Casas construídas nas décadas de 70 e 90 desperdiçam mais energia
A conclusão foi retirada da análise aos cerca de 100 mil certificados energéticos já emitidos pela Agência para a Energia (ADENE)
Lusa
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As casas construídas em Portugal nas décadas de 70 e 90 são as menos eficientes em termos energéticos, revela um estudo sobre eficiência energética e potencial de poupança dos edifícios, ontem apresentado.A conclusão foi retirada da análise aos cerca de 100 mil certificados energéticos já emitidos pela Agência para a Energia (ADENE) e que serviram de base à avaliação "CasA+ Building Codes", desenvolvida por académicos da Manchester Business School."As casas das décadas de 70 e de 90 são particularmente ineficientes. Isto dá-nos algumas indicações sobre o parque habitacional que deve ser privilegiado em termos de actuação para melhorar a eficiência energética", adiantou o coordenador do estudo, Rui Vinhas da Silva.
O documento indica que, das cem mil habitações certificadas, 33 por cento foram classificadas com um C, 25 por cento obtiveram um B e 14 por cento tiveram D.
Os certificados classificam o desempenho energético dos edifícios com etiquetas semelhantes às dos electrodomésticos (de A+, o melhor, a G, o pior) e são obrigatórios para qualquer transacção de imóveis desde Janeiro de 2009.
A pressão urbanística é, segundo o especialista da Manchester Business School, um dos motivos que justifica a falta de eficiência nos edifícios construídos nos anos 70 e 90.
"Nos anos 70 começaram a ser construídos os grandes aglomerados populacionais, houve uma grande pressão urbanística nessa altura com pessoas que começaram a vir para as cidades e criaram-se os 'dormitórios'", exemplificou o investigador.
Rui Vinhas da Silva lembrou ainda que a construção também teve evoluções, nem sempre positivas.
"Antigamente, faziam-se as casas com paredes mais grossas, havia mais tempo e uma certa tradição de construir as casas. A construção acabava por torná-las eficientes. Na altura, nos anos 50 ou 60, nem se falava de preocupações ambientais".
Mas, a partir de 2000, essas questões passaram a ser incorporadas até porque "os próprios construtores começaram a perceber que a eficiência energética era um bom argumento de venda".
As casas mais recentes obtiveram uma classificação energética superior, destacou o investigador.
A Agência para a Energia emitiu 160 mil certificados energéticos até 30 de Setembro e espera chegar aos 500 mil em 2015
Melhorar eficiência da habitação pode custar 3800 euros
Melhorar a eficência energética de uma habitação pode custar 3800 euros, mas permite poupar 40 euros por mês e o investimento pode ser recuperado em oito anos, revela o estudo "CasA+ Building Codes", sobre custos e benefícios da optimização energética, apresentado ontem.
Os dados recolhidos pelos investigadores indicam que a casa certificada típica é um apartamento de tipologia T3, 110 metros quadrados, à qual foi atribuída a classificação energética C (33,2 por cento).
Segundo o coordenador do estudo, Rui Vinhas da Silva, seria necessário investir 3800 euros para que esta "casa média" se tornasse mais eficiente, mas a poupança gerada na factura energética atingiria 40 euros por mês.
"Ao fim de oito anos, o investimento está pago", salientou o especialista da Manchester Business School, acrescentando que "é preciso demonstrar ao consumidor que estes gastos se traduzem em poupança".
Um dos objectivos desta análise, realizada entre Maio e Setembro, era identificar também as principais medidas de eficiência energética que poderiam ser adoptadas.
Entre estas, destacaram-se tecnologias como a energia solar térmica para águas quentes sanitárias e aquecimento central (Portugal tem uma incidência solar de 3000 horas por ano) e os sistemas de isolamento.
"Se as medidas recomendadas fossem adoptadas em 80 por cento dos casos estudados, seria possível gerar uma poupança de 65 milhões de euros. Se fossem aplicadas em apenas metade dos casos, conseguia-se mesmo assim poupar 32 milhões de euros", frisou Rui Vinhas da Silva.