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O plano de investimentos do Grupo Vila Maior, a estratégia da Otovo e a revista de arquitectura TRAÇO no CONSTRUIR 466

O grupo nortenho Construções Vila Maior (CVM) anuncia investimentos de 140 milhões de euros até 2024, naquele que é o destaque da edição 466 do CONSTRUIR. Já este número da TRAÇO concentra particular atenção na Trienal de Arquitectura de Lisboa

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O grupo nortenho Construções Vila Maior (CVM) anuncia investimentos de 140 milhões de euros até 2024, naquele que é o destaque da edição 466 do CONSTRUIR. Já este número da TRAÇO concentra particular atenção na Trienal de Arquitectura de Lisboa

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“ÉLOU” representa um investimento de 75M€

Loures é a mais recente aposta da SOLYD Property Developers. Aqui vai nascer o ÉLOU, um condomínio fechado, que oferece 266 apartamentos, distribuídos por 17 edifícios. Representa um investimento de 75 milhões de euros e deverá ficar concluído até 2026

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O ÉLOU representa um investimento estimado de 75 milhões de euros e pretende revolucionar a oferta existente nesta zona de Loures. O projecto está a ser comercializado pela Castelhana e pela ERA. Desenvolvido e desenhado pela equipa liderada pela arquitecta Cristina Rocheta, da SOLYD Property Developers, o novo condomínio fechado conta com apartamentos de tipologias T1 a T5, com preços a partir dos 260 mil euros até 600 mil euros.

“O ÉLOU é um empreendimento de referência e o ponto de partida para um projecto urbano inspirador que consolida o posicionamento distintivo que temos no mercado. Com este projecto assinalamos também o nosso compromisso em desenvolver projectos imobiliários adaptados ao estilo de vida contemporâneo, com generosos espaços exteriores. Este projecto reflecte as nossas preocupações com a sustentabilidade – em resposta aos desafios climáticos e à necessidade de maior eficiência no sector. Estamos certos de que a qualidade e o rigor que estamos a incutir neste projecto terão uma boa receptividade no mercado,” afirma a administração da SOLYD.

De T1 a T5, com áreas compreendidas entre os 49 e os 149 m2 e varandas e terraços com áreas até aos 137 m2, o ÉLOU oferece modernos apartamentos com excelentes acabamentos. Os elevados padrões de qualidade estendem-se aos revestimentos de parede, carpintarias lacadas, porta de alta segurança, pavimentos, ar condicionado com alta eficiência energética e roupeiros embutidos. As cozinhas são totalmente equipadas com eletrodomésticos de topo e móveis com grande capacidade de arrumação. Já as casas de banho incluem louças e torneiras de marcas de referência.


Os 17 edifícios residenciais têm em comum uma vasta zona de lazer privativa com 4 110 m2. Neste espaço exterior, com relvados e uma piscina, o descanso e a tranquilidade são os grandes anfitriões. Além disso, o projecto oferece um lobby decorado, ginásio totalmente equipado e sala multiusos. O estacionamento privativo é subterrâneo e inclui pré-instalação para carregamento de veículos eléctricos, lugares de parqueamento para pessoas de mobilidade reduzida e para bicicletas.

O Compromisso com a Sustentabilidade
O ÉLOU tem na sua génese a sustentabilidade e, por isso, a diminuição do impacto ambiental é uma prioridade.
A cobertura, fachadas e caixilharia oferecem um isolamento térmico e acústico de elevado desempenho, o que permite uma redução significativa das necessidades energéticas do edifício, assim como um elevado nível de conforto.
Painéis solares de elevada eficiência instalados na cobertura, aquecimento de água com recurso a bombas de calor com elevado rendimento, iluminação dos átrios, zonas de circulação e espaços verdes privativos feita com aparelhos led de alta eficiência e baixo consumo, recorrendo a sensores de movimento e células fotoelétricas para otimizar o consumo, e os elevadores utilizam tecnologia que permite reduzir o consumo energético nomeadamente através de sistemas de gestão de tráfego que permitem otimizar a utilização dos equipamentos.


No interior dos apartamentos, todos os eletrodomésticos têm elevada eficiência energética, os ares condicionados são multi-split com sistema inverter de elevado rendimento, garantindo uma excelente climatização com baixos consumos energéticos. Máquinas de lavar louça e roupa com aproveitamento racional da água em todos os ciclos de lavagem, autoclismos com sistema que permite selecionar o volume de água em cada descarga e torneiras equipadas com gestores de caudal, garantem conforto na utilização e, ao mesmo tempo, a racionalização do consumo de água.
Nas zonas verdes, a gestão de rega é otimizada por sectores e adequada às necessidades das várias espécies, promovendo uma utilização sustentável de água.

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Governo disponibiliza linha de financiamento de 50 M€ para investimentos em sustentabilidade

Trata-se de uma linha de financiamento, com garantia mútua e apoio máximo por operação de 500 mil euros, destinada a projectos de investimento na área da sustentabilidade promovidos por empresas do turismo

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O Ministério da Economia e do Mar anunciou esta terça-feira, dia 24 de Maio, uma nova linha de financiamento no valor global de 50 milhões de euros para apoiar investimentos na área da sustentabilidade. Trata-se de uma linha de financiamento, com garantia mútua e apoio máximo por operação de 500 mil euros, destinada a projectos de investimento na área da sustentabilidade promovidos por empresas do turismo. A medida prevê a atribuição de um prémio de desempenho, que se traduz na conversão a fundo perdido de uma parte do financiamento, em função do cumprimento de objectivos relacionados, nomeadamente, com a redução de consumos, com a utilização de fontes de energia renovável ou com a gestão mais eficiente dos resíduos.

