Papel da ficção nas práticas urbanas em debate em conferência em Lisboa
A conferência, que decorrerá na Fundação Calouste Gulbenkian e no Museu de Eletricidade, está associada à Trienal de Arquitectura de Lisboa 2010
Lusa
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O impacto da ficção na arquitectura vai ser o tema central de uma conferência internacional que trará a Lisboa, entre terça e quinta feira, oradores como Alberto Manguel e Colin Fournier.
Esta 1ª Conferência Internacional sobre Arquitectura e Ficção é uma iniciativa conjunta dos arquitectos Pedro Gadanho, da associação cultural Centro Cultura Urbana Contemporânea (CUC), e de Susana Oliveira, da Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa.
A conferência, que decorrerá na Fundação Calouste Gulbenkian e no Museu de Eletricidade, está associada à Trienal de Arquitectura de Lisboa 2010, que começa esta semana com a inauguração de três exposições na capital.
O tema da conferência é “Once upon a Place – haunted houses & imaginary cities”, dirigindo-se essencialmente a arquitectos, historiadores, investigadores, artistas e escritores.
“Já existia uma relação entre a arquitectura e o cinema e a literatura, mas nos últimos dois ou três anos temos assistido a um grande debate sobre a crescente importância da ficção como motor de desenvolvimento dos projectos de arquitectura”, comentou Pedro Gadanho em declarações à agência Lusa.
Pedro Gadanho tem vindo a colaborar com uma editora em Amesterdão para lançar os livros “Beyond, Short-stories on architecture & city after the contemporary” sobre esta relação entre ficção e arquitectura.
“Em forma literária ou visual, em registo narrativo ou experimental, a ficção impõe-se enquanto o modo como, simultaneamente, a mente humana reflete a sua condição e redesenha as suas perspectivas. É aí que a ficção intersecta a natureza da arquitectura e da conceção urbana”, explicou.
O crescente interesse e debate em torno deste tema explica-se, segundo o arquitecto, “pela situação de crise económica mundial”.
Numa altura de restrições financeiras, “à medida que se vai parando a construção, a arquitectura volta-se para o pensamento, para a produção de ideias”.
Neste contexto mundial, Pedro Gadanho considera que o futuro passará cada vez mais pela “reciclagem das cidades, e uma crescente intervenção dos arquitectos para informar e resolver os problemas dos cidadãos que tenham a ver com a arquitectura e urbanismo”.
Além do escritor e ensaísta argentino Alberto Manguel, a conferência internacional em Lisboa contará também com, entre outros convidados, o arquiteto inglês Colin Fournier, o autor de banda-desenhada François Schuiten (Bélgica), o escritor/argumentista Benoît Peeters (França), o professor de arquitectura lituano Kazys Varnelis, a artista visual Ângela Ferreira e o escritor Gonçalo M. Tavares.
Os oradores vão falar sobre as histórias que os espaços e edifícios contam, as ligações entre arquitetura e literatura, o impacto do design e construção na criação do mundo, e até que ponto a ficção nos dá a conhecer o urbanismo do futuro.
Pedro Gadanho indicou que já surgiram 150 inscrições para a conferência, uma forte indicação do interesse suscitado pela iniciativa que poderá ter continuidade nos próximos anos.