‘Estamos a evoluir satisfatoriamente’
João Leitão, country manager ibérico da Betafence, fala dos resultados da empresa em 2009 e garante que mesmo em condições difíceis registou-se um aumento no número de encomendas

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João Leitão, country manager ibérico da Betafence, fala dos resultados da empresa em 2009 e garante que mesmo em condições difíceis registou-se um aumento no número de encomendas
Que avaliação faz da Betafence até ao momento?
Já se sabe que 2009 foi um ano complicado, já o esperávamos e resulta de uma crise que se prolonga já desde 2008. Houve uma retracção do mercado que aconteceu sobretudo no primeiro semestre desse ano. Combinado com essa crise houve também uma quebra muito grande das matérias-primas e o nosso produto tendo uma forte componente de aço também teve essa dificuldade acrescida. Houve alguma retracção dos distribuidores e dos próprios projectos, esperando por uma inversão da tendência o que não aconteceu. Foi um ano complicado. Assistimos a uma melhoria no final de 2009 que continua a manifestar-se em 2010, apesar de a crise se manter, e temos vindo a ter um aumento considerável do número e valor de encomendas face a 2009. Em suma, temos sabido ultrapassar as dificuldades e novamente com bons resultados operacionais, não só a nível Ibérico como a nível global da Betafence no seu conjunto.
Em que assenta essa melhoria que diz se verificar neste início de 2010?
Sinceramente creio que resulta do mau começo do ano de 2009. Houve uma retracção e um pânico generalizado das empresas em tomar decisões de investimento que se foram diluindo ao longo do ano mas que tinham de ser feitos. Essas decisões foram tomadas no final de 2009 e no início de 2010. Para além de alguns sintomas de melhoria da economia, que vinham sendo revelados, de facto esta é uma tendência que se mantém em 2010, a de se avançar para alguns projectos apesar de neste momento não se ver, nem na economia espanhola nem na economia nacional, sintomas de grande melhoria. O que é certo é que registámos um primeiro trimestre bastante superior em termos de facturação face ao apurado em 2009, até porque no primeiro trimestre de 2009 houve situações muito complicadas.
Estes períodos mais conturbados coincidem também com a nova linha de actuação da Betafence em Espanha, agora designada Betafence Project. Que balanço faz da implementação desta estratégia?
De facto há dois anos estabelecemos uma nova estratégia de ser a Betafence a coordenar e projectar as obras directamente com as construtoras e isso foi feito em parceria com a Vedicerca, o nosso maior parceiro em Portugal. Apesar de toda a situação negativa, sobretudo em Espanha onde os indicadores de actividade mostram sinais preocupantes e que desde 2008 chegam a -50%, a verdade é que estamos a evoluir muito satisfatoriamente. Mais do que duplicámos a facturação e ultrapassámos o orçamento inicial. Temos um plano a cinco anos e no segundo ano tínhamos valores que foram superados em 50%. Isso deve-se ao facto de a empresa ser nova e ao facto de a nova metodologia de actuação estar a ser muito bem recebida pelos nossos clientes, sejam construtores ou projectistas.
Estas quebras de mercado em que medida é que alteraram a estratégia da empresa em Espanha?
Estamos a focar mais a questão de especificar os nossos produtos junto de quem decide os materiais que são colocados numa obra. Isso implica uma atenção maior junto dos arquitectos, gabinetes especializados de engenharia ou promotores de obra, sejam eles públicos ou privados. Fazemos um trabalho bastante intenso no sentido de convencer quem decide de que o nosso material é o mais indicado para as suas necessidades. De facto temos vindo a ter resultados bastante promissores e há indicadores de crescimento na ordem dos 100% em termos de introdução de soluções nossas face ao registado em 2009. Os cálculos são feitos pelo número de obras em que há soluções Betafence no total de obras existentes. Este esforço que temos feito de prescrição e de introdução nos cadernos de encargos é o que nos vai permitir depois quando as obras são lançadas conseguir com que os nossos materiais sejam instalados. Temos materiais de grande qualidade mas apresentam um valor maior que o da concorrência, logo tem de ter uma aceitação maior.
O que vos torna competitivos nos dias que correm tendo em conta esse incremento de preço?
Nas nossas propostas existem alguns vectores a considerar. Apresentamos uma evidente qualidade-preço e por isso temos de dar valor correspondente ao preço de mercado. A qualidade divide-se em alguns segmentos como sejam o design, que tem a ver com a harmonia dos nossos produtos no meio ambiente, dado que é uma vedação que está em ambientes públicos; existe a questão da rigidez e segurança, onde garantimos um robustez importante; e por fim a durabilidade e os custos de manutenção. Se uma vedação tem uma durabilidade de 10 anos terá um custo de manutenção inferior ao de uma solução que apresente uma durabilidade de 3 ou 4 anos e é essa a questão fundamental. Em primeiro temos uma gama alargada, que permite uma escolha de acordo com os tipos de projecto. Uma vedação para uma prisão não é a mesma que uma solução como a que vendemos para a Metro do Porto.
Em que soluções apostam neste momento?
Neste momento estamos a apostar em sistemas integrados. Queremos ser uma empresa de “total solution provider”, ou seja, apresentarmos ao mercado uma solução total, que não tenha a ver apenas com o aspecto físico como também tudo o que está associado a um dispositivo de segurança, como sistemas electrónicos, sistemas eléctricos. Além disso, temos vindo a alargar a gama de produtos já existentes e que apresentam cada vez maior segurança. Na área residencial estamos a apostar em sistemas cada vez mais versáteis que permitem ao próprio cliente decidir o tipo de design que quer. Estamos também a apostar numa nova gama de portões residenciais. No fundo, a evolução do mercado está no alargamento das gamas existentes com um reforço da segurança. Um dos produtos que tem sido introduzido com sucesso em Portugal é gama Nylofor 3D Super, um produto baseado no 3D mas com uma rigidez acrescida. Esse produto tem sido um êxito em Portugal. Tudo o que seja parques de campismo da Orbitur ou Inatel têm sido equipados com estas soluções. E temos sentido que apesar das dificuldades do mercado temos conseguido, no nosso portfólio, cada vez maior percentagem de produtos com valor acrescentado superior e vemos que o mercado está a ir nesse sentido.