Empresários defendem que “crédito às empresas é essencial”
Também para o presidente da AICEP – Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, Basílio Horta, o “crédito” é um dos elementos estruturantes que pode ajudar as empresas a aumentar as exportações
Lusa
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O crédito às empresas é essencial para que as exportações continuem a crescer, numa altura em que o Estado não tem margem para aumentar os incentivos fiscais, disseram à agência Lusa Henrique Neto e Basílio Horta.
“As empresas exportadoras portuguesas não têm recursos financeiros próprios e estão a trabalhar no limite da rentabilidade. Se por qualquer razão o sistema financeiro reduzir o financiamento muitas vão à falência”, afirmou à Lusa o empresário Henrique Neto.
Para o histórico socialista a liquidez é essencial quando a maioria das 18 mil empresas exportadoras são Pequenas e Médias Empresas (PME) que estão “a lutar pela sobrevivência”.
O aumento dos custos dos factores de produção, como a energia e as telecomunicações, e a forte concorrência internacional, que leva à redução de preços para manter a competitividade, são exemplos apontados pela “situação difícil” das exportadoras portuguesas.
Neste sentido, Henrique Neto defendeu, ainda antes de saber das medidas aprovadas na quarta-feira em Conselho de Ministros, a criação pelo Governo de linhas de crédito a encomendas firmes para todos as empresas exportadoras, estendendo uma iniciativa que foi anunciada no início de Dezembro para o sector dos moldes.
“Tenho defendido a criação de linhas de crédito às encomendas firmes das empresas exportadoras, tal como já foi feito no tempo de Miguel Cadilhe como ministro das Finanças. Ou seja, uma empresa recebe uma encomenda de uma entidade estrangeira e o banco financia a execução da encomenda”, explicou.
Também para o presidente da AICEP – Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, Basílio Horta, o “crédito” é um dos elementos estruturantes que pode ajudar as empresas a aumentar as exportações.
Quanto aos incentivo fiscais, Basílio Horta lembra que “numa altura de controlo do défice orçamental, é preciso ter cuidado porque não podemos diminuir a receita fiscal”, afirmou à Lusa, numa posição partilhada por Henrique Neto, para quem neste momento “não é possível aguentar” políticas fiscais como a redução de IRC.
Ainda assim, Basílio Horta tem uma posição mais optimista, recordando que Portugal tem feito grandes progressos no sector exportador.
“Este ano, 2,7 por cento do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deve-se às exportações. Se a construção civil e as obras públicas não tivessem tido um desempenho negativo, embora atenuado, nós teríamos até agora um crescimento superior a 2,5 por cento e isto assenta obviamente nas exportações”, disse.