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    Arquitectura

    “Esta não é uma candidatura de continuidade”

    Em entrevista ao CONSTRUIR, Teresa Novais explica as razões da sua candidatura e as linhas gerais da mesma

    Ana Rita Sevilha
    Arquitectura

    “Esta não é uma candidatura de continuidade”

    Em entrevista ao CONSTRUIR, Teresa Novais explica as razões da sua candidatura e as linhas gerais da mesma

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    Foram os  graves problemas que afectam a classe que motivaram a candidatura de Teresa Novais aos Orgãos Nacionais da Ordem dos Arquitectos. Em entrevista ao CONSTRUIR, a arquitecta fala sobre os problemas, as ansiedades e as expectativas da classe, à luz das linhas gerais da sua candidatura.

    Esta é uma candidatura de continuidade com o que foi feito no último triénio?
    Não, esta não é uma candidatura de continuidade, pretendemos uma mudança no modo como a Ordem se posiciona institucionalmente, os tempos que vivemos assim o exigem. A Ordem é uma instituição nova, e foi obrigada recentemente a alterar os seus estatutos, o que pode ter condicionado o mandato que agora termina, virando-se para o interior e para a relação entre Órgãos. Mostrou-se, talvez por isso, pouco interveniente ou operativa, afastando-se ainda mais dos arquitectos e da sociedade.
    O nosso desafio é político e de afirmação pública, temos de transformar a O.A. na referencia para a Arquitectura que o País, os cidadãos e os Arquitectos precisam.
    Numa situação pós crise onde a actividade da arquitectura e da construção foram das mais afectadas, precipitando uma desregulação da profissão, neste próximo mandato é urgente promover o valor acrescentado da arquitectura.
    Temos de atingir o espaço político e mediático para combater a degradação do exercício da Arquitetura, alertar para a precaridade instalada, questionar os modelos e condições da encomenda, que constituem os principais desafios da profissão.
    Nesse sentido esta é uma candidatura de ruptura, sem que com isso se renegue ou menospreze todo o trabalho que as anteriores direcções da O.A. alcançaram. A equipa que se construiu em torno desta candidatura procurou um equilíbrio entre experiência e renovação, incluindo arquitectos que já participaram na vida da Ordem e arquitectos que o fazem pela primeira vez.

    Nas últimas eleições houve uma abstenção que rondou os 92%. Acha que existe uma classe mais participativa hoje?
    São os graves problemas que afectam a classe que motivam esta candidatura, queremos acreditar que estes problemas serão mote para uma maior participação dos Arquitectos nas eleições. No entanto, aqueles que foram mais afectados pela crise acabam por abandonar a profissão e o vínculo á O.A. ou suspendem a sua inscrição e, consequentemente, a participação nas eleições.
    Por outro lado, existem duas situações que alteram o panorama actual face ao registado nas últimas eleições. Encontramo-nos hoje perante um processo eleitoral com várias listas a concorrerem, situação que não se verificou então. Acreditamos que o debate entre propostas diferentes irá motivar o debate e potenciar a participação.
    Finalmente, a implementação do voto electrónico irá facilitar a participação eleitoral, logo temos todos os motivos para crer que os Arquitectos serão muito mais participativos a decidir o seu destino.
    Mesmo assim, face aos números actuais, mesmo que a participação triplique, ou quadruplique, será ainda um primeiro passo para inverter a tendência de afastamento do processo de eleição dos órgãos da O.A.. Acreditamos que é esse aumento da participação que nos irá permitir representar os Arquitectos no próximo mandatos dos órgãos nacionais da O.A.

    Quais os problemas da e na profissão que considera mais urgentes?
    O exercício da profissão de arquitecto vive actualmente um paradoxo: por um lado, a sociedade celebra a excelência da Arquitectura portuguesa, por outro, não lhe reconhece valor social ou económico. Os serviços do Arquitecto são vistos como um custo e não como um investimento na geração de património e riqueza futura.
    Esta visão, aliada às consequências da crise económica degradam o exercício e prática da profissão, contribuindo para a precariedade dos Arquitectos. A degradação da remuneração dos serviços do Arquitecto é uma das principais consequências desta situação, tendo chegado a situações verdadeiramente insustentáveis que urge combater.
    Esta situação não afecta apenas os Arquitectos. Afecta os demais projectistas, Engenheiros, Engenheiros Técnicos e Arquitectos Paisagistas, também, mas ela afecta os cidadãos e o desenvolvimento do país pois face às actuais condições de remuneração destes técnicos, o desenvolvimento dos seus serviços é seriamente limitado, e isso tem consequência graves.
    O corrente investimento na Reabilitação, seja ela do edificado, seja do espaço público e do ordenamento do território, e que constitui actualmente o motor do sector da construção, são fundamentais para garantir a sustentabilidade da profissão, o desenvolvimento do país e a maximização dos investimentos públicos e privados, e importa uma acção da O.A. para que os arquitectos sejam intervenientes centrais nos processos de Reabilitação urbana e do território.
    Urge igualmente que os serviços de Arquitectura passem a estar disponíveis para todos os cidadãos. É necessário democratizar a reabilitação, apoiando as populações carenciadas que não têm possibilidade de contratar serviços de Arquitecto, nomeadamente em processos de reabilitação, legalização, etc. À semelhança dos advogados oficiosos, propomos a criação da Bolsa dos Arquitectos Oficiosos para democratizar o direito à Arquitectura.
    Estas são as urgências principais, por causa disso temos de alterar o presente de degradação da profissão e construir um futuro mais resiliente e sustentável.

