Arquitectura

‘A resposta que o mercado precisa exige este tipo de formação’

Em entrevista ao Construir, Vítor Rodrigues, Business Manager da TÜV Rheinland

Ana Rita Sevilha
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‘A resposta que o mercado precisa exige este tipo de formação’

Em entrevista ao Construir, Vítor Rodrigues, Business Manager da TÜV Rheinland

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Ana Rita Sevilha
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Em entrevista ao Construir, Vítor Rodrigues, Business Manager da TÜV Rheinland e Manuel Carvalhosa, arquitecto e formador do novo curso da empresa, esplicaram o programa e os objectivos da nova formação

O que vai abordar, de uma forma geral,o novo curso de Projecto Sustentável e RCCTE da Academia TUV?

Vítor Rodrigues: Eu começava por fazer uma apresentação. Eu tenho a responsabilidade das áreas das energias na TUV, quer seja a nível técnico ou da academia para a formação. Este curso aparece por necessidades que sentimos no mercado, e o arquitecto Manuel Carvalhosa, que colabora connosco há imenso tempo em várias áreas, desde auditoria a formação e algum apoio técnico, foi a pessoa que nos ajudou a desenvolver este curso, porque ele próprio tem desenvolvido bastante trabalho nesta área, relacionada com os regulamentos e com as necessidades em termos de arquitectura bioclimática e suas novas soluções.

Manuel Carvalhosa: O curso nasceu de facto um pouco por sentirmos que existia uma lacuna ao nível destas novas áreas, quer da parte térmica dos edifícios e da nova regulamentação do RCCTE, quer das novas exigências regulamentares da térmica, fazendo depois a ligação à segurança contra incêndios e à acústica, sempre numa perspectiva do que é a sustentabilidade e o projecto sustentável. Existe de facto um défice em termos de formação de base nas áreas de arquitectura relativamente a estes contextos regulamentares. A formação académica em termos de arquitectura é um pouco mais filosófica, virada para a prática projectual pura, e no fundo o que se pretende é que os profissionais que estão no activo tenham aqui a oportunidade de adaptar a sua prática profissional a estas novas problemáticas, quer regulamentares, quer às questões de sustentabilidade. Os regulamentos técnicos têm evoluído nesse sentido, a nova directiva dos edifícios está também a evoluir no sentido do projecto sustentável, e por isso há que fazer uma actualização dos profissionais que estão no activo no sentido de se adaptarem às novas exigências na sua prática do dia-a-dia.

Então o grande objectivo do curso é colmatar uma falha académica e que por consequência existe no mercado?

Vítor Rodrigues: Exactamente. E servir também como uma actualização profissional. Porque a evolução que tem havido ao longo dos últimos anos, quer dos regulamentos, quer destes paradigmas de sustentabilidade, obriga a que as pessoas que estão no activo tenham uma actualização em termos formativos para se adaptarem a estas novas circunstâncias. Para além das tecnologias emergentes, que o curso também aborda, e nós temos feito uma aposta muito grande em termos formativos à volta das energias renováveis, e dessas tecnologias, que neste curso em concreto também serão abordadas, porque existem várias soluções tecnológicas que devem ser aplicadas e que vai ao encontro do que estava a dizer o arquitecto Manuel Carvalhosa. A evolução tem sido tão rápida que a actualização sobretudo ao nível da arquitectura para conseguir adequar-se aos regulamentos, exigências e também a estas tecnologias, que são soluções para aumentar a sustentabilidade do próprio edifício, é precisa.

E estamos a falar de um curso com quanto tempo de duração?

Vítor Rodrigues: 40 horas. Normalmente os cursos são feitos de forma modular, em que os módulos são dados em regime pós-laboral e em módulos de quatro a oito horas. Neste caso concreto são 40 horas divididas neste sistema de módulos.

Existem pré-requisitos, ou aconselham outros cursos antes de frequentar este?

Manuel Carvalhosa: O curso é muito vocacionado para arquitectos e projectistas. Como é que em termos de conteúdo programático nós temos isto faseado? Começamos com uma introdução à térmica dos edifícios que está muito ligada aos consumos de energia e à sustentabilidade. Depois abordamos esta compatibilização com a parte térmica, segurança contra incêndios e acústica, porque tem implicações em termos da pormenorização construtiva. Temos depois a parte tecnológica com tudo o que é sistemas de energia renováveis, desde o solar térmico aos outros sistemas que estão a começar a aparecer para complementar. Porque é que temos esta parte dos sistemas renováveis e como é que se integram no projecto? Porque a nova directiva e a comunidade está a apontar para a obrigatoriedade por volta de 2020 de chegarmos a um conceito que são os “Near Zero Energy Buildings”, ou seja, chegou-se à conclusão que para ter um “Zero Energy Building”, em termos de preço é muito elevado, mas para ter o quase edifício de consumo zero, com a integração de algumas soluções tecnológicas existentes a nível das energias renováveis e com uma grande aposta na parte térmica dos edifícios, se calhar conseguimos lá chegar com alguma facilidade. Daí a integração desta parte das energias renováveis no curso. Por outro lado, antes desta parte tecnológica estão conceitos da arquitectura solar e bioclimática, que pode parecer um pouco desgarrada da prática projectual, mas que é precisamente o contrário, porque é o que os arquitectos fazem desde que existem, mas que se esqueceram um bocado nos últimos vinte ou trinta anos, e que é no fundo adaptar o projecto ao local, em termos não só de integração com a envolvente mas também especialmente com a integração em termos do ambiente local. São conceitos que sempre estiveram muito ligados à arquitectura, porque não são mais do que tirar partido do sol e do ambiente quando se está a fazer a concepção do projecto. É pensar como vamos tirar partido da radiação solar e da temperatura exterior dos locais, para de forma passiva reduzir ao máximo a necessidade de colocar equipamentos que consomem energia para atingirmos níveis de conforto no interior dos edifícios. Depois temos também uma última parte, do projecto sustentável, que fala do que é a sustentabilidade nos edifícios e de como temos que analisar um edifício para perceber se é sustentável ou não. Isto parte não só dos consumos imediatos e daquilo que se gasta na construção, mas também tem que ver com os próprios materiais e a sua origem. Para além disso devemos fazer a análise do ciclo de vida dos edifícios, desde a origem dos materiais, passando pela fase do projecto, da construção e também pela utilização que é a mais importante de todas. Quando projectamos um edifício fazemo-lo para durar 50 ou 100 anos e para analisar a sustentabilidade desse edifícios temos de analisar todo o seu ciclo de vida. Esta análise é muito importante, porque é durante a utilização que estão cerca de 80 a 85% dos consumos de energia e de água. Portanto, tudo o que for racionalizado na fase de projecto de forma a reduzir consumos de energia e de recursos durante a fase de utilização tem um impacto brutal no ciclo de vida dos edifícios, e a noção de sustentabilidade tem que abranger todo este ciclo, e portanto daí nós termos estas noções introduzidas no curso. Quando estamos a falar destes “Near Zero Energy Buildings”, falamos de edifícios que quase não precisam de energia para serem utilizados, e a aposta é realmente essa. Se um edifício em termos passivos estiver bem pensado, em termos de métodos construtivos, de adaptação ao local, ao clima, e à exposição solar, já conseguimos que seja um edifício pouco consumidor de energia. E se aí adicionarmos alguns sistemas de produção de energias renováveis, se calhar com alguma facilidade conseguimos que o edifício chegue a este “Near Zero Energy Buildings”, ou dependendo do que o cliente ou promotor quiser, ser um edifício que produz mais energia do que a que consome.

