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    Um futuro verde

    “Ao unir o setor industrial ao académico, abrem-se portas para aproveitar o conhecimento essencial que já existe e atribuir-lhe uma vertente prática. A promoção deste diálogo pode tornar-se numa das formas mais eficazes de acelerar a transição para um futuro verde”

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    Um futuro verde

    “Ao unir o setor industrial ao académico, abrem-se portas para aproveitar o conhecimento essencial que já existe e atribuir-lhe uma vertente prática. A promoção deste diálogo pode tornar-se numa das formas mais eficazes de acelerar a transição para um futuro verde”

    Pedro Sequeira
    Sobre o autor
    Pedro Sequeira

    No modelo económico que vigorava no passado, as empresas concorriam puramente por fins lucrativos e não havia qualquer preocupação com a economia dos recursos, com a eficiência ambiental do processo produtivo e nem sequer se ponderava uma decisão corporativa baseada nos danos que tal decisão poderia infligir na sociedade.

    Contudo, o sistema vigente sofreu alterações. Um modelo baseado na delapidação dos recursos em benefício próprio, sem ter em mente os limites dos sistemas naturais, é um modelo insustentável. O sistema económico atual procura incorporar o conceito da economia circular, isto é, o aproveitamento total dos recursos, criando uma cadeia natural onde não haja desperdício. Urge trabalhar no sentido de restaurar e reutilizar as matérias-primas, ao invés de se optar por um processo destrutivo e de repetida extração. Só desta forma é possível alcançar uma avaliação integrada do desenvolvimento que também contemple o respeito ambiental e o bem-estar humano.

    Uma das estratégias fundamentais passa por reduzir e recuperar os produtos durante a fase de instalação e no final da sua vida útil. Em particular, desenvolver serviços dedicados à recuperação e reciclagem de materiais provenientes, por exemplo, de locais de construção, promover a redução de resíduos gerados pelos produtos durante a fase de instalação, otimizando as embalagens, ou contribuir para novos modos de desenvolvimento do consumo.

    Melhorar o design dos sistemas, tendo sempre em conta todo o ciclo de vida do produto, permite minimizar os impactos ambientais e aumentar a circularidade destes. Um dos casos em que essa medida se pode aplicar é no desenvolvimento de sistemas mais simples de desmantelamento de edifícios, ao invés de uma demolição.

    Ainda assim, o aproveitamento integral é impraticável. Há sempre lugar para algum nível de degradação, mas é precisamente nessa fase do processo que a evolução tecnológica desempenha um papel fulcral. Por via da sua capacidade de inovação, estou convicto de que as empresas têm atualmente uma oportunidade de ouro para se aliarem ao contributo que outras instituições, em especial as universidades, podem oferecer em termos de progresso científico e tecnológico. Ao unir o setor industrial ao académico, abrem-se portas para aproveitar o conhecimento essencial que já existe e atribuir-lhe uma vertente prática. A promoção deste diálogo desempenha uma importância estratégica e pode tornar-se numa das formas mais eficazes de acelerar a transição para um futuro verde.

    Além disso, é importante frisar que o conceito de economia circular não descarta a viabilidade económica de um negócio. Incorporar o aproveitamento dos recursos no processo produtivo possibilita diversas vantagens competitivas, como a redução dos custos em água ou eletricidade, a diminuição dos gastos nas matérias-primas ou até o aumento de notoriedade. A competitividade também se mede pelas preocupações ambientais de uma empresa. Seja qual for a área de atividade, acredito que qualquer organização que não esteja consciente deste fator arrisca ser ultrapassada por novos líderes de mercado.

    O objetivo de um modelo de negócio moderno deve passar por adotar uma mentalidade colaborativa, no qual o combate ao desperdício faz parte do processo produtivo e se torna num dos propósitos basilares das empresas. O nosso país tem um grande potencial evolutivo na vertente

    Sobre o autorPedro Sequeira

    Pedro Sequeira

    Director de Operações da Saint-Gobain Portugal
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