    O que urge mudar no presente e como olha para o futuro da prática em Portugal?
    A nossa proposta é fruto de uma reflexão participativa, que procurou criar uma visão estratégica de longo prazo para os destinos da Ordem e da sua capacidade de resolver os problemas dos Arquitectos e da Arquitectura.
    Para defesa do presente e do futuro dos Arquitectos, são necessárias condições dignas para o exercício da profissão e uma Ordem capaz de promover activa e publicamente o contributo multiplicador dos Arquitectos, capaz de criar as condições de sustentabilidade para a profissão.
    É necessário igualmente que exista uma maior comunicação entre os membros e a O.A. para que os problemas da profissão sejam abordados com maior assertividade, principalmente no que concerne às questões do exercício, quer na prática privada, quer na prática dentro da função pública.
    Urge mudar o papel que a O.A. desempenha. É urgente que a O.A. se torne útil para o exercício e para a prática. Para além do seu papel na certificação dos profissionais da Arquitectura em Portugal, torna-se necessário que a O.A. se torne na entidade de referência nas questões da prática, da política e da cidadania.
    Vamos igualmente assumir uma postura política mais interveniente, se quiser pode dizer, vamos ser mais inconvenientes e menos discretos, a Arquitectura e o País assim o exigem.
    Como sociedade precisamos de ser capazes de planear onde queremos estar num horizonte de futuro. Propomos iniciar uma reflexão multidisciplinar para perceber os principais desafios que enfrentamos até 2050, onde queremos estar nesse horizonte temporal e que papel pode ter a arquitectura.
    Podemos resumir a urgência das nossas propostas a uma premissa: queremos que a O.A. deixe de ser uma instituição reactiva para assumir uma visão estratégica que a guie perante a sociedade e os seus membros, ou seja, mudar o presente para construir um futuro melhor.

    Quais as grandes linhas da candidatura “Arquitetos Presente e Futuro”?
    A disponibilização de condições dignas é fundamental para podermos exercer a profissão, actualmente essas condições não existem, urge lutar por elas.
    Queremos que a Ordem dos Arquitectos se afirme na defesa dessas condições através de uma ação política forte, com impacto mediático.
    Pelas experiências passadas, como na luta contra o Dl 73/73, sabemos que quando as nossas reivindicações são justas, obtemos um apoio maciço junto da população. As petições pelo Direito à Arquitectura e Luto|Luta pela Arquitectura foram um exemplo do caminho a seguir. Ou seja, de cada vez que a O.A. mobilizou a opinião pública acerca da justeza das suas reivindicações, obteve passos importantes na resolução desses problemas.
    Temos a noção que perante o quadro actual, a O.A. tem de se afirmar com uma presença na opinião pública muito mais intensa, e isso é um acto de afirmação política.
    Este caminho tem como principal objectivo diminuir a precariedade e degradação da profissão. Para isso temos de actuar no palco político de um modo muito mais intenso e objectivo.
    Salientamos o papel que actualmente a encomenda pública tem na desvalorização da Arquitectura. A encomenda pública deveria ser a referência. Actualmente existe uma subversão deste princípio, olhando os serviços do Arquitecto como um custo e não um investimento. E deste modo contaminando a encomenda privada com o seu mau exemplo.
    Para combater este enquadramento propomos que ao nível da encomenda pública sejam alterados alguns procedimentos. Pretendemos criar uma metodologia que assista a ambos na definição dos prazos e valores da encomenda, utilizando os dados do Observatório da Arquitectura como base estatística, associado a estudos económicos dos custos dos serviços do Arquitecto.
    Pretendemos igualmente, que o Estado assuma e alargue os compromissos que assumiu quando instituiu a Política Nacional da Arquitectura e da Paisagem, nomeadamente através de uma maior transparência e assunção do mérito na encomenda pública.
    Hoje, menos de 1% da encomenda pública é resultado da escolha do mérito das propostas. Vamos propor, como medida integrada na Política Nacional de Arquitectura, um protocolo que estabeleça metas com o Estado para a encomenda pública, para que num prazo de 6 anos se atinja uma cota de 25% de concursos cujo critério de selecção seja a qualidade do projecto.
    Propomos igualmente maior transparência na categoria dos ajustes directos, com a criação de bolsas bianuais para a contratação de serviços do Arquitecto, bolsas que promovam a entrada de novos profissionais no mercado da contratação pública.
    Pretendemos também que o Arquitecto veja instituída a sua carreira, que lhe reconheça o percurso profissional e formativo do Arquitecto. Este registo tem como objectivo a valorização profissional do Arquitecto, nomeadamente na clarificação da remuneração desde o estagiário até ao Arquitecto sénior, ao mesmo tempo que promove transparência e clareza nas relações profissionais.
    Finalmente e não menos importante, pretendemos alterar a situação do acesso. Vamos implementar um sistema de acesso com objectivos e competências claras para o estagiário atingir, com um menor tempo de estágio em ambiente profissional, aliado a acções de formação vocacionadas para a prática. Em simultâneo a clarificação das obrigações do Orientador e da Entidade Acolhedora permitirão combater de um modo eficaz eventuais abusos.
    Para reforçar o combate a eventuais irregularidades, vamos reinstituir a Provedoria do Estagiário e criar uma cultura nos serviços de apoio ao estagiário, nomeadamente no que concerne a eventuais situações disciplinares e/ou criminais.
    Em suma são estas as nossas grandes prioridades.

    Um dos propósitos da candidatura é “atingir o espaço político”. Faltam arquitectos na política?
    Essa é uma constatação evidente. Mas o que entendemos é a afirmação da profissão junto dos decisores políticos.
    Os Arquitectos sempre foram cidadãos participativos, contudo a sua participação no espaço partidário sempre foi reduzida. Não cabe á Ordem impulsionar o aumento de Arquitectos dentro das estruturas partidárias. Porém os Arquitectos sempre foram extraordinariamente activos nas suas causas e nas causas do país.
    Cabe á Ordem ser veículo desse activismo político. É nossa vontade que em relação às questões do ordenamento do território, da precariedade, da encomenda pública e privada, do património, das alterações climáticas, modelos de desenvolvimento, do desenho inclusivo etc., que a Ordem assuma um papel mais assertivo. Queremos ampliar as vozes dos Arquitectos e que essa voz se faça ouvir com maior notoriedade junto do poder político e na sociedade.
    É essa a nossa noção de maior intervenção no espaço público, e é esse o papel que a O.A. deve desempenhar. E esse é o nosso compromisso perante os membros.

