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    Tomas Suter, senior advisor & partner da Mexto Property Investment

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    Mexto diversifica estratégia e direcciona investimentos para Sul

    Depois de obra feita no sector da reabilitação, que mantém ainda com alguns projectos em Lisboa, o futuro da Mexto passa agora, também, pelo turismo residencial. Meco, Melides e Monte Gordo são as novas localizações. Projectos já estão incluídos no plano de investimentos avaliado em 240 M€

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    Mexto diversifica estratégia e direcciona investimentos para Sul

    Depois de obra feita no sector da reabilitação, que mantém ainda com alguns projectos em Lisboa, o futuro da Mexto passa agora, também, pelo turismo residencial. Meco, Melides e Monte Gordo são as novas localizações. Projectos já estão incluídos no plano de investimentos avaliado em 240 M€

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    (NOTA: Entrevista revista após publicação)

    Pensado para o segmento premium, onde o antigo se encontra com o contemporâneo, o empreendimento Rodrigo da Fonseca foi o cenário escolhido para abordar os projectos da Mexto e a sua estratégia de negócio. Ao CONSTRUIR, Tomas Suter, senior advisor & partner da Mexto Property Investment, revelou que, embora mantenham o core business na reabilitação de luxo, 2024 irá marcar uma importante mudança na estratégia da promotora. Com o mercado do turismo residencial em crescimento, a empresa pretende alargar o seu investimento para três grandes projectos a desenvolver neste segmento. A parceria com branded residences é, também, um dos objectivos.

    Antes de começarmos a nossa conversa, gostaria de saber como é que o Thomas veio parar esta área? Como foi o seu percurso até aqui?

    Eu sou suíço e italiano, a minha mãe é italiana, o meu pai é suíço, mas eu nasci e cresci na Suíça, em Zurique, na parte alemã. Fiz lá o meu percurso escolar e estudei Economia também em Zurique. Entretanto, durante os estudos, comecei a trabalhar no sector financeiro, como bancos, asset managers, home managers e aí continuei. Em 2012, tive uma oportunidade, um trabalho muito interessante para um investidor alemão. O negócio assentava em investimentos imobiliários, mas não era promoção, nem construção, mas sim financiamento de projectos imobiliários, com foco na Alemanha, na Suíça e na Áustria.

    Nessa altura, comecei a aprender e a gostar muito deste sector, porque entendo que é algo muito diferente de trabalhar só em números. Trabalhar para um projecto imobiliário, não é só a parte de financiamento, porque depois consegue-se ver o resultado final. Temos o lado visível do nosso trabalho e pensamos que contribuímos um pouco para realizar um projecto.

    Entretanto, a empresa teve um crescimento muito impressionante e foi vendida a uma outra empresa cotada em bolsa, em Frankfurt. Para mim, era o momento certo para sair e aceitar um novo desafio. Em paralelo, já antes de eu sair dessa empresa, tínhamos começado a olhar para o mercado português, porque um dos nossos sócios é de origem portuguesa, então tive sempre essa ligação.

    Ainda na Suíça?

    Sim, na Suíça. Desde 2012 ou 2013 que ele nos tentava convencer a investir em Portugal, mas ainda era muito cedo, porque foi pouco depois da crise. Por isso, só começámos a investir em Portugal em 2017.

    Nessa altura, foi quando começou o boom da reabilitação…

    Exactamente. Começámos com a aquisição do primeiro prédio algures em 2018.

    Como é que têm sido, então, estes últimos anos? Que balanço fazem deste vosso percurso?

    O balanço é muito positivo. Com muitos desafios, muitos ‘ups and downs’, como é normal. No início não acreditámos, mas muita gente nos avisou que com a burocracia e com o licenciamento ia ser muito complicado. Por um lado, já temos muitos sucessos e com os quais comprovámos que conseguimos fazer coisas rápidas, mas, por outro, temos projectos que estão há cinco anos na Câmara para aprovação.

    Acredito que em Portugal o mercado é muito diferente da Suíça…

    Muito diferente. Eu gosto de dizer que não é que na Suíça se aprove um projecto muito mais rápido ou muito mais facilmente. Não, porque o mercado na Suíça também é um mercado muito controlado, muito pequenino, mas acho que a diferença é que temos uma comunicação mais fácil com as entidades. As entidades estão organizadas de uma maneira mais eficaz e parece que estamos a trabalhar com qualquer outra empresa do sector privado. Mas aqui sentimos o verdadeiro significado de ‘sector público’. Esta é a grande diferença.

    Qual a maior dificuldade?

    Cada câmara tem a sua forma de trabalhar e quando chegámos foi muito complicado. Arrancámos a operação em Portugal quase do zero, com nenhum conhecimento nessa área. A nossa vantagem é que temos um network muito grande e fomos conseguindo o apoio e a informação necessários. Nós queríamos fazer tudo bem, dentro das regras, trabalhámos em conjunto com os arquitectos para cada projecto. E acho que conseguimos fazer um bom trabalho. Tenho muito orgulho do que conseguimos fazer em tão pouco tempo.

    Pelo que tenho verificado, há uma dinâmica muito particular na vossa carteira de empreendimentos. Tanto têm projectos em desenvolvimento, como têm alguns que foram vendidos. É uma estratégia?

    Exactamente. Para um promotor e investidor é sempre um mix dos dois. Quando compramos um activo, é sempre com a perspectiva de o fazer até o final. Mas é normal, é natural que, no decorrer do desenvolvimento de um projecto, possa acontecer essa mudança na estratégia se nos apresentarem uma boa proposta

    Em que situações é que isso pode acontecer?

    Sobretudo prédios que nós comprámos numa determinada altura por um determinado preço e, depois, com as variações de mercado, há uma considerável valorização e aí pode representar uma oportunidade. De qualquer modo, ao vendermos um imóvel com o projecto já aprovado, por exemplo, sentimos que temos ali uma parte também nossa, do nosso trabalho, porque o conceito é nosso.

