Portas quer “trânsito rápido” para empresários nos PALOP
“É preciso convencer um conjunto de países e persuadi-los de que todos têm vantagem nesta circulação mais rápida e neste tratamento mais eficiente do mundo empresarial, do ponto de vista dos vistos”, defende o ministro dos Negócios Estrangeiros
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O Ministro do Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, defendeu a criação de um visto que permita o “trânsito rápido” para empresários na Comunidade dos Países de Língua (CPLP).
“Hoje, muitos países pedem a Angola para fazerem com o seu país um acordo de vistos semelhante ao que existe com Portugal. Nós queremos ir mais longe. Queremos que os empresários tenham um trânsito rápido no mundo CPLP”, revelou o governante em Leiria, no encerramento da 2.ª Conferência Portugal Global, promovida pela Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP).
Paulo Portas admitiu estar ciente de que “isto não se faz de um dia para o outro”, uma vez que “é preciso convencer um conjunto de países e persuadi-los de que todos têm vantagem nesta circulação mais rápida e neste tratamento mais eficiente do mundo empresarial, do ponto de vista dos vistos”.
Num discurso marcado pelo elogio na aposta na diplomacia económica deste Governo, o ministro afirmou estar “bastante contente pelos primeiros sinais muito interessantes” após a criação “dos chamados `vistos gold`”, que, frisou, “vão ser um sucesso em Portugal”, seguindo uma estratégia de “ligar a política de vistos com investimentos em Portugal”.
Perante uma plateia de empresários, o governante garantiu que “nos mercados europeus há muita gente a fazer perguntas sobre como pode investir o tal milhão de euros para o nosso sistema financeiro, em que termos é que pode adquirir propriedades não inferiores a meio milhão de euros ou como pode complementar os seus projectos de investimento que criem pelo menos 30 postos de trabalho”.
Tudo para assegurar o “acesso ao chamado `visto gold`, uma autorização de residência que tem um dos regimes mais competitivos do mundo”, salientou, lembrando que “Portugal não só deve tratar muito bem as empresas portuguesas que, com todas as dificuldades arriscam e exportam, como também deve tratar bem os investidores estrangeiros que querem estabelecer-se no país”.
Da parte da manhã, o presidente da AICEP dissera à Lusa que deverão ser concretizados nos próximos meses, em Portugal, investimentos de 500 milhões de euros em projectos maioritariamente estrangeiros.
“Os 500 milhões de euros são de algum investimento nacional e muito de investimento estrangeiro” oriundo da Alemanha, França, Finlândia, Estados Unidos da América, Japão, Espanha, Brasil, Holanda, Angola e Suíça, em sectores como a indústria, agricultura, turismo, farmacêutica e imobiliário, especificou Pedro Reis.
O presidente da AICEP garantiu ainda à Lusa que “esses 500 milhões adicionais estão em fase adiantada de negociação com os promotores” e que a AICEP já está munida de mandatos negociais emanados do próprio Governo.
“Acredito que grande parte se possa materializar nos próximos meses e possa significar investimento em Portugal (…) completamente vocacionado para a exportação”, frisou.