    Fala na criação de um Observatório da Arquitectura. Quais seriam as suas competências?
    A Ideia do Observatório surgiu nas discussões iniciais que tivemos para formar esta candidatura. Desta discussão resultaram a apresentação de duas Moções ao Congresso.
    A Moção “A Arquitectura está FORA da reabilitação, devia estar DENTRO” que apresentei, alertava para a importância e urgência de o corrente investimento na reabilitação urbana não poder ser mais uma oportunidade perdida para o País. A outra moção, “Saber para Fazer Acontecer” proposta pelo Filipe Borges de Macedo propunha a criação de um “Observatório da Arquitectura. Felizmente ambas as moções foram aprovadas e incorporadas na moção final que foi aprovada no Congresso.
    Em relação ao Observatório da Arquitectura, este será um instrumento estrutural para o futuro, pois irá caracterizar a profissão e revelar a sua capacidade de criação de riqueza, informando igualmente as opções políticas da O.A.
    Queremos que o Observatório monitorize em permanência a profissão, e que desse modo possamos aferir se as políticas que implementamos estão a ter o resultado pretendido ou se, pelo contrário, precisamos de as alterar. Um Observatório que sirva igualmente que os membros possam apresentar as dificuldades que estão a sentir e, desse modo permitir a intervenção da OA quando se justificar.
    Um Observatório que caracterize a profissão, analisando os dados relativos ao exercício, retratando a diversidade e complexidade da profissão, demonstrando a participação dos Arquitectos na Direcção e Fiscalização de Obra e noutras actividades menos conhecidas, revelando às entidades oficiais a diversidade, a competência e as mais valias do Arquitecto no nosso tecido social e económico.
    Os dados do Observatório serão divulgados aos membros, o que permitirá aferir a eficácia das iniciativas da O.A. e servirá para que os membros possam retirar dele consequências políticas. Será um Observatório que possa construir saber de um modo estruturado e permanente dentro da O.A e ajude a construir as estratégias da O.A. a longo prazo.
    Precisamos de sentir o pulso da profissão em permanência, e acreditamos que esta nossa ideia é fundamental para o Futuro da Arquitectura e da Ordem.

    Os arquitectos portugueses têm sido amplamente distinguidos, nomeadamente a nível internacional e nos últimos tempos somam prémios e distinções. Contudo, é necessário consagrar a profissão. Que leitura faz deste paradoxo?
    Pensamos que esse é um dos maiores desafios que se colocam no presente aos Arquitectos e à Arquitectura Portuguesa.
    Até aos dias de hoje a estratégia de consagração da profissão passou pela divulgação da sua excelência a nível cultural. Reunimos os maiores galardões da Arquitectura mundial e frequentemente somos confrontados com notícias de prémios internacionais a Arquitectos portugueses.
    Mas permanece uma incapacidade de as pessoas verem a profissão como um todo. A sociedade distingue de forma excessiva o que é um arquitecto de excelência, ou uma situação excepcional, e desvaloriza a arquitectura que é praticada todos os dias e que suporta os espaços que habitamos, as cidades, o território.
    Para a consagração da profissão devemos iniciar um outro tipo de promoção, a promoção das mais valias económicas ou outras que os serviços do Arquitectura proporcionam.
    Nesta matéria vamos assumir uma ruptura com o passado da Ordem.
    Temos de assumir o nosso papel na economia e mostrar que com o Arquitecto, o cliente e a sociedade saem a ganhar. Existe uma urgência em demonstrar o óbvio, e o óbvio é que os serviços do Arquitecto são investimento de retorno garantido. O Observatório irá desempenhar um papel fundamental nesta missão.

    A comunicação para o interior da classe e para a sociedade têm sido uma preocupação recorrente tendo aliás sido feitas intervenções específicas para aproximar o cidadão comum à profissão. O que tem falhado?
    Tem falhado muita coisa, e isso reflecte-se no modo como os membros se relacionam com a Ordem. Nos encontros que realizamos percebemos o que a nossa intuição nos dizia, que a maior parte dos membros não encontra utilidade na Ordem, pois entre outras coisas, existe uma enorme falta de percepção do trabalho realizado pela Ordem dos Arquitectos. A Ordem não comunica eficazmente o seu labor, e não transmite instrumentos úteis à profissão.
    Temos propostas concretas para alterar esta situação. Em suma as nossas propostas resumem-se a três pontos.
    Mais intervenção na cidadania – vamos tornar a OA mais interventiva, com uma comunicação mais coerente que afirme a sua imagem institucional, ampliando a eficácia das suas tomadas de posição nas políticas nacionais e lutando sempre pela afirmação dos Arquitectos como voz a ser ouvida no desenvolvimento do País.
    Mais utilidade – Vamos tornar a O.A. como um parceiro da prática, divulgando e tomando posições acerca das alterações que afectem a prática para facilitar o exercício. Vamos produzir guias e acções de formação que ajudem o arquitecto perante a exigência da prática, por exemplo, nos processos de reabilitação, na contratação, na função pública, dando utilidade à O.A. consolidando-a como entidade de referência.
    Maior escrutinio – vamos fornecer aos membros relatórios periódicos da nossa atividade e vamos tornar mais claro e transparente o modo como o nosso orçamento é efectivamente aplicado, demonstrando o enorme esforço que os membros eleitos realizam no desempenho das suas funções.
    Em suma, é assim que vamos começar a alterar o panorama actual e demonstrar aos membros que a Ordem é uma instituição que está ao serviço dos membros e do país.