    Falando de investimento, é possível quantificar quanto já investiram em Portugal?

    Desde o arranque da Mexto contabilizamos um investimento total de cerca de 240 milhões de euros.

    E está dentro da expectativa que vocês tinham planeado?

    Sim. Podia ter sido mais, mas também depois é sempre a questão…digamos, de timing, não é? Precisamos dos fundos e precisamos também das oportunidades.

    Sentem que já perderam algum negócio por causa dessa questão?

    Provavelmente. Sobretudo porque os prazos praticados são sempre muito longos. Perdemos negócios no sentido em que os investidores não conseguiram identificar a atractividade de algumas coisas que nós apresentámos.

    Então, neste momento quantos projetos ou quantos empreendimentos é que vocês têm em desenvolvimento?

    Em construção, neste momento, temos dois, que estamos a acabar: o O’Living e o Mason Eduardo Coelho. Estão ambos numa fase final da construção e esperamos que até ao Verão estejam concluídos. E, entretanto, temos mais seis projectos em fase de licenciamento. Alguns estão muito perto do início da construção, outros ainda vão demorar um pouco mais. E temos dois já concluídos, este onde estamos, o Rodrigo da Fonseca e o Avencas, que foi o primeiro a ficar terminado.

    Em termos de público-alvo, de segmento, a vossa estratégia tem sido mais ou menos a mesma…

    Verdade.  Para nós é muito importante manter sempre o foco no segmento de luxo e de reabilitação, em zonas muito boas dentro da cidade. E isso é algo que vamos continuar a fazer.

    Curiosamente, lançaram-se num projecto completamente diferente, o O’Living, que além de ser construção nova, também é para um tipo de cliente diferente….

    Foi uma aposta diferente de tudo o que já tínhamos feito. E que teve como intenção diversificar um pouco o nosso investimento, colocar no mercado produto para o mercado nacional. Sentimos que também temos essa obrigação.

    Qual o balanço?

    Estamos muito felizes porque no O’living, mais ou menos 90% são compradores nacionais. Famílias portuguesas, pais que compram para filhos. Estamos muito satisfeitos porque no início tivemos algum receio de que pudesse não resultar. Houve um conjunto de factores com que tivemos de lidar, desde logo porque se trata de uma escala completamente diferente. Aqui falamos de 86 apartamentos e na reabilitação estamos a falar entre cinco e 10 apartamentos.

    Temos dois que estamos a acabar a construção e temos mais seis projectos que estão, alguns em já em construção, outros a aguardar licenças.

    Não querendo entrar no detalhe de cada projecto, posso dizer que temos, no geral, três projectos em Lisboa na área da reabilitação.

    E, pela primeira vez, estamos a apostar em projectos de maior dimensão fora da Grande Lisboa. Temos um projecto em desenvolvimento em Melides, é um empreendimento turístico e outro também muito grande no Algarve e outro no Meco, a 30 minutos de Lisboa.

    Estão, então, a explorar outros mercados e outras opções, é isso?

    Sim. Actualmente, já é cada vez mais difícil encontrar boas oportunidades dentro da cidade e as que temos identificado estão a preços muito altos, o que torna difícil tornar esses investimentos rentáveis ou atractivos.

    Houve aquele boom, não é?

    Exacto. Mas agora espero que o mercado se vá ajustar um pouco, porque acho que ainda existem tantos prédios em Lisboa que poderiam resultar em operações interessantes. Só que os preços são proibitivos. Os proprietários perceberam, nos últimos anos, que podiam ganhar muito com este tipo de imóveis em localizações do centro e começaram a subir os preços, achando que podem pedir o que querem.

    Esses novos projectos mais virados para o turismo são completamente diferentes do que fizeram até ao momento. É uma estratégia para o futuro?

    É uma estratégia, embora mantenhamos o nosso ‘fio condutor’ que é a reabilitação. Vamos iniciar brevemente a construção do empreendimento Castilho 3. E, neste âmbito, temos também um na Graça e outros dois mais pequenos na Ajuda. Estes dois últimos fazem parte de um terreno maior que compramos e para onde também prevemos fazer um empreendimento com cerca de 50 apartamentos. Mas esta fase não será para já.  É um daqueles em que estamos há quase cinco anos a aguardar licença.

    Nesse caso o Simplex será positivo?

    Vamos ver. Temos uma grande expectativa. Mas acho que pode ser positivo, pelo menos no que diz respeito ao arranque das obras. Contudo, há ainda muitos pormenores por esclarecer. Tenho falado com alguns promotores que acreditam que, de certa forma, vem melhorar ou, pelo menos, não vem complicar. Há também a questão dos bancos que vão ter de se adaptar a uma nova realidade.

    Pelo menos podem começar os projectos ou podem ir avançando com os projectos. Mesmo com as questões do licenciamento, não conseguindo aquele prazo que eles dão…entre 150 a 180 dias e, em casos em que os projectos ultrapassam os cinco mil metros quadrados são 200 dias, o máximo. Mesmo assim, sabemos que 200 dias é o máximo e, portanto, conseguimos planear. Neste momento, não sabemos se são 200, 300 ou 600…

    Mas com o projecto que têm para Melides pretendem aproveitar as sinergias que agora se criaram com o projecto da Comporta?

    Sim, mas é mais na Serra de Grândola, numa área mais interior, a 20 minutos da praia. São 10 casas, com aproximadamente 500 m2 cada uma e com terrenos entre dois a três hectares. Privacidade total. Neste espaço vamos ter, ainda, um hotel, que vai ser operado por outra empresa, porque não é o nosso core. Neste projecto estamos a trabalhar em parceria com uns sócios que irão ser responsáveis pela componente hoteleira e a Mexto fará a componente residencial.

    E o do Algarve? É um empreendimento maior, não é?

