Casa das Oliveiras: ‘Alma’ contemporânea
A habitação do 1º Conde de Campo Bello foi transformada em condomínio. A agora Casa das Oliveiras ganhou nova vida com o projecto da arquitecta Isabel Vincke. Todo o edifício foi reabilitado e manteve as suas características originais, um trabalho complexo mas que permitiu manter a sua ‘alma’
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O edifício foi mandado construir por Adriano de Paiva de Faria Leite Brandão, 1º Conde de Campo Bello, pioneiro da Telescopia Eléctrica no início da segunda metade do século XIX, manteve-se na família durante várias gerações. A geração actual, de tetranetos, quis transformar aquela que era uma só moradia em vários apartamentos, adequados “a famílias que queiram viver no centro histórico”.
Uma das premissas do projecto seria manter a traça original da antiga casa, conjugando com a modernidade e contemporaneidade que hoje de espera de uma habitação. O conceito arquitectónico partiu de Isabel Vincke, que contou com a construção da Invenio Engenharia e fiscalização da Afaplan. E nasceu a Casa das Oliveiras.
Novos espaços, a mesma identidade
Para Isabel Vincke o maior desafio esteve relacionado com “a complexidade do projecto”. A ideia passou por “criar novos espaços, mais adaptados ao estilo de vida actual sem se perder a identidade e as características originais do edifício”.
“Em cada sala havia um tecto diferente, uma porta excepcional ou uma chaminé em pedra, cada apartamento manteve essa diversidade que tanto caracteriza e enriquece o edifício. Preservaram-se ainda as fachadas e paredes de meação em alvenaria de pedra, a estrutura dos pisos em travejamento de madeira revestido a soalho maciço, a escadaria central em madeira e a cobertura com estrutura em madeira coberta com telha marselha”, recordou Isabel Vincke.
A cobertura, que era anteriormente um espaço inutilizado, transformou-se em dois apartamentos com dois novos terraços, com zona exterior e uma vista desafogada sobre o centro histórico.
No interior do quarteirão, para além do estacionamento destinado a todo o prédio, foi ainda reabilitada uma ruína, um antigo estábulo, transformado agora numa pequena moradia duplex com jardim privado.
Habitação e arrendamento
Composto por oito apartamentos, distribuídos por quatro pisos, a Casa das Oliveiras dispõe de tipologias de T0, T1, T2, T2 Duplex e T3, cinco deles disponíveis para venda e três para arrendamento. As áreas totais das habitações para venda variam entre os 47m2 e os 99 m2. Por sua vez, as casas para arrendar têm áreas compreendidas entre 80 m2 e os 136 m2. Os dois espaços situados no piso térreo têm como fim a actividade comercial e agregam áreas de 90 m2 e 139 m2.
De acordo com Paiva Ribeiro, administrador da Invenio Engenharia, “foi um projecto muito exigente, nomeadamente na preservação da ‘alma’ do edifício, através da recuperação de inúmeros elementos originais. Um desafio que nos deu imenso gosto, não só pela delicadeza do processo, mas também pelo lado rigoroso da execução. O facto de ser um imóvel direccionado para a habitação residencial de longa duração, permite-nos ainda contribuir para a colmatação do défice de habitação direccionada a jovens famílias que se pretendem instalar no centro da cidade”, concluiu.