No programa fazem também referência à parte de reabilitação e recuperação urbana. E se estivermos a falar de um edifício existente que não foi bem pensado tendo em conta os conceitos de que falou?

Manuel Carvalhosa: A reabilitação e a recuperação urbana são muito importantes especialmente no contexto europeu em que nos inserimos, porque a população europeia está mais ou menos estabilizada e no nosso caso ainda mais. Portanto, nós não temos necessidade de expandir áreas urbanas, ou seja, não temos necessidade de construir novo, porque inclusivamente o que se fez nos últimos 15 anos foi inundar o mercado da habitação de novos edifícios, e o que temos hoje é excedentes em termos de necessidade. NO que diz respeito à construção nova, como se viu, tem de se cumprir novos regulamentos e novas exigências e por isso é fácil. Mas efectivamente o que temos mais são edifícios existentes, e precisamos de tratar esse património. E nesse sentido, a redução de energia a nível nacional só se consegue se intervirmos no património existente, porque o novo tem um impacto residual. Portanto, a especificidade desse património existente é muito importante, bem como a maneira como vamos tratá-lo, e esse é o nosso mercado em termos de futuro, os projectistas vão ter cada vez mais trabalho nesta área da reabilitação porque estivemos nos últimos vinte anos a deixar cair aquilo que existia, sem fazer manutenção e a ver edifícios a degradarem-se brutalmente. Aqui temos um campo de trabalho muito grande, que tem duas vertentes: a da recuperação que aborda os edifícios que ainda podem ser recuperados; e temos aqueles edifícios que não têm recuperação possível e que têm de ser demolidos. Portanto, esta área é muito mais ampla e importante do que à primeira vista pode parecer, e só pode ser estudada e intervencionada caso a caso, dependendo das patologias e utilizações a dar a cada edifício.

E se estivermos diante de um edifício passível de ser recuperado, mas que está mal pensado em termos dos conceitos de que falámos até aqui. Qual é a solução?

Manuel Carvalhosa: No caso da reabilitação, e se falarmos dos materiais que vamos aplicar, temos de ter aqui várias noções. Primeiro temos de saber o que vamos retirar do edifício, se é passível de ser reciclado ou não e qual o destino que vamos dar a esses resíduos. Depois quais os materiais que vamos aplicar. Por outro lado temos de ter em conta quais as patologias que o edifício tem, as existentes e a maneira de as tratar para não as agravar, porque se a intervenção for mal feita podemos estar a agravar patologias existentes, e só depois desta análise partimos para o projecto. É claro que aqui há muita coisa a fazer e por vezes os edifícios mais antigos, em termos de comportamento térmico têm algumas vantagens ou desvantagens que a equipa projectista tem de saber tirar partido. Por exemplo, existem edifícios com 100 anos que tem um método construtivo de qualidade, por isso dizia que tem de ser visto caso a caso, e tem de ser visto de forma independente, não pode existir uma receita. Para além disso ainda temos o caso do património, de como intervir em edifícios classificados, em que não podemos fazer isolamentos pelo exterior, ou aplicar algumas das tecnologias que temos ao dispor. Embora exista no programa apenas um módulo referente a reabilitação e recuperação urbana, este é um assunto que é abordado ao longo de todo o curso.

Vítor Rodrigues: Um pouco respondendo à sua questão de à pouco, as outras áreas que não sejam as de aplicação de energia solar térmica ou fotovoltaica e as afectas às questões regulamentares, aparecem aqui para dar o mote às soluções e obrigatoriedades que existem. Em relação a outras formações complementares, aconselhamos a frequentar, nós temos por exemplo uma formação em RCCTE que é direccionada para que o formando possa depois ir à Adene e se qualificar como perito. No âmbito das energias é exactamente a mesma situação, ou seja, damos aqui uma ideia daquilo que se pode fazer em termos de soluções mas temos outros cursos para aprofundar essas temáticas. Até porque, como dizia o arquitecto, se intervimos mal estamos a piorar as patologias que os edifícios já têm, e se não soubermos aplicar estas soluções temos o exemplo dos anos oitenta em que se aplicou muita sucata de solar térmico. Há aqui um misto, mas o enfoque não é nem nas soluções nem no regulamento, porque isso será uma formação mais específica, o enfoque é mesmo na reabilitação e nas soluções de arquitectura solar e bioclimática.

