Arno Brandlhuber em reflexão no CCB a 15 de Março
Brandlhuber questiona a perspectiva meramente estética, técnica e económica da arquitectura (dominante nos dias de hoje), recentrando o seu papel e a sua importância na ordenação das relações sociais e políticas
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O 3º ciclo de conferências “Distância Crítica” (2017-2019) pretende ampliar o campo de reflexão em termos geracionais e tipológicos, incluindo autores emergentes e formas de desenho para lá de programas convencionais. Apesar de ser privilegiado quem actua no campo de uma arquitectura dita “real”, neste ciclo abre-se espaço para quem opera na vertente “ficcional”, no campo cinematográfico ou através de ensaios de alta tecnologia que abrem caminhos radicalmente novos para o habitat humano em condições extremas.
O primeiro convidado é Arno Brandlhuber e vem ao Grande Auditório do CCB na próxima sexta-feira, dia 15 de Março, pelas 19h00. Arquitecto e urbanista alemão, funda em 2006 o atelier Brandlhuber+, que se tem dedicado a desenvolver projectos baseados numa lógica colaborativa, não só com outros escritórios de arquitectura como com outras disciplinas. O seu trabalho é diversificado variando entre projectos de arquitectura, de investigação, exposições e publicações. Na vertente do activismo político, tem-se focado nas questões da legislação e no seu impacto na produção arquitectónica e urbana.
Com especial interesse no Brutalismo industrial, no seu portfolio encontram-se projectos de arquitectura com destaque para “Brunnenstrasse 9”, uma ruína que passou a ser um pólo criativo (Berlim, 2009), “The Antivilla” como reabilitação de uma fábrica de lingerie (Krampnitz, 2014), e a “Igreja St. Agnes” transformada em Centro de Artes (Berlim, 2015); assim como trabalhos de investigação, exposições, publicações ou acções expressas de activismo político, como é o caso do Academy c/o, focando-se nas questões de legislação e no seu impacto na produção arquitectónica e urbana.
Brandlhuber questiona a perspectiva meramente estética, técnica e económica da arquitectura (dominante nos dias de hoje), recentrando o seu papel e a sua importância na ordenação das relações sociais e políticas. Mais do que a construção de um objecto em si mesmo, interessa-lhe particularmente a definição do conceito.
Juntamente com o artista e realizador Christopher Roth, Brandlhuber + produziu uma série de filmes: “Legislating Architecture” (2016), “The Property Drama” (2017) e “Architecting after Politics” (2018). O mais recente filme faz parte de uma exposição itinerante em curso que retrata a economia de espaço. Desde 2017, Arno Brandlhuber é professor de arquitectura e design no Instituto de Tecnologia Federal Suíço (ETH Zurique), onde tem explorado o papel dos novos medias e das novas tecnologias como argumentos para o futuro da disciplina.
Com o título “Architecture as Argument”, nesta conferência Brandlhuber irá abordar o papel do vídeo, da televisão, (o online), entre outras imagens efémeras na produção espacial e, no discurso arquitectónico no seu sentido mais lato. A sua postura crítica – entre a prática e a reflexão – tem pautado todo o seu trabalho, colocando-o como uma das vozes mais pertinentes no panorama actual.
Após a conferência, segue-se a habitual conversa crítica orientada pela arquitecta Lucinda Correia, arquitecta, cofundadora da Artéria – Humanizing Architecture, um atelier de arquitectura independente e multidisciplinar, fundado em 2011, que se dedica a projectos de reabilitação urbana. Tem sido responsável pela concepção e coordenação geral de projectos e pela supervisão dos serviços educativos explorando os conceitos de espaço e de cidadania em escolas públicas (1º ciclo). Bolseira de Doutoramento da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) desde 2018, é membro colaborador do núcleo de Arquitectura, do Centro de Investigação em Arquitectura, Urbanismo e Design (CIAUD) e do Laboratório de Projecto Sustentável (Sustenta) desde 2017. Integra ainda a equipa editorial do Jornal Arquitectos (2016/2018).