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    Opinião: “Os produtos de construção e o Brexit”

    “Um condicionalismo importante prende-se com os produtos de construção sujeitos à marcação CE para poderem circular na União Europeia e que, a partir de janeiro do próximo ano, vão passar a necessitar da marca UKCA para acederem ao mercado do Reino Unido”

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    Opinião: “Os produtos de construção e o Brexit”

    “Um condicionalismo importante prende-se com os produtos de construção sujeitos à marcação CE para poderem circular na União Europeia e que, a partir de janeiro do próximo ano, vão passar a necessitar da marca UKCA para acederem ao mercado do Reino Unido”

    Sobre o autor
    Francisco Barroca

    papa

    Francisco Barroca, director geral da CERTIF – Associação para a Certificação

    Mesmo após o Brexit o Reino Unido mantém-se como um mercado de grande importância para Portugal, não só por via do turismo, mas, igualmente, pela balança comercial de bens. A análise do impacto do Brexit é, neste momento, difícil de fazer na medida em que há dois efeitos que se conjugam, o Brexit e a pandemia, o que torna difícil uma avaliação mais direta, sendo de salientar que as exportações de bens para o mercado britânico tiveram uma redução de 7,5% entre dezembro de 2020 e janeiro de 2021, redução que, no entanto, foi muito inferior ao registado nas exportações de vários países europeus.
    A maior parte dos produtos de construção utilizados no Reino Unido, segundo dados de 2017, eram produzidos no país (75%), mas, relativamente aos produtos importados 60% eram provenientes de fornecedores situados na União Europeia, o que não deixa de ser relevante.
    O acordo estabelecido entre a UE e o Reino Unido, e que foi alcançado já próximo do final do ano, tem, como um dos três pilares, o comercio livre, que se prevê sem tarifas ou quotas para a generalidade dos bens, mas com um acréscimo significativo de burocracias administrativas e de requisitos técnicos que, até agora, não eram necessários, o que, além de aumentar custos, vai implicar perdas de tempo.

    Um condicionalismo importante prende-se com os produtos de construção sujeitos à marcação CE para poderem circular na União Europeia e que, a partir de janeiro do próximo ano, vão passar a necessitar da marca UKCA para acederem ao mercado do Reino Unido. Considerando que as regras técnicas serão, em princípio, as mesmas, porque referidas a normas europeias os organismos de certificação nacionais poderão, através de acordos com parceiros ingleses facilitar essa tarefa.
    Comissão Europeia atualiza a sua estratégia industrial

    Abordámos, no último artigo, o crescimento notável da atividade industrial na Europa, com os indicadores mostrando o melhor mês de sempre, com relevo para as máquinas e ferramentas e com os produtos de construção também em destaque. A importância que a indústria vem conquistando levou que a Comissão Europeia tivesse atualizado, no início deste mês, a sua estratégia Industrial, incidindo em três áreas: reforço da resiliência do mercado europeu, aceleração das transições ecológicas e digital e a gestão das dependências da UE em domínios estratégicos.

    Esta atualização não pretende substituir a Estratégia Industrial 2020 mas, sim, adaptar e fixar melhor alguns objetivos, tendo em conta, nomeadamente, os efeitos da crise ligada à COVID 19 que aceleraram os esforços da Europa ao nível do digital e do ambiente. A Comissão mostra, também, a necessidade de novos investimentos públicos e privados que apoiem as empresas nestes processos de transformação que permitam uma melhor integração do mercado único, com o crescimento da produtividade e da competitividade ao nível internacional. Reconhecendo a importância da preservação de mercados mundiais abertos e com cadeias de valor globais como forma de impulsionar a desejada recuperação económica, a Comissão Europeia, num estudo que acaba de divulgar, apresenta uma interessante análise, baseada em dados comerciais, e onde identifica as principais dependências estratégicas, tecnológicas e industriais, da União Europeia.

    Foram identificados cerca de 5.000 que a União Europeia importa, dos quais 137 fazem parte dos ecossistemas mais sensíveis, onde a UE pode ser considerada altamente dependente das importações e representam 6% do valor total das importações de bens. Os produtos relacionados com matérias primas, materiais processados e produtos químicos que podem ser incluídos no ecossistema de energia intensiva são em número de 99, enquanto 17 se enquadram nos ecossistemas das renováveis, digital e eletrónico, mostrando o ecossistema da saúde uma grande dependência de 14 produtos. Os três países principais fornecedores destes produtos foram a China (52%), o Vietnam (11%) e o Brasil (5%).

    NOTA: O autor escreve segundo o Novo Acordo Ortográfico

    Sobre o autorFrancisco Barroca

    Francisco Barroca

    Director geral da CERTIF – Associação para a Certificação
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