O que esperam que um formando seja capaz de fazer no final do curso?

Manuel Carvalhosa: Espero que saiam daqui despertos para estas novas realidades e para estes novos paradigmas. Nós pretendemos que o curso seja muito prático, para os formandos poderem aplicar no seu dia-a-dia de projecto. Portanto esperamos dar-lhes ferramentas para quando chegarem ao fim do curso, nos projectos que irão desenvolver tenham as noções de como é que devem pensar cada projecto dentro deste âmbito da térmica e da sustentabilidade.

Que mais-valias retira a TUV da Academia e destes cursos?

Vítor Rodrigues: Normalmente a TUV, e esta é uma prática que já vem da Alemanha, associa a Academia às áreas que desenvolve a nível técnico, e temos várias intervenções a esse nível. Desde serviços no âmbito do RCCTE a sistemas de certificações que andam à volta destas questões dos edifícios mais ecológicos e sustentáveis, nomeadamente no Eco-Turismo. Todo este know-how em sistemas de gestão que vamos desenvolvido a nível ambiental e a nível de sustentabilidade pode ser transposto para estes cursos e vice-versa. É uma forma de ter contacto com as turmas, os formandos e várias situações de projecto e de obtermos mais formação e conhecimento para depois aplicarmos nos serviços técnicos que temos vindo a oferecer aos nossos clientes. Uma das apostas fortes da TUV em Portugal é o turismo, já temos variadíssimos eco-hóteis, já temos alguns casos de sucesso, existem outros projectos a preparar.

Esta é uma formação validade pela Ordem dos Arquitectos. Que importância tem isso?

Manuel Carvalhosa: É bastante importante, e é uma coisa que queríamos desde o início. Para já é uma mais-valia para os formandos que estão inscritos na Ordem e para os que se querem acreditar na Ordem, e por outro lado é reconhecimento da mais-valia que este curso pode ter para os seus membros. Ao fazer esta validação do curso, a Ordem no fundo está a dar indicações aos seus membros que este curso como está montado é válido e importante.

Essa validação juntamente com o início da conversa em que disse que o curso apareceu para colmatar uma falha no mercado, leva a crer que a vossa análise ao desempenho dos nossos técnicos nesta área não é a melhor…

Manuel Carvalhosa: Aqui temos de ver o contexto dos últimos anos. Em Portugal, infelizmente até ao ano passado havia uma regulamentação que permitia que a maior parte dos projectos que foram feitos não fossem feitos por arquitectos. O 73/73 foi feito num contexto em que realmente havia falta de arquitectos, e fazia sentido para que o mercado pudesse dar resposta às solicitações. Mas isso deixou de fazer sentido e essa regulamentação continuou em vigor. Acontece que a maior parte dos projectos de arquitectura dos últimos vinte anos não foram feitos por arquitectos. Obviamente que parte dos problemas que temos ao nível da qualidade da construção deriva desse facto.

Vítor Rodrigues: As exigências são também completamente diferentes. Hoje em dia aquilo que os regulamentos para a construção exigem é talvez do mais exigente a nível europeu, coisa que não se passava aqui há uns anos atrás, e daí a necessidade de dar esta formação e de a Ordem dos Arquitectos a validar e reconhecer a sua importância.

Em termos de formação faz mais sentido introduzir estas temáticas na formação académica, ou serem feitas neste modelo, posteriormente à componente universitária?

Vítor Rodrigues: Penso que neste momento a resposta que o mercado precisa exige este tipo de soluções, mas com certeza que devem ser enquadradas no âmbito académico para que evoluam naturalmente. No entanto, a exigência actual não permite que o mercado esteja à espera que as universidades dêem a resposta no seu tempo. Portanto, nesta fase acho que este tipo de formação é mais importante do que a académica, não descurando que as academias deverão começar desde já a considerá-las.

Manuel Carvalhosa: E depois, para além disso tudo, é fundamental seja em que profissão for, que uma pessoa se esteja sempre a actualizar, não podemos pensar que quando acabamos a formação superior saímos a saber tudo. A evolução é muito grande, e as exigências são cada vez maiores.

Sobre o autorAna Rita Sevilha

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Yasmeen Lari, arquitecta paquistanesa galardoada com o Prémio Carreira 2025
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Yasmeen Lari, vence o Prémio Carreira Trienal de Lisboa Millennium bcp

A arquitecta que quer construir um milhão de casas, a paquistanesa Yasmeen Lari é a vencedora do Prémio Carreira Trienal de Lisboa Millennium bcp. A Trienal de Arquitectura de Lisboa anuncia ainda os finalistas do Prémio Début

CONSTRUIR

A arquitecta paquistanesa Yasmeen Lari foi galardoada com o Prémio Carreira 2025 Trienal de Lisboa Millennium bcp. A sua carreira, que abrange mais de seis décadas, é um poderoso testemunho do papel que a arquitectura pode desempenhar na melhoria das condições de vida das pessoas, desafiando a desigualdade, resistindo ao colapso ecológico e construindo um futuro mais justo.

“A arquitectura tem de mudar se quiser continuar a ser relevante. O nosso trabalho não é apenas para pessoas ricas; as comunidades pobres de todo o mundo precisam de bom design, porque tem um valor ainda maior para elas. É por isso que penso que o meu trabalho é reconstruir vidas: criar “escadas de saída da pobreza” renunciando ao controlo do processo através da co-construção e da co-criação. Fazemo-lo partilhando conhecimentos e mobilizando aldeias – uma aldeia de cada vez.”, defende Yasmeen Lari

Nascida em 1941 no Paquistão, Lari estudou Arquitectura em Oxford. Depois de se formar, regressou ao seu país de origem e fundou o seu próprio atelier, tornando-se a primeira mulher arquitecta do Paquistão.