Com um orçamento de 20 milhões de euros para os territórios de baixa densidade, que faz parte da Agenda do Turismo para o Interior, anunciada no passado dia 9 de maio, esta linha prevê, também, um orçamento de 30 milhões de euros para projetos promovidos fora dos territórios de baixa densidade. Ao nível do prémio de desempenho, as empresas localizadas nos territórios de baixa densidade beneficiam de um prémio de desempenho de 20%, sendo que as empresas localizadas fora daqueles territórios beneficiam de um prémio de desempenho de 10%.

Esta linha, a operacionalizar no próximo mês, insere-se no âmbito do Programa Empresas Turismo 360.º, cujo objectivo passa por incentivar as empresas do sector turístico a adoptar uma agenda ESG (Environmental, Social, Governance) e analisar os impactos da sua actividade no ambiente e nos sistemas sociais em que operam.

Lançado em Novembro de 2021, em parceria com 18 entidades, o Programa Empresas Turismo 360.º incentiva as empresas a reportar o seu desempenho em sustentabilidade através da integração dos factores ESG – Environmental, Social and Governance na cultura organizacional e na estratégia de negócio, orientando-as no processo através de um sistema de indicadores criado com o objectivo de reflectir as suas práticas ambientais, sociais e de governação.

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“A nossa estratégia é a longo prazo, a pensar na próxima década”

Bobby O’Reilly, cofundador e sales & marketing director da Dynasty Homes, é o rosto da promotora em Portugal. Ao CONSTRUIR, falou sobre os próximos investimentos, as novas localizações onde estão a apostar, mas também, sobre o difícil caminho que o nosso País atravessa em termos de estabilidade política e legislativa. Além dos custos de construção… Continue reading “A nossa estratégia é a longo prazo, a pensar na próxima década”

Cidália Lopes

Bobby O’Reilly, cofundador e sales & marketing director da Dynasty Homes, é o rosto da promotora em Portugal. Ao CONSTRUIR, falou sobre os próximos investimentos, as novas localizações onde estão a apostar, mas também, sobre o difícil caminho que o nosso País atravessa em termos de estabilidade política e legislativa. Além dos custos de construção e impostos elevados, o responsável receia que as recentes políticas nacionais possam assustar os investidores e levá-los a direccionar os seus projectos para outros países.

O empreendimento ‘Herdade do Meio’ é o primeiro investimento de maior dimensão em Portugal. Porque a aposta neste tipo de produto e porquê a escolha deste local?

Até agora, é o nosso maior investimento. É um produto diferenciado, pelo número de soluções inovadoras que aplica, como a qualidade dos materiais ou o sistema KNX, neste caso, o protocolo mundial para todas as aplicações de controlo de residências e edifícios. Sem esquecer a implementação de conceitos de eficiência energética, algo que o mercado exige cada vez mais, e que visa a produção de electricidade através de painéis solares e a integração de baterias acumuladoras, com o objectivo de realmente aproveitar a energia produzida.

Sentimos que a dimensão da Herdade do Meio responde àquilo que desejamos. Já estamos em Portugal há algum tempo e temos desenvolvido projectos mais pequenos. Mas aqui encontramo-nos em posição de fazer algo que vai mais ao encontro das nossas expectativas, por exemplo, através da criação de zonas de lazer ou áreas com dimensões superiores, nomeadamente, nas caves e garagens.

Por outro lado, acreditamos que esta é a localização perfeita. Desde logo, pela sua centralidade, por estar próximo da estação de comboios e de Lisboa. Mas também por ser uma ligação que não se cinge à cidade, pois está a apenas 10 minutos da praia. É também uma zona tranquila, próxima de escolas, supermercados e espaços comerciais. E, refira-se, em Portugal não é fácil encontrar uma localização com este perfil, já com um plano municipal para o espaço que não exija estarmos à espera mais de três anos.

Anunciaram outros dois novos projetos muito perto da ‘Herdade do Meio’. Trata-se também de empreendimentos pensados para o segmento alto?

Os próximos dois projectos serão reconhecidos pelos seus acabamentos de alto nível, com elevados índices de eficiência energética. E falo de um produto que não existe na área.

Acredito que quem queira viver nestas localizações, pelo seu valor de mercado e pelo perfil de construção, com um standard mais elevado, procure as nossas ofertas. O projecto na Aroeira divide-se em dois lotes. O primeiro, com um total de 7.800 m2 e um investimento de sete milhões de euros, integra 12 moradias geminadas e uma individual, as quais incluem cave piscina privada e jardim, sistema de casa inteligente. Pretendemos iniciar a construção e venda a partir de Outubro deste ano.

Já o segundo lote, num terreno de 5.050 m2, exige um investimento de 5 milhões de euros, em 8 moradias, todas geminadas, com 160 m2, cada. Tal como no outro lote, inclui cave, piscina privada e jardim, para além do sistema casa inteligente, e iniciará a respetiva edificação em Outubro.

Gostaríamos muito de apostar em habitações com preços a partir dos 350 mil euros. Mas o Governo também terá que dar sinais nesse sentido, através de incentivos ao sector. Ao aumentar os impostos, o IVA e os custos da construção, o Estado está a incrementar uma espiral inflaccionista no mercado

Anunciaram um montante de 82 M€ de investimentos em Portugal. Sendo que a ‘Herdade do Meio’ e os outros dois anunciados totalizam cerca de 42 M€ há ainda um valor considerável previsto para outros projetos. Quais as principais apostas da Dynasty Homes para os próximos anos?

O valor que aponta refere-se apenas ao que já temos em pipeline, entre lotes, apartamentos e prédios, seja em Lisboa, seja na Margem Sul. Além da Herdade do Meio e da Aroeira, por exemplo, em Lisboa, estamos a renovar um edifício na zona de S. Bento, que integra 11 apartamentos, num mix entre estúdios e apartamentos de um quarto. Já no Pátio do Tijolo encontramo-nos a trabalhar num edifício clássico, com oito apartamentos. Na Margem Sul destaco, ainda, uma casa que se encontra em fase de renovação, a Aroeira Beach & Golf Villa, com três pisos, um espaçoso piso térreo aberto no interior e jardim envolvente.

