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    MUDA RESERVE

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    Arquitectura

    “A sustentabilidade pode ser um selo ou pode ser muito mais do que isso”

    Apesar de contar apenas com quase dois anos, o AO-LX tem já a sua assinatura num vasto leque de projectos que irão marcar o panorama imobiliário nacional nos próximos anos, onde se destaca o Terras da Comporta ou o Muda Reserve. Acredita que estes dois empreendimentos serão dois exemplos de uma mudança de paradigma para uma construção cada vez mais sustentável

    Cidália Lopes
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    “A sustentabilidade pode ser um selo ou pode ser muito mais do que isso”

    Apesar de contar apenas com quase dois anos, o AO-LX tem já a sua assinatura num vasto leque de projectos que irão marcar o panorama imobiliário nacional nos próximos anos, onde se destaca o Terras da Comporta ou o Muda Reserve. Acredita que estes dois empreendimentos serão dois exemplos de uma mudança de paradigma para uma construção cada vez mais sustentável

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    A pandemia trocou-lhe as voltas. E ainda bem! A trabalhar no Brasil, João Vieira Costa acabou por regressar a Lisboa durante os confinamentos. Em teletrabalho a partir de Lisboa o trabalho ia se fazendo á distância. Inicialmente os projectos eram para clientes no Brasil, mas rapidamente houve necessidade de encontrar mais pessoas para se juntarem ao arquitecto. Em menos de dois anos são já 45 pessoas (prestes a chegar às 50) e, embora continuem a trabalhar em projectos do outro lado do Atlântico, cerca de 70% são hoje em Portugal. Um crescimento que João Vieira Costa atribuiu a uma forma de trabalhar muito pensada e estruturada e em que pesa a experiência e o contacto com a arquitectura brasileira. Por cá, entre outros em que estão envolvidos, a equipa do AO-LX está à frente dos projectos Muda Reserve e Terras da Comporta, cuja arquitectura é partilhada com a Saraiva + Associados. Um projecto que acredita vai mudar o paradigma da construção sustentável em Portugal

    Texto: Cidália Lopes

    João Vieira Costa, sócio fundador do AO-LX

    Como surgiu a vontade de trazer o Architect Office (AO) para Lisboa?

    Na realidade o nosso escritório surgiu com a pandemia. Eu estava no escritório no Brasil, que conta já com 100 pessoas, e como estava em teletrabalho acabei por vir para Lisboa. Entretanto surgiu a oportunidade de contratar algumas pessoas para poderem trabalhar em projectos para o Brasil. Começamos com três pessoas na altura e hoje já somos 45.

    Esse crescimento foi num curto espaço de tempo…

    Sim, faz agora em Maio dois anos. E quando estava em Portugal a trabalhar para o Brasil surgiram várias oportunidades de projectos aqui e foi quando começamos a estruturar a equipa. Hoje cerca de 70% dos nossos projectos são para Portugal e os restantes 30% são para o Brasil. Apesar de continuarmos a trabalhar para o Brasil, o nosso foco são, actualmente, os projectos em Portugal.

    O atelier tende a escolher os seus projectos de acordo com uma determinada linha de orientação. Neste sentido, o que vos motiva na escolha dos vossos trabalhos?

    Sim, é verdade. No escritório de Lisboa estamos a trabalhar em projectos específicos e o que tentamos é encontrar projectos com que nos identifiquemos e, acima de tudo, projectos que nós vemos como sustentabilidade processual. Ou seja, que tenham um impacto significativo, que sejam interessantes como exercício de arquitectura e como oportunidade de negócio. A conjugação destes três elementos é para nós muito importante.

    Em que projectos estão actualmente a trabalhar?

    Continuamos a trabalhar para projectos no Brasil a partir de Lisboa. São projectos em grande escala, cerca de 250 mil metros quadrados em quatro projectos no Brasil, de uso misto e de masterplan.

    Em Portugal também começam a aparecer este tipo de projectos, de grande escala, em que, naturalmente, também queremos estar envolvidos. Por isso continuamos a fazer estes projectos para o Brasil, porque essa expertise, essa sincronização com diferentes equipas e com equipas de projecto são uma forma de preparação para quando tivermos envolvidos nos projectos de grande escala.

    Outro tipo de trabalhos que temos tido em Portugal são projectos com construção em madeira. Este é um tipo de projectos que também nos interessa muito. Actualmente trabalhamos com um conceito mais horizontal – r/c e 1º piso – ou seja edificações de baixa altura, mas em grande escala, nomeadamente na Comporta, desde o residencial, o comercial, o desportivo, cultural. Todos eles em construção em madeira, portanto, em woodframe com CLT.

    Tendo eu vivido cerca de seis anos na Escandinávia, tenho um interesse particular nesse tipo de construção mais sustentável e com outras preocupações que vão além da construção tradicional. Acho que, neste aspecto, Portugal está numa fase em que realmente é necessário começar a reverter o seu conceito de construção, de mudança de paradigma.

    Considera que a construção em madeira veio para ficar? Em particular quando falamos de projectos em grande escala como é o caso?

    Acho que antes de mais existe um paradigma que a construção modular é pejorativa e que tem uma conotação de ‘low cost’. Aquilo que está a mudar em Portugal é efectivamente a especialização de uma área dentro da arquitectura. Em Portugal a arquitectura tende a ser muito eclética, os arquitectos sabem de tudo e não sabem de nada e têm interesse em todos os programas e escalas e localizações.

    Mas no caso específico destes projectos, em que estamos a trabalhar, nós estamos a investir muito, em conjunto com o nosso cliente, em criar realmente uma especialização. Ou seja, este processo, que inicia num conceito, evolui como um design que melhor responda às necessidades do programa e da localização, até à sua construção, até ao envolvimento dos órgãos municipais.

    Toda esta arquitectura de processo é pensada muito cuidadosamente para que todos entendam qual é o propósito do projecto e qual é o objectivo  de desenvolver um projecto com esta ambição sustentável.