Após uma carreira de sucesso desenvolvida a partir do seu atelier em Karachi, Yasmeen Lari afastou-se do seu gabinete de arquitectura em 2000 para se focar na Heritage Foundation of Pakistan, dedicada à preservação e promoção da arquitectura local, sustentável e vernacular. Na sequência de um terramoto devastador em 2005, Lari voltou a expandir a sua prática, abraçando o que descreve como uma “acção humanitária humanista” da base para o topo – e reescrevendo o papel da arquitectura contemporânea, especialmente em áreas profundamente afectadas por crises sociais e climáticas.

Em resposta às inundações catastróficas que atingiram o Paquistão em 2022, Yasmeen Lari comprometeu-se a ajudar a construir mais de um milhão de casas, guiada pela sua filosofia dos “quatro zeros”: zero carbono, zero resíduos, zero doadores e zero pobreza. Atingir este objectivo sem depender de quaisquer donativos, filantropia ou ajudas financeiras externas, reforça ainda mais o valor único do trabalho de Lari.

Yasmeen Lari estará presente nos dias de abertura da Trienal 2025, que se realiza 02 a 04 de Outubro, para participar numa conferência pública e receber o troféu dos Prémios Trienal de Lisboa Millennium bcp, desenhado por Álvaro Siza e fabricado a partir de resíduos de mármore de Estremoz.

Da Tailândia ao México, os cinco finalistas do Prémio Début
No mesmo comunicado a Trienal de Arquitectura de Lisboa anuncia os finalistas do Prémio Début Trienal de Lisboa Millennium bcp: cinco ateliers emergentes cuja prática chamou a atenção do júri. Da Tailândia “Bangkok Tokyo Architecture”, do México “Palma”, “ReSa Architects” da Índia, “Robida Collective” de Itália e da Suíça “TEN”.
As equipas finalistas, oriundas de três continentes, apresentarão o seu trabalho durante um evento público nos dias de abertura da Trienal 2025 (02 a 04 de outubro), onde será conhecido o atelier vencedor.

A edição de 2025 recebeu 75 candidaturas elegíveis. Para além dos finalistas, a shortlist de 20 nomes integrava os ateliers: Atelier Local, Portugal; Avneesh Tiwari, Índia; Balsa Crosetto Piazzi, Argentina; Banga Coletivo, Angola; BeAr Arquitectos, Espanha; Estúdio Flume, Brasil; Exutoire, Vietname; Indalo World, África do Sul; JQTS, Portugal; Juan Campanini – Josefina Sposito, Argentina; Juliana Godoy, Brasil; kera, Geórgia; NUA arquitectures, Espanha; Parabase, Suíça; RC Architects, Índia.

O júri dos Prémios Début e Carreira é formado pelos arquitectos Inês Lobo, Lígia Nobre, Samia Henni, Sandi Hilal e Yuma Shinohara.

Os três Prémios Trienal de Lisboa Millennium bcp – Début, Carreira e Universidades – visam promover uma arquitectura mundial inovadora, reconhecendo quem a faz. Desde a investigação transdisciplinar desenvolvida em ambiente académico, aos talentos emergentes e às práticas estabelecidas.

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França, Brasil e Suíça lideram procura estrangeira por imóveis no 1º trimestre de 2025

Sylvia Bozzo, marketing manager do Imovirtual, reforças que “a procura internacional não se limita apenas a reformados ou investidores. Uma parte significativa das visualizações vem de utilizadores em idade activa, o que indica um interesse crescente em residir ou trabalhar em Portugal”

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O mercado imobiliário português continua a atrair o interesse de utilizadores internacionais, sobretudo de países com forte ligação à diáspora portuguesa.

De acordo com dados do Imovirtual, no primeiro trimestre de 2025, em especial no segmento de arrendamento e nas faixas etárias mais jovens, os dados revelam que a procura imobiliária continua a ser fortemente impulsionada por países como França e Brasil, com uma média de procura de 16% e 15%, respectivamente. Também a Suíça (11%) e Espanha(10%)  mantêm um interesse significativo, reflectindo o papel ativo da comunidade portuguesa e de perfis de investimento nestes mercados.

“Os dados mostram que a procura internacional não se limita apenas a reformados ou investidores. Uma parte significativa das visualizações vem de utilizadores em idade activa, o que indica um interesse crescente em residir ou trabalhar em Portugal de forma estável, reforçando o país como destino de vida e não apenas de lazer ou investimento”, destaca Sylvia Bozzo, marketing manager do Imovirtual.

Relativamente à faixa etária mais activa na procura internacional foi a dos 25 aos 34 anos, representando cerca de 31% das pesquisas, seguida pelos utilizadores dos 35 aos 44 anos, com 23%.

Quanto à finalidade da pesquisa por utilizadores internacionais, a compra continua a representar a maioria das visualizações (67,83%), face aos 32,12% da procura para arrendamento. Entre estes utilizadores, este padrão repete-se, com a compra a registar um peso ligeiramente superior (+2%), demonstrando o contínuo interesse do público estrangeiro em investir no mercado português.

Em termos de tipologias mais procuradas pelos estrangeiros os T2 continuam a liderar com 32,38% das visualizações, seguidos dos T3 (22,56%) e T1 (19,08%), reforçando a preferência por casas com dimensões equilibradas. Esta distribuição mantém-se praticamente inalterada quando analisada a procura nacional.

Com base nestes indicadores, o Imovirtual destaca o crescente papel do público internacional no dinamismo do mercado nacional, tanto no segmento de compra como no de arrendamento. Esta tendência reflete não apenas o interesse em investir em Portugal, mas também pode indicar o regresso de portugueses emigrados que procuram habitação no seu país de origem.

