Edição digital
Assine já
    PUB
    Opinião

    2023: Um ano desafiante

    Vamos observar um aumento no investimento nas questões relacionadas com a ESG, visto que há um movimento crescente na valorização desta variável, havendo cada vez mais um aumento na procura por ativos com certificação sustentável e um desconto dos ativos “não sustentáveis

    Opinião

    2023: Um ano desafiante

    Vamos observar um aumento no investimento nas questões relacionadas com a ESG, visto que há um movimento crescente na valorização desta variável, havendo cada vez mais um aumento na procura por ativos com certificação sustentável e um desconto dos ativos “não sustentáveis

    Sobre o autor
    Frederico Pedro Nunes

    Para o ano de 2023 acredito que nos vamos deparar com alguns desafios. Face à conjuntura económica em que nos encontramos, esperamos alguma incerteza resultante da conjuntura geopolítica e macroeconómica existente. Como temos vindo a observar nos últimos meses, com uma aceleração desde que se instalou a guerra na Ucrânia, vemos o acesso a algumas matérias primas cada vez mais difícil, a escassez de mão-de-obra para a indústria da construção, o que se tem refletido num aumento acentuado dos custos de construção ao mesmo tempo que a atividade económica mundial está a passar por uma desaceleração ampla e mais acentuada do que o esperado, com uma inflação mais alta do que a observada nas últimas décadas o que por sua vez irá levar a um abrandamento de alguma atividade do mercado imobiliário resultante do aumento das taxas de juros e aumento dos custos de financiamento. Estas condicionantes que todos conhecemos fazem com que haja menos acesso ao crédito e por sua vez, menos acesso a compra de casa e até, quem possua a liquidez para o fazer fica mais avesso ao investimento visto a incerteza que os mercados apresentam.

    No que toca à construção, vamos observar um aumento no investimento nas questões relacionadas com a sustentabilidade (ESG), visto que há um movimento crescente na valorização desta variável, havendo cada vez mais um aumento na procura por ativos com certificação sustentável e um desconto dos ativos “não sustentáveis”, não só numa ótica de sustentabilidade, mas também com o objetivo de racionalização dos custos operacionais. Vamos verificar uma disponibilidade para um maior investimento em CAPEX para a obtenção de certificações para que existam custos fixos inferiores em termos de manutenção e consumo mensal bem como na compressão das yields de saída na venda destes ativos. Veremos esta nova abordagem não só nos novos projetos em desenvolvimento, mas também na reconversão do stock existente, de forma a dar uma nova roupagem ao produto para que o mesmo esteja atualizado. Acredito que seja uma abordagem que vamos observar em várias as classes de ativos nos próximos tempos, como residencial, escritórios, logística e comercial.

    Um outro desafio é o aumento da oferta habitação, para os vários segmentos que procuram casa nos principais centros urbanos. Para tal é necessário haver um esforço concertado entre as entidades públicas e privadas para a redução e/ou eliminação dos custos de contexto, nomeadamente fiscais (IVA, AIMI, IMI e IMT) e dos prazos de licenciamento, que têm condicionado fortemente desde a crise de 2008 a oferta de habitação nova, segundo o INE em 2009 foram concluídos mais de 10.000 fogos novos na AML e em 2021 este valor continua a metade, cerca de 5.000 fogos. Este forte desequilíbrio entre a procura e oferta, tem tido impacto significativo nos preços.

    Adicionalmente, devem ser promovidas as condições legais e fiscais para o desenvolvimento de um mercado de arrendamento que consiga ajudar a suprir a falta de habitação acima mencionada, à imagem do resto da Europa e EUA, não só através de um maior equilíbrio das relações contratuais bem como da atualização do produto imobiliário acordo com a procura atual, em que algumas novas formas de viver e tipologias das habitações não encontram enquadramento legal.

    NOTA: O Autor escreve segundo o Novo Acordo Ortográfico

    Sobre o autorFrederico Pedro Nunes

    Frederico Pedro Nunes

    Frederico Pedro Nunes, chief operations officer da Bondstone
    Mais artigos
    PUB
    PUB
    PUB
    PUB
    PUB
    PUB
    PUB
    PUB
    PUB
    PUB
    PUB
    PUB
    PUB
    PUB
    PUB
    PUB

    Navegue

    Sobre nós

    Grupo Workmedia

    Mantenha-se informado

    ©2021 CONSTRUIR. Todos os direitos reservados.