«Só se ama aquilo que se conhece»
Após um levantamento que durou mais de três anos, o Inquérito àArquitectura do Século XX, está concluÃÂdo. Este inventário pretende dar a conhecer a arquitectura do século passado existente em Portugal, bem como incentivar a investigação do património arquitectónico Conhecer e dar a conhecer uma arquitectura muitas vezes ignorada e mal amada» foi segundo… Continue reading «Só se ama aquilo que se conhece»
Ana Rita Sevilha
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Após um levantamento que durou mais de três anos, o Inquérito àArquitectura do Século XX, está concluÃÂdo. Este inventário pretende dar a conhecer a arquitectura do século passado existente em Portugal, bem como incentivar a investigação do património arquitectónico
Conhecer e dar a conhecer uma arquitectura muitas vezes ignorada e mal amada» foi segundo a Presidente da Ordem dos Arquitectos, Helena Roseta, o grande objectivo do IAPXX – Inquérito àArquitectura do século XX em Portugal. O inventário que contou com mais de 6000 obras analisadas, mais de 1000 arquitectos identificados e 304 municÃÂpios percorridos deverá servir de base ao lançamento de uma campanha de opinião pública que leve a olhar para a arquitectura contemporânea como um recurso, salientou a Ordem dos Arquitectos (OA). AcessÃÂvel a todos em www.arquitectos.pt, e possibilitando uma pesquisa por diversos temas, este inventário permite deixar comentários que servirão futuramente para corrigir eventuais erros que possam existir. «Arquitectos, estudantes e municÃÂpios vão beneficiar com esta base de dados, que permite conhecer o panorama da arquitectura portuguesa no século XX», referiu Helena Roseta. A realização do IAPXX – Inquérito àArquitectura do Século XX em Portugal, foi uma iniciativa possÃÂvel devido àjunção de energias de um vasto conjunto de entidades e pessoas que se expandiu a partir de um núcleo central composto pela Ordem dos Arquitectos, a Fundació Mies van der Rohe e o Instituto das Artes. A sintonia entre estas três entidades permitiu construir uma candidatura motivada por experiências anteriores. «A Ordem dos Arquitectos tinha o exemplo mÃÂtico do Inquérito àArquitectura Popular em Portugal, a Fundació Mies van der Rohe, como grande dinamizadora da defesa do movimento moderno, tinha a vontade de alargar o trabalho àescala ibérica, e o Instituto das Artes sentia a urgência de defender a pouco conhecida arquitectura portuguesa dos últimos cem anos em todo o paÃÂs».
Aprovado em 2003 e avaliado em um milhão e 150 mil euros, o IAPXX foi dividido em seis zonas de intervenção, Norte, Centro, Lisboa e Vale do Tejo, Sul, Açores e Madeira. A zona Norte foi considerada a zona mais homogeneamente povoada embora não seja a mais habitada, resultando numa maior distribuição territorial dos obras do século XX. A zona Centro, foi considerada a região topograficamente mais diversificada do paÃÂs, o que também se reflecte no seu património arquitectónico.
Uma arquitectura mal amada
Segundo a OA, a «falta de distanciamento temporal, a diversidade de escalas e tipologias, o carácter vulgar de grande parte da produção e o recurso a tecnologias e materiais perecÃÂveis são factores que contribuem para que a arquitectura do século XX não seja sequer reconhecida como algo de valioso que deve ser preservado, e por isso, trata-se de um património frágil e ameaçado de degradação e extinção». O século XX faz parte de uma herança que cabe preservar e ampliar, e essa é também uma das razões deste trabalho, salientou a OA, explicando que o inventário resultante do IAPXX não é um ranking da melhor arquitectura do século passado, mas sim uma organização cronológica geral, balizada pelos perÃÂodos que de certa maneira constituem uma espécie de guião da história. «Outra das portas que se abre com este inquérito, é a da tentativa de compreender as influências que marcaram a produção arquitectónica deste perÃÂodo, que se pode caracterizar como um marco na arquitectura nacional», revela o documento elaborado pela OA sobre o IAPXX.
400 imóveis em risco
O Inquérito àArquitectura do Século XX, permitiu listar um conjunto de cerca de 400 imóveis em mau estado de conservação espalhados por todo o paÃÂs. Este é apenas um dos indicadores acessÃÂveis do maior levantamento de arquitectura do último meio século, que espera agora poder ser contemplado com a contribuição dos cidadãos e das instituições. Este deve ser, segundo Helena Roseta, «um ponto de partida para a investigação, a pedagogia e a decisão sobre o território».