Dúvidas sobre concurso da Terceira Travessia em Dezembro
O CEO da Mota-Engil mostra-se cauteloso sobre a viabilidade de o Governo poder vir a abrir novo concurso para a terceira travessia do Tejo dentro de seis meses.

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O CEO da Mota-Engil mostra-se cauteloso sobre a viabilidade de o Governo poder vir a abrir novo concurso para a terceira travessia do Tejo dentro de seis meses. Depois de o primeiro-ministro José Sócrates ter assegurado, em entrevista à RTP que o concurso avançaria caso houvesse uma maior estabilidade dos mercados, Jorge Coelho mostrou-se prudente. “Não estou a ver como é que os mercados vão recuperar em seis meses”, defendeu Jorge Coelho num encontro promovido pela Associação Comercial de Lisboa e que juntou também o presidente executivo da Soares da Costa, Pedro Soares. Jorge Coelho, que chegou a ser ministro das Obras Públicas do último Governo liderado por António Guterres, considera também que o País passa uma imagem de quem não sabe o que quer do futuro. “O País tem de saber o que quer. O que temos assistido nos últimos tempos é a um conjunto de decisões que dão a imagem do País como um todo e em que parece que estamos numa fase em que ninguém sabe o que quer para o futuro. Temos um problema de finanças público para resolver e de um momento tudo fica arredado para tratar dessa matéria”, refere. O responsável acrescenta no entanto que prefere umas finanças públicas equilibradas a ganhar uma ou duas obras de grande dimensão “chamem-se terceira travessia ou não” lembrando que isso é fundamental para que as empresas se preparem para os desafios a médio prazo.
Peso excessivo da construção
O CEO da Soares da Costa, que lidera o consórcio que vai ser responsável pela construção do troço de alta-velocidade entre Poceirão e Caia, admite que “o sector da construção atingiu um peso excessivo na economia do País” mas que neste momento não há qualquer outra alternativa. “Acabando-se com este modelo de desenvolvimento do País há que acautelar que há alternativas, que não há, e quais as implicações de se adoptar outras medidas”. O CEO da Soares da Costa admitiu esta quarta-feira que o interesse do agrupamento Elos em participar no concurso que o Governo vier a abrir para o troço do projecto de alta-velocidade para ligar Lisboa ao Poceirão se mantém. À margem do almoço debate promovido pela Associação Comercial de Lisboa e que juntou também o CEO da Mota-Engil, Pedro Gonçalves admite que apesar de a decisão ter de ser discutida com as outras empresas que integram o consórcio, “quase que seguramente lá estaremos”. O presidente executivo da Soares da Costa clarificou ainda que o BPI abandonou o consórcio antes mesmo da assinatura do primeiro contrato, que formalizaria a adjudicação do troço Poceirão-Caia ao agrupamento Elos, alegando “alterações das condições de mercado para não avançar para o financiamento do projecto. Pedro Gonçalves lembrou também que a entrada do BPI no agrupamento foi tardio e que à parte da banca que inicialmente fazia parte do consórcio era constituída pela Caixa Geral de Depósitos e pelo BCP. Pedro Gonçalves durante o debate sublinhou também que o contracto assinado contempla apenas o processo de construção e de manutenção, pelo que a anulação do concurso para o troço Lisboa-Poceirão não é prejudicial tendo em conta a diminuição do número de passageiros.
Empresas ganham obra em Moçambique
Num terreno que há poucos anos era uma floresta de eucaliptos dos arredores de Maputo o consórcio Mota Engil e Soares da Costa promete colocar “toda a sua nova engenharia” para dar a Moçambique uma aldeia olímpica. Apesar “do tempo curto dado à obra”, 13 meses, o representante da Mota-Engil no empreendimento, José Zilhão, manifestou à Lusa a “convicção” de que será possível concluir até Junho de 2011 o projecto de 136 edifícios e 848 apartamentos. Além dos apartamentos para os X Jogos Africanos, a realizar em Setembro de 2011, a primeira vez em Moçambique, serão também edificados um pavilhão multiusos, uma piscina olímpica e outra para treino, um campo de ténis e um campo de treino para futebol. As partidas de futebol serão disputadas no Estádio Nacional, que já está em fase final de construção na mesma área. O recinto tem capacidade para 35 mil espectadores e custou mais de 40 milhões de euros, financiados pelo Governo chinês. No espaço, de 15 hectares, haverá ainda uma sala de conferências, uma sala para o gabinete técnico, uma praça para as bandeiras e uma outra para as refeições. Enquanto a futura aldeia olímpica não passa das maquetas projectadas na sexta feira para os presentes na cerimónia de lançamento da primeira pedra, o Bairro do Zimpeto mantém ainda o convívio entre eucaliptos e as poucas casas de construção simples erguidas no local, a pouco mais de cinco quilómetros do centro de Maputo. “Não temos em Portugal uma aldeia como a que será erguida aqui, em termos de aglutinação de tantas estruturas desportivas com tanta polivalência, mas isto é só um quarto do que foi feito em Lisboa para o Euro”, sublinhou o representante da Mota-Engil.