Francisco Bacelar, vice-presidente ASMIP
“Truques” para poupar nas comissões são uma afronta à mediação imobiliária
Para Francisco Bacelar, presidente da ASMIP, é dada a ideia incorrecta de que é muito fácil vender a casa por meios próprios sem recurso às empresas de mediação imobiliária, fazendo crer que há uma poupança significativa nessa opção
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A Associação dos Mediadores do Imobiliário de Portugal (ASMIP) não se revê e rejeita as declarações proferidas aquando da reportagem “Contas Poupança”, emitida pela SIC, na passada quinta-feira, sob o título “Como poupar nas comissões das imobiliárias”.
Para Francisco Bacelar, presidente da ASMIP, é dada a ideia incorrecta de que é muito fácil vender a casa por meios próprios sem recurso às empresas de mediação imobiliária, fazendo crer que há uma poupança significativa nessa opção. Mas nem sempre é assim e explica porquê: “Pelo meio (do processo de venda)podem acontecer riscos inerentes à falta de preparação, que no final podem acarretar prejuízos maiores do que a poupança”
Francisco Bacelar dá como exemplo o caso da obrigatoriedade do Certificado Energético, quando se pretende vender uma casa. “Não foi lembrado que para anunciar é obrigatório ter, de antemão, o Certificado Energético (ponto i, alínea f), nº 1 do artº 14º do Decreto-Lei 118/2013 de 20 de agosto), e que a coima para essa lacuna vai de 250€ a 3.740€ para singulares ou 44.890€ se coletivas.”
Também no que diz respeito aos valores cobrados de comissão pelas mediadoras imobiliárias, o responsável pela ASMIP repudia a afirmação proferida na reportagem “Uma das despesas que encarece as casas é a comissão que tem de pagar às agências imobiliárias”, considerando-a que “cria uma ideia distorcida muito penalizante para a actividade.”
De acordo com Francisco Bacelar, “mesmo com 5% de comissão, os valores médios referidos na reportagem pecam por excesso, para um serviço que pode levar meses, desde a angariação e estudo de mercado, fotografia, colocação em plataformas de anúncios diversos, inúmeros telefonemas, imensas visitas, e por fim acompanhamento de todo o processo burocrático, por vezes do próprio financiamento para que tudo corra bem, num negócio em que apenas somos ressarcidos, se, e quando o finalizarmos, e em que as despesas estiveram sempre a nosso cargo”.
Além disso, Francisco Bacelar recorda que a actividade do mediador imobiliário o obriga a cumprir determinados requisitos, nomeadamente a realização de um seguro de responsabilidade civil de 150 mil euros, formação anual e obrigatória em Prevenção ao Branqueamento de Capitais e investimento em estruturas e outras formações adequadas ao exercício da sua função.
“Mantemos carteiras de investidores que nos ajudam a fechar muitos negócios, mesmo sem os publicitar, com benefício para quem nos procura pela rapidez de venda. Quando tal não é possível investimos, a expensas próprias, em publicidade que nos garanta a realização da venda, e por vezes, quando em regime de não exclusivo, arriscamos a ser ultrapassados por um concorrente, ficando sem nada receber depois de trabalhar e investir”, acrescenta.