Gabinete à Lupa – Amplirestaura
Desde 2004 o empenho da equipa da Amplirestaura traduz-se numa contínua aprendizagem sobre os materiais e técnicas tradicionais, base das antigas construções. A qualificação técnica e a busca pelo pormenor caracterizam o trabalho do gabinete, destinado exclusivamente à área de reabilitação e conservação dos edifícios "Dar a vida a esta herança cultural" Como definem… Continue reading Gabinete à Lupa – Amplirestaura
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Desde 2004 o empenho da equipa da Amplirestaura traduz-se numa contínua aprendizagem sobre os materiais e técnicas tradicionais, base das antigas construções. A qualificação técnica e a busca pelo pormenor caracterizam o trabalho do gabinete, destinado exclusivamente à área de reabilitação e conservação dos edifícios
"Dar a vida a esta herança cultural"
Como definem a engenharia da Amplirestaura?
Vítor Chitas: A engenharia que praticamos diariamente, na área específica da reabilitação é muito díspar. Cada trabalho que fazemos é alvo de um estudo pormenorizado. Para além disso, há uma sequência de metodologias que adoptamos, que torna o nosso trabalho ainda mais engraçado perante a construção nova, que é praticamente igual e em que tudo se torna quase metódico. Para nós é diferente, ou seja, cada caso é um caso e cada mestre utiliza as suas próprias técnicas.
Têm centralizado os vossos trabalhos sobretudo na área da reabilitação. Porquê esta aposta?
VC: A aposta passa por querer entrar num mercado com grande potencial e porque para nós é muito importante a salvaguarda do património que existe, bem como em manter uma herança cultural que nos foi deixada. Em termos de negócio, achamos que será uma boa aposta porque é um mercado que está a crescer e tende, possivelmente nos próximos anos, a ter um volume de negócios em termos de construção global de cerca de 30 a 40%, que é o nível da Europa. Portugal ainda revela uma percentagem bastante reduzida, na ordem dos 10%, mas a tendência é que se torne um sector muito importante a nível do sector.
Consideram-se portanto especialistas na área do reforço e da reabilitação?
VC: Tentamos aperfeiçoar-nos nesse sentido. O pormenor e a individualidade de cada projecto potenciam a existência de falhas que tentamos colmatar e eliminar ao longo do trabalho.
Neste âmbito, qual foi o projecto mais aliciante?
Paulo Farinha: A Igreja da Nossa Sr.ª da Encarnação, no Largo do Chiado, foi a obra que mais satisfação nos deu.
VC: Sim sem dúvida, até pela envergadura e pelo o que o edifício representa. Tornou-se na obra emblemática da nossa empresa.
Quais foram as principais particularidades deste projecto?
VC: Em termos de engenharia teve particularidades em muitas vertentes, ou seja, ao nível do desmonte de estruturas de arcos em pedra e de voltar a recolocá-los, na substituição das estruturas de madeira da nave central, onde foi concebida uma nova estrutura, para além da reprodução de todos os desenhos que esse pavimento tinha. Outro dos detalhes foi a eliminação da parte do azulejo da fachada da Rua do Alecrim, uma vez que isso só foi possível graças a vários organismos que estiveram envolvidos e deram pareceres favoráveis, mas foi uma intervenção muito controversa e muito susceptível de críticas.
Quais são as maiores condicionantes de um projecto de reabilitação, tendo em conta que cada caso é um caso?
VC: É a não percepção do dono de obra para o que está em causa, o que nos limita por vezes a ter que improvisar em situações que não deveriam ser improvisadas. Isto quer dizer, que por vezes o estudo que nós fazemos ao edifício não é tão intensivo como deveria, limitado um pouco por verbas e por todo o organismo do projecto.
Reabilitar pode ser um maior desafio do que construir de raiz?
PF: Sem dúvida que o reconstruir é muito mais fascinante do que construir de raiz.
Sentem que o facto de serem jovens tem causado alguns entraves?
VC: Existem sempre dificuldades no início que tentam ser alteradas e minimizadas. Queremos ser bons, marcar pela qualidade, mas como somos uma empresa jovem somos equiparados a empresas com diminuta experiência, o que entrava a nossa valorização. No entanto, ao apostarmos da qualidade dos nossos serviços, estamos a promover o nosso crescimento e, de modo, a permitir que a sociedade acompanhe a nossa evolução criámos um portfólio sobre os edifícios que reabilitámos identificando fotograficamente o antes e o depois da nossa intervenção.
Qual é a vossa estratégia para ultrapassar estes obstáculos?
VC: Actualmente estamos a tentar parcerias com outras empresas e é este o caminho que pretendemos seguir para enriquecermos em termos de qualificações e abraçar novos projectos.
Pretendem continuar com a filosofia "dar vida a esta herança cultural que identifica o povo português e que marca a sua imagem"?
VC: Esta é a chave da nossa existência, que reúne o nosso querer e reflecte a existência da Amplirestaura.
Equacionam projectar no estrangeiro?
VC: É um passo muito aliciante até porque o sector da construção em Portugal atravessa um ciclo de dificuldades pela diminuição do investimento do sector público aliada à crise financeira geral. A internacionalização é um dos horizontes da AMPLIRESTAURA, mas surgirá naturalmente com o reconhecimento da nossa metodologia de intervenção. Se surgir um pedido de parceria para intervenções no estrangeiro, analisaremos a hipótese, como em todos os projectos, com dedicação e dinamismo.
Como avaliam o mercado nacional ao nível da engenharia civil?
VC: Na década de 90, o ciclo imobiliário estava em alta, fruto da grande procura, originando grandes erros construtivos inevitáveis decorrentes da rapidez na realização das construções. Com o inverter do ciclo, o cliente passou a procurar a qualidade e a originalidade na construção, o que promoveu uma melhoria ao nível da engenharia civil. Numa visão global, o mercado tende a seleccionar as boas práticas, eliminando por consequência todos os intervenientes que denigram a engenharia. Os Institutos Politécnicos e as Universidades têm surgido como factor preponderante para melhoria das práticas, tornando-se cada vez mais presentes nas obras de engenharia.
Neste momento, no âmbito de projectos desenvolvidos e coordenados pelo Eng.º João Vinagre, Directo da Escola Superior de Tecnologia do Barreiro do Instituto Politécnico de Setúbal, temos mantido um intercâmbio com uma essa instituição na área da reabilitação de edifícios. A formação continua de trabalhadores, de técnicos, de directores de obra, entre outros intervenientes tem também traduzido uma melhoria para a qualidade da engenharia civil é neste âmbito que nos revemos e tornamos a formação numa ferramenta essencial para objectivo a que nos predispusemos: salvaguardar o património edificado.
ficha técnica
Nome: Amplirestaura
Morada: Rua Damão nº14A 2690-437 Stª Iria de Azóia
Telefone: 219 594 151
Fax: 219 593 775
E-mail: geral@amplirestaura.com
Site: www.amplirestaura.com
Projectos: Restauro de prédio situado em Lisboa, Lapa (2004); Restauro de prédio situado em Lisboa na Rua da Condessa – Chiado (2005); Restauro de prédio situado em Lisboa na Rua da Misericórdia (2005), Restauro de prédio situado em Lisboa, Rua de Gustavo de Matos Sequeira (2006)