Engenheiros respondem ao presidente da ANA: “Colocou em causa a engenharia nacional”
A Ordem dos Engenheiros, lê-se em comunicado, “não pode permitir que os interesses de uma concessionária, que colidem com os de Portugal, e por essa razão, têm motivado polémica, possam colocar em causa a credibilidade da engenharia nacional”
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“A Ordem dos Engenheiros lamenta profundamente a ligeireza das palavras e não pode permitir que os interesses de uma concessionária, que colidem com os de Portugal, e por essa razão, têm motivado polémica, possam colocar em causa a credibilidade da engenharia nacional e o fomentar o desrespeito pelos engenheiros portugueses”.
Dificilmente poderia ser mais dura e concludente a resposta que Carlos Mineiro Aires preparou para criticar a forma “leviana” como o presidente da ANA, José Luis Arnaut, colocou em causa as competências técnicas, a credibilidade profissional e a honra reputacional do antigo bastonário, Carlos Matias Ramos. E chegou em forma de comunicado.
Para o actual bastonário, é merecedora de um “repudio veemente” a forma deseducada como o responsável pela empresa que gere os aeroportos nacionais tratou “um prestigiado engenheiro que sempre serviu a causa pública, da melhor forma que o conseguiu fazer, e que como cidadão tem todo o direito de manifestar a sua opinião, sobretudo em assuntos que conhece e são de interesse nacional”.
“Carlos Matias Ramos foi presidente e vice-presidente do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), onde desenvolveu uma longa e prestigiada carreira nas áreas de estruturas hidráulicas, hidráulica fluvial, mecânica de fluidos e recursos hídricos, sendo ainda docente e consultor reconhecido internacionalmente”, realça a Ordem, lembrando que o ex-líder “pauta a sua actuação por elevação e exigências éticas e deontológicas, sobretudo no que diz respeito a conflitos de interesses no exercício da profissão”.
A propósito do conflito de interesses, Mineiro Aires vai mais longe no ataque à entrevista de Arnaut: “Não contente por ao longo de todo o processo de selecção da solução aeroportuária ter conseguido evitar o envolvimento da engenharia portuguesa, José Luís Arnaut – apesar de vir agora reclamar apoios públicos para um investidor privado, a ANA/Vinci, mudando radicalmente o discurso que assumia quando o negócio corria bem – não cuidou de tratar educadamente um prestigiado engenheiro que sempre serviu a causa pública, da melhor forma que o conseguiu fazer, e que como cidadão tem todo o direito de manifestar a sua opinião, sobretudo em assuntos que conhece e são de interesse nacional”.
Em entrevista à Radio Renascença, José Luís Arnaut apontou o dedo a um artigo de Matias Ramos onde o antigo bastonário da Ordem recusava a ideia de que a solução para a Portela passasse pelo “remendo Montijo. “Há algumas pessoas, como o ex-presidente do LNEC Matias Ramos, que discutem de uma forma quixotesca esta questão dos custos (…) que nunca construíram um aeroporto nem do Lego. A Vinci nos últimos quatro anos fez três aeroportos. Temos de ter em consideração as infraestruturas aeroportuárias, o pagamento das expropriações do terreno, custos de acessos e do material circulante. O nosso valor global [para Alcochete] anda na casa dos 7 mil milhões de euros. E sabemos o que está assinado com o Governo e que é esta primeira fase do Montijo: 600 milhões de euros”, responde o antigo ministro de Durão Barroso e actual presidente da gestora aeroportuária, numa entrevista ao Público e à Renascença.