    Sim, o do Algarve é um terreno muito grande, um dos últimos terrenos, mesmo à frente do mar, numa zona privilegiada, entre Monte Gordo e a Praia Verde. A nossa ideia é fazer mais ou menos 150 apartamentos. É uma zona com muito potencial, e que, pela proximidade a Espanha, também queremos que responda às necessidades dos turistas espanhóis que vêm para Portugal.

    Qual é que é o valor de investimento que prevêem, englobando já esses projetos?

    Estes projectos já estão contabilizados no plano de investimentos que falei dos 240 milhões.

    Esses projectos serão para desenvolver ao longo de quanto tempo? Tem uma previsão?

    É difícil dar uma data exacta, mas eu diria durante os próximos quatro a cinco anos. Os licenciamentos todos já estão aprovados, porque já existe um plano pormenor e um PIP aprovado. E agora com o Simplex, teremos que fazer só uma comunicação prévia. No fundo é dar início à obra e ir trabalhando no processo da comercialização.

    Dos projectos que têm em carteira qual será o que vai arrancar primeiro?

    O da Castilho. É um prédio localizado na parte baixa da Rua Castilho, próxima da Rua do Salitre, muito perto da Avenida da Liberdade. Falamos de um prédio de 1940 ou 1950, um prédio de charme, apalaçado, onde vamos fazer uma reconstrução total, como fizemos, por exemplo, na Rodrigo da Fonseca. Vamos manter as fachadas, mas o resto vai ser uma construção nova, mantendo e respeitando muito o passado do edifício, com os tectos trabalhados, com muitos elementos característicos do prédio, e vamos lá fazer seis apartamentos para o segmento premium.

    Em termos de clientes, quem são os principais compradores dos projectos da Mexto?

    Quando começámos a fazer projectos neste segmento, pensámos que os compradores iriam ser quase 100% estrangeiros que estivessem à procura casa em Lisboa, mas temos tido muitos clientes nacionais que, ainda assim, consegue responder a estes produtos de segmento alto.

    Foi uma surpresa que em cada projecto que temos, tenhamos tido sempre procura do mercado nacional e não há um projecto em que não tivéssemos vendido alguma unidade também a portugueses. Mas é verdade que. na maior parte dos casos. são estrangeiros de diferentes nacionalidades, desde americanos, brasileiros, ingleses ou mesmo sul africanos.

    Franceses?

    Curiosamente, até ao momento não temos tido clientes franceses. Eu acho que o cliente francês em Lisboa está mais à procura de um apartamento mesmo com charme antigo. Quer dizer, por exemplo, um Rodrigo da Fonseca para esses clientes já pode ser demasiado moderno. Repare: tivemos um cliente francês que não comprou na Rodrigo da Fonseca, porque como as portadas já não eram as antigas o edifício tinha perdido um pouco o seu charme.

    No seu entender, o que é o cliente estrangeiro, de uma forma geral, procura em Portugal?

    Alguns são surpreendidos, outros vêm por indicação de outras pessoas. O cliente americano está agora a descobrir o Portugal. E depois depende muito dos clientes. Há clientes que querem mesmo só fazer investimentos em zonas boas e que tenham um valor seguro em termos de rentabilidade. No fundo. são clientes que estão à procura de produtos com uma qualidade altíssima, um cliente mais exigente. Não se trata só de vender um produto, mas da atenção que se dá no after-sales.

    Falámos há pouco também na questão que, de certa forma, não vinham a pensar de fazer projectos para um segmento médio. Que outros projectos têm pensados nesta óptica, de um all-living?

    No meu entender, o projecto de Monte Gordo enquadra-se nesse segmento porque tanto é para o cliente estrangeiro –  como ingleses, franceses, e claro, espanhóis-, como ainda, historicamente, é um sítio com muitas famílias portuguesas. Acredito que este é um projecto que tem muito potencial.

    Algum dos vossos produtos poderão também no mercado de arrendamento?

    O da Graça foi uma compra que fizemos em 2019, é um prédio muito pequenino, não tem muito interesse histórico, nem nada, mas a localização é muito boa. São três apartamentos, o T1, o T2 e o T2 duplex. Ainda não sabemos muito bem se isto é um produto mais para a nossa carteira para depois fazer, talvez, arrendamento ou para vender os apartamentos.

    Os valores das rendas não são atractivos ou, por outro lado, será mais fácil comprar do que arrendar. Na Suíça temos um mercado de arrendamento forte, implementado. Isto também acontece porque, por exemplo, na Suíça o sistema bancário é diferente, não se fazem empréstimos com prazos quase infinitos. No máximo são 25 a 30 anos, o que permite ter uma igualdade ao nível dos valores que se pagam, seja em caso de arrendamento, seja em caso de compra. A ideia é que se trata sempre de um activo que não perde valor e que se o cliente não conseguir pagar, facilmente se coloca no mercado novamente. Em Portugal, alguém que compra para arrendar já tem um custo muito elevado de juros. Para ter alguma rentabilidade, a renda tem que se muito mais alta. Na Suíça, com menos equity, consegue-se uma rentabilidade muito mais interessante.

    O que seria necessário para facilitar esse processo?

    A parte legislativa é fundamental.  Se não houver esse empurrão, dificilmente será possível. Mas acho que seria também muito importante a redução do IVA na construção nova, como é na reabilitação. Não estou errado quando digo que entre 40 e 50% do valor é referente ao IVA, um valor que acaba por se repercutir no cliente final.

    Ainda na óptica da reabilitação, por exemplo, o Porto ou outras cidades mais a Norte, são hipóteses?

    Olhamos muitas vezes para oportunidades, por exemplo no Porto. Mas depois, para nós, às vezes é melhor ficar onde nós conhecemos as coisas, onde nós conhecemos muito bem o mercado.

    Porque, por exemplo, se vou comprar um prédio nessa avenida, eu sei que do outro lado é melhor do que deste lado. Conheço as micro-organizações. Eu não conheço bem o Porto. E depois sentimos quase a obrigação para nos associarmos a com alguém lá no Porto, encontrar parceiros que conheçam aquela realidade. E é complicado. Pode ser muito bom, mas é sempre um desafio.

