“O nosso foco é a contínua especialização no mercado nacional”
Ao CONSTRUIR, o CEO da Baltor considera que o crescimento da construtora passa por passos “sólidos, elásticos e eficazes”, mais do que uma estratégia que represente dar ‘passos maiores que a perna’. Apostando na sustentabilidade e na versatilidade, os responsáveis da construtora estimam uma facturação, no final do ano, na ordem dos 15 milhões de euros

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Descartando essa hipótese no imediato, o CEO da Baltor não descarta a internacionalização como aposta. Cláudio Costa explica ao CONSTRUIR que estão atentos às dificuldades que resultam do aumento dos preços das matérias-primas, a falta de mão-de-obra e que isso tem obrigado os responsáveis da construtora a reflectir sobre as melhores soluções
O sector está a atravessar um momento sui generis. Por um lado, existem bastantes projectos a acontecer ao mesmo tempo que sentimos a perspectiva de outros em pipeline, o que vai ao encontro da perspectiva de crescimento anunciada pela AICOOPN e AECOPS , assim como a análise das previsões do Banco de Portugal para 2022. Por outro lado, o sector tem sentido sérias dificuldades relacionadas com o já conhecido problema da anormal e imprevisível subida dos preços das matérias-primas, a dificuldade do regular aprovisionamento/logística das mesmas e o crónico e crescente problema de falta de mão de obra especializada. Tudo isto reflecte, também, uma inevitável e generalizada dificuldade no cumprimento de todo o tipo de prazos. Este cocktail tem-se revelado muito perigoso e, por isso, não são de estranhar as recentes notícias sobre algumas construtoras que têm parado Empreitadas por não conseguir reequilibrar os contratos. Estamos muito atentos a esta fase, temos feito muito brainstorming sobre estas dificuldades, sobre as soluções e, acima de tudo, sobre as oportunidades de melhoria que podem daqui surgir. Consequência agridoce das crises, que sendo mais ou menos severas, destapam sempre as fragilidades do mercado e das empresas -nem sempre da melhor maneira- e para os que logram resistir, constatamos maiores índices internos de resiliência e maior capacidade de inovação e adaptação. Acreditamos que é fundamental o bom controle de custos, a disciplina das ‘contas certas’, a gestão próxima que permite a antecipação de problemas e, acima de tudo, o espírito verticalizado de Missão, de Alerta e Resiliência, sendo este último, cada vez mais, um valor crítico. No nosso caso, a resiliência é, sem dúvida, uma das principais características que nos define, é algo que nos está colado à pele. Espelho disso é o facto de a Baltor surgir e se erguer precisamente durante um período que, segundo muitos economistas, foi o pior período económico desde a Grande Depressão, 2008, e desde então, não parámos de crescer, com solidez.
Qual é a estratégia da Baltor para crescer? A internacionalização faz parte desse caminho?
O crescimento organizacional e mesmo o estrutural não nos inquieta. É um processo que acontece com naturalidade embora, por natureza, sejamos sempre muito cautelosos na hora de estudar essa possibilidade. O crescimento da estrutura só acontece quando existe manifesto enquadramento. Definitivamente ‘não damos passos maiores que a perna’. Queremos, acima de tudo, garantir o crescimento e eficiência nas capacidades individuais dos colaboradores e dos processos internos. Queremos ser sólidos, elásticos e eficazes, cumprir os objectivos com distinção e ser por aí reconhecidos. Para isso, entendemos que é importante que a dimensão da empresa seja a correcta pois não queremos que as dores de crescimento sejam um problema regular no quotidiano da gestão. Queremos continuar a ter a capacidade de chegar a todos os vértices da empresa, uma característica das ‘pequenas’ empresas que não queremos perder. Não queremos apenas dizer como se faz, queremos estar presentes no dia-a-dia e mostrar como se faz. A Internacionalização não é actualmente um ponto estratégico para a Baltor. O nosso foco é a continua especialização no mercado nacional pois é aqui que queremos ser incontestavelmente fortes e reconhecidos, mas naturalmente, não fechamos a porta a essa possibilidade, no futuro.
Olhando para a vossa actividade, multidisciplinar, e considerando o mercado interno, onde identificam as maiores oportunidades e de que modo se estão a posicionar para responder a esses desafios?
Como já referi, umas das principais características que queremos que continue a definir a Baltor é a sua elasticidade, e isso significa também ter capacidade de se adaptar a Projectos de qualquer natureza. Actualmente, estamos a actuar em vários sectores, de Norte a Sul do País; Obras Publicas (Edificação e Infraestruturas ) e Obras Privadas ( Habitação ( acessível e de luxo ), Hotelaria, Industria, Retalho, Infraestruturas, etc ). Neste momento, para nós, as oportunidades vão surgindo um pouco por todos estes sectores, mas diria que os sectores da Logística e Serviços estão a merecer especial atenção da nossa parte. Para isso, temos reforçado as equipas que actuam neste tipo de Projectos, que são equipas dinâmicas e ágeis. A celeridade é particularmente crucial neste tipo de empreitadas.