    Exportar serviços e não arquitectos é também uma das preocupações expressa na sua candidatura. De que forma a Ordem dos Arquitectos pode ajudar a colocar os arquitectos portugueses no mundo?
    Aqui mais uma vez, queremos mudar o cenário actual, não queremos que os Arquitectos emigrem, queremos que os Arquitectos passem a exportar os seus serviços.
    A actividade dos Arquitectos a trabalhar em Portugal já não se confina ao território nacional. Queremos reforçar o papel da Ordem dos Arquitectos na internacionalização dos serviços de Arquitectura, no reconhecimento e na creditação dos Arquitectos portugueses no mercado global.
    A O.A. deve assumir a eficácia destes processos de creditação como uma tarefa prioritária.
    Para apostar nesta conquista de mercado, temos de capitalizar o importante capital que a Arquitectura portuguesa dispõe, o prestígio dos seus profissionais.
    Contudo, face aos impactos da crise económica, as empresas de Arquitectura estão profundamente descapitalizadas, o que torna muito difícil que possam investir nestes novos mercados.
    Por outro lado, os mecanismos de apoio existentes, nomeadamente ao nível do AICEP não se enquadram na realidade das empresas de Arquitectura, o que não deixa de ser irónico, pois na promoção externa da economia portuguesa não faltam referências ao prestigio que esta alcançou internacionalmente.
    Pretendemos reivindicar junto do AICEP e do Ministério dos Negócios Estrangeiros mecanismos específicos e adequados às empresas de Arquitectura. Ou seja, mecanismos que auxiliem as nossas empresas a se internacionalizarem. É urgente maximizar o capital de prestigio da Arquitectura Portuguesa.
    Vamos proporcionar aos membros acesso privilegiado a plataformas de concursos internacionais e deste modo facilitar a participação dos membros da O.A. na internacionalização dos seus serviços.

    O programa apresentado resultou de um trabalho onde foram ouvidos arquitectos e recolhidas e discutidas as suas propostas. De uma forma geral, quais as grandes ansiedades e expectativas da classe?
    As ansiedades da classe concentram-se muito à volta das condições da encomenda, da precariedade e remuneração que afecta o exercício da Arquitectura em Portugal. A enorme crise económica que nos atingiu aliada à degradação progressiva que nos tem atingido, provocou uma enorme insatisfação dos colegas.
    Recordo, que nos candidatamos por causa disso mesmo, porque estamos insatisfeitos e temos expectativas em ajudar a mudar esta situação.
    Os arquitectos querem ver novas formas de promoção da arquitectura na sociedade, mais em linha com a linguagem que a sociedade pode compreender, querem ver um investimento dessa promoção também junto do sector privado, visto que para uma grande maioria não existe acesso à encomenda pública – algo que também queremos inverter, promovendo junto das instituições públicas bolsas de arquitectos locais e modelos de concurso diversificados e simplificados – e querem uma Ordem profissional que lhes ‘diga’ alguma coisa.
    Reunimos com estes debates uma equipa plural e representativa, uma equipa com espirito de missão e visão estratégica, que procura soluções efectivas e viáveis ao serviço de todos, que alterem o presente e construam um futuro mais digno para o País, para a Arquitectura e para os Arquitectos.

    Sobre o autorAna Rita Sevilha

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    Andreia Teixeira, head of Project Management do Grupo Openbook

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    Andreia Teixeira assume cargo de Project Management do Grupo Openbook

    Esta contratação visa “reforçar a coordenação, gestão de recursos e riscos, bem como a monitorização e controlo de projectos” dentro da empresa

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    Andreia Teixeira é a mais recente contratação do Grupo Openbook para o cargo de head of Project Management. Com uma formação sólida em arquitectura e uma vasta experiência na gestão e coordenação de projectos, planeamento e desenvolvimento urbanístico, vem fortalecer a capacidade interna de gestão de projectos, em resposta ao crescimento contínuo do Grupo e à expansão do seu portfólio de projectos em curso, de grande dimensão.

    Esta contratação visa reforçar a coordenação, gestão de recursos e riscos, bem como a monitorização e controlo de projectos dentro da empresa. Além disso, alinha-se com a estratégia definida pela Openbook, que visa a melhoria contínua da eficiência, qualidade e produtividade.

    “A contratação de Andreia Teixeira é um passo significativo para fortalecer a nossa capacidade de gestão de projectos. A sua experiência e expertise serão inestimáveis para aprimorar as nossas operações e alcançar os nossos objetivos estratégicos”, justifica Rodrigo Sampayo, partner do Grupo Openbook.

    Além da contratação de Andreia Teixeira, o Grupo Openbook também anunciou a chegada de outros profissionais para reforçar e expandir a sua equipa em diferentes áreas de actuação. Nesse sentido, Margarida Fonseca e Gonçalo Reis juntam-se à Openbook Architecture como arquitectos seniores, trazendo consigo um vasto conhecimento e experiência no campo da arquitectura. Edgar Franco vai integrar a equipa de 3D ArchViz do Grupo e Fátima Filipe, arquitecta de interiores, faz agora parte da Openbook Studio. Por fim, Joana Pimentel, designer, foi contratada para se juntar à equipa de Marketing e Comunicação.

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    CE atribui 245M€ em subvenções a projecto de hidrogénio em Sines

    A Comissão Europeia anunciou os vencedores de um leilão altamente competitivo do Banco Europeu de Hidrogénio, tendo sido atribuídos ao projecto MadoquaPower2X (MP2X), em Sines, 245 milhões de euros em subvenções operacionais

    CONSTRUIR

    O MP2X, localizado em Sines, Portugal, é uma instalação Power-to-X que produzirá hidrogénio verde e amoníaco, principalmente para o transporte marítimo. O projecto está dividido em duas fases, com uma capacidade inicial de electrolisador de 500 MW, seguida da Fase 2, que procurará implantar mais 700 MW de capacidade de electrolisador, elevando a capacidade total para 1,2 GW.

    Este projecto emblemático é uma pedra angular para o futuro da descarbonização dos sectores energéticos europeus de difícil acesso, como o transporte marítimo e as indústrias pesadas.

    A MP2X foi agora convidada a preparar um acordo de subvenção com a Comissão Europeia. A MP2X receberá um prémio fixo de 0,48 EUR/kgH2 por ~51.000 tH2 por ano durante um período de 10 anos, num total previsto de 245 milhões de euros.