A curto prazo, temos em mente apostar na zona do Seixal, numa localização, uma vez mais, com boas acessibilidades, constituída por 127 villas e cerca de 200 apartamentos. Também estamos à procura de espaços com características similares em Fernão Ferro.

E além de Lisboa e margem sul que outras localizações poderão suscitar interesse?

Estamos interessados em analisar todas as zonas que façam sentido. Adoramos Lisboa e a Margem Sul, mas estamos abertos a outras zonas.

Porém, na verdade, ainda não pesquisámos a fundo a Margem Norte. Isto, pois os valores de construção são mais elevados, com repercussões nos preços das habitações. O que leva a que as localizações onde nos encontramos actualmente sejam mais interessantes para investidores como nós, que queremos construir habitações com determinadas características e valores que possam ir ao encontro de determinado perfil.

Por exemplo, estamos agora especialmente atentos a alguns locais do concelho do Montijo, com o objectivo de respondermos a várias exigências do mercado nacional. Desde apartamentos a villas, a qualidade é fundamental para os projectos da Dynasty Homes, bem como a implementação de soluções de eficiência energética, numa óptica da maior rentabilidade possível para os compradores.

Sentimos que a dimensão da Herdade do Meio responde àquilo que desejamos. Aqui encontramo-nos em posição de fazer algo que vai mais ao encontro das nossas expectativas, por exemplo, através da criação de zonas de lazer ou áreas com dimensões superiores, nomeadamente, nas caves e garagens

Gostaria ou ponderam apostar, também, em projetos para outros segmentos, nomeadamente, para a chamada classe média, sendo um tipo de habitação com muita procura também?

Gostaríamos muito de apostar em habitações com preços a partir dos 350 mil euros. Mas o Governo também terá que dar sinais nesse sentido, através de incentivos ao sector. Por aquilo que verificamos, ao aumentar os impostos, o IVA e os custos da construção, o Estado está a incrementar uma espiral inflacionista no mercado, com as consequências que daí advêm.

Há que criar condições para que as pessoas adquiram casas. Claro que não é obrigar os bancos a dar empréstimos, antes a criar programas que facilitem todo o processo. Na Irlanda, por exemplo, estão a ser desenvolvidos incentivos que visam a diminuição dos impostos no decorrer da construção das casas, o que resulta em melhores oportunidades de aquisição junto dos compradores finais.

Em Portugal, os custos de construção e os impostos são elevadíssimos, o que torna quase impossível dinamizar o mercado local. Nesse sentido, os municípios também podem ajudar. Quando falam com os construtores e investidores, podem colocar em cima da mesa as suas necessidades, podem identificar zonas estratégicas para integrar no mercado de habitação. Têm muitas propriedades municipais, para as quais necessitam de um plano. Então, pode-se lançar uma parceria, na qual, os concelhos têm o espaço, enquanto os promotores constroem nesse espaço, com a possibilidade de vender a um determinado preço.

Não faltam ideias, e as pessoas, se se sentarem à mesa, poderão falar sobre isso. Actualmente, todos tentam atirar as culpar para outros, ao invés de encontrar soluções.

Portugal está em competição com Espanha, Grécia, Chipre ou Malta, outros países vistos como espaços de crescimento dentro do cenário europeu. E, estejamos cientes disso, eles preocupam-se acima de tudo em saber onde é que o seu dinheiro estará mais seguro. E as últimas medidas políticas assustaram-nos. Estão a desincentivar os grandes investidores a apostar em Portugal, em detrimento de outros locais

De que forma a instabilidade legislativa e as novas medidas anunciadas para a habitação poderão refletir-se ou levar a alterar a vossa estratégia em Portugal?

A nossa estratégia é a longo prazo, a pensar na próxima década. Mas tememos que, nos próximos dois anos, as medidas políticas deste Governo assustem investidores, com o inevitável aumento dos valores de mercado em algumas áreas. E quem sofrerá serão as pessoas, não esses investidores, que irão para outro sítio.

Portugal está em competição com Espanha, Grécia, Chipre ou Malta, outros países vistos como espaços de crescimento dentro do cenário europeu. E, estejamos cientes disso, eles preocupam-se acima de tudo em saber onde é que o seu dinheiro estará mais seguro.

E as últimas medidas políticas assustaram-nos. Estão a desincentivar os grandes investidores a apostar em Portugal, em detrimento de outros locais. Aquilo que mais procuram é estabilidade política, bem como um pensamento estruturado quanto ao seu papel no país. Actualmente, o que se verifica é que ninguém sabe o que fazer, com resultados muito maus. Ainda esta semana uma empresa anunciou que vai deixar cair um projecto de 495 milhões de euros, com a perda de 550 empresas, em face dos recentes anúncios. E acho que esta é só a ponta do icebergue.

Há uma tendência crescente na integração da construção modular ou de madeira em muitos projetos, em parte para ‘acelerar’ o tempo de obra e de forma a minimizar o impacto da mesma no local. Como encaram esta possibilidade nos vossos empreendimentos?

Procuramos conjugar o tradicional betão com a construção modular. Em todos os nossos projectos apresentamos as melhores e mais sustentáveis soluções. Por isso, sim, estamos sempre abertos a investir em novas soluções.

Mas tudo depende dos custos. Actualmente, a logística e o fornecimento passam por um período difícil em qualquer parte do mundo. Assim, temos de estar certos do que podemos realmente entregar, ao invés de tentarmos reformular conceitos, sem totais garantias. Ou seja, damos prioridade à preparação de um plano de construção que possamos cumprir, com o nosso estilo tradicional de cimento com módulos. No entanto, saliento não fechamos a porta a novas soluções.