    Não é, portanto, algo que esteja nos vossos horizontes por agora…

    Não.

    Vão entrar no mercado mais turístico. Acreditam que estão aqui a fazer uma mudança no vosso core? É para continuar?

    Com a carteira que temos actualmente, temos trabalho para os próximos anos. E até aí vamos descobrir, com certeza, outras oportunidades. Nós crescemos muito rápido. Comprámos muita coisa em pouco tempo. Agora estamos mais focados em dar continuidade e avançar para esses projectos. Mas sempre a olhar para as oportunidades que possam surgir.

    Actualmente, há toda aqui uma mística à volta de Portugal, não é? Acredita que isto é algo que vai continuar, que será sustentável, não só do ponto de vista ambiental, mas também económico?

    Eu acho que sim. De qualquer forma, gostamos de ter uma visão mais conservadora. Não podemos sempre pensar que os últimos anos foi agora o indicador para os próximos sempre que vai continuar igual. Não. Porque já atingimos um nível de preços altos. Mas acho que foi importante porque o País precisava mesmo dessa mudança, desse impulso. Mas agora também acho que os compradores estão mais cuidadosos.

    Tem que estabilizar, é isso?

    Exactamente. Acho que vamos entrar numa fase de consolidação e estabilização. Mesmo assim, acho que Portugal vai continuar forte. Acho que tem tudo para continuar a ser o sucesso que teve nos anos passados. É um País muito agradável para se viver. Tem um clima óptimo. Tem a segurança que hoje em dia é muito importante. O que para nós é completamente normal, como andar na rua a que horas for ou andar nos transportes, para quem vive nos EUA, no Brasil ou até em França, como alguns casos que conheço, não é assim.

    Como é que se imaginam daqui a 10 anos, com o portefólio que já alcançaram e com os novos projectos que vão agora desenvolver?

    Continuar a investir em Portugal, mas também ter alguns desses novos projectos que já estivemos a falar, acabados e também como são projectos turísticos, é uma coisa que vai ficar.

    Vão ficar com a gestão desses projectos é isso?

    Talvez uma parte, sim. É isto que gostaria de ter daqui a 10 anos. Falamos de algo diferente da promoção ou da construção, mas também de ter algo com rendimentos diferentes. Criar uma carteira para alugar. Mas continuando a fazer o que sabemos fazer: reabilitação.

    Os números:

    240 M€ – Volume de investimento

    71 mil m2 – Área de Construção

    269 – Apartamentos

    361 – Lugares de estacionamento

    16 – Espaços comerciais

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    Novo crédito à habitação regista crescimento de 26,1% até Fevereiro

    Entre Janeiro e Fevereiro de 2024 o consumo de cimento cresceu 13,4%, o número de fogos licenciados totalizou 4,811 alojamentos e o novo crédito à habitação cresceu 26,1%. A mais recente “Síntese estatística”, da AICCOPN, selecciona a região do Oeste e Vale do Tejo para destaque 

    Nos primeiros dois meses de 2024, o consumo de cimento no mercado nacional perfez 646 milhares de toneladas, o que traduz um aumento homólogo de 13,4%. Tendo-se registado, ao nível do licenciamento municipal, até ao final de Fevereiro, uma diminuição de 0,9%, em termos homólogos, no total de licenças emitidas para obras de construção nova ou de reabilitação de edifícios residenciais. Relativamente, ao número de fogos licenciados em construções novas, observa-se um decréscimo de 12,4%, em termos homólogos, para um total de 4.811 alojamentos.

    No que concerne ao volume de novo crédito à habitação concedido pelas instituições financeiras, excluindo renegociações, regista-se um aumento homólogo de 26,1%, nos primeiros dois meses do ano, para um total de 2.321 milhões de euros. Em Fevereiro, a taxa de juro implícita no crédito à habitação fixou-se em 4,64%, o que traduz um aumento de 2,11 pontos percentuais, face a Fevereiro de 2023. Quanto ao valor mediano de avaliação de habitação para efeitos de crédito bancário, no mês de Fevereiro, observou-se uma valorização de 5,5%, em termos homólogos, em face de variações de 2% nos apartamentos e de 6.1% nas moradias.
    A mais recente “Síntese Estatística” da Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas (AICCOPN) destaca a região do Oeste e Vale do Tejo, onde o número de fogos licenciados em construções novas, nos doze meses terminados em Fevereiro de 2024, foi de 2.315, o que traduz um aumento de 3,3%, face aos 2.241 alojamentos licenciados nos doze meses anteriores. Destes, 8% são de tipologia T0 ou T1, 21% são de tipologia T2, 54% de tipologia T3 e 18% de tipologia T4 ou superior. Quanto ao valor de avaliação bancária na habitação, verificou-se, nesta região, uma variação homóloga de 10,8% no mês de Fevereiro.

     

     

     

     

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    Preços das casas aceleram nos primeiros meses de 2024

    Os preços de venda das casas em Portugal Continental aumentaram 2,2% no 1º trimestre do ano, face ao período homólogo. Sinal de uma reversão do padrão de suavização das subidas de preços sentido ao longo do último ano, a qual, a confirmar-se, contraria a expectativa dominante no mercado

    Os preços de venda das casas em Portugal Continental aumentaram 2,2% no 1º trimestre deste ano, em relação ao trimestre anterior. Um valor que representa uma aceleração face aos 1,6% registados no 4º trimestre de 2023. Os dados resultam do Índice de Preços Residenciais apurado pela Confidencial Imobiliário.

    Sem prejuízo de se tratar de uma variação trimestral bastante inferior à exibida um ano antes, no 1º trimestre de 2023 (+4,3%), o indicador agora atingido sinaliza uma reversão do padrão de suavização das subidas de preços sentido ao longo do último ano, a qual, a confirmar-se, contraria a expectativa dominante no mercado.