    A sustentabilidade pode ser um selo ou pode ser muito mais do que isso. No caso destes que estão localizados em áreas com densidade muito reduzida, os projectos tem também uma vertente social muito importante, com a possibilidade de envolver a população local e melhorar significativamente a qualidade de uma região. Outra responsabilidade é a de modificar a utilização e a ocupação desta região do País para anual e não só sazonal.

    Temos muitos exemplos desde o Algarve ao Norte de Portugal em que existem muitos empreendimentos que ficam numa ‘corda bamba’ exactamente pela sua ocupação sazonal. O turismo é uma âncora, mas por si só não funciona, não é suficiente porque não consegue manter a sustentabilidade económica deste tipo de projectos.

    Por isso, a ideia passa por modificar essa utilização. Acreditamos que tendo em conta toda a pesquisa e as alterações na forma como as pessoas vivem hoje, nomeadamente o quanto valorizam trabalhar, mas também, usufruir ou divertir-se neste tipo de localizações, este projecto tem realmente essa responsabilidade de modificar essa utilização para anual e que é muito interessante.

    Quais as principais características desse projecto que nos está a falar?

    O perfil de residencial abrange um leque muito alargado de opções e também de diferentes perfis ao nível do comprador, desde T1 a T5, o que significa que pode receber pessoas que estejam em teletrabalho, pessoas que podem morar ou ter uma experiência durante alguns períodos ou então pessoas que querem mudar-se e passar a residir naquela região.

    Além da componente residencial, o projecto conta, ainda, com duas áreas desportivas, de academias de ténis, com capacidade de competir com as principais academias europeias e com quem temos estado a colaborar. Por isso, a ambição de colocar Portugal como uma referência no ténis está a acontecer. Não é uma ideia, não é uma possibilidade apenas, porque estamos já a desenvolver o projecto para isso.

    Além do desportivo, temos também áreas comerciais, onde grandes marcas nacionais e internacionais querem participar neste processo. Reforço que não se trata apenas de uma área comercial, é na verdade uma micro-cidade.

    Além destas que eu falei, vamos também ter áreas de saúde, com a marca CUF, assim como espaços culturais e de bibliotecas, com alguns parceiros também já confirmados.

    Equipa atelier AO-LX

    Vocês fazem parte integrante do projecto é isso? Há um acompanhamento constante?

    É isso mesmo. Mais do que arquitecturar um projecto, nós arquitecturamos o processo. Portanto, desde as especialidades, sendo que os próprios engenheiros têm a especialização na componente de madeira, desde a reconstrução e a fábrica, com a qual fazemos a ponte, até à ambição do cliente, até à comunicação com as câmaras de Grândola e de Alcácer do Sal. Todos estão comprometidos com o processo.

    Ainda sobre este processo construtivo, quais as principais diferenças que destaca e os principais desafios? Será apenas uma mudança de mentalidade?

    Também é uma questão de mudança de mentalidade, mas não só. Ou seja, normalmente a estrutura é feita com aço, madeira ou betão. São estas as três possibilidades que existem. O betão, sendo muito tradicional e cultural em Portugal o que nos torna excelentes a trabalhar com este material, tem diversas exigências, não só de estrutura como de espaço, já que toda a construção tem que ser feita no local e isso tem uma exigência altíssima não só de mão de obra, mas também de empresas disponíveis para construir nestas zonas mais isoladas. Depois temos o aço e a madeira, que permitem uma maior flexibilidade, com a preparação de toda a estrutura e de toda a construção em fábrica e a montagem no local. E aqui existe uma competição muito saudável entre estes dois materiais, só que a madeira tem, naturalmente, um perfil sustentável muito alto.

    Além disso hoje, e cada vez mais, quem compra quer saber, não só como é que é o acabamento das casas, mas também como é que funciona o esqueleto das casas e como é que estas se comportam em termos térmicos e ambientais. Acho que hoje o interesse vai à raiz das questões e a arquitectura tem de responder.

    Quais são os principais desafios?

    Há que ter em conta que a madeira na construção é tratada e que precisa obedecer a um ciclo para poder ser utilizada. Em Portugal, que ainda utilizou muito pouco este tipo de solução e importa toda a madeira, o próximo passo é utilizar a técnica para expandir pelo território nacional.

    Outro passo paralelo é começar a preparar este processo de produzir a própria madeira que possa ser utilizada. Isso tem um ciclo de vários anos, mas é preciso começar e só se começando é que se vai chegar lá. Se estivermos sempre à espera para ver se vai funcionar ou não isso nunca vai acontecer. Felizmente o nosso cliente já tomou essa iniciativa e já está a começar esse ciclo para que daqui a uns possamos utilizar, também, madeira portuguesa.

    Portugal conseguirá acompanhar o crescimento e a necessidade deste tipo de construção?

    Ela já está a acontecer de certa forma, exactamente porque que os projectos em grande escala assim o exigem, embora ainda com um volume de construção muito simples, na medida em que se trata de edifícios no máximo com um ou dois pisos. Quando nós começarmos a verticalizar, a complicar, no bom sentido da palavra, vamos precisar de mais projectos, de mais referências e de mais pessoas especializadas para poderem dar respostas a esse mercado. Acho que esse será o próximo passo, ou seja, a verticalização da construção em madeira.

    Isso será num futuro ainda longínquo?

    Não sei se demorará assim tanto tempo, até porque Portugal também tem de responder, tal como o resto da União Europeia, as algumas exigências de forma a contribuir para a redução das emissões de CO2. Por exemplo, actualmente em França, 50% dos edifícios públicos já têm que ser construídos obrigatoriamente em madeira, independentemente da sua altura. Temos também os exemplos de países como a Holanda ou a Escandinávia onde este tipo de construção já é comum e onde já vemos edifícios com seis, sete, oito pisos em madeira. Estes princípios construtivos podem ser facilmente readaptados ao nosso território, até porque, comparando com outros países que têm amplitudes térmicas muito mais severas e mais exigentes, as nossas necessidades construtivas são bastante mais simples.