    “Estamos muito orgulhosos por o nosso projecto ter recebido esta subvenção e aplaudimos os decisores políticos por reconhecerem a importância da economia do hidrogénio em Portugal e na Europa. O anúncio de hoje reafirma a capacidade da CIP para realizar projectos de hidrogénio verde para construir uma futura economia do hidrogénio na Europa. Gostaríamos de agradecer aos nossos parceiros em Portugal, bem como ao Governo português, às instituições públicas e às comunidades locais por trabalharem connosco na criação de um futuro mais verde para as gerações vindouras”, refere Philip  Christiani, partner da Copenhagen Infrastructure Partners (CIP).

    Por sua vez Marloes Ras, directora Não-Executiva da MadoquaPower2X, afirmou que “a nossa equipa trabalhou incansavelmente para fazer da MP2X um sucesso. O anúncio de hoje da Comissão Europeia é um reconhecimento dos esforços incansáveis da equipa em Portugal e na Dinamarca. Com este reconhecimento vem a responsabilidade, a viagem apenas começou, estamos agora prontos para entregar o projecto e esperamos continuar a colaborar com as instituições públicas e as comunidades locais para fazer do MP2X um sucesso pioneiro para Portugal”.

    Subsídio até ao final do período de subvenção

    O projecto receberá o financiamento concedido a partir da data de exploração comercial até ao final do período de subvenção de 10 anos. A subvenção aproxima a MP2X da decisão de investimento financeiro, reduzindo a diferença entre o preço de custo e o preço de venda, e constitui um importante factor de sucesso do projecto. A subvenção depende do facto de a MP2X estar operacional no prazo de cinco anos após a assinatura do acordo respectivo. A MP2X  estima que o projecto deverá ficar operacional, o mais tardar, em 2028.

    O projecto inicial utilizará uma ligação à rede de 560 MVA para produzir anualmente 51.000 toneladas de hidrogénio e 300.000 toneladas de amoníaco verdes utilizando electricidade renovável. Incluindo a segunda fase, o projecto utilizará uma ligação à rede de 1400 MVA para produzir um total de 150.000 toneladas de hidrogénio verde e mais de 1 milhão de toneladas de amoníaco verde por ano.

    A MP2X é e continuará a ser um impulsionador directo de outros investimentos nacionais na cadeia de valor da produção de hidrogénio em Sines, com parcerias técnicas e comerciais para a compra de hidrogénio produzido por terceiros.

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    Fonte: site da Câmara Municipal de Paredes

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    Município de Paredes investe mais de 64,3 M€ em habitação com apoio do PRR

    Alexandre Almeida, presidente da Câmara, destaca a importância “de aumentar a oferta de arrendamento acessível para a população mais jovem e privilegiar a qualidade de vida e a promoção da fixação da população em Paredes”

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    O Município de Paredes entregou um conjunto de candidaturas a fundos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) para a construção de habitações sociais e habitações a rendas acessíveis para “mitigar as necessidades habitacionais no concelho”.

    Alexandre Almeida, presidente da Câmara, destaca a importância “de aumentar a oferta de arrendamento acessível no concelho especialmente para a população mais jovem e privilegiar a qualidade de vida e a promoção da fixação da população em Paredes”.

    A construção de imóveis destinados à promoção de arrendamento a custos acessíveis, a disponibilizar às famílias da classe média e a jovens que não encontram respostas no mercado, serão 182, no valor de 27,1 milhões de euros, nas freguesias de Baltar, Gandra, Mouriz, Rebordosa, Sobreira e Paredes.

    O programa prevê, ainda, um total de 223 habitações sociais, destinadas a agregados familiares com rendimentos mais baixos. O investimento que ascende a 28,8 milhões de euros, serão edificadas nas freguesias de Paredes, Lordelo, Rebordosa, Vandoma, Gondalães, Cete, Vilela e Duas Igrejas.

    Já as reabilitações de habitações sociais incidirão em 122 fogos já existentes, cujas empreitadas estão estimadas em 8,4 milhões de euros em Cristelo e em Paredes, no edifício O Sonho e no Bairro O Sonho.

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    IP lança concurso de 77M€

    Um total de 378 milhões de euros de investimento IP no PRR estão já concluídos, em fase de execução ou em fase de contratação, na componente rodoviária, ao que se irá somar agora o concurso para a substituição do actual sistema de sinalização nas estações de Campolide, Oriente, Alverca e Azambuja

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    A Infraestruturas de Portugal lançou no início da semana o concurso público para empreitada “Linha de Cintura e Linha Norte – Estações de Concentração de Campolide, Oriente, Alverca e Azambuja – Sinalização” (Digitalização do Transporte Ferroviário).

    Com um preço base de 77 milhões de euros, esta empreitada em regime de concepção-construção, prevê a substituição do actual sistema de sinalização (tipo ESTW L90P) nas estações de concentração de Campolide (Linha de Cintura), Oriente, Alverca e Azambuja (Linha do Norte), tendo como objectivo compatibilizar as ligações físicas e funcionais da Linha do Norte, da Rede Ferroviária Nacional (RFN), com a futura Linha de Alta Velocidade (LAV), permitindo uma utilização combinada, relevante para o objectivo de coesão territorial da LAV.

    A extensão total a intervencionar será de aproximadamente 55 km de vias dupla e quádrupla.
    O procedimento inclui o investimento destinada ao sistema de sinalização, financiado, num total de 49 milhões de euros no âmbito da “Digitalização do Transporte Ferroviário”, na Componente “Mobilidade Sustentável” do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), e inclui também a manutenção subsequente à recepção provisória da componente de investimento.

    A concretização deste projecto irá contribuir para a criação de corredores ferroviários interoperáveis, bem como incrementar a disponibilidade e fiabilidade da infraestrutura ferroviária, em segurança, e ainda promover a interoperabilidade e a interligação internacional de e para Portugal.

