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    Editorial: “Vai acontecer. E agora?”

    Podendo concordar com a ineficácia do alarmismo que se possa ter gerado, não é de agora que surgem os alertas para a impreparação de boa parte do edificado, sobretudo nas regiões com maior risco em caso de sismo (Lisboa, Algarve, Vale do Tejo)

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    Editorial: “Vai acontecer. E agora?”

    Podendo concordar com a ineficácia do alarmismo que se possa ter gerado, não é de agora que surgem os alertas para a impreparação de boa parte do edificado, sobretudo nas regiões com maior risco em caso de sismo (Lisboa, Algarve, Vale do Tejo)

    Ricardo Batista
    Sobre o autor
    Ricardo Batista

    Não sei se se ‘descobriram as verdades’, mas é incontornável atender à zanga de comadres que marcou os últimos dias, sobretudo a propósito da segurança do edificado e das infraestruturas em caso de sismo como o que matou mais de 15 mil pessoas na última semana na Turquia e Síria. Engenheiros, especialistas, como Mário Lopes, João Appleton ou Eduardo Cansado de Carvalho apontam a necessidade imperiosa de actuar sobre o reforço estrutural, sobretudo em edifícios públicos, de modo a que respondam de uma forma eficaz em caso de abalo de grande intensidade.

    Que vai acontecer, mesmo que não se saiba bem quando. João Appleton fala mesmo de comportamentos a roçar o criminoso, apontando o dedo a engenheiros que assinam termos de responsabilidade e violam regulamentos a seguir, ao passo que Mário Lopes sublinha que apenas o Hospital da Luz foi construído com reforço base. Todos os outros hospitais, sobretudo os de referência em Lisboa, correm sérios riscos de destruição em caso de um sismo forte.

    A Ordem repudia o tom alarmista das declarações e o teor acusatório, reforçando a confiança na engenharia e nos engenheiros portugueses. O bastonário, Fernando de Almeida Santos, lamenta o “alarmismo desmesurado quanto à perspectiva de um terramoto em Portugal”. Podendo concordar com a ineficácia do alarmismo que se possa ter gerado, não é de agora que surgem os alertas para a impreparação de boa parte do edificado, sobretudo nas regiões com maior risco em caso de sismo (Lisboa, Algarve, Vale do Tejo). Humberto Varum, especialista na área da engenharia sísmica e das estruturas, alinha com a estimativa de que “mais de metade” das construções portuguesas estariam em risco em caso de um sismo mais forte. Incluindo “estruturas que deviam estar a funcionar após um evento sísmico”, dando o exemplo de hospitais e quartéis de bombeiros. Oxalá não tenhamos nunca de chegar ao ponto em que confirmaremos, efectivamente, quem tem razão.

    Sobre o autorRicardo Batista

    Ricardo Batista

    Director Editorial
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