Brasil quer partilhar experiências em urbanismo
Márcio Fortes, afirma não ser uma contradição a vontade de ajudar os países em vias de desenvolvimento, com destaque para Angola
Lusa
SIL 2024 atribui prémios e distingue personalidade do ano
ERA: Venda de habitação nova cresce 36% nos primeiros 3 meses do ano
Álvaro Siza homenageado pelo Comité Internacional de Críticos de Arquitectura
Worx: Volume de investimento deverá manter-se em linha com o registado em 2023
Constructel adquire norte americana Verità
Nuno Sepúlveda assume presidência do CNIG
Zome lança serviço “inovador” de verificação de imóveis
Eficiência energética, BIM e construção metálica na agenda do 2º dia da Tektónica
Anjos Urban Palace é o novo projecto de reabilitação da EastBanc
Reynaers confirmada como parceira principal da ZAK World of Façades
Apesar de as capitais brasileiras serem ainda as mais desiguais no mundo, o ministro brasileiro das Cidades, Márcio Fortes, afirma não ser uma contradição a vontade de ajudar os países em vias de desenvolvimento, com destaque para Angola.
“Não há nenhuma contradição, nós já temos adiantado a nossa capacitação de equipas técnicas, as empresas brasileiras são ultra qualificadas”, disse à Lusa o ministro brasileiro anfitrião do 5º Fórum Urbano Mundial, que decorreu ao longo da passada semana no Rio de Janeiro.
“Se temos um ‘expertise’ e colaboração com outros países, vamos levar a terceiros a oportunidade de resolverem progressivamente os seus problemas”, destacou.
Um dos exemplos é a forte relação que o Governo brasileiro mantém com os países africanos de língua oficial portuguesa (PALOP). Com Angola, Márcio Fortes afirmou ter inserido na agenda de cooperação entre os dois países o intercâmbio de experiências na área de habitação e saneamento.
Ainda não houve um acordo formal, mas as autoridades estão a trocar correspondência e a realizar missões de reconhecimento.
“Enviei funcionários para discutir a regularização fundiária e ver que colaboração poderíamos ter na parte de habitação. Conheci os problemas de Angola e sugeri que pudesse haver um intercâmbio de funcionários”, ressaltou.
Ao longo da guerra civil, terminada em 2002, grandes massas de populações deixaram os campos para as cidades.
“Lá o problema não é só habitação e saneamento, é como fazer a regularização fundiária, fazer a administração dos terrenos que são públicos”, disse o ministro.
Hoje já se discute a construção de um milhão de casas pelo Governo angolano, “por coincidência aqui no Brasil, o ‘Minha Casa, Minha Vida’ é também de um milhão”.
O programa brasileiro para reduzir o défice habitacional é baseado na ação de construtoras. “Temos que ver em cada caso qual é a estrutura que existe no país e se existe um braço financeiro como temos aqui a Caixa Económica Federal.”
Em Moçambique, o Brasil está a contribuir para a formulação do Plano Nacional de Habitação e ainda através de um acordo trilateral com a Itália está a direcionar cerca de três milhões de dólares para obras, desenvolvimento institucional e capacitação técnica.
“O nosso objectivo é ajudar os países mais pobres. Há países que têm uma situação crítica e não se trata apenas de falta de habitação”, salientou Márcio Fortes.
Durante o Fórum Urbano Mundial, o ministro brasileiro disse ter recebido vários pedidos de cooperação de diferentes países.
“Não quero ensinar, eu também quero aprender, trocar experiências. A pior coisa é dizer que eu vou ensinar alguma coisa, isso é imperialismo”, comentou.
Márcio Fortes afirma estar aberto para levar adiante mais propostas de cooperação.