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    Opinião

    Para uma rentrée com ainda maior sucesso na exportação de bens

    Boas notícias são os números recentes das exportações de bens apontando para um crescimento de cerca de 25% no 1º semestre, face ao ano anterior, e que não deixam dúvidas sobre a aceitação do produto português

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    Para uma rentrée com ainda maior sucesso na exportação de bens

    Boas notícias são os números recentes das exportações de bens apontando para um crescimento de cerca de 25% no 1º semestre, face ao ano anterior, e que não deixam dúvidas sobre a aceitação do produto português

    Sobre o autor
    Francisco Barroca

    Depois de um 1º trimestre de crescimento os dados divulgados pelo INE dão conta de um 2º trimestre em linha com as perspetivas económicas para a Europa, muito pessimistas e com a queda da atividade na zona euro, fazendo com que os desafios para as empresas não parem de aumentar.

    Boas notícias são os números recentes das exportações de bens apontando para um crescimento de cerca de 25% no 1º semestre, face ao ano anterior, e que não deixam dúvidas sobre a aceitação do produto português e a capacidade das empresas em aceder a mercados externos.

    No entanto, salvo melhor opinião, a atenção das entidades que se preocupam com estas temáticas deveria, para além destas empresas que já estão no seu caminho e que merecem todo o apoio para consolidar e incentivar as suas exportações, deveria também, num outro nível, dirigir-se aos potenciais exportadores que, algumas vezes, por falta de informação, vão progredindo no mercado local mas veem fechar-se-lhes as portas quando pretendem atingir mercados externos.

    Para além dos muitos aspetos a ter em conta, sejam eles de ordem comercial ou logística, há um que nos interessa mais, que é o das exigências colocadas quer ao desempenho quer à segurança dos produtos. Infelizmente a experiência que temos é que os organismos que apoiam o comércio externo estão muito pouco, ou não estão nada, sensíveis a este tipo de exigências técnicas, normalmente referidas como product compliance.

    O editorial do último Construir traz à colação um tema que nos é caro e sobre o qual também já aqui deixámos alguns comentários, mas que importa manter pela sua relevância e que tem a ver com a preparação atempada da resposta aos requisitos em detrimento de soluções do momento encontradas para resolver de qualquer forma a situação.

    O acesso aos mercados mais competitivos e mais interessantes em termos de exportação passa, muito, pela evidência do cumprimento de especificações técnicas, sejam normas sejam requisitos dos compradores, e, quando se fala de produtos, essa evidência passa, habitualmente, pela apresentação de boletins de ensaio ou pela sua certificação.

    Gostamos muito de criar marcas que se baseiam no simples facto de “ser” ou “estar” e que podem ter alguma visibilidade e impacto no país, mas que em processos competitivos onde o que está em causa é a conformidade e a sua evidência esses símbolos deixam de ter interesse. Um exemplo disto é o que está a acontecer com uma infinidade de “marcas de conformidade” na área ambiental e da sustentabilidade que estão a ser lançadas por diversos grupos e, até empresas e que acabam por criar confusão no mercado. A grande maioria destas marcas é atribuída apenas com base em análises documentais, sem que exista uma avaliação técnica dos produtos ou processos.

    Um outro tema que tem de merecer toda a atenção por parte de quem exporta ou pensa exportar para o Reino Unido é o facto de a marcação CE deixar de ser aceite a partir do início do próximo ano, passando a ser exigida a marcação UKCA. Embora o Reino Unido produza a maior parte dos produtos de construção que utiliza, 60% dos produtos importados são provenientes da União Europeia, alguns dos quais de Portugal. Esta marcação só pode ser concedida por organismos ingleses, razão pela qual estabelecemos já acordos com alguns organismos locais para facilitar aos fabricantes portugueses o acesso à UKCA. Convém, no entanto, lembrar que a capacidade de resposta que os organismos ingleses têm mostrado é muito lenta, situação que irá, certamente, piorar com o aproximar do final do ano. As empresas que não se prepararem a este nível e que resolvam apostar no “desenrascar” de última hora podem sofrer fortes dissabores com eventual perda de contratos.

    Sobre o autorFrancisco Barroca

    Francisco Barroca

    Director geral da CERTIF – Associação para a Certificação
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