    Dos 27 projectos rodoviários PRR, a IP tem já 23 obras lançadas, corresponde a um total de cerca de 378 milhões de euros de investimento. Dessas, duas empreitadas estão concluídas, a melhoria da ligação à Área Industrial de Fontiscos e Reformulação do Nó de Ermida (Santo Tirso) e a Variante à EN248 em Arruda dos Vinhos, 11 estão em fase de contratação e 10 em execução.

    O concurso agora lançado no âmbito do investimento “Digitalização do Transporte Ferroviário” vem materializar a responsabilidade atribuída à IP através da assinatura, em 2023, de um novo contrato de financiamento com a Estrutura de Missão Recuperar Portugal.

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    Knauf apresenta nova identidade corporativa

    A reformulação da marca Knauf, que tem como slogan “Build on us”, responde à necessidade de oferecer uma experiência simplificada e unificada com uma identidade única em qualquer lugar do mundo onde o grupo opera

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    A Knauf, fabricante de placas de gesso laminado e materiais de construção secos, em conjunto com a Knauf Insulation, fabricante de isolamentos térmicos e acústicos, apresentam a sua nova identidade corporativa, protagonizando o rebranding de toda a sua identidade a nível e alinhamento global com a sua estratégia K100, que homenageia o centenário que a empresa celebrará em 2032.

    Esta nova identidade de marca estreia-se com o slogan “Build on us.”, um conceito que reúne uma promessa da marca definida e unida por valores que reflectem o compromisso da Knauf com os clientes através da qualidade, confiança, inovação e sustentabilidade em tudo o que faz.

    A reformulação da marca Knauf responde à necessidade de oferecer uma experiência simplificada e unificada com uma identidade única em qualquer lugar do mundo. Todas as divisões do Grupo Knauf estão unidas sob um único conceito de marca, apoiado por uma promessa clara: “Build on us”. Esta mudança sublinha o compromisso da Knauf de estar sempre ao lado dos seus clientes, pronta para colaborar estreitamente para construir um futuro conjunto. Além disso, a mudança de marca alinha-se com as exigências emergentes dos ambientes digitais e de um ecossistema em constante evolução, reconhecendo a importância de manter uma presença forte e coerente no mundo digital.

    A nova identidade da marca Knauf abre as portas para um novo tipo de diálogo, tanto com os clientes como entre os membros da organização. A clareza sobre o que representa, o que o torna único e por que os clientes devem escolher a Knauf é crucial para estabelecer relacionamentos sólidos e uma posição robusta no mercado.

    Esta imagem renovada torna transparente o que a empresa representa, aumentando a consciência da sua identidade, da sua singularidade e da razão pela qual os clientes devem considerar a Knauf como a sua escolha preferida.

    Cria assim uma nova base de sinergia e colaboração dentro da Knauf, permitindo partilhar, trabalhar e obter melhores resultados em toda a organização. Também facilita a cada colaborador e parceiro do Grupo Knauf actuar como embaixador da marca, representando a empresa e estabelecendo os diálogos com os clientes ou parceiros que desejam ter.

    A Knauf desenvolveu uma identidade visual mais limpa, moderna e atractiva, que se adapta às plataformas actuais, garantindo óptima visualização em diversos dispositivos e canais online. Esta actualização do logótipo reflecte a evolução da marca, mas também a sua aposta na inovação e adaptação às tendências tecnológicas.

     

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    Luís Augusto, presidente da Associação Portuguesa de Leasing, Factoring e Renting

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    Financiamento especializado atinge máximo histórico

    Desempenho em 2023 dos três sectores representados pela Associação Portuguesa de Leasing, Factoring e Renting foi o mais alto de sempre, o único sinal negativo surgiu na locação financeira imobiliária

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    A Associação Portuguesa de Leasing, Factoring e Renting (ALF) acaba de divulgar as estatísticas de 2023 dos três sectores em que representa mais de 90% do mercado português, revelando um crescimento homólogo de 5,9% no apoio dado à economia nacional. O somatório de 47,8 mil milhões de euros é equivalente a cerca de 20% do PIB português em 2023.

    Num movimento uniforme, os três sectores representados pela ALF fecharam o ano de 2023 com ganhos, desde os 5% do valor de créditos tomados do Factoring aos expressivos 53% do valor das viaturas novas contratadas em Renting, passando ainda pelos 8,5% do reforço do valor dos investimentos em Leasing. Os 47,8 mil milhões de euros resultantes da soma dos contratos de Leasing e Renting, juntamente com as facturas adquiridas pelas Factors em 2023, representa um aumento de quase 2,7 mil milhões de euros, face a 2022. Este aumento é composto por um crescimento de 350 milhões de euros na produção de Renting, 200 milhões no Leasing e uns expressivos 2,1 mil milhões de euros no Factoring.

    “O ano 2023 desafiou todas as previsões, conjugando um segundo conflito com impacto na Europa, a incerteza na política monetária do BCE, e, em Portugal, a queda de um Governo com maioria e convocação de eleições antecipadas. Apesar de tudo, o financiamento especializado revelou um crescimento robusto, contribuindo para o crescimento da economia portuguesa”, destaca Luís Augusto, presidente da ALF, concluindo: “Os dados de 2023 contrariam eventuais visões pessimistas e as projeções da ALF para 2024, o ano do nosso 40.º aniversário, reforçam o papel do financiamento especializado no apoio à formação do PIB”.