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Quatro cenários para o BRT da A5

As autarquias de Cascais e Oeiras querem criar um Bus Rapid Transit (BRT) que ligue ambas as autarquias ao centro de Lisboa. A ideia não é nova, mas o primeiro estudo está concluído apontando quatro opções de percurso

Ao longo dos últimos meses a hipótese de construção de um Bus Rapid Transit, ou BRT, que ligue os municípios de Cascais e Oeiras ao centro da cidade de Lisboa, tem sido apontado como uma solução para contornar os problemas de tráfego que milhares de pessoas sofrem diariamente sem outra solução que não seja a A5, a marginal ou a linha de caminho de ferro da CP.

Mais do que uma ideia, a infraestrutura integra as diferentes estratégias de mobilidade urbana de ambos os concelhos da área metropolitana de Lisboa. De acordo com uma publicação do município de Cascais “os estudos já realizados, enquanto solução de transporte mais próximo das residências dos cidadãos e com um acesso directo ao centro de Lisboa, a criação dos BRT seria uma forma de responder às necessidades proporcionando um aumento da oferta do transporte público e, ao mesmo tempo retirando pressão às actuais ligações a Lisboa (A5, marginal e linha de comboio)”.

Numa conferência sobre mobilidade realizada no final de Abril o presidente do munício de Cascais, Carlos Carreiras, sublinhou que “Cascais e Oeiras estão alinhados numa estratégia comum, que é a solução BRT na A5”, sublinhando que a solução iria resolver o problema de coesão do território e os congestionamentos na A5, principal acesso rodoviário que mantém as características iniciais, não obstante o crescimento da população nos dois concelhos. Por dia perto de 100 mil veículos usam esta via, sendo uma das que regista maior tráfego a nível nacional.

As vias para chegar a Lisboa
Um estudo de viabilidade preliminar para introduzir um corredor de BRT entre Cascais e Lisboa, atravessando o município de Oeiras, considerou quatro cenários, os quais acompanham os dois traçados já existentes e que fazem a ligação a Lisboa: a A5 e a linha de caminho de ferro, junto à costa.

O primeiro cenário proposto não é bem um BRT mas considera “a oferta de transporte público rodoviário em torno do corredor da Linha de Cascais, com paragens junto às estações de comboio”. Num segundo cenário, foi estudada a viabilidade de criação de um canal BRT a terminar em Sete Rios, acompanhando a A5 e IC15 de Cascais até Lisboa, passando por Oeiras. Neste caso, e de acordo com a notícia do jornal municipal de Cascais, o estudo considera a manutenção da Linha de Cascais com o reforço da sua vocação turística.

A terceira hipótese estudada propõe a criação de um BRT até à Gare do Oriente que, à semelhança da anterior utiliza o corredor A5/IC15 de Cascais, passando por Oeiras, até Lisboa, “sendo que os serviços com origem em Cascais passam a ter acesso directo ao Colégio Militar / CC do Colombo, Campo Grande, Aeroporto e Gare do Oriente”. Tal como no outro cenário a Linha de Cascais viria reforçada a sua vocação turística.

Por último, foi considerada também de criação de um BRT no espaço da Linha de Cascais, em substituição do serviço ferroviário.

Segundo a mesma notícia entre as opções mais viáveis em termos de custo/benefício estará a opção de criação de BRT até à Gare do Oriente, desde que o novo corredor inclua a oferta de um “bom” serviço de transporte público aos parques empresariais de ambos os concelhos. Este cenário iria ainda beneficiar “do corredor de transporte público em sítio próprio que está a ser pensado pela câmara municipal de Lisboa para a 2.ª Circular. Este cenário é o que apresenta um maior potencial de procura, estimando-se que possa vir a transportar cerca de 23,9 mil passageiros por dia.

 

Sobre o autorManuela Sousa Guerreiro

Manuela Sousa Guerreiro

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‘Sousa Martins 17’ reforça aposta no residencial da JM Investimentos Imobiliários

O edifício, cuja requalificação começou em Fevereiro de 2024, deverá estar concluído em Novembro deste ano. A MAP Engenharia é responsável pela execução da obra e a comercialização, em regime de exclusividade, é da Portugal Sotheby’s International Realty

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O empreendimento “Sousa Martins 17”, localizado numa das zonas “mais nobres” da capital. no eixo entre o Marquês de Pombal, o Saldanha e a Avenida da Liberdade, é o mais recente projecto da JM Investimentos Imobiliários, reconhecida pela gestão de unidades hoteleiras de referência como o Hotel da Baixa e o Blue Liberdade Hotel.

O “Sousa Martins 17” será comercializado, em regime de exclusividade, pela Portugal Sotheby’s International Realty.

“Este é um projecto que reúne todos os elementos que os nossos clientes mais exigentes procuram: uma localização privilegiada, uma arquitectura distinta e acabamentos de excelência. O “Sousa Martins 17” vem consolidar a oferta premium no centro de Lisboa, sendo uma oportunidade única para quem valoriza a combinação entre sofisticação e autenticidade”, sublinha Duarte Marques, director de Empreendimentos da Portugal Sotheby’s International Realty.

Assinado pelo arquitecto Miguel Esteves, este novo empreendimento conjuga a reabilitação de uma fachada clássica com interiores modernos e sofisticados. O projecto oferece 10 apartamentos T3, com áreas a partir de 158 metros quadrados (m2) e distribuídos por seis pisos, todos com varandas ou terraços e estacionamento privado. No último piso, destaca-se uma penthouse única com 285 m2. No piso térreo, existe, ainda, uma loja com 205,63 m² e um logradouro, reforçando a vivência urbana e a valorização do espaço envolvente.

O edifício, cuja requalificação começou em Fevereiro de 2024, deverá estar concluído em Novembro deste ano, com escrituras previstas para o primeiro trimestre de 2026. A MAP Engenharia é responsável pela execução da obra.