    Considera que a vossa experiência no Brasil contribui para facilitar o vosso trabalho em Portugal e naquilo que são os novos conceitos?

    Acho que contribui muito. Acho que Portugal e o Brasil tem uma sinergia muito interessante em vários pontos e um deles é no residencial. Esta é uma componente muito forte no Brasil, que tem uma forma muito inteligente de pensar nas expectativas de cada projecto, a partir do qual conseguimos perceber qual é a tipologia especifica e esperada tendo em conta o tipo de ocupante. Portugal tem de aprender um pouco com esta pesquisa e com esta análise, porque quanto mais nós conseguirmos criar as fórmulas e as receitas que melhor se enquadrem e que melhor vão ao encontro do que é que é a expectativa, melhor produto e melhor arquitectura nós vamos ter.

    Além do projecto na Comporta, em que outros estão a trabalhar?

    Estamos a participar em alguns ‘edifícios urbanos’. É um tipo de projecto que gostamos porque queremos participar no desenho das cidades e perceber quais são as vantagens e as qualidades e as condicionantes que podemos tirar destas intervenções.

    Neste sentido, estamos também a trabalhar em projectos de habitação multifamiliar, em Vilamoura, no Algarve e de habitação colectiva com algum comércio e serviços no Porto, mas que ainda se encontram numa fase de desenvolvimento. Caracterizam-se ambos por se encontrarem em localizações privilegiadas e com um impacto interessante na forma como se adaptam à localização em que estão inseridos. Mas são projectos mais tradicionais de habitação, em betão e em altura, com tipologias que vão desde os T1 até T4, que têm a responsabilidade de desenvolver alguns polos interessantes das cidades.

    Estamos também a trabalhar no desenvolvimento de um conceito melhorado de residências sénior em parceria com um cliente nosso. O primeiro destes projectos arranca este mês de Março, em Sintra, sendo que o objectivo é alargar o conceito para outras cidades, mas ainda está em fase de estudo essa viabilidade.

    Além dos projectos que já referi, estamos também a trabalhar em moradias, não só pequenos condomínios, de cinco a 10 casas, mas também casas individuais, nomeadamente em Cascais, Estoril e Sesimbra. Este é um projecto muito português e que nós gostamos muito de fazer.

    Entretanto estamos também a começar a nossa internacionalização a partir de Lisboa, nomeadamente em parceria com a Finlândia e com os Emirados Árabes Unidos. Existem algumas coisas interessantes em pipeline que podem tornar-se uma realidade.

    Tendo em conta o número de projectos que estão a desenvolver ponderam crescer durante os próximos anos ou até expandir para outra cidade?

    Já em Março vamos passar a 50 pessoas com novas contratações, o que já é uma dimensão considerável para dois anos de trabalho. Além disso, também os projectos previstos no estrangeiro vai nos permitir crescer um pouco.

    Existe, ainda, a possibilidade de abrirmos um escritório no Porto. Tendo em conta as negociações que estão a decorrer para um projecto de dimensões consideráveis naquela cidade poderá fazer sentido termos uma equipa mais próxima.

    João Vieira Costa, sócio fundador do AO-LX

    Que marca é que o AO-LX gostaria de deixar nos projectos que está a desenvolver?

    Neste momento já estamos e queremos participar e desenvolver mais projectos dentro da sustentabilidade social e construtiva das mais diversas escalas. Nós queremos realmente ajudar neste processo de transição dos métodos construtivos, tanto a nível horizontal como vertical.

    E, por último, queremos efectivamente aprimorar a internacionalização do nosso escritório, porque acho que cidades como Lisboa, Porto e o próprio território todo ele, tem uma ambição e uma responsabilidade muito internacional. Hoje já não somos apenas um Pais simpático para passar férias no Verão. Hoje temos uma grande ambição tecnológica, com uma grande ambição cultural e profissional. Temos que, cada vez mais, seduzir e impulsionar os nossos profissionais da arquitectura e das engenharias a estarem envolvidos com projectos signicativos tanto na Europa, como no resto do Mundo. E nós queremos também fazer parte desse leque de escritórios possa trazer esse know-how para Portugal e possa exportar também o trabalho que desenvolvemos em Portugal.

    Falar de habitação é também falar de um dos maiores problemas que Portugal está a enfrentar. Como vê esta questão à luz das mais recentes medidas anunciadas pelo Governo?

    Julgo que toda esta questão da habitação vai mudar muito nos próximos tempos. Temos algumas políticas que fazem sentido, outras não tanto, mas acho que aquilo que é necessário é evoluir. E acho que vão surgir muitas oportunidades interessantes para nós arquitectos e projectistas entendermos melhores quais são as tipologias mais interessantes e mais eficientes do modo de viver, de diferentes classes e em diferentes localizações de Portugal.

    Acho que a racionalização da arquitectura vai ser algo muito interessante que se vai desenvolver nos próximos tempos em Portugal. E a racionalização está associada a duas coisas fundamentais: a tecnologia, na forma como se constrói e como esta permite preparar os projectos e a pesquisa, para que esta racionalidade seja uma resposta e não uma imposição. Quando a racionalidade é a resposta de uma pesquisa, de análise inteligente e de uma expectativa concreta, tem um papel fundamental. Quando a racionalização é uma imposição por questões de tempo ou de orçamento temos a possibilidade de ela não encontrar resposta.

    Tendo em conta as questões urbanísticas que Portugal tem vindo a enfrentar considera que haverá o risco de esta racionalização ser obrigatória?

    Eu acho que é preciso começar por algum lado. A racionalização pode ser colocada como uma premissa, mas pode ser desenvolvida em paralelo e não como uma necessidade. O masterplan desse processo é que terá de ser feito de uma forma muito inteligente e cuidadoso, não só com órgãos públicos, mas também pelos próprios promotores, pelos próprios investidores para encontrar um propósito válido para esta racionalização fazer sentido. Caso contrário será insustentável. Mas o optimismo é o que nos move diariamente e acredito que as energias vão convergir na orientação e na direcção correcta para que realmente isto possa ser um movimento que faça sentido. E nós temos muitos exemplos disso. A reabilitação é um deles. A reabilitação não era feita convenientemente há 10 anos como é feita hoje. Há um caminho a percorrer. E houve um movimento incrível de reabilitação nacional e o resultado está aí. É preciso fazer, é preciso errar.

