Branded residences crescem e atraem operadores
Os Estados Unidos da América lideram o mercado global desta categoria residencial, mas outros países começam a dar sinais de desenvolvimento. Portugal segue a tendência
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As branded residences, ou residências de marca, em tradução livre para língua portuguesa, são um fenómeno em ascensão que se tem vindo a consolidar ao longo dos últimos anos. Entre 2011 e 2021, o número de projectos de branded residences subiu de 69 para 133 e o segmento registou um crescimento de 230%. A conclusão é apresentada pela análise Spotlight on Branded Residences, divulgada em Novembro pela consultora imobiliária internacional Savills.
Actualmente, contam-se 580 branded residences activas em todo o mundo, com mais de 100 mil unidades em operação. Até 2026, estima-se que estejam em funcionamento mais de 900 destas soluções residenciais de luxo.
A maior parte da oferta de branded residences está concentrada nos Estados Unidos da América, onde surgiu este conceito. Nesse país, contam-se perto de 200 branded residences, um número que ultrapassa o total combinado dos 7 mercados seguintes com maiores ofertas. Contudo, nos últimos anos tem sido possível observar a emergência de novos mercados, designadamente na Ásia e no Médio Oriente. A Tailândia, com 42, e os Emirados Árabes Unidos, com 39, são o segundo e o terceiro mercados de branded residences mais desenvolvidos, respectivamente.
Ao nível das cidades, Dubai, Miami e Nova Iorque estão no topo da lista como tendo as maiores ofertas de branded residences de todo o mundo. Estes centros urbanos altamente desenvolvidos estabeleceram mercados imobiliários de luxo e são capazes de atrair investidores domésticos e internacionais.
Portugal segue a tendência
“O mercado das branded residences, em Portugal, também tem vindo a crescer durante os últimos anos.”, afirma Kelcie Sellers, analista da Savills. O país conta actualmente com oito esquemas, totalizando 881 unidades, maioritariamente situados em resorts e zonas prime das grandes cidades. Em pipeline estão ainda nove projectos, com um total estimado de 900 unidades habitacionais. “Para a maioria dos operadores e compradores, amenities relacionadas com o bem-estar serão um elemento essencial no desenvolvimento de empreendimentos futuros, especialmente à luz da pandemia de COVID-19”, refere.
E a tendência é a de, à semelhança do que acontece no mercado internacional, este segmente venha a crescer. #A crescente procura por propriedades maiores, espaços exteriores privados e conexão de banda-larga de alta velocidade para permitir o teletrabalho serão tendências que durarão para além da pandemia”, sublinha Kelcie Sellers.
“A Savills tem uma vasta experiência no sector de branded residences, adquirida através do seu envolvimento em projectos internacionais. Temos prestado consultoria na maioria dos projectos de BR em Portugal”, afirma.
Grandes nomes da hotelaria ainda dominam mercado internacional, mas não estão sozinhos
Nos últimos 10 anos, o segmento das branded residences diversificou-se significativamente, deixando de ser dominado exclusivamente por marcas associadas ao mercado de hotelaria para passar a ser composto por um leque mais amplo de marcas.
O crescimento deste segmento imobiliário é prova do reconhecimento da rentabilidade e robustez do modelo económico que sustenta os empreendimentos de branded residences.
O grupo Marriott mantém uma liderança firme neste sector, posição que detém desde 2002. Actualmente, o grupo francês Accor encontra-se em quinto lugar em termos de números de propriedades completas, uma posição acima da que detinha em 2020, e poderá chegar ao segundo lugar, mesmo abaixo do Marriott, com a conclusão dos projectos que tem em desenvolvimento.
Relativamente a marcas, a Ritz-Carlton, a Four Seasons e a Yoo Inspired by Starck têm ocupado os três primeiros lugares da tabela, tendo já em consideração os produtos em fase de projecto ou em desenvolvimento.