Os acabamentos incluem materiais como madeira de carvalho, pedra mármore branco Ibiza e pedra Lioz. Todos os apartamentos foram desenhados com orientação solar nascente/poente e privilegiam a luminosidade natural e a funcionalidade dos espaços.

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Cegid debate futuro da construção e da logística em evento sobre digitalização e IA

Impacto da Inteligência Artificial no setor da construção e nas cadeias de abastecimento são temas em destaque de “Construção&Logística 5.0”, evento que reúne players de referência do sector

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A Cegid, soluções de gestão empresarial na cloud para profissionais das áreas financeira (tesouraria, fiscalidade e ERP), Recursos Humanos (processamento salarial e gestão de talento), Contabilidade, Retalho e Empreendedorismo vai organizar a 14 de maio a 2.ª edição do evento “Construção & Logística 5.0”, nas instalações da Associação Empresarial de Portugal (AEP) para debater o futuro dos sectores da construção e da logística, num cenário de digitalização em que a Inteligência Artificial (IA) é preponderante.

Em debate vão estar os principais desafios enfrentados pelos sectores da Construção e da Logística na era da conectividade e da Inteligência Artificial através de mesas redondas com empresários de referência em ambos os sectores, como Diogo Barbot, director de estratégia da Barbot ou Paulo Portela, administrador da Vialsil, entre outros gestores que irão partilhar as suas experiências, receios e expectativas decorrentes dos grandes avanços tecnológicos e seu impacto na gestão. A sessão irá contar também com a intervenção da vice-presidente da direcção da Associação Portuguesa de Logística, APLOG, que irá partilhar a sua visão sobre o papel da tecnologia na transformação da Supply Chain.

Esta é a segunda edição do evento Construção & Logística 5.0, uma iniciativa organizada pela Cegid para promover o debate, partilhar experiências entre a principal massa critica do sector, e disseminar conhecimento que possa contribuir para acelerar a digitalização dos sectores da Construção e Logística, dois sectores que se encontram em pleno crescimento, e, portanto, em momento de reflectir sobre estratégias que garantam um crescimento sustentável fortalecido pela máxima eficiência operacional.

Josep Maria Raventós, director executivo da Cegid para as pequenas e médias empresas e escritórios de contabilidade (SMB&CPA) em Portugal e África, considera que “atravessamos um momento muito positivo para estes sectores, em que o negócio se encontra em expansão e, por essa razão, é importante saber aproveitar as oportunidades e consolidar as bases para um crescimento sustentável, duradouro e sólido, através de tecnologia inteligente suportada por inteligência Artificial, capaz de potenciar a eficiência interna e a rapidez e rigor na tomada de decisões, um factor absolutamente primordial nesta economia acelerada em que vivemos”.

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Schneider Electric e Start Campus estabelecem alicerces para a infraestrutura de IA e Cloud em Portugal

A Start Campus estabeleceu uma parceria com a Schneider Electric para o SIN01. Alimentado por energia 100% renovável, o SIN01 utiliza os serviços de Data Center, energia, software e consultoria da Schneider Electric para criar um alicerce sustentável e energeticamente eficiente para a computação acelerada

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A Schneider Electric, estabeleceu uma parceria com a Start Campus para fornecer e operar a sua instalação SIN01 de 26 megawatts (MW) em Sines.

A instalação SIN01, em operação desde o quarto trimestre de 2024 e o primeiro edifício do campus de 1.2 gigawatts (GW) da Start Campus, utiliza um conjunto abrangente de soluções do portefólio EcoStruxure for Data Centers e Sustainability Services da Schneider Electric para estabelecer novos padrões de referência para cargas de trabalho resilientes e sustentáveis para clusters de IA, Cloud e computação acelerada por GPU.

A inovadora instalação, construída num terreno industrial reaproveitado nas proximidades de uma central eléctrica desactivada, foi projectada para proporcionar eficiência energética inigualável. Ao tirar partido de dados inteligentes das soluções de infraestrutura conectada da Schneider Electric e dos insights em tempo real possibilitados pelo software EcoStruxure da Schneider Electric, a empresa é capaz de alcançar níveis inigualáveis de eficiência operacional, fiabilidade e escalabilidade no SIN01.

“A visão da Start Campus para criar um dos maiores hubs de Data Centers de IA na Europa é algo sem precedentes, e para nós é uma honra ter colaborado com eles, trazendo toda a nossa experiência em Data Centers, edifícios, energia e indústria para ajudar a estabelecer os alicerces do SIN01,” comentou Jordi Garcia, VP secure power & services, iberian zone da Schneider Electric. “Esta nova porta de entrada digital não apenas vai atrair mais investimento e inovação na região, como também permitirá aos fornecedores de hiper escala e Cloud tirar partido da capacidade de Data Centers líder mundial para alimentar a sua infraestrutura de IA de forma sustentável.”

Infraestrutura segura, escalável e preparada para a IA
No coração da instalação SIN01, a Schneider Electric forneceu um conjunto completo de soluções que são digitalmente optimizadas para todo o ciclo de vida do Data Center. Estas incluem componentes como as fontes de alimentação initerrupta (UPS Galaxy VX da Schneider Electric, quadros eléctricos sem SF6 – eliminando assim a utilização de gases nocivos com efeito de estufa –, sistemas de distribuição eléctrica de média e baixa tensão com monitorização térmica, e outras infraestruturas adicionais implementadas nas áreas de alta densidade (white space) e nas áreas técnicas (grey space).

As soluções EcoStruxure Buildings Management (BMS), Energy Management, Power Monitoring Expert (PME) e Planon da Schneider Electric oferecem inteligência em tempo real e capacidades de automação, juntamente com medidas avançadas de cibersegurança, garantindo o cumprimento de elevados padrões de disponibilidade, eficiência e fiabilidade. Tudo isto é suportado por um acordo de serviços personalizado da Schneider Electric Services que inclui monitorização remota, gestão de activos, manutenção 24/7 e a presença de engenheiros de campo dedicados nas instalações.