    BIO

    Architects Office é a agência de arquitectura e design de interiores liderada por Greg Bousquet, um dos fundadores da Triptyque Architecture. Tendo a sua sede em São Paulo, no Brasil, a agência conta com o Architects Office SP (AO-SP) e, desde 2021, com a Architects Office Lisboa (AO-LX) liderada por João Costa Vieira.

    Com formação em arquitectura pela Faculdade de Arquitectura da Universidade Lusíada do Porto, João Costa Vieira passou por diversos ateliers no Norte da Europa, nomeadamente Dinamarca, Holanda e Noruega, tendo, também, sido professor na Escola de Arquitectura e Design de Oslo. Passou ainda por Nova Iorque, nos EUA e por São Paulo, no Brasil, onde é associado e director geral de Arquitectura no AO-SP e sócio fundador do AO-LX, em conjunto com Greg Bousquet.

    Sobre o autorCidália Lopes

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    Andreia Teixeira, head of Project Management do Grupo Openbook

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    Andreia Teixeira assume cargo de Project Management do Grupo Openbook

    Esta contratação visa “reforçar a coordenação, gestão de recursos e riscos, bem como a monitorização e controlo de projectos” dentro da empresa

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    Andreia Teixeira é a mais recente contratação do Grupo Openbook para o cargo de head of Project Management. Com uma formação sólida em arquitectura e uma vasta experiência na gestão e coordenação de projectos, planeamento e desenvolvimento urbanístico, vem fortalecer a capacidade interna de gestão de projectos, em resposta ao crescimento contínuo do Grupo e à expansão do seu portfólio de projectos em curso, de grande dimensão.

    Esta contratação visa reforçar a coordenação, gestão de recursos e riscos, bem como a monitorização e controlo de projectos dentro da empresa. Além disso, alinha-se com a estratégia definida pela Openbook, que visa a melhoria contínua da eficiência, qualidade e produtividade.

    “A contratação de Andreia Teixeira é um passo significativo para fortalecer a nossa capacidade de gestão de projectos. A sua experiência e expertise serão inestimáveis para aprimorar as nossas operações e alcançar os nossos objetivos estratégicos”, justifica Rodrigo Sampayo, partner do Grupo Openbook.

    Além da contratação de Andreia Teixeira, o Grupo Openbook também anunciou a chegada de outros profissionais para reforçar e expandir a sua equipa em diferentes áreas de actuação. Nesse sentido, Margarida Fonseca e Gonçalo Reis juntam-se à Openbook Architecture como arquitectos seniores, trazendo consigo um vasto conhecimento e experiência no campo da arquitectura. Edgar Franco vai integrar a equipa de 3D ArchViz do Grupo e Fátima Filipe, arquitecta de interiores, faz agora parte da Openbook Studio. Por fim, Joana Pimentel, designer, foi contratada para se juntar à equipa de Marketing e Comunicação.

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    Cooperativa de Aldoar (arqº Manuel Correia Fernandes) @Luís Ferreira Alves

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    Exposição “O Que Faz Falta” comemora 50 anos de arquitectura em democracia

    O título da exposição presta homenagem a uma das figuras de abril, José Afonso, e à canção “O que faz falta”, do álbum Coro dos Tribunais, lançado em 1974. Com curadoria dos arquitectos Jorge Figueira e Ana Neiva, a exposição inaugura a 25 de Outubro

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    A Casa da Arquitectura junta-se ao momento de celebração e reflexão em torno dos 50 anos do 25 de Abril de 1974 através da exposição “O Que Faz Falta. 50 Anos de Arquitetura Portuguesa em Democracia”. Com curadoria dos arquitectos Jorge Figueira (coordenação) e Ana Neiva (curadoria-adjunta), a exposição inaugura a 25 de Outubro próximo.

    O título da exposição presta homenagem a uma das figuras de abril, José Afonso, e à canção “O que faz falta”, do álbum Coro dos Tribunais, lançado em 1974.

    Nas palavras dos curadores, “o objectivo geral da exposição é o de estabelecer uma leitura panorâmica da produção arquitetónica entre a Revolução de Abril 1974 e os dias de hoje (2024), revelando como a arquitectura foi, e é, simultaneamente reflexo e incentivo do regime democrático em Portugal”.

    Nesse sentido, “os projectos seleccionados reflectem os modos como a arquitectura concretizou programas públicos vários, considerando a diversidade geográfica do País, continental e insular, e a contribuição de arquitecctas e arquitetos de diferentes backgrounds e gerações”, acrescentam os arquitectos.

    A exposição “O Que Faz Falta. 50 anos de Arquitetura Portuguesa em Democracia” é extraída da colecção “50 anos de Arquitetura Contemporânea Portuguesa”, um acervo criado pela Casa da Arquitectura que faz a leitura da produção de arquitectura em período democrático, com o objectivo de ser criada uma colecção de recorte territorial e temporal.

    Este acervo, que contou com a curadoria de Carlos Machado e Moura, Graça Correia, João Belo Rodeia, Jorge Figueira, Paula Melâneo e Ricardo Carvalho, visa promover o estudo e investigação de todos os interessados e do qual futuramente se irão extrair várias leituras temáticas em exposições, actividades e publicações.

    A exposição será acompanhada por um programa paralelo que tem a curadoria dos arquitectos Nuno Sampaio e Jorge Figueirae ficará patente até dia 7 de Setembro de 2025.

