Alunos de Harvard estudam frente ribeirinha de Lisboa
Rodolfo Machado, arquitecto norte-americano de origem argentina, veio a Lisboa a convite da FundaçãoLuso-Americana para visitar a cidade com os seus alunos de Harvard para a disciplina de urbanismo. E […]

Filipe Gil
Yasmeen Lari, vence o Prémio Carreira Trienal de Lisboa Millennium bcp
França, Brasil e Suíça lideram procura estrangeira por imóveis no 1º trimestre de 2025
Quatro cenários para o BRT da A5
‘Sousa Martins 17’ reforça aposta no residencial da JM Investimentos Imobiliários
Cegid debate futuro da construção e da logística em evento sobre digitalização e IA
Schneider Electric e Start Campus estabelecem alicerces para a infraestrutura de IA e Cloud em Portugal
De Veneza a Milão: Dois eventos, uma visão transformadora
Libertas conclui urbanização Benfica Stadium; Investimento ronda os 100 M€
Monte da Bica investe 1,5M€ para criar um hotel, dois lagares e uma sala de provas
Remax lança nova app para “optimizar” procura de casa
Rodolfo Machado, arquitecto norte-americano de origem argentina, veio a Lisboa a convite da FundaçãoLuso-Americana para visitar a cidade com os seus alunos de Harvard para a disciplina de urbanismo. E deixou algumas ideias para Lisboa
O arquitecto argentino, naturalizado norte-americano, Rodolfo Machado esteve recentemente em Lisboa com uma das suas turmas de alunos da Universidade de Harvard para uma das disciplinas que lecciona naquela insituição para o departamento de urbanismo. A ideia é estudar a zona ribeirinha de várias cidades no mundo tendo em conta as condições urbanísticas, sociais e económicas das cidades, nesta caso a escolhida foi Lisboa. A visita de Machado foi possível através de um convite da Fundação Luso-Americana e dos arquitectos Bernardo Vaz Pinto e Levy da Costa, do gabinete de arquitectura Lisbon Design Studio.
Machado, em conversa com o Construir, explicou que uma das razões desta visita tem a ver com o estúdio (disciplina) sobre arquitectura e design urbano que lecciona e que desta feita incidiu sobre Lisboa. "Viemos a convite da Fundação Luso-Americana e também dos arquitectos Bernardo Vaz Pinto e Levy da Costa para visitar a capital portuguesa para a disciplina de arquitectura e urbanismo. Todos os anos somos convidados por diferentes cidades para trabalhar sobre elas, o que se torna um desafio permanente e muito interessante", refere. Como revelam os arquitectos do Lisbon Design Studio, este convite foi feito com o intuito de "promover a cidade de Lisboa num âmbito internacional". Depois desta primeira visita, o curso terá a duracção de um semestre onde, no final, os alunos apresentaram as suas conclusões. De acordo com Rodrigo Machado o tema específico deste primeiro exercício, que o trouxe à capital portuguesa, está sintetizado no título: Lisbon European Atlantic Capital e tem previsto uma análise à posteriori do que se passa na cidade. Segundo Machado, que elaborou algumas ideias prévias sobre o objecto de estudo, algumas das suas observações "têm a ver sobretudo com a expansão de Lisboa para a frente marítima e não a tentativa de reiventar a cidade e redesenhar a zona perto do rio Tejo". Machado indicou que do ponto de vista académico é um grande exercício para os alunos já que existe este tipo de relação das frentes marítimas em outras cidades do mundo, como Sydney ou Buenos Aires, por exemplo".
Espaços verdes junto ao rio
"Daquilo que tenho conhecimento está a ver uma estratégia interessante para a frente ribeirinha de Lisboa, aquilo que ouvi pareceu-me bastante interessante", refere o arquitecto. Machado ressalvou, no entanto, que depois de alguns dias em Lisboa pouco mudou das suas apreciações prévias mas sublinhou a falta de espaços verdes junto ao rio: "Vocês têm Monsanto mas fica longe e só é, praticamente, utilizado ao fim-de-semana, e a cidade necessita de espaços públicos, que não as praças, para a vivência dos seus habitantes, talvez uma maneira de vida um pouco mais anglo-saxónica, mas que faz falta a Lisboa".
Outro dos pontos de vista do estudo de Rodolfo Machado compara a situação da capital portuguesa com a capital catalã, Barcelona. Machado ressalva, no entanto que não é nada muito específico nem comparativo entre as duas cidades, "tem a ver com o facto das mudanças que Barcelona sofreu nos anos oitenta que poderão ser utilizadas para pensar na estratégia Lisboa". Machado sublinhou ainda o apreço que tem pela arquitectura portuguesa ressalvando a arquitectura de Siza Vieira e Souto Moura. Sublinhou que a arquitectura portuguesa tem uma personalidade muito própria do qual aprecia. "Tem características únicas e diferentes de outras, o que é importante num mundo globalizado como o que vivemos", concluiu.
Breve curriculum
Rodolfo Machado é professor da disciplina prática de arquitectura e desenho urbano na Harvard University Graduate School of Design. Pertence, igualmente ao conselho do Departamento de Design e Urbanismo. No seu curriculo já elaborou estúdios de design urbano de várias cidades, tais como Dubai, Moscovo, Budapeste, Seoul, Bilbao, Buenos Aires, entre outras. Este argentino de nascença tornou-se cidadão norte-americano. Formado pela universidade de Buenos Aires em 1967, recebeu o grau de Mestre de arquitectura pela Universidade de Berkeley, na Califórnia. Como arquitecto, Machado colaborou com gabinetes em várias cidades norte-americanas antes de se juntar a Jorge Silvetti, em 1974 criado o estúdio de arquitectura Machado e Silvetti. Entre os seus clientes contam-se a Universidade do Arizona, a Universidade Americana de Beirute, a Biblioteca Pública de Boston, entre muitos outros projectos.