“Na Start Campus, estamos empenhados em criar as bases para a próxima geração de infraestruturas digitais sustentáveis e preparadas para a IA. A energia é um dos recursos mais críticos na infraestrutura digital atual. No entanto, não se trata apenas de ter acesso, mas de a gerir de forma eficiente, inteligente e sustentável em grande escala. A nossa colaboração com a Schneider Electric transforma a nossa forma de operar, integrando tecnologia energética de classe mundial e visibilidade em tempo real sobre todos os níveis da nossa infraestrutura”, afirmou Robert Dunn, CEO da Start Campus.

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Credito imagem Nuno Moreira. Modulo Residência de Estudantes
Construção

De Veneza a Milão: Dois eventos, uma visão transformadora

O dstgroup, presidido por José Teixeira, pretende marcar uma presença disruptiva e estratégica na Bienal de Arquitectura de Veneza e na Trienal de Milão, assumindo-se como dinamizador de um novo pensamento internacional para o sector da construção

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Com participação nestes dois eventos, a Bienal de Veneza que inaugura este Sábado, dia 10 de Maio, e a Trienal de Milão que abre três dias depois, o grupo português propõe uma nova cultura construtiva, com ambição de manifesto europeu, inspirada num modelo social inclusivo e comprometido com a coesão urbana, ecológica e comunitária.
Na Bienal de Arquitectura de Veneza, o dstgroup apoia o projecto “Obra Aberta” da Santa Sé, comissariado pelo Cardeal José Tolentino de Mendonça.

Trata-se de uma intervenção simbólica e concreta num bairro popular veneziano, onde o restauro de uma estrutura existente, um altar do século XVIII, se torna ponto de partida para uma reflexão profunda sobre reuso, partilha e regeneração. O trabalho de restauração ocorrerá dia após dia, sob os olhos do público. Além disso, um papel especial foi reservado à música: muitos espaços serão dedicados a jovens músicos de Veneza e de todo o mundo que visitarão o Pavilhão

Esta presença liga-se à encíclica Laudato Si’, do Papa Francisco, e convoca uma “nova inteligência colectiva” sobre os lugares que habitamos.

Três dias depois, a 13 de Maio, o dstgroup apresenta na Trienal de Milão, dois módulos de construção industrial integrados na exposição “Inequalities” da Fundação Norman Foster.
Estes protótipos traduzem um novo paradigma construtivo, que funde a precisão da produção industrial com a expressão poética da arquitectura de autor.

“Esta nossa presença em Itália tem subjacente o desejo de voltar a ter alguém com um pé na lua para o sector da construção, pois acreditamos que é tempo de lançar um novo movimento europeu — quase um novo Bauhaus — que coloque a arquitectura ao serviço da dignidade humana, da sustentabilidade e da justiça social”, defende José Teixeira.

Reusar. Reconciliar. Reimaginar
A presença do dstgroup nestes dois fóruns de referência internacional dá corpo a um conceito-chave: “reusar”. Não apenas materiais ou estruturas, mas ideias, espaços, tradições e soluções que valorizem o que já foi construído, física e simbolicamente. O reuso é aqui motor de uma nova urbanidade, inclusiva e criativa, que resgata os valores comunitários e integra práticas industriais sustentáveis com pensamento social urbano.

Ao contrário da estandardização despersonalizada, o modelo industrial do dstgroup propõe uma “nova gramática” da construção: modular, acessível, rápida, mas profundamente humana e estética, ou seja, uma abordagem revolucionária que reconcilia eficiência e beleza, escala e singularidade, acessibilidade e excelência.

“Não erguemos meras estruturas. Criamos espaços que elevam a experiência humana enquanto honram os limites planetários”, destaca José Teixeira. Esta visão, já em desenvolvimento no campus do dstgroup em Braga, onde o próprio Norman Foster desenha uma microcidade, o Living Lab, posiciona o dstgroup como referência internacional na construção sustentável, capaz de influenciar políticas públicas, práticas de mercado e modelos académicos.

A Fundação Norman Foster, liderada por Norman Foster, foi convidada a participar na Trienal devido ao seu compromisso com a promoção do pensamento e da investigação interdisciplinar, ligando arquitectura, design, tecnologia e artes para melhor servir a sociedade. Entre as exposições de destaque organizadas pela fundação estão a Exposição Osvaldo Borsani na Trienal de Milão (2018), Motion. Autos, Art, Architecture no Museu Guggenheim (2022), e a Exposição Norman Foster no Centre Pompidou (2023).

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Unique Benfica
Imobiliário

Libertas conclui urbanização Benfica Stadium; Investimento ronda os 100 M€

O Unique Benfica fecha “com chave de ouro” a intervenção e urbanização que o Grupo tem vindo a fazer nesta zona da cidade desde 2007. Com conclusão prevista para o final do mês de Maio, já só restam seis unidades T3 para venda do total de 38 apartamentos

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A promotora imobiliária Libertas está prestes a ultimar o empreendimento Unique Benfica, em Lisboa, um projecto que fecha “com chave de ouro” a intervenção e urbanização que o Grupo tem vindo a fazer nesta zona da cidade.

O Unique Benfica é o último projecto da urbanização Benfica Stadium que teve início em 2007 e que inclui, também, o Lux Terrace, o Lux Garden, o Lux Prime e o Upon Lisbon são alguns dos outros empreendimentos desta zona residencial de Lisboa, também assinados pela Libertas, a par do Upon Lisbon, que comprovam o sucesso da aposta nesta localização privilegiada e central na cidade.

Com um investimento de cerca de 100 milhões de euros, a Libertas conclui, assim, em frente ao Estádio da Luz, em Benfica, 435 fracções habitacionais, 129 apartamentos turísticos e dois silos automóveis públicos com capacidade para 600 viaturas, com uma área de construção total de 65 mil metros quadrados (m2).

