Pritzker 2019 entregue ao japonês Arata Isozaki
“Isozaki possui um profundo conhecimento da história e teoria da arquitectura e, abraçando a vanguarda, nunca se limitou a reproduzir o status quo, mas desafiou-o”, explica o júri do Pritzker
CONSTRUIR
SIL 2024 atribui prémios e distingue personalidade do ano
ERA: Venda de habitação nova cresce 36% nos primeiros 3 meses do ano
Álvaro Siza homenageado pelo Comité Internacional de Críticos de Arquitectura
Worx: Volume de investimento deverá manter-se em linha com o registado em 2023
Constructel adquire norte americana Verità
Nuno Sepúlveda assume presidência do CNIG
Zome lança serviço “inovador” de verificação de imóveis
Eficiência energética, BIM e construção metálica na agenda do 2º dia da Tektónica
Anjos Urban Palace é o novo projecto de reabilitação da EastBanc
Reynaers confirmada como parceira principal da ZAK World of Façades
O seu trabalho “vai além da estrutura da arquitectura e levanta questões que transcendem eras e fronteiras” e na sua obra “procura uma arquitectura significativa, criou edifícios de grande qualidade que até hoje desafiam categorizações, reflectem sua constante evolução e estão sempre actualizados na sua abordagem”.
É desta forma que o júri do Prémio Pritzker justifica a escolha do japonês Arata Isozaki como vencedor do prémio de 2019, sucedendo a Balkrishna Doshi naquele que é um dos mais prestigiados galardões na área da arquitectura.
Aos 87 anos de idade, ele que começou a desenhar as suas primeiras obras há 65, Isozaki recorda o vazio de onde partiu todo o seu percurso. “Quando comecei a ter idade para entender o mundo, Oita, a minha cidade foi incendiada”, refere Isozaki na página oficial da fundação que atribui o galardão, acrescentando que no lado oposto do mar, estava Hiroshima; “tudo era ruína”. “Não havia arquitectura, não havia prédios e nem mesmo uma cidade. Estava rodeado de quartéis e abrigos. A minha primeira experiência arquitectónica foi o vazio da arquitectura, e comecei a pensar em como as pessoas poderiam reconstruir as suas casas e suas cidades”, explicou Isozaki.
Os primeiros sucessos de Isozaki na arquitectura ocorreram durante a era seguinte à ocupação aliada do Japão, quando o país procurou erguer-se após a Segunda Guerra Mundial. “Eu queria ver o mundo através dos meus próprios olhos, então viajei pelo Mundo pelo menos dez vezes antes de completar trinta anos. Eu queria sentir a vida de pessoas em lugares diferentes e visitá-las extensivamente dentro do Japão, mas também para o mundo islâmico, aldeias nas profundas montanhas da China, Sudeste Asiático e cidades metropolitanas nos EUA. Tentava encontrar oportunidades para fazer isso e, com isso, continuei a questionar-me: ‘o que é a arquitectura?’ ”, lembra o laureado.
É o oitavo japonês a receber o prémio apelidado de Nobel da arquitectura, outorgado desde 1979 a profissionais vivos pelo conjunto de sua obra. A carreira de Isozaki começou sob os auspícios de seu professor Kenzo Tange -que participou da reconstrução de Hiroshima e colocou o Japão no mapa do modernismo arquitectónico, tornando-se ele o primeiro no seu país a receber o Pritzker, em 1987.
Formado pela Universidade de Tóquio, Isozaki é reconhecido por vários trabalhos notáveis, entre eles, o Palau Sant Jordi, construído para os Jogos Olímpicos de 1982, em Barcelona, o Museu de Arte Contemporânea de Los Angeles, a Allianz Tower, em Milão, a Sala de Concertos de Kioto, no Japão, e o Centro de Arte e Tecnologia Japonesa, na Polónia. Siza Vieira (1992) e Souto de Moura (2011) são os únicos representantes portugueses na lista de vencedores do galardão.