    Em claro crescimento estão o Factoring e o Renting. O Factoring, que em 2021 valia 34,5 mil milhões de euros e no ano seguinte atingiu os 42 mil milhões de euros, encerrou o ano de 2023 com um total de 44,2 mil milhões de euros em facturas tomadas. Em apenas dois anos, o desempenho do factoring aumentou em 18%, equivalente a cerca de 10 mil milhões de euros. Destaque para o confirming (gestão dos pagamentos das empresas junto dos seus fornecedores), que registou um crescimento de 7,4%, correspondendo a um acréscimo de 1.370 milhões de euros em relação ao ano anterior, e para o factoring internacional. O factoring à importação, que consiste no apoio ao pagamento de facturas de um cliente nacional ao seu fornecedor estrangeiro, assume o maior protagonismo, superando o valor de 2022 em 51%, num salto de 360 milhões de euros para os 544,6 milhões de euros. Quanto ao factoring à exportação, que proporciona apoio no recebimento de facturas de clientes localizados no estrangeiro, registou um crescimento de apenas 2,4%, em torno dos 121 milhões de euros a mais que no ano anterior, totalizando 5,15 mil milhões de euros, muito relevante no apoio às exportações nacionais. No factoring doméstico, a modalidade com recurso manteve-se estável, face a um crescimento de 4,3% da modalidade sem recurso.
    Por sua vez, o Renting prossegue o seu caminho de consolidação enquanto solução para gestão de frotas de empresas e também de particulares. Durante 2023, o renting colocou 36 mil viaturas novas em circulação nas estradas portuguesas, num valor que superou os mil milhões de euros, uma expressiva evolução de 53% face aos 667 milhões de euros de contratos novos em 2022. Esta subida resulta também do crescimento do valor médio por viatura, impulsionado pela crescente contratação de veículos electrificados, e pela inflacção verificada no sector automóvel. Tal como acontece no leasing verde – em que se beneficia a aquisição de equipamentos com menor pegada carbónica – o renting de viaturas híbridas plug-in e eléctricas reforça o papel deste sector na descarbonização nacional da mobilidade.

    Leasing mobiliário cresce e compensa imobiliário
    Durante 2023, o único sinal negativo surgiu na locação financeira imobiliária, embora o crescimento de 20,5% no leasing mobiliário mais que tenha compensado esse decréscimo. Face a 2022, a locação financeira imobiliária teve uma quebra de 14,7%, totalizando 686 milhões de euros. A perturbar o desempenho deste produto estão constrangimentos no enquadramento fiscal do produto que afastam os locadores do mesmo e, naturalmente, o aumento das taxas de juro de referência do Banco Central Europeu.
    Já o leasing mobiliário, ao registar um crescimento de 20,5%, alcança uma produção de 1,87 mil milhões de euros. As viaturas contribuem com a maior parte deste valor, com 24 533 viaturas ligeiras, para um valor de 777 milhões de euros, e 5 520 pesadas, no valor de 491 milhões de euros. As viaturas têm um peso de 68% do volume do leasing mobiliário, enquanto os equipamentos atingiram os 602 milhões de euros.

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    Greens Vilamoura assinala cerimónia de Pau de Fileira com 70% já comercializado

    O projecto, que compreende a construção de perto de 90 apartamentos, já atingiu 70% de comercialização, estando prevista a conclusão das vendas até ao final da construção, no primeiro semestre de 2025

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    O Greens Vilamoura celebra a cerimónia de Pau de Fileira, antiga tradição que assinala a conclusão da estrutura da empreitada, dando agora início à terceira fase de comercialização, numa altura em que 70% já está comercializado. A comercialização do projecto está a cargo das consultoras Portugal Sotheby’s Realty e Garvertur International.

    O Greens Vilamoura deverá estar concluído no primeiro semestre de 2025, com o integral cumprimento dos prazos previstos. Localizado no Algarve, em Vilamoura, o condomínio situa-se entre o Pinhal Velho Vilamoura Condominium e o Anantara Vilamoura Algarve Resort, estando rodeado pelo parque ambiental, uma área protegida de 170 hectares, pelo Vitoria Golfe Course, o campo de golf flagship da Dom Pedro Golf e o Vilamoura Equestrian Centre.

    Este projecto tem aspectos únicos que o diferenciam, com características de sustentabilidade e excelência de construção que são fundamentais para quem procura um projecto diferenciador e uma experiência mais enriquecedora e envolvente. A localização conjuga o cosmopolitismo da proximidade ao centro de Vilamoura com um enquadramento natural único que tem levado a uma forte procura por parte de potenciais clientes. A nossa expectativa, face aos contactos que temos recebido, é que também esta terceira fase venha a ter uma forte adesão por parte dos interessados em usufruir da experiência de viver num local único”, afirma em comunicado o promotor.

    O projecto, da autoria do atelier Ventura + Partners, conjuga “as mais avançadas técnicas de arquitectura e engenharia sustentável, com uma criteriosa selecção dos materiais utilizados, para proporcionar uma experiência residencial de proximidade a todos os serviços essenciais, mas também com a natureza, que faz parte integrante de Vilamoura”. Nesse sentido, escolha dos materiais obedeceu aos mais exigentes critérios de sustentabilidade, por forma a optimizar a eficiência e minimizar a sua pegada de carbono.

    Entre as características de sustentabilidade deste empreendimento contam-se a utilização de painéis fotovoltaicos para iluminação das zonas comuns, alimentar o sistema de rega e a estação de tratamento de águas existente, a disponibilidade alargada de carregamento eléctrico para cada uma das fracções, a criação de jardins verticais que reflectem a ligação com a natureza que o rodeia e permitem uma melhor eficiência térmica.

     

     

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    Novo crédito à habitação regista crescimento de 26,1% até Fevereiro

    Entre Janeiro e Fevereiro de 2024 o consumo de cimento cresceu 13,4%, o número de fogos licenciados totalizou 4,811 alojamentos e o novo crédito à habitação cresceu 26,1%. A mais recente “Síntese estatística”, da AICCOPN, selecciona a região do Oeste e Vale do Tejo para destaque 

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    Nos primeiros dois meses de 2024, o consumo de cimento no mercado nacional perfez 646 milhares de toneladas, o que traduz um aumento homólogo de 13,4%. Tendo-se registado, ao nível do licenciamento municipal, até ao final de Fevereiro, uma diminuição de 0,9%, em termos homólogos, no total de licenças emitidas para obras de construção nova ou de reabilitação de edifícios residenciais. Relativamente, ao número de fogos licenciados em construções novas, observa-se um decréscimo de 12,4%, em termos homólogos, para um total de 4.811 alojamentos.

