Mercado de trabalho de engenharia cresce significativamente
A Michael Page observou um crescimento de 37% na procura dos perfis de engenharia em 2022 na zona Norte, relativamente ao período homólogo do ano passado

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Este crescimento reflecte a evolução dos centros de engenharia situados na região Norte do país, os quais têm contribuído para o dinamismo do recrutamento no sector, caracterizado pela constante inovação e reinvenção. A disputa de talento tem impulsionado o mercado de emprego, observando-se, este ano, um aumento médio de 15% no valor salarial.
“O aumento exponencial de centros de engenharia e I&D no norte de Portugal tem sido um dos factores mais impactantes no recrutamento global dos perfis de engenharia na região, criando em algumas áreas técnicas uma autêntica inversão na curva deste mercado, onde a procura de talento supera já a oferta de profissionais disponíveis. Quando olhamos para os projectos de recrutamento em Engenharia na Michael Page Porto no último ano, 39% estão já enquadrados nestes centros tecnológicos”, explica Luís Mouta Dias, Manager, Engineering & Manufacturing da Michael Page Porto. “Destacam-se áreas como a automação industrial, impulsionada pela indústria 4.0, que criam uma pressão evidente na procura destes profissionais. O mercado cada vez mais global onde as nossas empresas actuam explica as transformações nos seus processos produtivos, cuja automatização crescente também influencia decisivamente o mercado de recrutamento”, reforço o especialista.
Relativamente às funções mais procuradas em 2022, destacam-se os perfis de engenharia de processo, projecto e desenvolvimento de produto, acompanhando a evolução do mercado e da crescente importância das áreas core de engenharia e processo.
A crescente automatização e optimização de processos produtivos têm resultado numa maior procura de profissionais de engenharia, com destaque para os perfis de electrotecnia, automação e robótica, particularmente na vertente de desenvolvimento e programação de software/hardware. Além disso, com a concretização de vários projectos industriais adiados pelo período pandémico, assiste-se actualmente a uma enorme procura de perfis especializados em gestão de projectos.
A crescente procura de profissionais, tem impulsionado o mercado em termos salariais. Em 2022, a Michael Page observou um aumento médio de 15% no valor salarial praticado para a mesma posição de engenharia face a períodos anteriores no norte do país. A título de exemplo de remuneração no na zona Norte, na área da Indústria, um director-geral pode auferir entre 95 mil e 140 mil euros, um engenheiro de processos e métodos, entre 21 mil e 39,200 euros e um engenheiro de I&D cerca de 42 mil euros. Na área da Construção, um director-geral pode auferir até 105 mil euros e na área Química/Farmacêutica, o tecto salarial para a função de Responsável de Laboratório de Controlo de Qualidade chega aos 42 mil euros. Os valores são referentes a remuneração anual bruta, em euros, sem bónus
Relativamente à preparação académica de profissionais para assumir funções na área da engenharia, as sinergias entre as instituições académicas e as empresas que actuam no mercado, poderiam ser mais reforçadas, de forma a acelerar a integração dos profissionais no mercado de trabalho desta área.
“O profissional de engenharia recém-formado continua a chegar ao mercado com muito pouca aplicação prática dos seus conhecimentos teóricos, o que resulta por vezes num menor entendimento global do seu papel nas organizações”, refere Luís Mouta Dias
No futuro, os desafios passam pelo surgimento de funções relacionadas com a digitalização. Existindo cada vez mais ferramentas e processos de fabrico orientados a uma lógica digital, áreas como a inteligência artificial e o desenvolvimento de autómatos ocuparão um lugar de destaque, inclusive como resposta a uma crescente escassez de recursos humanos e técnicos nos diferentes sectores industriais.