Apesar da conjuntura “desafiante”, procura de imóveis industriais e logísticos mantém-se
No mercado português este tem sido também o “sentimento prevalecente” nos últimos meses, com “um aumento da confiança generalizado”, no entanto, a antiguidade do parque existente e a falta de novos espaços preocupa os promotores

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O aumento dos custos, a incerteza económica e a oferta de mão de obra como desafios significativos para as suas empresas do sector industrial e logístico. Não obstante, a procura de imóveis neste mercado mantém-se, apesar da “conjuntura macroeconómica desafiante”.
Estas é uma das conclusões do European Real Estate Logistics Census, que já vai na sua terceira edição, e que foi realizado durante o Verão de 2023 pelos analistas de mercado da Analytiqa em nome da Tritax EuroBox e da consultora imobiliária internacional Savills. Foram obtidas respostas por parte de 256 tenants, investidores, promotores, proprietários de terrenos, gestores de activos, consultores e agentes em todo o mercado pan-europeu.
Para Phil Redding, ceo da Tritax EuroBox, “os resultados deste Censo reflectem o ambiente desafiante no qual operamos actualmente, com os tenants a identificarem o aumento dos custos, a incerteza económica e a oferta de mão de obra como desafios significativos para as suas empresas. Apesar disso, 39% dos inquiridos esperam que a sua ocupação de imóveis industriais e logísticos aumente este ano, o que reflecte o seu papel fundamental na cadeia de abastecimento e nas operações globais”.
Os avanços tecnológicos e o facto dos ocupantes destes espaços investirem numa gama diverficada de tecnologias pode, segundo Phil Redding, explicar esta atitude.
O investimento em veículos eléctricos e automação, à medida que procuram ganhos de eficiência e produtividade, juntamente com um melhor desempenho em termos de emissões de carbono são algumas das opções tomadas.
“Olhando para o futuro, é provável que a variável social dos ESG passe para o topo da agenda dos tenants, uma vez que estes procuram atrair e reter os melhores profissionais num mercado de trabalho europeu competitivo”, ressalva.
Também Marcus de Minckwitz, head of EMEA Industrial and Logistics da Savills, acredita que o facto do sector se ter mantido “resiliente e positivo” irá “estimular a actividade nos mercados dos inquilinos e de investimento, em particular nas regiões-chave como a Alemanha e Espanha, que deverão registar uma expansão nos próximos três anos”.
No mercado português este tem sido também o “sentimento prevalecente” nos últimos meses, com “um aumento da confiança generalizado” pelos vários stakeholders e ocupantes “com intenção de aumentar a sua área logística e a continuação das mudanças seculares no sector, nomeadamente, o reshoring & focus no ESG”, afirma Pedro Figueiras, head of I&L da Savills Portugal.
Por outro lado, Portugal não difere da Europa na preocupação para com a antiguidade do parque existente, bem como com a dificuldade de promotores em identificar localizações onde possam desenvolver novos projectos cumprindo os requisitos exigidos pela logística. Esta questão reflecte-se, também, nos ocupantes uma vez que identificam como a sua terceira maior preocupação a falta de oferta de edifícios novos, num momento em que 39% dos ocupantes prevê aumentar a sua capacidade de armazenagem.
“Este estudo deixa-nos antever que os próximos anos serão de continuação da transformação iniciada pós-covid e que desenhará uma nova realidade no panorama imobiliário do segmento logístico”, conclui Pedro Figueiras.