    De qualquer forma, em reflexo do comportamento acumulado dos preços ao longo do último ano, a valorização homóloga voltou a reduzir o ritmo, atingindo 9,6% em Março de 2024. Este indicador fica 7,6 pontos percentuais abaixo da taxa de variação homóloga de 17,2% registada no 1º trimestre do ano passado.

    “Nos últimos três meses, o índice inverteu a trajectória de curto-prazo, alcançando uma variação trimestral de +2,2%, depois de ter este indicador em 1,6% em Dezembro. Estes números confirmam os últimos resultados do Portuguese Housing Market Survey, reflectindo um comportamento mais positivo da procura e trazendo as expectativas de vendas para terreno positivo. Espera-se que as taxas de juro comecem a cair nos próximos meses, e isso está a melhorar a confiança dos compradores, o que acaba por colocar pressão adicional sobre os preços”, explica Ricardo Guimarães, director da Confidencial Imobiliário.

    De acordo com as projecções realizadas a partir das vendas reportadas ao Sistema de Informação Residencial, SIR, no 1º trimestre deste ano terão sido transaccionados cerca de 34.300 fogos em Portugal Continental. Este volume supera em cerca de 5% a média de 32.800 vendas por trimestre registada em 2023, confirmando a trajectória de recuperação, lenta, mas consistente, da actividade que se faz sentir desde a segunda metade do ano passado.

    Em termos de preços, as vendas residenciais no território Continental realizaram-se por um valor médio de 2.447euros/m2 no 1º trimestre deste ano, posicionando-se em 3.413euros/m2 na habitação nova e em 2.326euros/m2 na habitação usada.

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    Sierra renova espaço de restauração no Centro Vasco da Gama

    Projeto River Deck conta com um investimento de 9 milhões de euros e terá a assinatura da Reify

    A Sonae Sierra, em parceria com a CBRE Investment Management, anuncia a implementação de um “novo e inovador” projecto de restauração no Centro Vasco da Gama. O River Deck, nome dado ao projecto, terá como inspiração as mais recentes tendências europeias ao nível de zonas de restauração e contará com 15 novos espaços que darão resposta a um vasto conjunto de opções gastronómicas nacionais e internacionais.

    Com um investimento que rondará os 9 milhões de euros, as primeiras intervenções tiveram início em Setembro de 2023, com a instalação das escadas de emergência no exterior do edifício e neste momento já são visíveis as primeiras alterações no espaço.

    Ricardo Vilaça, director de Asset Management da Sierra em Portugal e Roménia expressa o seu entusiasmo quanto ao futuro do River Deck: “Estamos confiantes de que o River Deck será um marco na experiência dos visitantes do Centro Vasco da Gama. Procurámos dotar este activo de referência com um espaço moderno, com uma oferta gastronómica diversificada e de elevada qualidade, em linha com o que podemos encontrar nas principais capitais europeias, e à semelhança do que temos vindo a fazer noutros centros do nosso portfólio. Temos a certeza de que, uma vez aberto, este novo espaço irá elevar a experiência de visitantes e de lojistas”.

    Com o River Deck, a Sierra mantém a sua aposta ao nível da sustentabilidade, garantindo que as intervenções vão de encontro das directivas impostas pela certificação BREEAM. O novo espaço alia, assim, um design “moderno”, gastronomia diversificada e preocupação ambiental com o objectivo de “dotar o Centro Vasco da Gama com um projecto de referência ao nível da restauração”.

    Todo o conceito de arquitectura, planeamento e obra está a cargo da Reify. que se destaca pela utilização de elementos “distintivos” e que respondem aos mais elevados padrões internacionais, através de um desempenho ambiental e energético de “excelência”. A conclusão da obra está prevista para o último trimestre de 2024.

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    Coldwell Banker Portugal com cinco anos de actividade em Portugal

    Coldwell Banker Portugal já fez mais de 2500 transacções e atingiu os 400 milhões de euros de volume de negócios. Frederico Abecassis, CEO da empresa em Portugal, destaca o sucesso alcançado nos últimos cinco anos “apesar das diversas circunstâncias desafiadoras”

    Cinco anos depois de ter entrado no país, a Coldwell Banker totaliza as 2500 transacções. Estas vendas totalizaram 400 milhões de euros de volume de negócios, com operações que envolvem propriedades como quintas seculares e moradias particulares em localizações premium como a Quinta da Marinha e Quinta Patino, em Cascais.

    Entre os negócios já concretizados a imobiliária destaca a venda de um apartamento no Chiado por 27.000 euros/m2 e um hotel de 10 milhões de euros. No seu portefólio conta actualmente com uma moradia na Quinta Patino, que está à venda por 15 milhões de euros.
    Desde que iniciou as suas actividades em Portugal, em 2019, pouco tempo antes do início da pandemia, a Coldwell Banker já recrutou e formou 500 consultores imobiliários e abriu 14 agências. Dedicou 2000 horas à formação dos seus colaboradores.

    Frederico Abecassis, CEO da empresa em Portugal, destaca o sucesso alcançado nos últimos cinco anos “apesar das diversas circunstâncias desafiadoras, incluindo o confinamento, a instabilidade geopolítica, as mudanças políticas nacionais e decisões que não beneficiaram a dinâmica do mercado imobiliário, como foi o caso do fim dos vistos gold”, afirma.

    “Apesar de todos os constrangimentos, os resultados obtidos foram muito interessantes e com as intenções já anunciadas por este Governo para o mercado imobiliário, acreditamos que podemos ter desenvolvimentos positivos no mercado”, sublinha Frederico Abecassis.
    A marca juntou perto de 80 colaboradores num evento que trouxe a Portugal Kaitlin McMurdo, senior director da Anywhere Real Estate, empresa mãe da Coldwell Banker.

    No primeiro trimestre de 2024, a Coldwell Banker abriu 3 novas agências em Portugal e 35 agências em 10 países. Em termos globais, a Coldwell Banker conta com 100.000 colaboradores e 3.000 agências espalhadas por 41 países.

