Movimento de Defesa dos Jardins do Palácio de Cristal mantém ideia de referendo apesar de novo projecto
A alteração feita pelo arquitecto Carlos Loureiro ao projecto é “boa” e deixa o Movimento “satisfeito”
Lusa
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O novo projecto do Pavilhão Rosa Mota, que altera a localização do centro de congressos, não leva o Movimento de Defesa dos Jardins do Palácio de Cristal a desistir do referendo, garantiu o porta-voz, Soares da Luz.
“Esta alteração não nos dá uma procuração para deitarmos as assinaturas ao lixo. Estamos quase nas cinco mil assinaturas e vamos continuar a recolha, para a realização de um referendo”, disse à agência Lusa Soares da Luz.
A alteração feita pelo arquitecto Carlos Loureiro ao projecto é “boa” e deixa o Movimento “satisfeito”, mas Soares da Luz alerta que o que está em causa é a construção nos jardins e essa mantêm-se – apenas muda o sítio do centro de congressos com capacidade para 1200 pessoas, que será explorado por um consórcio formado pela Associação Empresarial de Portugal (AEP), Coliseu do Porto, ParqueExpo e Pavilhão Atlântico.
“A pergunta que estamos a fazer para a recolha de assinaturas, e que deverá constar no referendo, é ‘se concorda com a construção de um centro de congressos nos jardins do Palácio de Cristal’. Portanto, este novo projecto não significa que as assinaturas vão para o lixo”, explicou, referindo que, até ao momento, foram reunidas 4800.
De acordo com a alteração feita pelo arquitecto que desenhou o Pavilhão Rosa Mota e que está, agora, responsável pela sua requalificação, o edifício destinado a acolher grandes congressos será transferido da zona do lago para junto do parque de estacionamento subterrâneo existente diante do Rosa Mota, ocupando uma zona lateral do equipamento.
Admitindo que a mudança deixa de parte uma localização inicial “efectivamente desastrosa” e com “um peso muito grande” para os jardins do Palácio, Soares da Luz apenas admite o fim da contestação se a cidade concordar.
“Devia haver um debate público sobre o novo projecto, para a cidade se pronunciar. A cidade tem de falar sobre um projecto desta envergadura. Se a cidade achar que o espaço novo está bem…”, observou.
Contactada pela Lusa, fonte oficial da AEP remeteu explicações para a Câmara do Porto, referindo que “o problema ainda está na esfera do dono da obra e não do concessionário”.
A Lusa contactou a autarquia, mas não obteve esclarecimentos em tempo útil.
De acordo com a edição de hoje do jornal Público, o arquitecto Carlos Loureiro entregou, na quinta feira, o anteprojecto para a recuperação do Pavilhão Rosa Mota, que contempla a alteração da localização do pavilhão destinado a sala de conferências.
A requalificação do Rosa Mota pretende modernizar o edifício, dando-lhe condições para vários tipos de eventos (desde grandes concertos a actividades desportivas, passando por festas, circo ou pistas de gelo) e prevê a construção de quatro volumes no exterior: um restaurante, uma torre para descarga de gases, um espaço para conferências de menor dimensão e o pavilhão de congressos para 1200 pessoas.