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    Praça e Posto de Turismo de Piódão @Frederico Martinho

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    Obras nacionais em destaque no EU Mies Award 2024 com visitas acompanhadas

    Assim, no Sábado, dia 4 de Maio, terão lugar as visitas ao Caminho das Escadinhas, em Matosinhos, às 11 horas e, durante a tarde, ao Edifício General Silveira, no Porto. Já no dia 1 de Junho, haverá visita à Praça e Posto de Turismo em Piódão

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    No âmbito da edição de 2024 do Prémio Europeu de Arquitectura EU Mies Award, são promovidos eventos, gratuitos, abertos ao público e sem inscrições, em três obras de arquitectura distinguidas, localizadas em Portugal. Assim, no Sábado, dia 4 de Maio, terão lugar visitas às obras seleccionadas Caminho das Escadinhas, em Matosinhos, às 11 horas e ao Edifício General Silveira, no Porto, com três opções: às 15 horas, 16 horas e 17 horas. No sábado, dia 1 de Junho, às 15 horas será a vez da obra finalista Praça e Posto de Turismo em Piódão.

    As três obras fazem parte de um conjunto de 40, seleccionadas de entre 362 nomeadas, localizadas em mais de 30 locais da Europa, e que serão objecto do programa “Out & About. Discovering Architecture. EUmies Awards 2024”, durante dois meses (22 de Abril a 23 de Junho). O objectivo é que todos possam conhecer mais sobre os edifícios e espaços públicos com os seus autores, donos de obra e outras pessoas ou entidades envolvidas.

    Na visita ao Caminho das Escadinhas, Paulo Moreira, o arquiteto que partilha a autoria do projecto com Verkron, explica com alguns convidados, num passeio entre a encosta do bairro do Monte Xisto e a margem do Rio Leça, em Matosinhos, o processo que reuniu uma equipa interdisciplinar de arquitectos, construtores locais, artistas e uma rede alargada de parceiros, para recuperar aquela área para o uso público.

    Também a visita ao Edifício General Silveira, contará com a presença dos arquitectos Tiago Antero e Vitor Preto Fernandes, do ATA Atelier e Entretempos, respectivamente, os autores do projecto, e pelo dono deste edifício de habitação e comércio, que numa conversa darão conta de tudo o que esta obra envolveu.

    Os arquitectos Paula del Rio e João Branco, do atelier Branco del Rio, orientarão, por sua vez, a visita à Praça e ao Posto de Turismo de Piódão, no dia 1 Junho. A propósito desta iniciativa, haverá, ainda, lugar a uma conferência no local, moderada por Nuno Grande e na qual estarão presentes Luís Paulo Costa, presidente da Câmara Municipal de Arganil, Carlos Abade, presidente do Turismo de Portugal, Carlos Ascensão, presidente da Câmara Municipal de Celorico da Beira e da Associação das Aldeias Históricas de Portugal, Dalila Dias, coordenadora da AHP, o professor José Reis e restantes arquitectos.

    A primeira edição do Prémio da Comunidade Europeia para a Arquitectura Contemporânea Mies van der Rohe (EU Mies Award), em 1988, foi ganha pelo banco em Vila de Conde, de autoria de Álvaro Siza Vieira. Desde então, obras de arquitectos portugueses têm estado entre as seleccionadas.

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    OASRS apresenta conferência “As Brigadas de Abril”

    No âmbito das comemorações dos 50 anos do 25 de Abril, a Secção Regional do Sul da Ordem dos Arquitectos recordou o estabelecimento e a acção do Serviço de Apoio Ambulatório Local (SAAL) na conferência “As Brigadas de Abril”

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    O aprofundamento das pesquisas sobre o Serviço de Apoio Ambulatório Local (SAAL), corpo de especialistas criado em 1974 para desenhar e pôr em marcha soluções habitacionais para a imensa população dos bairros de lata, barracas e casas degradadas de Portugal, em coordenação com associações de moradores e os seus recursos eventualmente disponíveis, levou o arquitecto e investigador da CEAU-FAUP Ricardo Santos a afirmar-se espantado pela dimensão, heterogeneidade e desenvolvimentos do “processo”.

    Presente na sessão organizada pela Secção de Lisboa e Vale do Tejo “As Brigadas de Abril”, que decorreu no dia 23 de abril, na sede da Ordem dos Arquitectos, o arquitecto contextualizou o SAAL como um “processo”.

    “As pessoas não falam em projecto, começava antes da intervenção e continuava depois do projecto, com alta participação popular, a ideia de democracia directa, o controlo pelo povo, ao serviço do qual estavam os técnicos”, destacou.

    O SAAL registou 170 operações iniciadas, a construção de 76 bairros e o envolvimento de 42 mil famílias entre 1974 e 76, ano em que passou para a alçada das autarquias. “Só em Lisboa houve intenção de construir 17 bairros, sete chegaram à construção, dois foram terminados”.

    A arquiteta Lia Antunes, a preparar uma tese sobre a intervenção das mulheres no SAAL (no Darq-UC e Centro Interdisciplinar de Estudos de Género do ISCSP), destacou o papel das moradoras dos bairros de lata, a sua tomada da palavra como a primeira ideia de cidadania, a sua organização e o conhecimento sobre os fogos existentes, sobre as casas que seriam necessárias e sobre a composição das famílias. “As mulheres preparavam as palavras de ordem para as manifestações”, sinal da consciência da sua condição e da vontade reivindicativa.

    Quanto às técnicas, o seu papel é significativo, como foi o caso da arquiteta Ana Salta e de Manuela Madruga (da Brigada Técnica, nome das equipas técnicas do SAAL, maioritariamente com jovens arquitetos e estudantes, que viriam a elaborar planos e projetos e a diagnosticar as situações habitacionais) no Bairro Esperança de Beja; com Nuno Portas, a arquiteta Margarida de Souza Lobo tinha esboçado um modelo de intervenção multidisciplinar e de habitação evolutiva para o bairro de lata da Quinta do Pombal; a socióloga Isabel Guerra, que trabalhou nos bairros sociais de Setúbal, “em janeiro de 74 já tinha apresentado uma proposta para o Bairro da Liberdade que antecipava o SAAL”; “as assistentes sociais foram a cola do processo”, com presença diária nos bairros mediando conflitos, respondendo aos inquéritos sobre as condições físicas dos bairros, e sobre necessidades e desejos das populações. Houve também “uma dimensão internacional” com participação de técnicas de outros países e muitos outros exemplos de compromisso, de “urgência, intensidade, generosidade” podiam ser dados.