Sobre o autorCidália Lopes

Cidália Lopes

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Diogo Pinto Gonçalves, ceo da Westport International

Imobiliário

“O que saiu deste pacote ‘Mais Habitação’ foi um pacote ‘Menos Habitação’”

Com uma mão cheia de projectos imobiliários, entre os que estão lançados e os que vão iniciar, e outros tantos em análise, Diogo Pinto Gonçalves, CEO da Westport International lança duras críticas ao programa lançado pelo Governo, não obstante a promotora mantém a intenção de reforçar o investimento no país, ainda que vá dirigi-lo para outras geografias que não Lisboa

Em entrevista ao CONSTRUIR o responsável da Westport Internacional teceu duras críticas ao Governo e ao programa “Mais Habitação”, o qual classifica de “verdadeiro desastre”. “Considero mesmo uma vergonha! E não tenho qualquer receio de o dizer”, diz. Para o empresário, uma vez mais, os governos demonstram uma incapacidade total de resolver os problemas, e agravam-nos ainda mais ao tomarem decisões sem ouvir quem efectivamente está no terreno”. Apesar das críticas, a promotora está a analisar novos investimento, em Lisboa, Melides e Cascais, “projectos de maior dimensão, com mais massa critica”

Que projectos imobiliários está a desenvolver neste momento? E o que pensam lançar nos próximos tempos?

Terminámos o Solar de Santana, estamos a terminar o Alvares Cabral 27 (AC27), que foi também um sucesso em termos comerciais e ficará concluído em Julho. Estamos a preparar o projecto da Vieira da Silva, em Alcântara (Lisboa) e o Frederico Arouca (em Cascais). São ambos projectos de habitação, de reabilitação de imoveis obsoletos, e que acreditamos virem a ser projectos importantes na regeneração dos bairros onde se inserem.

A conjuntura que se viveu nos últimos dois anos provocou alterações no plano de investimento traçado então?

Efectivamente a pandemia, e depois a guerra da Ucrânia, fizeram atrasar estes projectos. Não só pelo atraso no seu licenciamento, como também, com a escalada de preços, pela necessidade de esperar pela estabilização dos custos de construção.

A Guerra da Ucrânia trouxe aos projectos um novo paradigma de custos, e fomos forçados a revê-los e a esperar que houvesse uma estabilização dos preços para que fosse possível lança-los para o mercado. O da AC 27 já estava em fase avançada e foi lançado, não obstante o custo ser mais elevado do que tínhamos no nosso business plan. Os demais, ficaram a ser revistos e a aguardar melhores dias. No caso da Vieira da Silva, como já referido, estamos agora em fase de concurso de construção, para o lançarmos para o mercado no 3º trimestre deste ano.

Concentram a vossa atenção em Lisboa ou pensam alargar a vossa área de actuação e com diversificação de produtos/segmentos?

Mantemos a estratégia de produto, mas alargada agora na sua área de actuação. Queremos continuar a desenvolver projectos de qualidade, para uma gama alta e média/alta de mercado. O mercado está muito activo nestes segmentos, quer o nacional quer o internacional. Infelizmente é difícil em Portugal, quer pela demora nos licenciamentos quer pela carga fiscal ou ainda pelo preço dos terrenos, acrescido do aumento das taxas de juro, desenvolver projectos noutros segmentos de mercado que estejam dependentes de crédito à habitação.

Mantemos, por isso, o segmento de mercado onde temos vindo a trabalhar, alargando, no entanto, o espectro geográfico. O mercado tem vindo a crescer para outras geografias, e nós estamos naturalmente a acompanhar esses movimentos.

Por outro lado, a cidade de Lisboa, onde temos trabalhado, está muito saturada e o processo de licenciamento é muito demorado, pelo que estamos a alargar as nossas áreas de procura, na região de Lisboa, nomeadamente Cascais, Estoril, Oeiras, etc. Uma vez estabilizados os projectos nesta região, olharemos para o Algarve, para a Costa Alentejana e para o Porto, sempre que haja oportunidades que se enquadrem na nossa estratégia de desenvolvimento.

Queremos continuar a desenvolver projectos de qualidade, para uma gama alta e média/alta de mercado. Infelizmente é difícil em Portugal, quer pela demora nos licenciamentos quer pela carga fiscal ou ainda pelo preço dos terrenos, acrescido do aumento das taxas de juro, desenvolver projectos noutros segmentos de mercado que estejam dependentes de crédito à habitação

Estes novos cenários obrigam a repensar estratégias e o plano de investimento para este mercado?

O mercado está sempre a evoluir e em mutação constante. Temos por isso que estar atentos às alterações. O aumento das taxas de juro, o aumento dos custos de construção, as exigências ambientais ou alterações de programa Golden Visa, obrigam-nos a estar atentos e a ir adaptando a cada momento os business plan. Estes são cada vez mais dinâmicos, em função da rapidez com que o mercado vai mudando e das alterações políticas que vamos vivendo. Mas mantendo sempre a linha de orientação: projectos que acrescentem valor às cidades, e que mantenham um cunho de sustentabilidade, para bem da sociedade.

Como vê as recentes alterações na política de Habitação em Portugal? E que impacto estas têm na atractividade do mercado?

A bom rigor, um verdadeiro desastre! Considero mesmo uma vergonha! E não tenho qualquer receio de o dizer. Mais uma vez, os governos demonstram uma incapacidade total de resolver os problemas, e agravam-nos ainda mais. Tomam decisões sem ouvir quem efectivamente está no terreno. Deveríamos estar todos do mesmo lado, Governo e agentes do mercado, a concorrer para o mesmo desígnio nacional. Infelizmente o Governo, reconhecendo o mesmo problema, foi fazer o contrário do que deve ser feito.

