Trabalhadores da Soares da Costa “expulsos” da obra do Monumental do Porto
A decisão por parte do dono-de-obra, a Monumental Palace Hotel, do empresário Mário Ferreira, poderá estar relacionada com os acontecimentos mais recentes na obra, nomeadamente uma greve – convocada devido a um atraso de três dias no pagamento de salários – e a ameaça feita na comunicação social de denúncia do contrato de execução da obra do referido hotel
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A Soares da Costa revelou este Domingo que os trabalhadores afectos aos trabalhos de construção do Hotel Monumental, na Avenida dos Aliados, Porto, foram alvo de uma “uma acção violenta por parte de elementos de uma empresa de segurança privada, que supostamente actuavam em nome do proprietário do espaço”, expulsando-os e negando-lhes o acesso à obra.
Em comunicado, a empresa liderada por Joaquim Fitas “lamenta esta atitude, demarca-se em absoluto deste tipo de acção e está a avaliar a situação do ponto de vista jurídico”, assegurando que a situação foi reportada à PSP da Invicta.
A decisão por parte do dono-de-obra, a Monumental Palace Hotel, do empresário Mário Ferreira, poderá estar relacionada com os acontecimentos mais recentes na obra, nomeadamente uma greve – convocada devido a um atraso de três dias no pagamento de salários – e a ameaça feita na comunicação social de denúncia do contrato de execução da obra do referido hotel.
“Em relação aos mais de 100 trabalhadores que têm estado a executar a obra e que ficam sem posto de trabalho a partir deste momento, bem como aos prestadores de bens e serviços, a Soares da Costa tentará encontrar uma solução digna e que vá ao encontro dos seus interesses”, conclui o comunicado da empresa.
No final da última semana, o também proprietário da Douro Azul acusou a Soares da Costa de desviar verbas adiantadas para a execução dos trabalhos do hotel para fins que não os previstos. Os trabalhos estão parados desde o final de Outubro, uma vez que os funcionários entraram em greve, por causa de salários em atraso. Já há um atraso de seis meses na obra e, apesar de garantir que irá tentar manter o diálogo, a empresa de Mário Ferreira faz saber, em comunicado, que se vê “obrigada a tomar todas as acções que considere necessárias, em sede de contrato, para repor a normalidade”. A Soares da Costa nega o desvio de verbas. Desde Maio de 2016, perante a denúncia sindical da existência de salários em atraso na obra do Monumental, que Mário Ferreira admitia afastar a Soares da Costa da empreitada. Na altura, o Sindicato da Construção do Norte já dizia que a construtora teria desviado 1,5 milhões de euros, adiantados por Mário Ferreira, mas o empresário não confirmava o uso indevido do dinheiro e dizia que iria manter-se atento e analisar o assunto.
Agora, o comunicado da MPH vai no mesmo sentido da denúncia de há um ano e meio. No texto refere-se que a fiscalização da obra confirmou, “nas últimas semanas”, que “faltam justificar ou entregar equipamentos, cujos valores foram adiantados pelo dono da obra num montante de 1,5 milhões de euros”. Especifica-se que “o posto de transformação de electricidade, chillers e outros equipamentos e materiais que deveriam ter já sido entregues para montagem em obra não foram pagos aos fornecedores e não existe neste momento justificação para a falta do dinheiro, nem dos equipamentos”. A dona da obra conclui: “Tudo nos leva a crer que o ACE [Agrupamento Complementar de Empresas, o consórcio construtor] e a administração da Soares da Costa tenha indevidamente autorizado a alocação de montantes substanciais da obra do Monumental para outros fins que não aqueles a que se destinavam”.