    No que concerne ao volume de novo crédito à habitação concedido pelas instituições financeiras, excluindo renegociações, regista-se um aumento homólogo de 26,1%, nos primeiros dois meses do ano, para um total de 2.321 milhões de euros. Em Fevereiro, a taxa de juro implícita no crédito à habitação fixou-se em 4,64%, o que traduz um aumento de 2,11 pontos percentuais, face a Fevereiro de 2023. Quanto ao valor mediano de avaliação de habitação para efeitos de crédito bancário, no mês de Fevereiro, observou-se uma valorização de 5,5%, em termos homólogos, em face de variações de 2% nos apartamentos e de 6.1% nas moradias.
    A mais recente “Síntese Estatística” da Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas (AICCOPN) destaca a região do Oeste e Vale do Tejo, onde o número de fogos licenciados em construções novas, nos doze meses terminados em Fevereiro de 2024, foi de 2.315, o que traduz um aumento de 3,3%, face aos 2.241 alojamentos licenciados nos doze meses anteriores. Destes, 8% são de tipologia T0 ou T1, 21% são de tipologia T2, 54% de tipologia T3 e 18% de tipologia T4 ou superior. Quanto ao valor de avaliação bancária na habitação, verificou-se, nesta região, uma variação homóloga de 10,8% no mês de Fevereiro.

     

     

     

     

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    Preços das casas aceleram nos primeiros meses de 2024

    Os preços de venda das casas em Portugal Continental aumentaram 2,2% no 1º trimestre do ano, face ao período homólogo. Sinal de uma reversão do padrão de suavização das subidas de preços sentido ao longo do último ano, a qual, a confirmar-se, contraria a expectativa dominante no mercado

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    Os preços de venda das casas em Portugal Continental aumentaram 2,2% no 1º trimestre deste ano, em relação ao trimestre anterior. Um valor que representa uma aceleração face aos 1,6% registados no 4º trimestre de 2023. Os dados resultam do Índice de Preços Residenciais apurado pela Confidencial Imobiliário.

    Sem prejuízo de se tratar de uma variação trimestral bastante inferior à exibida um ano antes, no 1º trimestre de 2023 (+4,3%), o indicador agora atingido sinaliza uma reversão do padrão de suavização das subidas de preços sentido ao longo do último ano, a qual, a confirmar-se, contraria a expectativa dominante no mercado.

    De qualquer forma, em reflexo do comportamento acumulado dos preços ao longo do último ano, a valorização homóloga voltou a reduzir o ritmo, atingindo 9,6% em Março de 2024. Este indicador fica 7,6 pontos percentuais abaixo da taxa de variação homóloga de 17,2% registada no 1º trimestre do ano passado.

    “Nos últimos três meses, o índice inverteu a trajectória de curto-prazo, alcançando uma variação trimestral de +2,2%, depois de ter este indicador em 1,6% em Dezembro. Estes números confirmam os últimos resultados do Portuguese Housing Market Survey, reflectindo um comportamento mais positivo da procura e trazendo as expectativas de vendas para terreno positivo. Espera-se que as taxas de juro comecem a cair nos próximos meses, e isso está a melhorar a confiança dos compradores, o que acaba por colocar pressão adicional sobre os preços”, explica Ricardo Guimarães, director da Confidencial Imobiliário.

    De acordo com as projecções realizadas a partir das vendas reportadas ao Sistema de Informação Residencial, SIR, no 1º trimestre deste ano terão sido transaccionados cerca de 34.300 fogos em Portugal Continental. Este volume supera em cerca de 5% a média de 32.800 vendas por trimestre registada em 2023, confirmando a trajectória de recuperação, lenta, mas consistente, da actividade que se faz sentir desde a segunda metade do ano passado.

    Em termos de preços, as vendas residenciais no território Continental realizaram-se por um valor médio de 2.447euros/m2 no 1º trimestre deste ano, posicionando-se em 3.413euros/m2 na habitação nova e em 2.326euros/m2 na habitação usada.

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    Sierra renova espaço de restauração no Centro Vasco da Gama

    Projeto River Deck conta com um investimento de 9 milhões de euros e terá a assinatura da Reify

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    A Sonae Sierra, em parceria com a CBRE Investment Management, anuncia a implementação de um “novo e inovador” projecto de restauração no Centro Vasco da Gama. O River Deck, nome dado ao projecto, terá como inspiração as mais recentes tendências europeias ao nível de zonas de restauração e contará com 15 novos espaços que darão resposta a um vasto conjunto de opções gastronómicas nacionais e internacionais.

    Com um investimento que rondará os 9 milhões de euros, as primeiras intervenções tiveram início em Setembro de 2023, com a instalação das escadas de emergência no exterior do edifício e neste momento já são visíveis as primeiras alterações no espaço.

    Ricardo Vilaça, director de Asset Management da Sierra em Portugal e Roménia expressa o seu entusiasmo quanto ao futuro do River Deck: “Estamos confiantes de que o River Deck será um marco na experiência dos visitantes do Centro Vasco da Gama. Procurámos dotar este activo de referência com um espaço moderno, com uma oferta gastronómica diversificada e de elevada qualidade, em linha com o que podemos encontrar nas principais capitais europeias, e à semelhança do que temos vindo a fazer noutros centros do nosso portfólio. Temos a certeza de que, uma vez aberto, este novo espaço irá elevar a experiência de visitantes e de lojistas”.

    Com o River Deck, a Sierra mantém a sua aposta ao nível da sustentabilidade, garantindo que as intervenções vão de encontro das directivas impostas pela certificação BREEAM. O novo espaço alia, assim, um design “moderno”, gastronomia diversificada e preocupação ambiental com o objectivo de “dotar o Centro Vasco da Gama com um projecto de referência ao nível da restauração”.

    Todo o conceito de arquitectura, planeamento e obra está a cargo da Reify. que se destaca pela utilização de elementos “distintivos” e que respondem aos mais elevados padrões internacionais, através de um desempenho ambiental e energético de “excelência”. A conclusão da obra está prevista para o último trimestre de 2024.

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