© Ana Escada
“Casa da Jurisprudência” de Aires Mateus inaugurada em Coimbra
A obra, que acaba de ser inaugurada com a presença do primeiro-ministro António Costa, custou sete milhões de euros e, de acordo com os promotores da iniciativa, “representa, sem dúvida, um elemento precioso na expansão dos projectos” da Faculdade de Direito”
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Francisco e Manuel Aires Mateus assinaram o projecto da reconstrução da Casa da Jurisprudência da Faculdade e Direito de Coimbra, uma intervenção que implicou a recuperação do Colégio da Trindade de modo a albergar o curso de jurisprudência que, em breve, aquela faculdade da Universidade de Coimbra vai promover.
A obra, que acaba de ser inaugurada com a presença do primeiro-ministro António Costa, custou sete milhões de euros e, de acordo com os promotores da iniciativa, “representa, sem dúvida, um elemento precioso na expansão dos projectos” da Faculdade de Direito”.
No Colégio da Trindade “habitará também o Instituto Jurídico da Faculdade de Direito que tem como missão primeira realizar obra de investigação no domínio da ciência jurídica” adiantou o director da instituição, Rui de Figueiredo Marcos.
Mandado construir para servir a Ordem da Santíssima Trindade para a Redenção dos Cativos, o Colégio da Trindade teve como missão inicial libertar os “cristãos aprisionados durante as cruzadas”, depois alargada à “libertação de todos os cativos, como os escravos, os enfermos e os pobres”.
Em meados do século XVI, a Ordem decidiu instalar em Coimbra “uma instituição colegial própria, integrando-a na rede de colégios organizados em torno da Universidade”, função que manteve até extinção em Portugal das ordens religiosas (1834). Em parte do complexo colegial foram, então, instalados serviços como o Tribunal Judicial de Comarca, o colégio feminino da Rainha Santa e várias secções da Associação Académica de Coimbra, sendo vendidas em hasta pública, ainda no século XIX, as restantes partes do edifício, para pequenas habitações, espaços comerciais e oficinas. Com o processo de reorganização, demolição e construção da Alta de Coimbra, promovido pelo Estado Novo, para a transformar na ‘Cidade universitária’, foi projectada uma unidade residencial estudantil no complexo, o que nunca aconteceu, acabando o imóvel por ser completamente abandonado até à ruína.
Em 2013, a UC, já proprietária do complexo, apresentou candidatura do ‘Colégio da Trindade – Casa da Jurisprudência’ a fundos europeus, cujo cofinanciamento permitiu reabilitar o imóvel, de acordo com projecto da dupla de arquitectos Francisco e Manuel Aires Mateus.
No projecto do Colégio da Trindade, a intenção é distanciar-se da ideia de restauro tradicional para construir um novo espaço habitado a partir das paredes pré-existentes, reforçando a ideia de espessura e densidade das superfícies. Nesse sentido, na planta do primeiro e do segundo piso, verifica-se o encerramento de vãos e a demolição de paredes pré-existentes, que darão lugar a novos panos parietais.
O projecto actua com esta leitura do tempo passado, preservando o valor do “eterno” e propondo um novo “efémero”. Uma estrutura em aço destacada pela luz, o tempo de uma nova contemporaneidade.