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    Imobiliário: Será este o novo refúgio dos investidores?

    Destaca-se, em primeiro lugar, a alteração do programa de Vistos Gold, que apesar de ser prejudicial para as áreas com maior densidade populacional, nos dias de hoje já vêm conquistando vários investidores nas áreas com menor densidade

    Francisco Horta e Costa
    Opinião

    Imobiliário: Será este o novo refúgio dos investidores?

    Destaca-se, em primeiro lugar, a alteração do programa de Vistos Gold, que apesar de ser prejudicial para as áreas com maior densidade populacional, nos dias de hoje já vêm conquistando vários investidores nas áreas com menor densidade

    Sobre o autor
    Francisco Horta e Costa

    O setor da construção e imobiliário tem sofrido vários contratempos especialmente desde o início da pandemia. Não só pela crise de mão-de-obra e de matérias primas que enfrentaram, mas também por um grande número de obras adiadas, nomeadamente públicas, que só agora voltam a ser reativadas. Apesar disso, este mercado mostrou ser um dos mais resilientes no último ano, tendo continuado a existir uma procura constante por novos investimentos.

    De acordo com as tendências de mercado apresentadas pela CBRE no início deste ano, estima-se que em 2022 exista um investimento superior a três mil milhões de euros no setor, após um final de 2021 com uma franca recuperação em todos os segmentos do imobiliário. No entanto, 2022 está a provar ser mais um ano desafiante.

    Entre os vários desafios destaca-se, em primeiro lugar, a alteração do programa de Vistos Gold, que apesar de ser prejudicial para as áreas com maior densidade populacional, é benéfica para áreas com menor densidade populacional, as quais nos dias de hoje, já vêm conquistando vários investidores. Esta alteração vem impactar os projetos de reabilitação urbana no centro de cidades como Lisboa e Porto, ao mesmo tempo que estimula o crescimento de oportunidades de desenvolvimento de zonas como a Comporta, o Douro ou o Alqueva. Esta situação é particularmente mais grave em Lisboa com a manutenção de zonas de contenção no centro histórico e perda de tração do mercado de alojamento local.

    O IVA a 23% no setor da construção representa também um entrave para o setor e, potencialmente, um problema a longo prazo. Tendo em conta o valor dos impostos e com os preços da construção a aumentar, dificilmente os investidores privados conseguem desenvolver projetos a preços acessíveis para a classe média, tornando praticamente inviável o desenvolvimento deste tipo de projetos. Apesar disso, destaco positivamente, o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), que prevê investimentos significativos para 2022, os quais podem contribuir para a estimulação deste setor, principalmente no que diz respeito a projetos que venham dar resposta à carência estrutural da habitação

    A estes novos desafios juntam-se alguns já antigos. A escassez de mão-de-obra qualificada, o aumento dos custos com materiais de construção e as ruturas na cadeia de abastecimento, a par da persistente demora nos processos de licenciamento urbanístico, contribuem e sustentam a continuação da subida dos novos preços de venda de habitação em Portugal. Contudo, é importante ficar atento a estes desafios, uma vez que podem ser responsáveis por uma aposta de grandes investidores noutras geografias, diminuindo assim a oferta existente.

    Dada a atual relevância no panorama imobiliário, aponta-se ainda como tendência e desafio para este ano a aposta em setores alternativos, como residências seniores, data centres ou hospitais.  Além de serem mercados extremamente sólidos do ponto de vista do investimento, estão na mira dos investidores pelo retorno que apresentam. Esta é uma das apostas do setor, tendo em conta que se prevê que sejam inauguradas mais de três mil camas em 2022.

    O imobiliário continuará a ser um refúgio interessante para os investidores em oposição a outro tipo de produtos financeiros. Com a inflação a acentuar-se e as rendas geradas a acompanhar esta subida, sobretudo em casos em que os ativos são geridos com critério, este torna-se um mercado onde vale a pena investir e apostar. Apesar dos desafios, prevê-se um futuro animador ao nível do investimento, com grande possibilidade de se atingirem metas pré-pandemia na generalidade das classes de ativos.

    NOTA: O autor escreve segundo o Novo Acordo Ortográfico

    Sobre o autorFrancisco Horta e Costa

    Francisco Horta e Costa

    Director-Geral CBRE Portugal
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