A resolução dos problemas da habitação passa por intervir na oferta, e não na procura. O que saiu deste pacote “Mais Habitação” foi um pacote “Menos Habitação”! Obras e arrendamentos coercivos; a morte anunciada do alojamento local, que muito tem feito pelo turismo; mais intervenção do estado, a comprar, a vender e a arrendar o que não é seu e a colocar um ónus nos municípios, sem os ouvir; acabar com os golden visa, que trouxeram à economia cerca de 6,9 biliões de euros de investimento nos últimos anos, sem contar com o investimento paralelo efectuado. Como é que o estado quer que os proprietários confiem nele, se o próprio estado não é confiável e muda regras a meio do jogo, penalizando mais uma vez os proprietários, que vão perder dinheiro com a limitação de aumento de rendas? Os proprietários não têm que fazer a função social do Estado. É mais um congelamento de rendas! São medidas não pensadas, efectuadas em cima do joelho. O Estado devia começar por olhar para o seu Património, mal gerido e ao abandono, e começar por aí. O problema é que o Estado gere mal tudo o que é seu.

Que alternativas propõe?

Há muito que reclamo, nomeadamente no fórum da Associação Portuguesa de Promotores e Investidores Imobiliários, várias medidas: disponibilização de solos; é necessário alterar a política de gestão que até agora tem vindo a ser desenvolvida criando mais solos urbanos nas periferias das grandes cidades. Sem terrenos para construir, não há construção.

Nos últimos 10 anos construímos apenas 20% da produção normal de habitação, pelo que agora não há produto. E, naturalmente, o pouco que há, pela escassez, torna-se caro.

É necessário facilitar a mobilidade e acessibilidade aos novos projectos a desenvolver nesses solos, para que se tornem vendáveis. É aqui que o Estado tem obrigação de intervir, concertado com os municípios.

É preciso que haja um choque fiscal na habitação. Não se justifica a quantidade de impostos que o imobiliário paga, mormente na habitação. É necessário acabar com o imposto de transacção, com o IMI, com o AIMI e reduzir o IVA a 6% (ou torná-lo dedutível). Na compra de uma habitação estão incluídos cerca de 40% a 50% de impostos, pelo que, com esta carga fiscal, não se consegue ter habitação mais acessível. A Habitação é o único sector que tem um imposto adicional. O AIMI. Não faz qualquer sentido.

É urgente a criação de um código do imobiliário, em substituição de cerca de 2000 leis, decretos-lei e regulamentos que existem em Portugal. A substituição de um RGEU de 1951 e de um RJUE, totalmente desajustados às necessidades da vida actual e à realidade dos métodos construtivos e da tecnologia existente, e que muito encarece o custo da habitação. Por cada ano de atraso no licenciamento, estimam-se cerca de 500€/m2 de aumento no custo da habitação. E com tanta lei e regulamento, alguns desajustados e desnecessários, não se consegue celeridade no licenciamento, ou em qualquer acto administrativo, nem se consegue o cumprimento de regras de sustentabilidade, tão desejadas para bem da humanidade.

Acabar com os Vistos Gold vai travar o investimento?

Acabar com os Vistos Gold, que representam uma ínfima parte das transacções, mas que directa e indirectamente, trouxeram a Portugal muito investimento, é um erro gravíssimo. Esta medida, ao contrário do que o governo entende, já está a travar o investimento em Portugal.

Sei de casos de pessoas que compraram casa em Portugal através do programa Golden Visa, e já investiram em hotéis, projectos de habitação ou fabricas, mais de mil milhões de euros, cada um. Que segurança damos a estes investidores com este tipo de políticas? Um desastre!

As medidas agora apresentadas, só nos vão trazer mais Estado, que por si só já é suficientemente ineficiente, e vão afastar o investimento de que tanto este país necessita.

Estas medidas não vão trazer mais habitação, a preços acessíveis, para o mercado. Vão sim, a médio prazo, trazer mais custos ao Estado, o que significará mais impostos e, consequentemente, mais pobreza. Confesso que estou triste com o país.

O que falta ao mercado imobiliário português?

Em primeiro lugar, falta visão estratégica de longo prazo. Andamos sempre a legislar como quem põe pensos rápidos para sarar o problema, em vez de olhar para os problemas de fundo, a longo prazo, e fazer pactos de regime para que o país possa crescer. O paradigma do investimento, quer seja imobiliário, quer seja de outra natureza qualquer, mudou. Hoje vivemos um mundo cada vez mais globalizado. Concorremos com muitos outros países do mundo, e somos comparados com os outros países, que dão maior segurança financeira, maior estabilidade legislativa, menos burocracia e maior retorno.

O que se segue no plano de investimento da Westport Internacional?

Para além dos projectos da Vieira da Silva, em Lisboa, e da Frederico Arouca em Cascais, que serão lançados em breve, estamos a analisar diversos projectos, em Lisboa, Melides e Cascais. Projectos de maior dimensão, com mais massa critica. Estamos em fase de análise, pelo que não é oportuno ainda estar a falar deles. Mas acredito que em breve poderemos vir anunciá-los.

Sobre o autorManuela Sousa Guerreiro

Manuela Sousa Guerreiro

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Central Park Oeiras com investimento de 350M€

Com o Plano de Pormenor do território quase concluído, o empreendimento da CSCEC – China Construction Portugal, sociedade de direito português integrada no Grupo liderado pela “China State Construction Engineering Corporation”, e da Teixeira Duarte, em Oeiras, deverá avançar ainda este ano. O empreendimento de uso misto – escritórios, residencial e comercial – denominado Central Park Oeiras irá nascer em Caxias e tem um investimento estimado de 350 milhões de euros

A parceria entre a construtora Teixeira Duarte e a CSCEC – China Construction Portugal, a sociedade de direito português integrada no Grupo liderado pela China State Construction Engineering Corporation, nasceu há quase quatro anos, quando a segunda adquiriu à construtora portuguesa 50% de uma participada do grupo Teixeira Duarte há muito detentora dos terrenos localizados na zona das Pedregueiras, em Caxias norte, no concelho de Oeiras. Na altura em comunicação ao mercado, o grupo português deixou já bem claro a intenção de desenvolvimento de um projecto imobiliário “A Teixeira Duarte informa sobre parceria com o Grupo “China State Construction Engineering Corporation” para desenvolvimento de projecto imobiliário, em Oeiras, através de venda de 50% de uma sua participada pelo montante de 31,1 milhões de euros. (…) O empreendimento será constituído por diversos edifícios de escritórios, habitação e comércio, integrados num grande parque verde, num modelo que se pretende que seja uma referência de inovação e sustentabilidade”, avançou na altura a construtora. Esta alienação teve um impacto nos resultados da “Teixeira Duarte, S.A.” de cerca de 22,2 milhões de euros, como reportou o Grupo.

