Investigadora considera que iluminação artística pode tornar Cais do Ginjal mais atraente
“Instalar ali intervenções artísticas com luz tornaria o espaço vivo, cheio de significado e identidade”, disse Diana Almeida
Lusa
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Uma investigadora do Centro de Estudos Geográficos da Universidade de Lisboa considera que as intervenções artísticas com luz poderiam ser a chave para tornar mais atraente o cais do Ginjal, na frente ribeirinha Norte de Almada.
Este espaço, com pouco mais de um quilómetro e meio de extensão, foi, entre os séculos XVIII e XX, uma zona habitacional, fabril, recreativa e cultural. Hoje está em avançado estado de degradação.
Enquanto o plano de pormenor para reabilitar a frente ribeirinha não é posto em marcha, a autarquia vai investir até 2013 quase três milhões de euros para devolver alguma vida ao cais.
Para a investigadora Diana Almeida, que estudou este espaço, listando problemas e enumerando soluções, a iluminação pode ser uma ferramenta chave: “Instalar ali intervenções artísticas com luz tornaria o espaço vivo, cheio de significado e identidade”, disse à Lusa.
“Uma ideia é precisamente iluminar os guindastes de mar que estão espalhados pela frente de água e recriar os contornos dos edifícios mais marcantes em termos de arquitetura industrial através da luz”, acrescentou, considerando que o cenário seria “único no contexto da área metropolitana de Lisboa”.
Diana Almeida defende que esta solução seria “uma boa forma de embelezar o espaço, cativando visitantes – porque a frente de água seria visível de Lisboa de dia e de noite – e permitiria que aquele território ganhasse novas funções e novas projecções”.
Hoje, acrescenta, “a iluminação é descontinua e pontual e isso não facilita a relação das pessoas com a frente de água”.
Como conclusão da sua tese de mestrado, a investigadora apresenta para a frente ribeirinha Norte de Almada um conceito de “mix funcional”, e explica: “O conceito é muito típico nas intervenções em frentes de água e combina a habitação, escritórios e lazer”.
“Adaptando a expressão inglesa “livability”, trata-se essencialmente de tornar o espaço “vivível” e, através do lazer e da actividade das empresas, criar um dinamismo importante para a vivência territorial diurna e nocturna, seja andar a pé, correr, praticar desportos aquáticos, ir a bares, restaurantes, teatros, museus, galerias, etc”, acrescentou.
Cumprindo isto, argumenta, “a frente de água tornar-se-ia um espaço apetecível para viver, para trabalhar e para as pessoas se divertirem, interagindo com uma envolvente natural”.
A intervenção que a câmara municipal de Almada vai levar a cabo neste espaço até 2013 arranca ainda este ano, com a recuperação da escarpa da arriba, que está em erosão. A autarquia prevê que o cais ganhe uma nova dinâmica no Verão do próximo ano.