“Mais Habitação”: Arquitectos querem audiência urgente
A OA criticou ainda a inexistência de valores de referência para o trabalho dos projectistas, a falta de regulamentação sobre seguros de responsabilidade profissional, a burocratização e a limitação da autonomia das ordens

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A Ordem dos Arquitectos (OA), por sua vez, vai pedir uma audiência, com carácter de urgência, com a ministra da Habitação, após a apresentação de um pacote de medidas para o sector, bem como apelar à convocação do Conselho Nacional de Habitação. “A Ordem dos Arquitectos vai solicitar uma audiência à ministra da Habitação, com carácter de urgência, para a discussão do pacote de medidas apresentadas e vai também apelar à convocação do Conselho Nacional de Habitação”, anunciou, em comunicado.
Os arquitectos sublinharam que o problema da habitação é “complexo e grave” e que estão conscientes da “pressão imposta” pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), bem como da execução desses fundos numa “janela temporal que é limitada”. Neste sentido, a ordem defendeu a importância de o pacote para responder à crise de habitação em Portugal ser discutido. Apesar de garantir que vê com “bons olhos” algumas das medidas anunciadas, a OA quer que as mesmas sejam apresentadas com mais detalhe. “Naturalmente que aumentar o número de casas disponíveis no mercado de arrendamento é positivo, mas importa perceber de que habitações se tratam e onde se localizam”, apontou.
Para esta Ordem, a mobilização de solos e edifícios do Estado para projectos de arrendamento acessível também é positiva, assim como as medidas para reforçar a confiança dos senhorios. Porém, conforme defendeu, estas decisões “requerem cuidado” para que possam surtir o efeito desejado. A Ordem referiu ainda que subsistem “dúvidas fundamentais” quanto à exequibilidade de algumas medidas e à sua coerência. “Os arquitectos acolhem a responsabilização, mas, enquanto técnicos qualificados e profissionais regulados, reclamam-na com responsabilidade. E, para tal, é preciso que o Estado faça a sua parte e que esta não seja, uma vez mais, uma demissão do Estado das suas obrigações. Demissão que assinalámos aquando da aprovação do novo regime de concepção-construção”, acrescentou.
A OA criticou ainda a inexistência de valores de referência para o trabalho dos projectistas, a falta de regulamentação sobre seguros de responsabilidade profissional, a burocratização e a limitação da autonomia das ordens. “Os arquitectos, tal como os portugueses, estão infelizmente habituados a trabalhar em condições mínimas, mas não podemos trabalhar em condições mínimas com responsabilidade máxima, que não é nossa, mas sim do Estado, sem ter as condições para a exercer com responsabilidade. A OA aguarda a colocação do diploma a consulta para contribuir como parceira na solução e apela a que o Conselho Nacional de Habitação reúna”, concluiu.