IST com dois novos edifícios para criar uma “abertura do Campus à cidade”
As antigas infraestruturas de creche e jardim de infância serão demolidos para dar lugar a novos espaços, mais integrados na envolvente, assim como a criação de um novo edifício de uso exclusivamente académico e espaços informais de estar e de trabalho são os objectivos desta intervenção, cujas propostas podem ser enviadas até 9 de Agosto
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O Instituto Superior Técnico (IST), em Lisboa, vai criar novos edifícios, com o objectivo de “responder às necessidades de expansão do campus universitário”. A elaboração para o projecto de arquitectura está neste momento em fase de envio de propostas, até 9 de Agosto, e conta com a assessoria técnica da Secção Regional de Lisboa e Vale do Tejo da Ordem dos Arquitectos. A intervenção tem um custo estimado de 10400 milhões de euros.
A área de intervenção corresponde a duas zonas que se encontram sem simetria no plano do Campus, o Jardim Norte e o Jardim Sul e onde serão criadas salas de aulas, espaços de investigação, creche e jardim de infância, entre outras valências.
Mas mais do que isso, pretende-se, também, que seja uma abertura do Campus à cidade através do desenho da área de intervenção, contribuindo para uma articulação clara entre o espaço público e a área do instituto.
Tendo por base os princípios de sustentabilidade energética e financeira, a opção deve recair em materiais e sistemas construtivos de grande durabilidade e baixa manutenção e implementação de soluções inovadoras de baixa pegada ambiental, assim como optimizar e privilegiar os enquadramentos visuais, tirando partido da orientação solar.
Jardim Sul
Com cerca de 3900 metros quadrados (m2), o jardim Sul, está implantado no limite Sul do Campus, a cerca de dois metros de altura face à avenida Rovisco Pais, e cuja intervenção corresponde à totalidade do jardim, sendo que a área de implantação do futuro edifício tem cerca de 1815 m2.
É neste espaço que já existem os edifícios pré-fabricados onde estão instalados a creche e o jardim de infância, mas cuja demolição está prevista nos termos do concurso.
O edifício Sul e o respectivo espaço exterior devem estabelecer um diálogo tanto interno com o campus, como externo com a cidade através da quebra do muro junto à avenida Rovisco Pais e deverá ter permeabilidade com o exterior ao nível do piso térreo para dar resposta à creche e jardim de infância e garantir uma área de entrada que possa funcionar como espaço expositivo e multiusos.
O edifício Sul e o respectivo espaço exterior devem estabelecer um diálogo através da quebra do muro junto à avenida Rovisco Pais e deverá ter permeabilidade com o exterior ao nível do piso térreo para dar resposta à creche e jardim de infância
Jardim Norte
Com uma área total de cerca de 3850 m2, o jardim Norte encontra-se a dois metros de altura face à avenida António José de Almeida, cujo muro também deverá ser demolido, sendo que, no entanto, a área de intervenção consiste em cerca de 1780 m2, onde irá ficar o futuro edifício, exclusivamente para uso académico.
Também no topo Norte da área de intervenção encontra-se, ainda, outro edifício de serviços com uma área de implantação aproximada de 483 m2 e que também deverá ser demolido, sendo que o espaço exterior deverá ser desenhado para permitir a diluição do seu limite com o projecto de requalificação paisagístico em curso.
Requalificação paisagística
Além da manutenção das espécies arbóreas existentes, manutenção das escadas a nascente, implantadas no alinhamento do Pavilhão de Electricidade / Torre Norte, assim como do muro em pedra adjacente, o projecto de requalificação paisagística prevê a criação de dois a três espaços de aulas informais, com eventual recurso a soluções de mobiliário integrado, valorização da envolvente da cabine de leitura.
As novas áreas deverão ter em conta a integração harmoniosa dos percursos, bem como às relações de proximidade com o edificado envolvente e ao fluxo de circulações existentes, incluindo o redesenho da escada secundária, melhoria das acessibilidades, e melhoria da iluminação com implementação de soluções ambiental e energeticamente sustentáveis.
90 anos e várias ampliações depois
O campus da Alameda foi originalmente construído entre 1928 e 1935, com o projecto da autoria do arquitecto Porfírio Pardal Monteiro, sendo sobejamente reconhecido pela sua arquitectura modernista e assinalável presença urbanística.
Na década de 60 destaca-se a construção do Complexo Interdisciplinar no canto sul-poente do campus, da autoria do arquitecto José Maria Segurado, concebido como uma extensão do edifício que projectara, inicialmente, designado Laboratório Calouste Gulbenkian de Espectrometria de Massa, e inaugurado em 1964. Esta ampliação foi iniciada em 1969 e o novo edifício começou a ser ocupado em 1973.
Ao longo dos anos foram sendo adicionados edifícios ao campus, nomeadamente de acordo o Plano Geral de Remodelação e Ampliação das Instalações do IST, concebido no início da década de 80 por Pardal Monteiro, em virtude do aumento da população escolar, bem como do desenvolvimento da investigação científica, geradores de novas necessidades espaciais e funcionais.
O Pavilhão de Civil foi concluído no início da década de 90 e insere-se na área prevista pelo Plano Director para os novos edifícios de maiores dimensões, ao longo da periferia poente do campus, junto à rua Alves Redol, onde de resto já havia sido implantado o Complexo Interdisciplinar.
O Pavilhão de Matemática foi concluído em 1994 e o seu projecto, datado de 1991, filiou-se em grande medida nos princípios compositivos e na expressão formal já adoptados no quase terminado à época Pavilhão de Civil, implantado junto à avenida Rovisco Pais, o projecto contemplou simultaneamente este edifício e o volume contíguo a poente, ainda que a sua construção tenha sido diferida. As Torres de Electricidade e Química foram igualmente erigidas na década de 90.