Negócios em crescendo na Tektónica de 2010
As expectativas das empresas eram elevadas para a edição de 2010 da Tektónica e o resultado final acabou, de algum modo, por não defraudar as mais de 700 empresas que lotaram a área de exposição da FIL.

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As expectativas das empresas eram elevadas para a edição de 2010 da Tektónica e o resultado final acabou, de algum modo, por não defraudar as mais de 700 empresas que lotaram a área de exposição da FIL. Ainda assim, não deixou de ser notório algum desapontamento pela forma como decorreram os dois primeiros dias de feira, dias coincidentes com a visita do Papa Bento XVI a Portugal e com as maiores limitações de trânsito em Lisboa, ao que acrescem as tolerâncias de ponto. Pelo menos na perspectiva dos expositores. Para o director da Tektónica, a visita do Papa a Portugal “não afectou o nosso numero de visitantes, tendo inclusive esse dia registado um aumento de 10% no seu número. A Tektónica não teve grande oscilação de visitantes tendo todos os dias decorrido dentro daquilo que é a expectativa normal da feira” e que rondou os 65 mil visitantes. Para Jorge Oliveira, “foi muito importante constatar que os expositores saíram satisfeitos da Tektónica 2010 com os contactos e negócios efectuados na FIL. Realce-se o aumento de 16% no número de compradores internacionais que nos visitou apesar das dificuldades causadas pelas cinzas do vulcão que obrigou ao cancelamento de vários voos”. Para aquele responsável “importa salientar que hoje a Tektónica é um evento com várias acções em vários pontos do globo onde as empresas portuguesas são competitivas” lembrando para isso as iniciativas que se realizarão em Outubro em Luanda, o Constrói Angola, ou o Pavilhão de Portugal no SIB de Casablanca, em Marrocos, a organizar em Novembro.
Empresas satisfeitas
Paulo Ferreira, responsável da Schluter, empresa especialista em pavimentos e revestimentos, mostrou-se satisfeito com os resultados da participação na Tektónica, lamentando apenas a escassez de profissionais. “Do ponto de vista da divulgação e do aumento de notoriedade, os valores são positivos, tendo em conta que a empresa é recente em Portugal e que as soluções são soluções técnicas. Relativamente aos visitantes, nota-se a falta do técnico, havendo neste momento o facto de que o particular começa a ganhar muita importância no que diz respeito à construção e selecção dos materiais, o que nos leva a pensar que talvez devessem haver mais dias dirigidos ao cliente particular”. Pela mesma linha alinha Arménio Estima. Para o sócio-gerente da Divilux, se em termos de quantidade o número de visitantes acabou por ser satisfatório, a qualidade merece-lhe algumas reservas. “De uma forma geral e até agora acho que está mais pobre e com visitas menos interessantes, menos técnicos e arquitectos, mais curiosos”. A Horácio Costa, empresa que se dedica a estruturas para tectos, divisórias, fachadas, pavimentos e isolamentos, entende que o balanço do evento acabou por ser positivo. Ao Construir, fonte da empresa sublinha que “o comportamento da feira em termos de visitas foi razoável, interessante e contínuo. Nós estamos num monte de farturas mas as coisas têm corrido bem”. A mesma fonte entende que “os negócios não se concretizam em feira, apenas damos a conhecer os nossos produtos e mostramos às pessoas o que temos. Penso no entanto que há menos afluência e menos procura. Mas é sempre uma feira importante e onde se deve continuar a investir”. Para Carlos Ribeiro, responsável da Arktec, os primeiros dois dias e meio de feira revelaram-se fracos em termos de frequência. Contudo, o engenheiro salienta que “esta feira decide-se nos últimos dias”, e que foi visitado no expositor por profissionais genuinamente interessados nas soluções que esta empresa de software para arquitectura, engenharia e construção tem para proporcionar. A presença na Tektónica, por parte dos responsáveis da Arktec, é anual e representa, para Carlos Ribeiro, “uma forma mais directa de estar com os clientes” e isto é importante para que estes sintam a empresa de uma forma mais pessoal, “sem ser pelo telefone e sem terem de se deslocar aos nossos escritórios”. No campo das expectativas, Carlos Ribeiro é optimista, apesar da parca afluência ao certame. “No ano passado estávamos mais ou menos na mesma situação que estamos este ano, e verificámos um aumento das visitas na sexta-feira e no sábado”, esclarece, apontando para o facto do conceito desta feira não estar “muito bem validado no país”, porque a maior afluência ocorre a partir das 17 horas, o que “prova que os visitantes vêm em horário pós-laboral”. A Coprax é outra das empresas que participa “todos os anos” na Tektónica. “Vamos no terceiro dia e, por norma e por experiência, constatamos que os dois primeiros dias são sempre os mais fracos”, declarou Rui Vergueiro, em jeito de balanço da afluência na feira. Contudo, o responsável da Coprax referiu também que “este ano, os dois primeiros dias foram mais fracos que o habitual”, situação que poderá eventualmente dever-se à visita do Papa à capital. “Para se estar presente nas feiras é necessário ter novidades e, actualmente, o mercado não está muito receptivo a novidades”, aponta Rui Vergueiro, como outro factor que poderá estar por trás da fraca afluência nos primeiros dias do certame. Esta é a segunda presença da Resul na Tektónica e esta aposta deve-se ao facto da empresa passar a ser representante da Baxiroca. “Esta feira é uma boa oportunidade para nos darmos a conhecer como distribuidores da Baxiroca”, refere Hélder Silva, responsável da empresa. À semelhança dos outros expositores, na Resul também se considera fraca a afluência nos primeiros dias, algo que melhorou “a meio da semana”. “As oportunidades de negócio são sempre relativas numa feira, mas temos algumas esperanças”, confessou o responsável da empresa ao Construir, quando questionado relativamente às expectativas de negócio neste certame.
“Em 2009 havia visitantes”
Para Vasco Costa, responsável em Portugal da Profilpas, “o primeiro dia foi uma desgraça, o segundo não foi tão mau mas também não foi nada bom”, acrescentando que “2009 era um ano que se sabia que ia ser muito difícil, haviam muitos espaços vazios, faltava muita gente ao nível de expositores, mas havia visitantes. Este ano acho que está mais composto ao nível dos stands mas perdemos visitantes”. Vasco Costa acrescenta ainda que “a feira é uma acção importante, mas há coisas que dependem dos expositores e coisas que dependem da organização”. Para aquele responsável, “a organização normalmente é má, e digo isto porque posso comparar com feiras internacionais. Por exemplo, ao segundo dia de feira ainda estavam a preparar um stand, eu se fosse visitante não ficava com muito boa impressão de uma feira que se dá a este desplante. Agora a feira é importante, porque é aqui que podemos apresentar novidades, ter contacto com novos clientes, agora tendo em conta o dinheiro que se gasta para estar aqui, não sei se a continuar nesta forma se justificará. É um caso a pensar, e falando com muita gente que já faz esta feira há muito tempo a opinião é a mesma”.