“O Unique Benfica é a última oportunidade para viver num espaço especial, moderno e com todas as comodidades, num bairro orgulhosamente consolidado com a nossa actuação, ao longo de quase duas décadas, desde o início das obras de urbanização. Queríamos mesmo fechar com chave de ouro e, para isso, tínhamos de apostar num projecto “Unique”, uma chancela de qualidade a que a Libertas já habituou os seus clientes, e o mercado em geral, nos projectos que detêm esta marca distintiva e de qualidade reconhecida”, afirma Pascal Gonçalves, administrador do Grupo Libertas. E acrescenta: “Dentro de portas, este projecto é mesmo muito especial para toda a nossa equipa, já qualquer outro player dificilmente o teria conseguido concluir, dado termos iniciado antes da crise financeira do subprime, que levou à falência da maioria das empresas promotoras portuguesas de grande dimensão”.

Com conclusão prevista para o final do mês de Maio, o Unique Benfica, assinado pelo atelier ARX Portugal, do arquitecto José Mateus, conta sete pisos e tipologias T1 a T4, com áreas que vão dos 70 aos 220 m2. Do total de 38 apartamentos, restam, neste momento, apenas seis unidades T3 para venda.

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Monte da Bica investe 1,5M€ para criar um hotel, dois lagares e uma sala de provas

Sob a liderança de Manuela Pinto Gouveia, a herdade prepara-se para investir mais de 1,5 milhões de euros destinados à construção de um Boutique Hotel, de novos lagares de pisa a pé e uma sala de prova

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O Monte da Bica, adega boutique situada no coração do Alentejo, na zona de Montemor-o-Novo, inicia um novo capítulo da sua história que remonta há mais de 100 anos. Sob a liderança de Manuela Pinto Gouveia, que tem como missão elevar o Monte da Bica a referência de sucesso e sustentabilidade, tanto a nível florestal e agrícola como de turismo, a herdade prepara-se para investir mais de 1,5 milhões de euros destinados à construção de um Boutique Hotel, de novos lagares de pisa a pé e uma sala de provas.

“Estamos a dar início a uma nova fase deste projecto de alma portuguesa e tão profundamente alentejana: o Monte da Bica. Temos um novo website com loja online, nova imagem e novas referências de vinhos, irreverentes e audazes como sempre, que continuam a desafiar convenções e a elevar a percepção dos vinhos da região”, afirma Manuela Pinto Gouveia, proprietária do Monte da Bica. “Contamos também com uma nova adega, uma adega-galeria com exposições regulares e novas experiências para quem nos visita. Ainda este ano abriremos dois lagares de pisa a pé – queremos fazer toda a vinificação em casa – e uma sala de provas. Em 2027, concretizamos um sonho antigo dos meus pais: o hotel. Queremos recuperar a hospitalidade da casa, criar uma experiência imersiva e ajudar a fixar gente e talento na região criando oportunidades de emprego”, acrescenta.

Desde 1919, a família Pinto Gouveia orgulha-se de ser proprietária desta herdade, conhecida pela sua longa tradição na produção de cortiça e cereais. Com cerca de 350 hectares de terra, o Monte da Bica é hoje um modelo de gestão sustentável e diversificado, com actividade em áreas como a cortiça, pinhão, eucalipto, mel, sementes e pecuária. Desde 2016 dedica-se também à produção de vinhos, combinando tradição e inovação, com a primeira vinha a ser plantada em 2005.

A empresa está ainda a iniciar os primeiros passos rumo à internacionalização, com planos para começar a exportar ainda em 2025 para mercados como Angola, Irlanda, Brasil, Canadá e Espanha. A estratégia de crescimento inclui também a abertura de novos canais de distribuição e a formação de novas parcerias de negócio.

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Remax lança nova app para “optimizar” procura de casa

Desenvolvida com tecnologia 100% portuguesa, a nova app destaca-se pela integração de virtual staging com Inteligência Artificial (IA) e um interface intuitivo, pensado para oferecer uma experiência rápida e descomplicada ao utilizador

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Tendo como objectivo proporcionar a cada utilizador “uma forma mais simples e eficaz de encontrar o imóvel ideal, a Remax lançou uma nova aplicação móvel. Desenvolvida com tecnologia 100% portuguesa, esta nova ferramenta “inteligente, rápida e inovadora” que promete “transformar o processo de compra e arrendamento” de imóveis.

Segundo Beatriz Rubio, CEO da Remax Portugal, “a tecnologia faz parte do dia a dia dos profissionais da marca, que sempre investiu em soluções tecnológicas certas, pelo que o lançamento da nossa nova app representa mais um passo estratégico na transformação digital. Procurar casa pode ser simples, rápido e até divertido. Com esta nova plataforma digital, colocamos o poder da tecnologia ao serviço das pessoas, é como se tivessem um consultor imobiliário no bolso e que as irá ajudar a encontrar a sua próxima casa.”

Disponível para download em dispositivos iOS e Android, a nova app da Remax pauta-se por um conjunto de funcionalidades pioneiras no mercado nacional, nomeadamente a inovação tecnológica, desde logo porque a aplicação integra virtual staging com Inteligência Artificial (IA). Outro dos destaques é a interface intuitiva, através de uma navegação simples e fluida, pensada para oferecer uma experiência rápida e descomplicada ao utilizador.

Notificações inteligentes, com os utilizadores a receberem alertas sempre que surgem imóveis que correspondem às suas preferências, pesquisa no mapa, permitindo desenhar directamente no mapa a área de interesse, possibilitando assim maior controlo a quem utiliza, e acessibilidade e inclusão, com a app a estar disponível em seis idiomas (português, inglês, espanhol, francês, alemão e italiano), ideal para clientes internacionais, são outros dos pontos em evidência na nova app Remax.

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