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    Cooperativa de Aldoar (arqº Manuel Correia Fernandes) @Luís Ferreira Alves

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    Exposição “O Que Faz Falta” comemora 50 anos de arquitectura em democracia

    O título da exposição presta homenagem a uma das figuras de abril, José Afonso, e à canção “O que faz falta”, do álbum Coro dos Tribunais, lançado em 1974. Com curadoria dos arquitectos Jorge Figueira e Ana Neiva, a exposição inaugura a 25 de Outubro

    A Casa da Arquitectura junta-se ao momento de celebração e reflexão em torno dos 50 anos do 25 de Abril de 1974 através da exposição “O Que Faz Falta. 50 Anos de Arquitetura Portuguesa em Democracia”. Com curadoria dos arquitectos Jorge Figueira (coordenação) e Ana Neiva (curadoria-adjunta), a exposição inaugura a 25 de Outubro próximo.

    O título da exposição presta homenagem a uma das figuras de abril, José Afonso, e à canção “O que faz falta”, do álbum Coro dos Tribunais, lançado em 1974.

    Nas palavras dos curadores, “o objectivo geral da exposição é o de estabelecer uma leitura panorâmica da produção arquitetónica entre a Revolução de Abril 1974 e os dias de hoje (2024), revelando como a arquitectura foi, e é, simultaneamente reflexo e incentivo do regime democrático em Portugal”.

    Nesse sentido, “os projectos seleccionados reflectem os modos como a arquitectura concretizou programas públicos vários, considerando a diversidade geográfica do País, continental e insular, e a contribuição de arquitecctas e arquitetos de diferentes backgrounds e gerações”, acrescentam os arquitectos.

    A exposição “O Que Faz Falta. 50 anos de Arquitetura Portuguesa em Democracia” é extraída da colecção “50 anos de Arquitetura Contemporânea Portuguesa”, um acervo criado pela Casa da Arquitectura que faz a leitura da produção de arquitectura em período democrático, com o objectivo de ser criada uma colecção de recorte territorial e temporal.

    Este acervo, que contou com a curadoria de Carlos Machado e Moura, Graça Correia, João Belo Rodeia, Jorge Figueira, Paula Melâneo e Ricardo Carvalho, visa promover o estudo e investigação de todos os interessados e do qual futuramente se irão extrair várias leituras temáticas em exposições, actividades e publicações.

    A exposição será acompanhada por um programa paralelo que tem a curadoria dos arquitectos Nuno Sampaio e Jorge Figueirae ficará patente até dia 7 de Setembro de 2025.

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    Grupo Luz Saúde investe 58M€ num novo hospital em Santarém

    O grupo liderado por Isabel Vaz entregou à Teixeira Duarte a construção da nova unidade, para a qual asseguram já ter obtido todas as licenças necessárias junto da autarquia. A Luz Saúde, segundo revela o comunicado a que o CONSTRUIR teve acesso, prevê que a construção do novo hospital esteja concluída até ao final de 2025, apontando a abertura para o primeiro semestre de 2026. O projecto de arquitectura pertence ao atelier Opera

    O Grupo Luz Saúde vai construir um novo hospital em Santarém, num projeto que prevê um investimento de 58 milhões de euros e a criação de 500 postos de trabalho.

    O grupo liderado por Isabel Vaz entregou à Teixeira Duarte a construção da nova unidade, para a qual asseguram já ter obtido todas as licenças necessárias junto da autarquia. A Luz Saúde, segundo revela o comunicado a que o CONSTRUIR teve acesso, prevê que a construção do novo hospital esteja concluída até ao final de 2025, apontando a abertura para o primeiro semestre de 2026. O projecto de arquitectura pertence ao atelier Opera

    Com um investimento de 58 milhões de euros, esta nova unidade hospitalar prevê criar 500 postos de trabalho e reforçar “os serviços médicos de proximidade para os cerca de 425 mil ribatejanos, nomeadamente dos concelhos de Santarém, Ourém, Tomar, Abrantes, Torres Novas, Almeirim, Cartaxo, entre outros”.

    Segundo a mesma fonte, esta nova infraestrutura vai contar “com um vasto leque de consultas de diversas especialidades médicas e cirúrgicas” e com equipamentos de última geração. “Trata-se de um projeto há muito ambicionado pela Luz Saúde. A presença da rede Hospital da Luz na região do Ribatejo vem reforçar os serviços médicos de proximidade para os cerca de 425 mil ribatejanos,
    nomeadamente dos concelhos de Santarém, Ourém, Tomar, Abrantes, Torres Novas, Almeirim, Cartaxo, entre outros”, diz Pedro Patrício, responsável por este projeto no grupo Luz Saúde

     

    O hospital, que está a ser construído junto ao ‘Retail Park’, na zona sul de Santarém, vai ter uma unidade de internamento com 42 camas, um bloco operatório com 4 salas cirúrgicas, um centro de imagiologia diferenciada, um centro para a saúde da Mulher, um centro de Oncologia e um centro de Medicina Dentária.

    Está também prevista a instalação de 40 salas de consulta, várias especialidades médicas como medicina interna, medicina geral e familiar, pediatria, ginecologia-obstetrícia, ortopedia, cardiologia, neurologia, cirurgia geral, entre outras.

    Está também previsto um parque de estacionamento com 300 lugares.

    Segundo o grupo, este novo hospital vai ser construído com o objetivo de “reforçar a rede de hospitais e clínicas que a Luz Saúde tem no território nacional” e pretende “ser uma referência na saúde no Ribatejo, criando uma oferta de cuidados altamente diferenciada, que permitam um acompanhamento integral e especializado da população desta região”, lê-se no comunicado.

    A Luz Saúde presta atualmente os seus serviços através de 28 unidades (14 hospitais privados, 13 clínicas privadas e uma residência sénior).

