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    Opinião

    O que podemos esperar do mercado residencial para 2023?

    “A não venda de produtos originará um aumento do stock tendo como consequência a pouca apetência dos promotores para novos projetos do segmento mais afetado. Esta incerteza será tanto maior quanto maior o ciclo das taxas de juro altas”

    Opinião

    O que podemos esperar do mercado residencial para 2023?

    “A não venda de produtos originará um aumento do stock tendo como consequência a pouca apetência dos promotores para novos projetos do segmento mais afetado. Esta incerteza será tanto maior quanto maior o ciclo das taxas de juro altas”

    Sobre o autor
    Miguel Cabrita Matias

    O ano de 2023 será um ano algo atípico para o mercado residencial. Por um lado, haverá um abrandamento de venda de casas no segmento dos compradores que se apoiam no crédito

    para a compra das suas habitações – dada a subida das taxas de juros e o facto de os bancos tenderem a ser mais conservadores na análise de concessão do crédito – com a agravante da incerteza do que estará para vir no que toca à inflação. Por outro lado, veremos no segmento de luxo e não dependente do crédito bancário, a manutenção da procura elevada que se tem feito sentir por parte de compradores internacionais, tal assimetria tenderá para uma descida dos preços e um aumento do período de venda das unidades residenciais para o segmento da gama média / média alta enquanto no segmento de luxo os preços continuarão em ascensão ainda que em níveis inferiores aos dos últimos anos.

    Os promotores Imobiliários que têm projetos em fase construção e início de comercialização no segmento médio/médio alto serão confrontados com uma situação nada fácil: tiveram que fazer face ao aumento do custo da construção e das matérias primas devido à guerra na Europa e verão os seus produtos com dificuldades de escoamento num mercado a tender para estabilizar preços em baixa. Esta situação poderá provocar estrangulamentos de tesouraria, em especial em empresas com fraco músculo financeiro e obrigará os promotores a encontrar soluções alternativas como sejam o arrendamento habitacional ainda que, com a perspetiva da tendência que se avizinha da redução do valor das rendas, dado o número de ativos que possam entrar no mercado. Por outro lado, a não venda de produtos originará um aumento do stock tendo como consequência a pouca apetência dos promotores para novos projetos do segmento mais afetado. Esta incerteza será tanto maior quanto maior o ciclo das taxas de juro altas.

    Para colmatar estas dificuldades, o Estado poderá ter uma intervenção preponderante, por exemplo em termos de fiscalidade, como poderia ser o caso de baixar o impacto dos impostos no preço final das casas. Podemos falar também do IVA da construção nova, que deveria passar para os 6%, tal como existe na reabilitação. Uma medida que permitiria aos promotores colocar produtos no mercado mais baratos abrindo o leque dos que estariam em condições de os comprar.

    NOTA: O Autor escreve segundo o Novo Acordo Ortográfico

    Sobre o autorMiguel Cabrita Matias

    Miguel Cabrita Matias

    Board Member; Member of The Investment Committee Mexto
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