Reabilitação urbana não é «rentável» para os proprietários
A questão chave no processo de reabilitação «é o factor financeiro já que é mais rentável, na lógica do proprietário, não vender nem reabilitar, ou seja, ter o espaço disponÃÂvel, devoluto, abandonado, atingindo assim uma valorização na ordem dos dez por cento por ano». Esta foi umas das conclusões avançadas por Sidónio Pardal, especialista em… Continue reading Reabilitação urbana não é «rentável» para os proprietários
Carla Reis
SIL 2024 atribui prémios e distingue personalidade do ano
ERA: Venda de habitação nova cresce 36% nos primeiros 3 meses do ano
Álvaro Siza homenageado pelo Comité Internacional de Críticos de Arquitectura
Worx: Volume de investimento deverá manter-se em linha com o registado em 2023
Constructel adquire norte americana Verità
Nuno Sepúlveda assume presidência do CNIG
Zome lança serviço “inovador” de verificação de imóveis
Eficiência energética, BIM e construção metálica na agenda do 2º dia da Tektónica
Anjos Urban Palace é o novo projecto de reabilitação da EastBanc
Reynaers confirmada como parceira principal da ZAK World of Façades
A questão chave no processo de reabilitação «é o factor financeiro já que é mais rentável, na lógica do proprietário, não vender nem reabilitar, ou seja, ter o espaço disponÃÂvel, devoluto, abandonado, atingindo assim uma valorização na ordem dos dez por cento por ano». Esta foi umas das conclusões avançadas por Sidónio Pardal, especialista em Urbanismo e orador convidado da segunda sessão do ciclo de conferências da Associação de Empresas de Construção e Obras Públicas (AECOPS), dedicada ao tema da reabilitação urbana.
A AECOPS promoveu, ontem no Centro de Congressos da Feira Internacional de Lisboa (FIL),um debate sobre as dificuldades inerentes ao processo de reabilitação de edifÃÂcios degradados em Portugal e acerca do estado da engenharia civil e da criação de novas infraestruturas, tendo por base um estudo elaborado pelo Instituto Técnico para a Indústria da Construção (ITIC) que define três cenários possÃÂveis para Portugal, até 2020, considerando que «um cenário realista é algures entre o de paÃÂs ultra-periférico e o de extensão do norte de ÃÂfrica».
Na primeira parte da conferência, subordinada ao tema «EdifÃÂcios: como, onde, o quê e para quem construir», Henrique Polignac de Barros, responsável pela Associação dos Promotores e Investidores Imobiliários (APII), afirmou que «a burocracia é muito complicada, existe a acumulação e sobreposição de decisões e a negociação com os proprietários é outro dos problemas». Na sua opinião, a solução passa por «repartir o mal pelas aldeias; o inquilino é realojado e a sua renda sobe, e caso não tenha capacidade para suportar esta despesa deve ser o Estado a intervir, e o promotor deve atribuir-lhe uma indemnização lógica e equilibrada».
Por outro lado, Pedro Botelho, do Prime Yeld, explicou que «A câmara de Lisboa só sobe os preços de mercado porque possui seis mil fogos e apenas são atribuÃÂdos dois mil licenciamentos por ano, o que aumenta o valor dos terrenos».
A segunda parte da conferência abordou a temática «infraestruturas: como, onde, o quê e para quem construir». Carlos Fernandes, da Rede Ferroviária Nacional (REFER), revelou que «um dos problemas em relação àcriação de infraestruturas é que quando se chega ao final da construção, as exigências iniciais já são muito diferentes», devido ao seu carácter moroso, e «a necessidade de criar novas vias cresce mais depressa do que os meios existentes para financiar a sua construção».
Em termos de iniciativas polÃÂticas, Ricardo Gomes, em representação da Sociedade de Empreitadas e Trabalhos Hidráulicos (SETH), referiu que «o pensar das polÃÂticas públicas é muito importante e a parceria entre o Governo e as construtoras pode ser muito importante para garantir que os projectos são acabados em tempo útil».