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    Round Hill Capital vende portfólio da Nido Living por 27M€

    Tendo adquirido a Nido Living em 2012, a Round Hill Capital transformou “com sucesso” o negócio num dos principais fornecedores europeus de alojamento para estudantes que começou com três activos no Reino Unido e chegou às 18 mil camas sob gestão da empresa em toda a Europa (entre Portugal, Espanha, Reino Unido, Irlanda, Alemanha, Dinamarca e Países Baixos), num total de 34 activos

    A Round Hill Capital (RHC) vendeu toda a operação das residências de estudantes Nido Living aos canadianos CPP Investments (Canada Pension Plan Investment Board), onde se inclui, também, a sua participação na joint venture, criada em 2021 pelas duas empresas para o segmento das residências de estudante e que compreende mais de cinco mil camas em 15 activos europeus.

    Fonte oficial da RHC a nível internacional, confirmou ao CONSTRUIR que o negócio envolveu um investimento na ordem dos 40 milhões de dólares canadianos (aproximadamente 27,2 milhões de euros à taxa de câmbio actual).

    Tendo adquirido a Nido Living em 2012, a Round Hill Capital transformou “com sucesso” o negócio num dos principais fornecedores europeus de alojamento para estudantes que começou com três activos no Reino Unido e chegou às 18 mil camas sob gestão da empresa em toda a Europa (entre Portugal, Espanha, Reino Unido, Irlanda, Alemanha, Dinamarca e Países Baixos), num total de 34 activos. A transacção envolveu, ainda, toda a operação futura prevista pela RHC.
    Não obstante, a transferência das unidades para a CPP Investments, a Nido vai continuar na operação das residências de estudantes. “As residências e os residentes não vão sentir qualquer impacto com a mudança de proprietário”, acrescentou a mesma fonte.

    Já em comunicado, a gestora de investimentos imobiliários havia dado conta de que esta transacção era “uma prova do valor” que o negócio que construíram ao longo dos últimos 12 anos com a Nido Living representava e que, por isso, se trata de uma “conclusão bem-sucedida deste investimento”.
    Como gestora de investimentos, a Round Hill Capital continua a ver um valor significativo nos sectores estudantil e outros sectores residenciais, que continuam a ser “parte integrante da nossa estratégia de investimento no futuro”, em toda a Europa, incluindo Portugal, confirmou a RHC.

    Previstas 1380 camas em Portugal
    A entrada da Nido Living em Portugal aconteceu depois da aquisição do portefólio da Smart Studios pela RHC em 2022. Desta forma, a gestora de residências de estudantes ficou com um total de 1280 camas em Portugal, em seis localizações, incluindo as 380 do último projecto a ser inaugurado, o Nido Campo Pequeno, em Lisboa. Além destas, a marca tinha previsto, ainda, a abertura de mais quatro residências até 2025 em Lisboa e no Porto, traduzindo-se em mais 1100 novas camas, ou seja, novas 634 novas camas na Alta de Lisboa, depois da aquisição de dois lotes para construção, 274 ‘studios’ no Casal Vistoso, na freguesia do Areeiro e a exploração de uma nova residência universitária, cujo concurso público foi lançado pela Universidade de Lisboa. No Porto, uma nova residência, cujo localização não foi ainda revelada, irá juntar-se à já existente na zona da Asprela e onde já estão a funcionar 243 ‘studios’.

    Sobre o autorCidália Lopes

    Cidália Lopes

    Jornalista
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    PRR financia 17 fogos em Cantanhede

    De acordo com o vice-presidente da Câmara Municipal, Pedro Cardoso, que tutela esta área, a Estratégia Local de Habitação de Cantanhede vem dar resposta a um conjunto de constrangimentos, como sejam “o combate às situações de maior precariedade habitacional, a promoção da construção e/ou reabilitação do edificado e o reforço da coesão territorial”

    O Município de Cantanhede assinou, em 2023, um acordo de colaboração com o IHRU – Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana, no qual estão identificadas as soluções habitacionais que o Município se propõe promover, a programação da execução e a estimativa dos correspondentes montantes globais de investimento e de financiamento ao abrigo do 1.º Direito, programa de apoio público à promoção de soluções habitacionais para pessoas que vivem em condições habitacionais indignas e que não dispõem de capacidade financeira para suportar o custo do acesso a uma habitação adequada.

    Em função das necessidades habitacionais das pessoas e dos agregados sinalizados na Estratégia Local de Habitação (ELH) de Cantanhede, o Município propôs-se a promover 26 soluções habitacionais através de aquisição e reabilitação de frações ou prédios para destinar a habitação.

    De acordo com o vice-presidente da Câmara Municipal, Pedro Cardoso, que tutela esta área, a Estratégia Local de Habitação de Cantanhede vem dar resposta a um conjunto de constrangimentos, como sejam “o combate às situações de maior precariedade habitacional, a promoção da construção e/ou reabilitação do edificado e o reforço da coesão territorial”.
    “Este é um caminho que estamos a percorrer de uma forma coerente e consistente, pois o nosso compromisso não é com os números, é com as famílias”, enfatizou o autarca, para quem as novas políticas de habitação “vêm fortalecer o cumprimento do artigo 65.º da Constituição da República Portuguesa” que consagra o direito a habitação condigna para todas as pessoas.

    No que se refere à programação financeira, o acordo de colaboração prevê a execução em quatro anos (2023-2026), com um maior volume de investimento em 2024 e 2025 (cerca de 31% em cada um destes anos), no valor total superior a 6,3 milhões de euros.
    Posteriormente, iniciaram-se os trabalhos conducentes à apresentação de candidaturas a financiamento, cujos contratos de comparticipação executarão esse acordo.

    Para o efeito, foram apresentadas 5 candidaturas (3 na freguesia de Ançã, 1 na União de Freguesias de Cantanhede e Pocariça e 1 na União de Freguesias de Covões e Camarneira) no âmbito do 1.º Direito – Programa de Apoio ao Acesso à Habitação, financiado através do PRR – Plano de Recuperação e Resiliência.