Desde então o projecto tem estado em desenvolvimento à espera de que o Plano de Pormenor daquele território, que abrange um total de 42 hectares, esteja concluído. Ao CONSTRUIR fonte ligada ao processo sublinha que esse passo parece estar já ultrapassado, uma vez que o documento está pronto e deverá ser apresentado e discutido publicamente nos próximos meses, reunindo, assim as condições para o investimento avançar ainda este ano.

350 M€ numa nova centralidade
Com um investimento orçado em 350 milhões de euros, valor que consta na listagem de projectos em desenvolvimento da CSCEC, o Central Park Oeiras pretende criar uma nova centralidade num município que, ao longo das últimas duas décadas, tem conseguido atrair um conjunto de empresas internacionais com forte potencial de inovação tecnológica. E esse parece ser um dos desígnios do Central Park já que, de acordo com os termos de referência do Plano de Pormenor, 51% da área de construção, 115 833 m2, será destinada à instalação de actividades económicas, escritórios. Outros 49%, cerca de 111 290 m2, será para habitação (40%) e comércio/serviços (9%). O projecto, que abrange uma área total 420 600 m2, deverá reservar cerca de 20 a 25% da sua área, para uso municipal.

O conceito de “sustentável” assume-se também, desde a primeira hora, como uma referência para o projecto “enquanto potenciadora de cenários urbanísticos valorizadores do espaço urbano e que represente um contributo significativo face às estratégias de requalificação urbana que se pretendem introduzir na presente área de intervenção”.
“A diversificação e qualificação do sector dos serviços, associado ao incremento das acessibilidades permitem definir um quadro favorável à instalação de empresas e indústrias na área criativa, biotecnológica e de energias renováveis, que integradas, e em articulação com os restantes usos complementares, promovem o desenvolvimento da cidade sustentável”.

Ainda que a Teixeira Duarte dispense apresentações em Portugal, o seu parceiro chinês tem ainda uma presença tímida no mercado nacional, contrastando com o peso e dimensão do Grupo “China State Construction Engineering Corporation”, no palco internacional, sendo um dos dez maiores conglomerados de investimento e construção a nível mundial, (número 9 no ranking “Fortune Global 500” de 2022).

Sobre o autorManuela Sousa Guerreiro

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Aires Mateus assina futura estação do Metro em Alcântara

Das quatro novas estações de metro, previstas no plano de expansão da Linha Vermelha, em Lisboa, apenas a de Alcântara será em viaduto e à superfície. A sua construção prevê tornar-se um interface para futuras ligações ao LIOS e à futura estação de comboio do Alvito. Com um investimento total superior a 405 M€, cerca de 304 M€ corresponde a fundos europeus

Cidália Lopes

Além de integrar o Plano de Expansão da Linha Vermelha do Metropolitano de Lisboa, numa óptica de reorganização da mobilidade urbana e incrementar as alternativas ao automóvel, a localização escolhida para receber a estrutura à superfície da nova estação vai, também, alterar por completo a forma de aceder àquele local, assim como estabelecer uma nova ligação entre o bairro de Alcântara e o bairro do Alvito que, desde a construção da Ponte 25 de Abril, em 1966, se viram separados geograficamente.

Neste sentido, passa a existir apenas duas faixas de rodagem, uma no sentido descendente e outra no sentido ascendente apenas para transportes público, sendo que será criado um novo acesso ao bairro do Alvito, no mesmo sentido. O actual acesso pedonal que liga os dois bairros vai ser retirado e essa ligação será feita através de uma plataforma pedonal que passará por baixo da estrutura criada para receber a nova estação e que ficará à cota de superfície.

O corpo principal da estação – com implantação retangular de 120mx21,19m – apresenta-se alinhado no sentido nascente / poente e que irá permitir a ligação com toda a sua envolvente através da abertura de acessos exteriores.
O projecto é assinado pelo atelier Aires Mateus e sua construção terá uma duração prevista de 25 meses, cuja obras deverão dar início no final deste ano ou até ao primeiro trimestre de 2024. O investimento total é superior a 405 milhões de euros, dos quais cerca de 304 milhões de euros correspondem a fundos europeus

Viaduto recupera memória das estações antigas
O projecto pretende relacionar-se com a envolvente nas suas várias frentes, evocando a espacialidade iconográfica inerente às estações ferroviárias históricas do século XIX e início do século XX. A sua grande escala advém das limitações impostas pelas condicionantes urbanas e viárias, assim como das necessidades funcionais internas da estação. A estação encontra-se parcialmente enterrada, com os três pisos interiores ocultos pelo terreno e por uma grande concha de proteção.

“Será inevitavelmente um marco urbano excepcional na sua função, mas também na sua forma. No seu interior propõe-se um espaço amplo que recebe o tráfego das carruagens de metro, oferecendo a condição única de uma espacialidade generosa e de grandes dimensões”. A estrutura metálica que compõe os pisos interiores permite uma eventual adaptação e evolução programática futura.

