Certiel alerta: “90% dos acidentes com origem eléctrica provocaram incêndios”
Existem em Portugal “cerca de 3,9 milhões de habitações cujas instalações eléctricas são antigas e que provavelmente estão degradadas”
Pedro Cristino
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Um estudo elaborado pela Certiel concluiu que “cerca de 93% dos acidentes com origem eléctrica provocaram incêndios no primeiro semestre de 2012”.
Os dados deste estudo revelam ainda que, dos 82 acidentes com origem eléctrica registados de Janeiro a Junho de 2012 – mais 22,4% dos registados no mesmo período do ano passado – 39% resultaram em mortos ou feridos.
O objectivo deste estudo consiste, segundo Pedro Caroço, director técnico da Certiel, em “consciencializar as pessoas para a segurança eléctrica”. “Temos vindo a desenvolver este estudo há ano e meio, se bem que cada vez mais vamos afinando a pesquisa e analisando mais fontes, para que nos aproximemos o mais possível da realidade”, acrescentou.
Segundo este responsável, “o conceito de segurança eléctrica não está bem enraizado no país”, sendo mesmo “descurado”. “Talvez porque a energia eléctrica é um bem de uso comum e não nos apercebemos que pode, de facto ser perigosa se não tivermos os cuidados necessários. Impõe-se por isso alertar, e é isso que a Certiel pretende com este estudo”, concluiu o director técnico da associação certificadora de instalações eléctricas.
A associação alerta também para a “desadequação das instalações eléctricas mais antigas às exigências de conforto acutais”. “Na altura da construção, não foram previstos os elevados consumos de energia actuais, associados à utilização de diferentes electrodomésticos como forno, arca frigorífica, aparelhos de climatização, máquinas de lavar e secar”, entre outros, conforme refere Pedro Caroço, afirmando que estes equipamentos “exigem muito da instalação eléctrica, pelo que, se ela não for concebida de forma adequada, poderá ser insegura e ineficiente”.
O mesmo responsável frisa que se estima que existem em Portugal “cerca de 3,9 milhões de habitações cujas instalações eléctricas são antigas e que provavelmente estão degradadas” e salienta que “a inovação exige-nos instalações eléctricas capazes e de qualidade”.