Mube Arquitectura assina Centro de Negócio no Estádio de Leiria
A proposta da equipa liderada por Pedro Cordeiro procura concluir (finalmente) o Estádio de Leiria, por via da criação de um centro de negócios para empresas do sector das TICE (Tecnologias da Informação, Comunicação e Electrónica) e de um centro associativo no inacabado topo Norte. Obras devem arrancar em 2020
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“Uma obra que irá marcar o futuro de Leiria”. É desta forma que o vice-presidente da Câmara de Leiria, Gonçalo Lopes, classifica a reconversão do topo norte do Estádio Municipal de Leiria num Centro de Negócios destinado a empresas de base tecnológica, num investimento de 7,5 milhões de euros. A iniciativa promovida pelo município leiriense tem a particularidade de colocar um ponto final num dos mais intrigantes episódios do Euro 2004, nomeadamente o facto de este ter sido um estádio inacabado. Quase 15 anos depois, Pedro Cordeiro, do atelier Mube Arquitectura, concebeu uma fachada total em vidro, “reflectora da urbanidade/vegetação circundante, aproveitando a exposição dominante de Norte e a luz difusa que melhor serve o uso dos serviços previstos para o edifício”. O arquitecto assenta a sua opção “na inevitável interdependência do Topo Norte e do Estádio Municipal de Leiria, assim como da sua monumentalidade, expressividade formal e material existente”, desmaterializando assim o alçado Norte.
Nova vida
“Aproveitando as diferentes projecções de laje no alçado, propõem-se uns canteiros, reforçando a presença da vegetação no edifício e a sua conotação ecológica, no âmbito da actual produção tecnológica e da sua, cada vez maior, relevância”, pode ler-se na descrição da proposta que norteia um investimento estimado em 7,5 milhões de euros.
Já o alçado interior, orientado a Sul, exige “uma solução de grande opacidade face à impermeabilidade visual pretendida entre o interior do estádio e o interior do edifício do topo norte”, acrescenta a equipa do arquitecto Pedro Cordeiro. “Deste modo, como resposta a uma separação visual que ao mesmo tempo permite a entrada de alguma luminosidade e ventilação, resultaram duas diferentes soluções: temos dois pisos (como um soco) em gabião e os restantes em painéis gravados com a silhueta de uma linha de árvores, projectando a ideia de muro ao qual se sobrepõe um horizonte arborizado, para além do plano de fachada”, assegura. Por outro lado, a organização interior do espaço edificado aproveita as regras modulares existentes entre pilares e capitéis, caixas de escadas, elevadores e ductos técnicos; assim, “encontrámos nas regras de modulação estrutural a oportunidade para um desenho que apesar de uma base rígida, flui como ‘um pedaço de urbanidade’ pela sua escala e desenho, expressa sobretudo no Piso 0 e 1 do centro de negócios através de uma rua central que atravessa todo o comprimento do espaço, sem interrupções, à excepção de duas escadas circulares que por contraste, insinuam a ‘poética arquitectural’ no contexto da racionalidade crua do sistema estrutural existente”, lê-se na descrição. A proposta de uma cobertura ajardinada no piso 5 tem como principal foco a existência de um espaço exterior de excepção na cidade, privilegiando toda uma relação de vistas com o rio e o arvoredo existente, um espaço de estadia para os utilizadores do edifício e para o público em geral, ancorado pelo bar e restaurante.
Nova centralidade
O Centro de Negócios de Leiria oferece uma “centralidade perfeita, com estacionamento e mobilidade”, além de “áreas grandes”, tendo em conta que a estrutura tem uma área de 17.500 metros quadrados.
Com esta medida, o Município pretende concluir o Topo Norte do estádio, dando-lhe um uso compatível e que potencie a utilização do equipamento, contribuindo para a sua sustentabilidade, e minimizar o impacto negativo do estádio relativamente ao Castelo de Leiria, e da “imagem que este apresenta visto desde a zona do mercado, através de intervenções paisagísticas e eventualmente construídas que diluam o grande contraste de escalas”.
Gonçalo Lopes informou ainda que a obra do centro de negócios só se deverá iniciar em 2020, depois de no próximo ano serem lançados os concursos para a construção.
Mube Arquitectura
Pedro Lemos Cordeiro coordena o atelier de que fazem também parte Patrícia Selada e Paulo Vieira. Desde o ano 2000, a Mube desenvolve projectos de arquitectura e planeamento urbano, mantendo como princípio mobilizador a procura de soluções inovadoras e eficazes perante as múltiplas solicitações do mundo. Os projectos desenvolvidos têm vindo a abranger diversas áreas quer em edifícios novos quer na área da reabilitação, combinando diferentes escalas e tipologias, desde a habitação ao urbanismo, serviços, equipamentos e interiores. Das obras desenvolvidas destacam-se a Central de Camionagem (Sever de Vouga, 2008) – Prémio HABITAR PORTUGAL 2006/2008 -, a Livraria Arquivo (Leiria, 2000), e a Biblioteca Municipal de Sever de Vouga (2009). Reúne até hoje vários prémios e obras pela participação em concursos públicos, como é o caso do 1º lugar em “Concurso público para o Plano de Pormenor da Frente Marítima da Praia do Pedrogão” (2015).