Para o troço de linha compreendido entre a Estação e o Baluarte do Livramento é proposto um viaduto em treliça com secção de 9,70m x 6,30m e apoiado em quatro conjuntos de pilares. O viaduto proposto cumpre todas as definições técnicas de cotas e de traçados recebidas de projectos mais abrangentes na cidade.

“Uma vez que passará a fazer parte da paisagem urbana, pretende-se que o viaduto seja o mais transparente possível de forma a não introduzir mais informação e ruído ao contexto urbano. Consequentemente, é desenhado tendo como referência a ligeireza, adaptabilidade e rapidez de construção presente em viadutos históricos”, indica o atelier.

Ligação à futura LIOS e apeadeiro do Alvito
A implantação dos seus pilares foi cuidadosamente analisada de maneira a respeitar as diferentes condicionantes impostas: a situação existente, o traçado viário proposto, a possível rotunda de Alcântara, o subsolo – caneiro e via-férrea, e ainda a possibilidade de prolongamento do LIOS.
O interface desenvolve-se em três níveis: nível do cais ML à cota +15.85m, nível do átrio à cota +10.35m e nível do cais LIOS à cota +5.30m e é composta por um sistema de acessos verticais de ligação cais/átrio. A solução proposta permite que os dois níveis dos cais funcionem de forma independente, garantindo a possibilidade de fechar parcialmente a estação sem comprometer o seu funcionamento.

No piso 1 – Metro Lisboa – localizam-se os cais laterais de acesso ao veículo, com um comprimento de 116.40m. Os acessos ao cais situam-se nos topos e centro, existindo três escadas mecânicas, uma escada fixa e um elevador em cada cais. Sob o nível das plataformas dos cais ML haverá ainda um sub-cais destinado ao encaminhamento das infraestruturas.

O piso 0 – Átrio – permite ligar todos os acessos da estação, facilitando o atravessamento entre a encosta do Alvito, as zonas de Alcântara Sul e Alcântara Nascente. É também neste piso que é feita a distribuição dos acessos verticais ao cais do metro e cais do LIOS, através de escadas mecânicas, escadas fixas e dois conjuntos de elevadores. Neste nível estão localizadas as bilheteiras e máquinas de validação de bilhetes e constitui passagem obrigatória para todos os passageiros que pretendam aceder à plataforma do metro.

Por último, o piso -1 – LIOS – desenvolve-se em cais laterais com comprimento de 45m. Os acessos exteriores situam-se nos extremos e no centro e os acessos verticais para o átrio encontram-se ao centro e são compostos por uma escada mecânica, uma escada fixa e um elevador em cada cais. Uma vez que o LIOS apenas ocupa 45m dos 117m de comprimento do cais da Estação, o topo Poente é ocupado por dois volumes independentes que contêm as áreas técnicas necessárias para o funcionamento do Lios. Todas as áreas técnicas necessárias ao funcionamento do Metro encontram-se enterradas ao nível do cais do metro e do átrio no topo poente da estação. A Norte estão também enterradas as instalações de pessoal ML e pessoal externo, a sala de limpeza e sala de lixo com acesso direto a partir da zona não controlada do átrio.

Além da ligação ao LIOS, o novo interface vai também ligar ao Apeadeiro do Alvito, como primeira paragem da Fertagus na margem Norte. Esta estrutura foi pensada logo aquando da construção do comboio da Ponte mas nunca chegou a ser utilizada. A mesma será alvo de uma requalificação e construção das devidas infraestruturas para possa servir de ponto de ligação com a nova estação de Alcântara.

Demolição e valorização do espaço público
Durante a fase de construção do viaduto e túnel a guarita do Baluarte do Livramento será desmontada e posteriormente será recolocada. Esta medida deve-se à necessidade de garantir a integridade da guarita durante os trabalhos no interior e exterior do Baluarte. A memória dos edifícios que se propõem demolir na Rua da Costa e na Travessa do Livramento é mantida através da reconstrução das suas fachadas simplificadas e com diminuição das suas alturas e da representação no pavimento das paredes existentes.

Desta forma, “aproveita-se a oportunidade para criar novos espaços públicos encerráveis, através de gradeamento, e de carácter comunitário, cujo programa será definido pela CML nas próximas fases de projecto. Propõe-se ainda a criação de novas ligações pedonais, em colaboração com a CML, entre a cota alta e a cota baixa melhorando a fluidez, o arejamento e a acessibilidade desta área urbana”.

Consequentemente é desenhado um circuito urbano que interliga a cota superior da Calçada da Tapada, à cota do muro avançado do Baluarte, à cota intermédia da Tv. do Livramento e às cotas mais baixas da e Rua da Costa e Rua Maria Pia. Este projecto constitui uma oportunidade de transformação e requalificação das áreas abrangidas pela estação e viaduto, através do desenho de novos percursos viários e pedonais, da requalificação do Baluarte do Livramento e ainda da criação de zonas verdes e tratadas paisagisticamente.

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O ‘regresso’ de Angola ao radar, a nova estação de Metro em Alcântara assinada por Aires Mateus, o Estado da Nação no Imobiliário em destaque na edição 482

O projecto de expansão da rede do Metropolitano de Lisboa conta com uma nova estação em Alcântara, desenhada por Aires Mateus. Os novos investimentos em Angola e as conclusões das conferências do SIL em torno da Habitação em destaque nesta edição. Mas há muito mais para ler

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Aires Mateus assina futura estação do Metro em Alcântara
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Blocotelha e Casais avançam com 2ª fase da construção da nova cobertura do Aeroporto de Faro

A empreitada, que representa um investimento de 16M€, tem por objectivo a substituição de toda a cobertura do Aeroporto de Faro. Prevê-se que fique concluída em Abril de 2024.

