Souto de Moura conquista Leão de Ouro na Bienal de Veneza
O arquitecto portuense foi galardoado graças ao projecto do complexo turístico de São Lourenço do Barrocal, a recuperação de um monte alentejano e a sua adaptação a hotel
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O arquitecto Eduardo Souto de Moura foi distinguido, este sábado, na Bienal de Arquitectura de Veneza com um Leão de Ouro. O arquitecto portuense foi galardoado graças ao projecto do complexo turístico de São Lourenço do Barrocal, a recuperação de um monte alentejano e a sua adaptação a hotel.
O certame dedicado à arquitectura recebe 65 participações nacionais, divididas entre os pavilhões históricos do Giardini, do Arsenale e do centro histórico de Veneza.
Portugal participa através da exposição “Public Without Rethoric” e Souto de Moura foi um dos 100 arquitetos convidados pelas curadoras da Bienal da Arquitetura de Veneza, Yvonne Farrell e Shelley McNamara, do Grafton Architects, para a exposição principal, espaço expositivo além dos pavilhões nacionais.
Doze edifícios públicos criados por arquitectos portugueses de várias gerações, nos últimos dez anos, e filmes de quatro artistas constituem a representação de Portugal na Bienal de Arquitectura de Veneza, intitulada “Public Without Rethoric”, inaugurada no último sábado.
O projecto, apresentado em Abril último pelos curadores, Nuno Brandão Costa e Sérgio Mah, no Palácio da Ajuda, em Lisboa, está instalado no Palazzo Giustinian Lolin, sede da Fundação Ugo e Olga Levi, junto ao Grande Canal, em Veneza, entidade com a qual a Direcção-Geral das Artes, organizadora da representação portuguesa, assinou um protocolo de utilização para este ano.
André Cepeda, Catarina Mourão, Nuno Cera e Salomé Lamas foram os quatro artistas convidados a criar filmes sobre os edifícios seleccionados.
Os 12 edifícios de arquitectos portugueses incluídos na exposição dividem-se pelo país e pelo estrangeiro, com três localizados nos Açores: Arquipélago – Centro de Artes Contemporâneas, na Ribeira Grande (João Mendes Ribeiro e Menos é Mais – Cristina Guedes e Francisco Vieira de Campos), Biblioteca Pública e Arquivo Regional de Angra do Heroísmo (Inês Lobo) e Centro de Visitantes da Gruta das Torres, no Pico (SAMI – Inês Vieira da Silva e Miguel Vieira).
De Lisboa estão incluídos na lista o Teatro Thalia (Gonçalo Byrne e Barbas Lopes Arquitectos, Diogo Seixas Lopes e Patrícia Barbas) e o Terminal de Cruzeiros (João Luís Carrilho da Graça).
Do Porto, são vários os edifícios que vão constar da representação portuguesa: I3S – Instituto de Inovação e Investigação em Saúde (Serôdio Furtado Associados – Isabel Furtado e João Pedro Serôdio), Molhes do Douro (Carlos Prata), Pavilhões Expositivos Temporários, “Incerteza Viva: Uma exposição a partir da 32.ª Bienal de São Paulo”, Parque de Serralves (depA – Carlos Azevedo, João Crisóstomo e Luís Sobral, Diogo Aguiar Studio, FAHR 021.3 – Filipa Fróis Almeida e Hugo Reis, Fala Atelier – Ana Luísa Soares, Filipe Magalhães e Ahmed Belkhodja e Ottotto, Teresa Otto).
A lista de obras seleccionadas inclui ainda o Hangar Centro Náutico, em Montemor-o-Velho (Miguel Figueira), e o Parque Urbano de Albarquel, em Setúbal (Ricardo Bak Gordon).
Fora de Portugal encontram-se o Centro de Criação Contemporânea Olivier Debré, em Tours, França (Aires Mateus e Associados – Manuel e Francisco Aires Mateus), e a Estação de Metro Município, em Nápoles, Itália (Álvaro Siza Vieira, Eduardo Souto Moura e Tiago Figueiredo).
A 16.ª Exposição Internacional de Arquitectura da Bienal de Veneza estará patente ao público até ao dia 25 de Novembro.