    Justamente sobre a “intensidade” dos trabalhos e da vivência que os caracterizou falou Adelaide Cordovil, assistente social e elemento da equipa do SAAL no Fonsecas-Calçada. “Já lá vão 50 anos, era tudo muito intenso. Estava a destapar-se uma panela de pressão?”. Adelaide Cordovil explicou que as pessoas acreditavam no que podiam transformar, tinham essas vontade e energia, aprendiam umas com as outras e tinham ideias claras e fundadas do que precisavam para as suas casas.

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    Ordem dos Arquitectos debate cinco décadas de habitação em democracia

    ‘O que se fez e o que falta fazer?’ são as perguntas que lançam a a conversa entre os arquitectos António Baptista Coelho, Inês Lobo e o engenheiro Fernando Santo. Este evento decorre simbolicamente a 24 de Abril e nele será também lançado o programa Habitar Portugal 74/24

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    As cinco décadas de democracia vão estar em destaque, esta quarta-feira, dia 24 de Abril, na Ordem dos Arquitectos e que visa abordar a temática da habitação durante este período.

    ‘O que se fez e o que falta fazer?’ são as perguntas que lançam a a conversa entre os arquitectos António Baptista Coelho, Inês Lobo, e o engenheiro Fernando Santo. Foi também convidada a secretária de Estado da Habitação, Patrícia Machado Santos (presença a confirmar).

    Este será a primeira de uma serie de iniciativas que a Ordem dos Arquitectura organizar com o objectivo de “pensar e mostrar como evoluiu a habitação em Portugal nas últimas cinco décadas e o que falta fazer”.

    Este evento decorre simbolicamente a 24 de Abril e nele será também lançado o programa Habitar Portugal 74/24, celebrando em simultâneo os 25 anos da Ordem dos Arquitectos e os 50 do Portugal democrático.

     O programa Habitar Portugal 74/24 vai, durante os próximos meses, continuar a analisar as questões da habitação em Portugal, através de uma equipa de comissários, que coordenada pelo arquitecto César Lima Costa, seleccionará obras emblemáticas neste período, pela sua arquitectura e também pela relevância estratégica para o País.

    Prevê-se, também, uma exposição itinerante, que terminará em 2026 na Capital Mundial da Arquitectura, em Barcelona.

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    Sindicato dos Arquitectos reúne com objectivo de aprovar “primeiras tabelas salariais”

    Do inquérito realizado aos profissionais destaca-se a exigência de 1300 euros de salário de entrada, a redução do horário de trabalho para as 35 horas semanais, melhor retribuição às horas-extra e ao estabelecimento de carreiras, com propostas distintas para projectistas e para técnicos especializados

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    Com o objectivo de “discutir e aprovar as primeiras tabelas salariais” para a arquitectura, o sindicato do sector convoca os profissionais para uma assembleia geral a realizar no dia 1 de Maio na sede do Sindicato dos Trabalhadores em Arquitectura (SINTARQ) no Porto.

    Para a concretização e aplicação deste seu caderno reivindicativo, o SINTARQ lançou duas iniciativas. Desde Junho de 2023, uma campanha de entrada em empresas para contactar trabalhadores e criar as primeiras estruturas sindicais nesses locais de trabalho. E no final do ano passado, um inquérito que permitiu aferir as expectativas profissionais de quem trabalha em arquitectura e confirmar, uma vez mais, o retrato de precariedade e indignidade transversal no sector, cujos resultados definitivos serão divulgados em breve.

    Da campanha de entrada em empresas, resultou a criação de doze estruturas sindicais em locais de trabalho, algumas das quais com processos reivindicativos em curso. A expectativa é a de que a aprovação do Caderno Reivindicativo agora em Maio sirva de sustentação a esses processos e ao surgimento dos primeiros Acordos de Empresa em Arquitectura.

    Do Inquérito às expectativas profissionais destacamos a ampla adesão dos trabalhadores inquiridos à exigência de 1300 euros de salário de entrada, à redução do horário de trabalho para as 35 horas semanais, a horas-extra com melhor retribuição e maiores restrições, e ao estabelecimento de carreiras como instrumento central à elevação dos salários e ao combate à discriminação e ao assédio.

    A título de exemplo, 94% dos inquiridos defende uma carga horária semanal até 35 horas; a expectativa salarial mediana de um trabalhador com cinco a dez anos de experiência é de 1800 euros e 80% dos inquiridos declara fazer horas extra, metade dos quais sem receber qualquer compensação por isso. Segundo dados preliminares deste Inquérito, um trabalhador em arquitectura vê-se espoliado, no mínimo, em 500 a 800 euros por ano em horas extra não compensadas.

    O Caderno Reivindicativo que será submetido à discussão propõe duas tabelas salariais: uma para projectistas e outra para técnicos especializados, dividindo-se em carreiras profissionais de assistente, júnior e sénior. A progressão atende aos anos de experiência ou às funções efectivamente desempenhadas, independentemente da antiguidade. Estarão também em discussão os critérios que determinam essa progressão e que servirão para contrariar a transversal estagnação de carreiras.

    Além dos salários, carreiras e horário laboral, propõem-se reivindicações-base noutros vectores tais como: direitos na parentalidade, regulação do teletrabalho, dias de férias, garantias de segurança e saúde no trabalho e formação profissional certificada.

    É o culminar de um processo com cerca de um ano e que contou com dez reuniões abertas de discussão realizadas em Braga, Coimbra, Porto, Lisboa e Setúbal, e que agora se encerra neste último Plenário Nacional no Porto.