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A Blocotelha, em consórcio com a construtora Casais, foi seleccionada para a construção da nova cobertura do Aeroporto de Faro, que se estima que fique concluída em Abril de 2024. A empreitada representa um investimento de 16 milhões de euros, sendo que a maior parte do valor do projecto está alocado à Blocotelha. Com um prazo de 24 meses, os trabalhos arrancaram em Abril do ano transacto, os trabalhos decorrem no período nocturno, o que permite que a aerogare se mantenha em pleno funcionamento.

Ultrapassada a primeira fase da obra, que consistiu no reforço da estrutura da cobertura existente, adaptação e/ou substituição de instalações e equipamentos necessários para a colocação do sistema de revestimento da Blocotelha, dá-se agora início à fase de montagem da nova cobertura, que terá na sua composição 370 toneladas de estruturas metálicas, produzidas no polo industrial da construtora, em Porto de Mós.

“Por ser considerada uma obra de reabilitação, existiu a necessidade de estudar minuciosamente as soluções particulares da obra. Respondemos a este desafio com uma solução inovadora que combina características únicas em termos de ambiente, conforto e resistência”, refere Erico Ferraria, chief commercial officer, da Blocotelha.
O sistema de construção SKINZIP foi a resposta da Blocotelha ao desafio apresentado. Esta solução caracteriza-se por ser um sistema construtivo moderno, adaptável a qualquer projecto, geralmente associado a outros tipos de materiais, proporcionando soluções arquitectónicas enriquecidas pela ampla possibilidade de formas que permite, graças à sua versatilidade. Os materiais, de pequena espessura, permitem revestimentos extremamente leves, possibilitando uma economia nos custos de construção e uma redução nos encargos energéticos.

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Município de Guimarães adjudica obras de alojamento no Avepark

O programa funcional contempla instalações para alojamento de vários tipos de unidades de alojamento (20 quartos individuais, 35 quartos duplos, 24 estúdios, 4 tipologia T0, 22 tipologia T1 e 5 tipologia T2), espaços comuns (zonas de convívio, lazer e refeições), espaços administrativos, espaços de apoio e espaços técnicos e de manutenção do edifício

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O município de Guimarães aprovou, em reunião de câmara, a adjudicação da empreitada para a construção do novo alojamento de estudantes do Ensino Superior afecto ao Parque de Ciência e Tecnologia de Guimarães (Avepark).

O edifício para alojamento de estudantes do Ensino Superior será construído pelo consórcio Agrupamento Lúcio da Silva Azevedo e Filhos, SA/ICONS – Indústria de Construção, SA, pelo preço contratual de 13.799.600,19€ + IVA, e será financiado pelo PRR. O prazo de execução é 300 dias a contar da consignação total ou da primeira consignação parcial, ou da aprovação do Plano e Segurança e Saúde, caso esta última data seja posterior.

A construção deste edifício integra-se na estratégia para o desenvolvimento do Parque de Ciência e Tecnologia de Guimarães – AvePark – num contexto onde se cruzam ensino superior e investigação científica, sendo ainda fundamental para criar e dar resposta a uma necessidade de oferta variada de tipologias de alojamento que responda de modo mais adequado ao seu público alvo, composto por diferentes perfis de residentes – estudantes, investigadores e docentes.

O futuro alojamento de estudantes pretende, no entender dos responsáveis autárquicos, constituir uma referência na cidade e no país como edifício marcante na área da eficiência energética, sustentabilidade e inovação, motivo pelo qual se opta por um sistema construtivo modular e pré-fabricado, recorrendo à utilização da madeira nas suas variadas versões. Como principais características inovadoras deste edifício “net-zero”, destaca-se a autossuficiência em termos energéticos, com baixa emissão de CO2, baixos custos de manutenção e transformável ao longo do tempo.

O programa funcional contempla instalações para alojamento de vários tipos de unidades de alojamento (20 quartos individuais, 35 quartos duplos, 24 estúdios, 4 tipologia T0, 22 tipologia T1 e 5 tipologia T2), espaços comuns (zonas de convívio, lazer e refeições), espaços administrativos, espaços de apoio e espaços técnicos e de manutenção do edifício.

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The Uppercase: antiga gráfica DAFUNDO dá lugar a empreendimento de luxo

É o novo projecto da Habitat Invest, The Uppercase compreende 73 apartamentos, 6 villas ao estilo townhouse, um palacete e espaços comerciais

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Depois do anúncio daquele que será o maior projecto actualmente em desenvolvimento da promotora, a Habitat Invest volta aos jornais para anunciar o lançamento de mais um novo empreendimento, desta vez em Algés, no concelho de Oeiras. The UpperCase tem assinatura da GAVINHO Architecture & Interiors e contará com 73 apartamentos, com áreas entre os 43 m2 e os 155 m2, 6 villas ao estilo townhouse, um palacete (tipologia T5) e um espaço comercial.

O futuro empreendimento será construído sobre a antiga gráfica DAFUNDO, na Rua Sacadura Cabral, devolvendo, assim, vida à longa história de actividades sociais e culturais da gráfica, e rejuvenescendo a propriedade de estilo clássico num empreendimento vibrante. Este irá reflectir a preservação da memória arquitectónica da fachada do edifício, assim como o estilo remodelado, moderno e high end do interior.

Para Sílvia Pais Lopes, Marketing and Sales Manager da Habitat Invest, “o The UpperCase é um projecto que se assume como uma peça arquitectónica relevante na paisagem urbana de Dafundo, com a perspectiva de renovar a vida de bairro, juntamente com outros empreendimentos que aqui começam a surgir. Com uma diversificação de tipologias, o projecto vai trazer uma panóplia de vivências e de pessoas. Mais uma vez, a Habitat Invest aposta num empreendimento de qualidade superior, com várias características excecionais – espaço de ginásio, zona lounge no rooftop com piscina – somando também a proximidade às praias e à natureza”, descreve.

O projecto tem para comercialização diversas tipologias de apartamentos, que vão desde o T0 ao T4.

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