A sustentabilidade é encarada como uma prioridade na Economia, de um modo geral, e a Construção não foge à tónica. Em que medida é que é estratégica para a Baltor e de que forma procuram incorporar este tipo de conceitos na vossa actividade?
Essa é uma das nossas utopias. A sustentabilidade é e será, cada vez mais, uma obrigação de todos. Estamos muito atentos. Queremos ser muito hábeis, neste jogo de ter ou não ter capacidade de interagir correctamente com o Mundo. Estamos especialmente atentos a projectos onde esta exigência é mais vincada, queremos ir mais além, sair da zona de conforto e evoluir mais ainda, neste dossiê. Temos alguns estudos a decorrer, mas ainda é cedo para falar sobre eles.
A Baltor é responsável pelos trabalhos de desconstrução do emblemático Prédio Coutinho, em Viana do Castelo. Quais são as grandes complexidades desta intervenção e em que medida é que a Baltor foi “forçada” a inovar para responder a esse desafio?
O Edifício Jardim, é um projecto de características especiais, desafiante e por isso estratégico para nós. A dimensão do edifício e o facto de estar implantado em plena malha urbana, torna só por aqui, um repto e surgem logo uma série de dificuldades e riscos que mereceram toda a atenção e cuidado. Foi, desde o primeiro momento, importante para nós garantir ao máximo a segurança de todas as pessoas afectas à obra bem como de toda a envolvente durante os trabalhos. Acreditamos que conseguimos montar uma estratégia muito acertada, em especial para a actual fase, de demolição estrutural e que procede a fase de desconstrução. É um processo que abdica totalmente da necessidade de manter colaboradores ou equipamentos dentro do edifício- ou mesmo na linha periférica – graças às características muito particulares do equipamento e da plataforma que foi criada para o efeito. A segurança é, sem dúvida, um pilar indiscutível para nós, dono de obra e fiscalização. Na primeira fase do processo, a desconstrução cuidada, manual, de todo o FF&E, foi um procedimento enriquecedor, pela escala, variedade de materiais existentes e prazo. O domínio de estas valorizações é fundamental para muscular este sector e criar a possibilidade de evoluir para novos horizontes, como acontece já em países mais maduros.
Mesmo atendendo a que cada obra é uma obra, há particularidades desta obra que vos tenham servido de escola que possa ser replicado em outras intervenções?
Sim, claro. É natural que, no fim, retiremos um ou outro ensinamento. A ideia é essa. Até ao momento, está a ser muito positivo.
A Baltor é também responsável pela reconversão da Praça de Touros de Viana. Para quem executa os trabalhos, quais são os grandes desafios que identifica nesta obra?
A “Reabilitação e Reconversão da Praça Viana” é para nós, tecnicamente, um Projecto muito interessante. Sem dúvida, falamos de um Projecto singular, não só pela Arquitectura, mas também pelas instalações técnicas. Este edifício vai servir de Equipamento de apoio a várias modalidades desportivas, mas estará preparado também, para receber outros eventos, ou seja, é um Projecto muito completo em todos os sentidos.
Já há dados sobre a vossa facturação em 2021? Como avalia esses resultados? O que está a ser preparado para crescerem em facturação e, eventualmente, diversificarem a vossa actividade?
A facturação em 2021 ronda os 15Milhões de Euros. Prevemos que em 2022, em igual linha de crescimento, o valor seja superior, sendo a distribuição muito similar a 2021, ou seja, um pouco por todas as áreas de actividade, em projectos Públicos e Privados.
A ‘carteira’ de obras da Baltor
– Remodelação do Continente de Santa Maria da Feira – SONAE
– Remodelação e Ampliação da Sarreliber ( Arcos de Valdevez ) – SARRELIBER
– Praça de Touros de Viana do Castelo – MUNICIPIO DE VIANA DO CASTELO
– Demolição do Edifício Jardim – VIANAPOLIS
– Rodrigo da Fonseca 43, Lisboa – MEXTO
– Priority Alcântara, Lisboa – CLEVEREAL
– Olival 4 a 6, Lisboa – OLIVAL4
– Edifício unifamiliar ( Prime ), Belas Clube de Campo – PARTICULAR
– Edifício unifamiliar ( Prime ), Braga – PARTICULAR
– Execução Redes Dren. E.E. Aguas Residuais – ÁGUAS DO ALTO MINHO
– Execução Sistema Abastecimento Águas VNC – Covas – ÁGUAS DO ALTO MINHO
– Execução Sistema Abastecimento Águas VNC – Candemil – ÁGUAS DO ALTO MINHO
– Ampliação de Redas de Água e Abastecimento de Águas Residuais Domésticas em Freixieiro de Soutelo – MUNICIPIO DE VIANA DO CASTELO
– Escola Básica de Vila Praia de Âncora e sede da Academia de Musica Fernandes Fão – MUNICIPIO DE CAMINHA
– Requalificação da Escola E.B. 2/3 Pintor José de Brito – MUNICIPIO DE VIANA DO CASTELO
– Edifício Bifamiliar ( Prime ) Gulpilhares – PARTICULAR