    As intervenções propostas preveem a criação de 17 fogos (que correspondem a 65% do total previsto no acordo de colaboração), para dar resposta a famílias em condições habitacionais indignas identificadas na ELH de Cantanhede.

    A médio prazo, após a conclusão das obras, proceder-se-á à atribuição dos fogos criados ao abrigo do 1.º Direito – Programa de Apoio ao Acesso à Habitação, em cumprimento dos objetivos e prazos estipulados. Em simultâneo e a curto prazo, o Município irá proceder à reanálise do universo das pessoas e agregados abrangidos pelas soluções objeto do presente acordo com o IHRU, de modo a apresentar, se for caso disso, uma proposta fundamentada de atualização do mesmo.

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    Praça e Posto de Turismo de Piódão @Frederico Martinho

    Arquitectura

    Obras nacionais em destaque no EU Mies Award 2024 com visitas acompanhadas

    Assim, no Sábado, dia 4 de Maio, terão lugar as visitas ao Caminho das Escadinhas, em Matosinhos, às 11 horas e, durante a tarde, ao Edifício General Silveira, no Porto. Já no dia 1 de Junho, haverá visita à Praça e Posto de Turismo em Piódão

    No âmbito da edição de 2024 do Prémio Europeu de Arquitectura EU Mies Award, são promovidos eventos, gratuitos, abertos ao público e sem inscrições, em três obras de arquitectura distinguidas, localizadas em Portugal. Assim, no Sábado, dia 4 de Maio, terão lugar visitas às obras seleccionadas Caminho das Escadinhas, em Matosinhos, às 11 horas e ao Edifício General Silveira, no Porto, com três opções: às 15 horas, 16 horas e 17 horas. No sábado, dia 1 de Junho, às 15 horas será a vez da obra finalista Praça e Posto de Turismo em Piódão.

    As três obras fazem parte de um conjunto de 40, seleccionadas de entre 362 nomeadas, localizadas em mais de 30 locais da Europa, e que serão objecto do programa “Out & About. Discovering Architecture. EUmies Awards 2024”, durante dois meses (22 de Abril a 23 de Junho). O objectivo é que todos possam conhecer mais sobre os edifícios e espaços públicos com os seus autores, donos de obra e outras pessoas ou entidades envolvidas.

    Na visita ao Caminho das Escadinhas, Paulo Moreira, o arquiteto que partilha a autoria do projecto com Verkron, explica com alguns convidados, num passeio entre a encosta do bairro do Monte Xisto e a margem do Rio Leça, em Matosinhos, o processo que reuniu uma equipa interdisciplinar de arquitectos, construtores locais, artistas e uma rede alargada de parceiros, para recuperar aquela área para o uso público.

    Também a visita ao Edifício General Silveira, contará com a presença dos arquitectos Tiago Antero e Vitor Preto Fernandes, do ATA Atelier e Entretempos, respectivamente, os autores do projecto, e pelo dono deste edifício de habitação e comércio, que numa conversa darão conta de tudo o que esta obra envolveu.

    Os arquitectos Paula del Rio e João Branco, do atelier Branco del Rio, orientarão, por sua vez, a visita à Praça e ao Posto de Turismo de Piódão, no dia 1 Junho. A propósito desta iniciativa, haverá, ainda, lugar a uma conferência no local, moderada por Nuno Grande e na qual estarão presentes Luís Paulo Costa, presidente da Câmara Municipal de Arganil, Carlos Abade, presidente do Turismo de Portugal, Carlos Ascensão, presidente da Câmara Municipal de Celorico da Beira e da Associação das Aldeias Históricas de Portugal, Dalila Dias, coordenadora da AHP, o professor José Reis e restantes arquitectos.

    A primeira edição do Prémio da Comunidade Europeia para a Arquitectura Contemporânea Mies van der Rohe (EU Mies Award), em 1988, foi ganha pelo banco em Vila de Conde, de autoria de Álvaro Siza Vieira. Desde então, obras de arquitectos portugueses têm estado entre as seleccionadas.

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    Caucasian upset and despair man watching financial and economical reports

    Empresas

    Plataforma Flipai já permite simulação de crédito a 100%

    Esta actualização da plataforma de intermediação de crédito, está alinhada com o programa do Governo, que recentemente anunciou a possibilidade dos jovens, até 35 anos, pedirem o respectivo crédito no valor total do imóvel que vão adquirir

    A plataforma de intermediação de crédito Flipai já permite realizar simulações de financiamento a 100% para jovens até 35 anos, anunciou esta segunda-feira, dia 29 de Abril. Esta actualização no seu simulador de crédito habitação, está alinhada com o programa do Governo, que recentemente anunciou a possibilidade dos jovens, até 35 anos, pedirem o respectivo crédito no valor total do imóvel que vão adquirir.

    “Mais do que intermediários de crédito, a Flipai quer assumir-se como facilitadora de todo o processo de contratação de crédito habitação. Com esta actualização do simulador de crédito, queremos ajudar os jovens a realizarem o sonho de terem a sua própria casa, alinhando as nossas soluções com o mercado”, afirma Miguel Mascarenhas, CEO da Flipai.

    Todo o processo decorre online, via app ou através do site da Flipai. Na primeira simulação o utilizador apenas terá de escolher o tipo de crédito que pretende fazer, preencher o montante global do crédito e prazo de pagamento. Depois será contactado (app, email, WhatsApp, telefone) por um dos especialistas Flipai para compreender melhor as suas necessidades.

    Posteriormente, é pedido que o cliente envie através do site ou app os documentos habitualmente necessários para realizar as simulações de crédito. Em dias, são enviadas ao cliente as várias propostas de crédito. Seguidamente, quando o cliente escolhe a proposta pode ser pedido para encaminhar mais documentos a fim de preparar o contrato de crédito. O último passo é a assinatura do contrato na instituição de crédito seleccionada, fazendo com que, em todo o processo, o cliente apenas se desloque uma única vez à instituição de crédito.

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