Silva Lopes defende aumento de impostos já em 2011
“Não conseguimos ajustar sem gastar menos. Não conseguimos. O mais importantes cá em Portugal não é ajustar as contas públicas é fazer com que a economia cresça mais”, disse o economista e antigo ministro
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O economista Silva Lopes defendeu esta terça-feira o agravamento dos impostos já em 2011, depois do governador do Banco de Portugal ter alertado para esta possibilidade, considerando mesmo que este aumento devia ter ocorrido este ano.
“Já que não pode ser para 2010, tem de ser para 2011. Eu acho que já devia ter sido um bocado em 2010”, afirmou Silva Lopes quando questionado sobre a possibilidade de existir um aumento dos impostos indirectos nos próximos anos, levantada por Vítor Constâncio.
“Não conseguimos ajustar sem gastar menos. Não conseguimos. O mais importantes cá em Portugal não é ajustar as contas públicas é fazer com que a economia cresça mais”, disse o economista e antigo ministro.
Silva Lopes foi ainda crítico relativamente às dúvidas levantadas sobre o valor do défice orçamental em 2009, apresentado pelo Governo no Orçamento do Estado para 2010, qualificando as críticas da oposição como “uma falta de vergonha difícil de qualificar” e um exemplo de “como a política portuguesa é reles”.
“É uma falta de vergonha difícil de qualificar (.). É uma das manifestações de como a política portuguesa é reles”, disse Silva Lopes, durante a conferência promovida pela Antena 1 e pelo Jornal de Negócios com o tema “O Estado e a competitividade da economia portuguesa”.
O economista criticou também os grandes investimentos públicos, com especial referência para o TGV, considerando que Portugal tem realizado “muitos investimentos que não prestam”.
“Andamos a fazer muitos investimos que não prestam, mas andamos a fazer há muito tempo”, disse.
“Dou o exemplo do Estádio de Leiria, que nunca serviu para nada, e agora ainda têm que o demolir porque não há dinheiro para pagar a manutenção. Se calhar também tem um estudo de viabilidade”, afirmou divertido, em resposta ao ex-ministro das Obras Públicas Mário Lino, que defendeu a alta velocidade e afirmou que os economistas eram contra o investimento.
“Penso que o TGV para o Porto vai ser necessário. Mas penso que se devia adiar, no mínimo cinco anos”, acrescentou Silva Lopes.
Sobre as agências de rating, Silva Lopes considerou que “criticar os mercados não resolve nada” e, reconhecendo que estes não funcionam de modo perfeito, se Portugal se quer financiar nos mercados internacionais tem de se submeter ao modo como estes funcionam.
O antigo ministro considerou ainda que os juros que Portugal vai ter de pagar sobre a dívida pública “são capazes de ser maiores que o crescimento económico” e que se Portugal cumprir a redução do défice para menos de três por cento até 2013 “vai haver um cataclismo político de certeza absoluto”.
“O essencial do ajustamento terá de consistir no controlo muito restritivo da despesa primária. Terá de abranger todas as rubricas da despesa, incluindo não só as despesas com pessoal, mas também as despesas sociais, a aquisição de bens e serviços a terceiros, os subsídios”, explicou.
Para que o caminho seja alcançado, Silva Lopes defendeu um entendimento generalizado entre as forças políticas e uma “melhor repartição dos sacrifícios impostos para pagar a crise”.