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    Exposição “Objetos por Arquitetos” regressa à Casa da Arquitectura

    A segunda edição da exposição mostra uma selecção de peças de autor que carregam consigo assinaturas de “prestigiados” arquitectos e que se encontra patente no Espaço Luís Ferreira Alves, da Casa da Arquitectura

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    Abriu ao público esta sexta-feira, dia 19 de Abril a segunda edição da exposição “Objetos por Arquitetos”, uma montra selectiva de peças de autor que carregam consigo assinaturas de “prestigiados arquitectos” e que se encontra patente no Espaço Luís Ferreira Alves, da Casa da Arquitectura.

    Através desta mostra, que estará patente até 12 de Maio, a Casa da Arquitectura presta homenagem ao “talento multifacetado” de um grande número de arquitectos.

    A mostra reúne um conjunto de objectos demonstrativos do melhor que o talento arquitectónico tem para oferecer quando colocado ao serviço das várias dimensões da vida mundana, criando objectos de culto e de desejo que é possível levar para casa, como mobiliário, obra gráfica, iluminação, entre outros.

    Uma pequena montra selectiva de cerca de meia centena de peças de autor com assinatura de nomes como Adalberto Dias, Aires Mateus, Álvaro Siza, Eduardo Souto de Moura, João Pedro Pereira, Marta Vilarinho de Freitas e Pedro Guedes de Oliveira.

    A arquitectura e o design são disciplinas próximas que partilham o objectivo comum de resolver problemas da sociedade aliando a funcionalidade à estética.

    Através desta mostra, a Casa da Arquitectura presta homenagem ao talento multifacetado de um grande número de arquitetos cujo talento e originalidade está agora ao alcance de todos.

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    Bartolomeu Costa Cabral (1929-2024): Ordem recorda legado forte na arquitectura portuguesa

    O Presidente da República lamenta, também, a morte de uma das figuras maiores do modernismo arquitectónico e sublinha a forma como Costa Cabral era reconhecido pelos seus pares, nomeadamente pela preocupação com a noção de cidade, não de unidade estanque, o que talvez explique que uma exposição comemorativa, em 2019, escolhesse como título a bela expressão “a ética das coisas”.

    Ricardo Batista

    A Ordem dos Arquitectos recorda a obra e o “legado” de Bartolomeu da Costa Cabral no momento de assinalar a morte do arquitecto, aos 95 anos, ele que era considerado como figura marcante do modernismo arquitectónico português.
    Numa nota publicada na página na Internet, e assinada pelo presidente Avelino Oliveira, a Ordem dos Arquitectos presta homenagem ao membro número 142, “um enorme e consagrado arquiteto português”.

    Nascido em Lisboa, a 8 de Fevereiro de 1929, obteve o diploma em Arquitectura pela Escola Superior de Belas Artes de Lisboa em 1957, tendo, no ano anterior, estagiado em França, onde estudou o tema da habitação de que resultariam diversos estudos de habitação social para o Gabinete Técnico de Habitação (GTH), Federação das Caixas de Previdência, Câmara Municipal de Lisboa e Fundo Fomento Habitação (FFH – atual IHRU), entre 1959 e 1968.

    Bartolomeu da Costa Cabral integrou, ainda estudante, o atelier da Rua da Alegria de Nuno Teotónio Pereira. Trabalhou com Manuel Alzina de Menezes, Manuel Taínha, Nuno Portas, Gonçalo Byrne, Pedro Vieira de Almeida e Pedro Viana Botelho.

    Entre 1968 e 1969 trabalha com Conceição Silva e Maurício de Vasconcellos. Integra o GPA (Grupo de Planeamento e Arquitectura), fundado por Maurício de Vasconcellos e Luís Alçada Baptista, onde desenvolveu, até 1996, diversos edifícios universitários para Bragança, Guimarães, Covilhã, Santarém, Tomar e Oeiras.

    Da sua obra construída será, porventura, o muito destacado e impressivo Bloco das Águas livres, em Lisboa (1953-1955), projetado em coautoria com Nuno Teotónio Pereira, o edifício mais emblemático e uma referência na arquitectura portuguesa. Destaca-se ainda a Escola Primária do Castelo (Lisboa, 1960), a Estação do Metropolitano da Quinta das Conchas (1998-2002) e os Blocos de Habitação Social dos Olivais, 1961 (com Nuno Teotónio Pereira e Nuno Portas).

    Premiado com o Prémio Eugénio dos Santos, em 1997 (com Nuno Teotónio Pereira pela remodelação do Teatro Taborda, em Lisboa), Prémio de arquitectura Raúl Lino, em 1978 (do GPA, com a notável Agência da CGD de Sintra), Menção Honrosa do Prémio Valmor 2009 (habitação individual na Travessa da Oliveira, em Lisboa), Grau de Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique (2022), uma distinção entregue pelo Presidente da República. Marcelo Rebelo de Sousa sublinha a forma como Costa Cabral era reconhecido pelos seus pares, nomeadamente pela preocupação com a noção de cidade, não de unidade estanque, o que talvez explique que uma exposição comemorativa, em 2019, escolhesse como título a bela expressão “a ética das coisas”. “A Arquitectura tem de falar às pessoas, tem de ser uma companhia, tem de dar sentido aos espaços criados e, só assim, podemos falar da sua humanização. Julgo que nas obras que fui fazendo ao longo da minha vida profissional, existe uma constante relação com as pessoas”, assumia Costa Cabral em 2019, a propósito da exposição “A Ética das Coisas”

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    Ricardo Batista

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    Casa Rural em Silves (Créditos: do mal o menos)

    Arquitectura

    BOMO Arquitectos assinam reconversão de casa rural em Silves (c/ galeria de imagens)

    Um antigo edifício agrícola, com uma linguagem “muito distinta e contrastante” passou por um processo de reabilitação e de redefinição de espaços, sem que se perdesse os vestígios do seu passado, com o claro objectivo de preservar o seu legado marcadamente “rural e funcional”

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    Esta é uma obra de reabilitação do que foi em tempos um estábulo e celeiro, inserido numa propriedade agrícola familiar, localizada num pequeno vale do barrocal algarvio, com laranjais e relevo suave, que acompanha o curso do rio Arade, entre os altos da serra de Monchique e as áreas planas e baixas do litoral, que ganhou uma nova ‘vida’ com o projecto da BOMO Arquitectos.

