Adquirir escritórios na Europa exigirá “mais criatividade” dos investidores, diz JLL
Segundo a consultora imobiliária, os investidores deverão olhar “para além das localizações prime” e focar-se em zonas com um crescimento de rendas mais interessante
CONSTRUIR
Andreia Teixeira assume cargo de Project Management do Grupo Openbook
CE atribui 245M€ em subvenções a projecto de hidrogénio em Sines
Município de Paredes investe mais de 64,3 M€ em habitação com apoio do PRR
IP lança concurso de 77M€
Knauf apresenta nova identidade corporativa
Financiamento especializado atinge máximo histórico
Greens Vilamoura assinala cerimónia de Pau de Fileira com 70% já comercializado
Novo crédito à habitação regista crescimento de 26,1% até Fevereiro
Preços das casas aceleram nos primeiros meses de 2024
Sierra renova espaço de restauração no Centro Vasco da Gama
O estudo European Office Investment Perspective 2017, da JLL, incentiva os investidores a serem mais criativos na aquisição de escritórios na Europa, dada a crescente competitividade na aquisição deste tipo e activos.
Segundo a consultora imobiliária, os investidores deverão olhar “para além das localizações prime” e focar-se em zonas com um crescimento de rendas mais interessante. Para Peter Hensby, “o imobiliário continua a atrair um volume significativo de capital devido à sua performance sólida face a classes de activos alternativas, num contexto de baixas taxas de juro, crescimento lento e yields reduzidas”.
Contudo, o director de Offices Capital Markets da JLL para a região EMEA sublinha a forte concorrência que os investidores enfrentarão, pelo que “não podem limitar-se a ficar à espera”. “Têm de ser mais criativos nos seus movimentos de acesso ao mercado, quer isso implique compreender a transformação urbana através das infra-estruturas, olhar para a actividade de promoção no continente europeu, considerar actividades de fusões e aquisições ou desinvestimentos não estratégicos”, explicou Peter Hensby.
De acordo com a JLL, o investimento em imobiliário de escritórios na Europa, excluindo o Reino Unido, subiu 8%, para um nível recorde de 81,3 mil milhões de euros em 2016, “com o capital estrangeiro a desempenhar um papel muito importante, contabilizando 25% de todas as transacções”.
A consultora refere ainda que os volumes preliminares de investimento para o primeiro trimestre deste ano apontam para 15 mil milhões de euros, “em linha com o mesmo período do ano passado”. Paralelamente, a procura por escritórios na Europa “deverá manter-se forte ao longo do ano, apesar da falta de oferta continuar a ser um desafio”.
Por outro lado, a competição pelos activos pressionou as prime yields para “mínimos históricos” nas cidades de Paris, Munique e Berlim, descendo para 3% no primeiro trimestre deste ano, “bem abaixo dos anteriores níveis mínimos”. Na capital alemã, a prime yield está agora 175 pontos base abaixo do seu anterior pico de 4,75%, atingido no primeiro trimestre de 2006.
De acordo com Peter Hensby, “os investidores estão dispostos a pagar o actual preço dos imóveis se estiver subjacente um crescimento de rendas”. “Vemos os investidores não só a ajustarem as suas expectativas de retorno, como também a focarem-se mais nos fluxos de rendimentos futuros como o principal motor do retorno”, continua o responsável da JLL, explicando que os agentes “estão a olhar mais do que nunca para a qualidade dos ocupantes, a localização “à prova do futuro” e outros aspectos críticos que permitam melhorar a performance do imóvel”.
O relatório da JLL identifica 10 zonas chave de escritórios na Europa Continental onde os investidores que estão dispostos “a olhar além dos mercados tradicionais podem esperar um crescimento das rendas acima da média nos próximos dois anos”. Localizado fora das zonas prime, cada segmento oferece “uma combinação de indicadores sólidos de desempenho do mercado imobiliário, uma forte procura de espaços e um catalisador que diferencia o mercado”.
De acordo com a JLL, a Alemanha integra quatro dos 10 pontos “que devem registar crescimento expressivo nas rendas” – o centro e zonas limítrofes de Estugarda, as zonas de Hauptbahnhof-Europacity, Mediaspree & Mitte, em Berlim, a zona oriental de Munique e a zona financeira e City de Frankfurt. Por sua vez, a zona de Mendez Alvaro em Madrid e Placa de la Glories em Barcelona, também constam neste conjunto, que se estende ainda a Amesterdão, Paris, Luxemburgo e Estocolmo.
Em Lisboa, “e tendo em conta a actual escassez de oferta de escritórios, a consolidação da zona da Avenida 24 de Julho, a área envolvente do Parque das Nações (Matinha/Beato) e a reactivação da Avenida Almirante Reis são zonas de futura expansão neste mercado, com potencial de valorização”.