados, apenas no cumprimento do dever, não podemos afirmar que fomos decisivos, nem queremos esse louro, mas também não aceitamos de ânimo leve outros contributos, puramente mediáticos, que mesmo desviados do alvo certo procurem autointitular-se salvadores da pátria, embora não passem de um tiro na água, em linguagem de batalha naval.

    Decisivos, isso sim, serão as mulheres e homens que desta atividade fazem o seu negócio, enfim a sua vida e das suas famílias, onde um ou dois meses sem vendas podem ser ruinosos, tanto para a empresa como para a família, e que agora reiniciarão, de forma redobrada o esforço para recuperar o possível, em tempo útil de sobreviver.

    Nem tudo foi conseguido, porque entre outros apelos, por exemplo para a dilatação dos prazos das moratórias, vimos negada a possibilidade – junto do IMPIC, organismo regulador da atividade de mediação – de adiar o pagamento de renovação das licenças, aprazado até ao dia 5 de março passado, mas não deixaremos de nos bater pelas restantes medidas ainda por decidir.

    Por fim, uma excelente notícia para a própria economia que beneficia com esta abertura, pois depende em muito da vitalidade do setor imobiliário. Pode-se construir, remodelar e reinventar, mas sem negócios o mercado não se aguenta, e é a mediação imobiliária que cumpre esse importante papel na cadeia económica. Sem o seu ‘forcing’ haveria muitos menos negócios, e a economia seria lesada, pelo que o regresso só pode ser de festejar, a bem da nossa atividade, e da economia.

    É certo que não serão tempos fáceis, os preços têm-se mantido estáveis, mas a procura, sobretudo a que vem de fora e mantinha o mercado aquecido, irá demorar a voltar. Por outro lado, os portugueses, estão financeiramente mais débeis que nunca, o que pode impedir a procura, mas continua a haver necessidade do bem essencial que é a habitação, sobretudo a preços que possam ser suportados pela dita classe média.

    Será o próximo desafio, que para ser ultrapassado com satisfação precisa de mais construção, mas a preços suportáveis. Os projetos já começam a surgir, mas tememos que alguns não resistam à prova do Covid – 19, e fiquem no papel ou a meio do percurso.

    Resta-nos esperar que este tenha sido o último confinamento provocado por esta pandemia, e que doravante quer a nossa classe, quer o mundo possam recuperar o possível, lamentando, sem nunca esquecer as vidas perdidas, mas seguindo em frente.

    NOTA: O CONSTRUIR manteve a grafia original do artigo

    Sobre o autorFrancisco Bacelar

    Francisco Bacelar

    Vice-presidente ASMIP
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