    Os clientes, dois médicos e uma agrónoma (e respectivos filhos e netos), estavam na altura do desenvolvimento do projecto a entrar numa nova fase da sua vida, a da reforma. À semelhança dos seus percursos profissionais, quiseram, também aqui, “curar e cuidar, preservar, dar vida e futuro”.

    A 28 de Fevereiro de 1969 um forte sismo afectou particularmente esta região. No projecto decidiu-se revelar esta história, tornando-a num princípio construtivo que organiza a intervenção. No piso térreo removeu-se o reboco das paredes antigas, expondo a pedra, e a nova escada e a nova parede divisória, entre o quarto e a casa de banho, foram construídas à antiga, igualmente em alvenaria de pedra irregular”

    De edifício agrícola a habitação

    Este edifício agrícola de dois pisos localiza-se no extremo de uma habitação, comprida e térrea, construída no início do século XX, implantada num ponto elevado no centro da propriedade, que contém também áreas de cultivo, uma eira, poços e outros pequenos edifícios de apoio.

    Embora esteja na continuidade da restante casa, este volume no qual foi feita a intervenção, tem uma linguagem muito distinta e contrastante, marcadamente rural e funcional, com as características construtivas próprias da região.

    No seu interior albergava três divisões autónomas, sem comunicação entre elas, e sem luz natural. Os únicos vãos eram as respectivas portas, opacas, baixas e estreitas, e o acesso ao piso superior era feito pela escada exterior.

    A intervenção uniu as três divisões, tanto vertical, como horizontalmente, criando no piso térreo uma pequena área social composta por sala, área de refeições e uma pequena cozinha, e ainda um quarto e uma casa de banho.

    No piso superior foi criado um segundo quarto, largo e alto, em mezanino sobre a sala, com a antiga escada exterior a funcionar agora também como pequeno varandim, aberto sobre a paisagem do vale. O mezanino resulta da demolição parcial da laje existente, e procura ampliar a luz natural introduzida pela nova janela alta, aberta na sala, resolvendo em conjunto com as novas portas exteriores envidraçadas, o problema de luminosidade dos diferentes espaços.

    No seu interior albergava três divisões autónomas, sem comunicação entre elas, e sem luz natural. A intervenção uniu as três divisões, tanto vertical, como horizontalmente, criando no piso térreo uma pequena área social composta por sala, área de refeições e uma pequena cozinha, e ainda um quarto e uma casa de banho”

    O peso da história

    “A 28 de Fevereiro de 1969 um forte sismo afectou particularmente esta região, fazendo com que a parte superior do volume no qual intervimos, e que era totalmente construído em pedra irregular, desabasse. Na altura, a reconstrução da parte afectada já foi feita com tijolo furado, sendo depois a diferença disfarçada com o reboco e o caiado das paredes interiores e exteriores”, recorda o atelier.

    No projecto decidiu-se revelar esta história, tornando-a num princípio construtivo que organiza a intervenção. No piso térreo removeu-se o reboco das paredes antigas, expondo a pedra, e a nova escada e a nova parede divisória, entre o quarto e a casa de banho, foram construídas à antiga, igualmente em alvenaria de pedra irregular.
    Assim, este conjunto de pedra pintada de branco forma uma base sólida para a casa, que contrasta com o piso superior de paredes lisas, em tijolo furado rebocado e pintado.

    Na área do mezanino esta característica construtiva é igualmente exposta, revelando-se a diferença de espessuras entre as duas tipologias de parede. É aqui também assumida a alteração introduzida na parede exterior, construindo-se o aro da nova janela alta de forma contemporânea, em betão armado, parcialmente encastrado na alvenaria de pedra.

    No revestimento do pavimento térreo foi utilizada tijoleira proveniente dos telheiros tradicionais das redondezas, e nas portas e portadas foram reinterpretados alguns pormenores da carpintaria tradicional, executados em madeira de pinho.

    A leitura e expressão do volume exterior foram clarificadas, através da demolição de alguns volumes que haviam sido adicionados, e do destaque do primeiro degrau da escada exterior, e foram introduzidas novas portadas exteriores para protecção dos envidraçados. Até ao momento não foi realizada a intervenção prevista para a área exterior adjacente.

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    Salto Studio ganha concurso para antiga Colónia Balnear da Areia Branca

    A proposta apresentada pelo atelier Salto Studio, venceu o concurso público de concepção para a elaboração do projecto de recuperação da antiga Colónia Balnear da Areia Branca, na Lourinhã

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    O concurso lançado pela Comunidade Intermunicipal da Beira Baixa recebeu um total de 24 proposta, tendo a proposta com a assinatura de André Nave, do Salto Studio, ficado em primeiro lugar. O projecto vencedor valoriza a estrutura já edificada, acrescentando elementos que remetem para a arquitectura da Beira Baixa. “Desde o início decidimos adicionar varandas, porque nos quisemos inspirar nos balcões da Beira Baixa. Queríamos replicar essa experiência”, explicou o arquitecto na apresentação pública da projecto realizada esta semana”.

    Para além do espaço hoteleiro, o projecto de André Nave prevê um piso térreo aberto à comunidade local, com um espaço de co-work, restaurantes, um bar de praia e um ginásio.
    O júri foi composto por um representante da CIM Beira Baixa, um representante do Município da Lourinhã e um da Secção Regional de Lisboa e Vale do Tejo da Ordem dos Arquitectos.

    A Colónia Balnear da Areia Branca recebeu milhares de crianças e jovens do distrito de Castelo Branco entre 1974 e 2007. Está inactiva desde 2009, altura em que uma tempestade causou vários danos ao edifício.

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