Não é um barco, é um escritório
A Carmo Woods acaba de inaugurar os seus novos escritórios em Bordéus. Uma estrutura em madeira, com 600 metros quadrados, assente numa barcaça flutuante, representou um investimento em torno dos dois milhões de euros e, de acordo com os responsáveis do grupo, representa um projecto inovador do ponto de vista da
sustentabilidade e bem-estar dos colaboradores. O projecto de arquitectura é assinado pelos franceses 2PMA

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“Há uns barcos adaptados a escritórios, mas este foi desenhado de raiz para ser um escritório com dois andares e meio. Pode e tem de navegar por obrigações relacionadas com a manutenção mas não é um barco. É um escritório”. O statement do presidente do Conselho de Administração da Carmo Wood deixa claro o que esteve na origem do investimento de dois milhões de euros para a construção da nova sede da empresa em Bordéus, no novo bairro Bassins à flot, no Norte de Bordéus, junto à Cité du Vin. Os novos escritórios flutuantes em madeira foram apresentados formalmente num evento que contou com dezenas de convidados e onde Jorge Milne e Carmo explicou que a construção deste edifício, o primeiro do género em França, envolveu a perícia e know-how de 14 empresas (entre Portugal
e França), e uma multiplicidade de procedimentos administrativos, mas também um grande número de desafios técnicos, ambientais e estruturais.
Especialista no segmento de madeiras tratadas e com atividade tanto na área agrícola como de construção, a Carmo Woods dispõe agora de 600m2 de escritórios flutuantes, assentes numa barcaça de 30 metros por 11 metros, e que são, em si, uma atracção turística e ponto de interesse para todos os que visitam esta região da cidade. À Traço, Jorge Milne e Carmo explica que “estes escritórios nasceram de uma ideia que surgiu depois de uma conversa com um colaborador do grupo que tinha a ambição de construir uma casa flutuante. E eu pensei: “Se ele quer fazer uma casa, nós podemos fazer um escritório”.
A ideia motivou reuniões de trabalho com o ex-primeiro ministro e antigo presidente da Câmara de Bordéus, Alain Juppé, e envolveu as autoridades marítimas locais. “Tivemos de fazer um edifício o mais ecológico possível”, explica o presidente do grupo, promovendo o projecto de arquitectura do atelier 2PMA. “As paredes são feitas de uma mistura de terra crua e palha. A electricidade é gerada a partir de painéis solares e o ar condicionado aproveita a água do próprio lago onde estamos. É um edifício que recorre a materiais ecológicos e o isolamento, que não está à vista, é feito com recurso a lã de madeira”, refere. O edifício tem
uma pele exterior, de sombreamento, feita com postes de vinha, “pele que faz a ligação entre a nossa área da construção e a nossa área agrícola. São postes de madeira tratada usados nas vinhas, que simbolizam os mais de 40 anos de história da marca no mercado agrícola em França. Este novo espaço de
trabalho está equipado com a mais recente linha de mobiliário de escritório da marca e ainda soalho em pinho marítimo, igualmente lançado pela marca”, salienta Jorge Milne e Carmo.
Projecto inovador
“A inovação inerente a este projecto não se ficou pelo desafio de construir uns escritórios flutuantes em madeira, com esta dimensão e nesta região. Este é também um projecto inovador do ponto de vista da sustentabilidade e bem-estar dos colaboradores”, sublinha o presidente da Carmo Woods, que está agora de olho nas próximas oito licenças a serem lançadas. “A Câmara de Bordéus, que concedeu uma licença única, queria primeiro perceber o trabalho que seria feito. Conhecido o resultado do trabalho que desenvolvemos, tem preparadas mais oito licenças. Nós temos um know-how de tudo, desde o licenciamento à execução, projectos eléctricos, saneamento, etc. Estamos em posição privilegiada para concorrer a esses oito novos escritórios flutuantes que serão desenvolvidos”, assegura o responsável do grupo, que não descarta replicar o modelo em Portugal. “Essa hipótese está em cima da mesa, no Parque das Nações. Este projecto não representa apenas a nossa empresa como tem uma visibilidade fantástica em toda a França”, garante. “Estamos muito felizes com este novo projecto que é motivo de orgulho para a Carmo Wood e para todas as empresas que a constituem e que estiveram envolvidas, mas também para Portugal. Continuamos a fazer a diferença, como há 40 anos, num
mercado externo tão concorrencial como o mercado francês e a deixar bem claro que as empresas portuguesas podem e devem arriscar e desafiar-se a si próprias, dentro e fora de portas”, refere Jorge Milne e Carmo.