Especial Equipamentos Hoteleiros – Criatividade aliada à sustentabilidade
O ministro da Economia, Vieira da Silva, disse recentemente que este ano está prevista a inauguração de 29 novas unidades hoteleiras, que representam uma oferta de sete mil quartos.
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O ministro da Economia, Vieira da Silva, disse recentemente que este ano está prevista a inauguração de 29 novas unidades hoteleiras, que representam uma oferta de sete mil quartos. Durante a sua intervenção, por ocasião da cerimónia de tomada de posse dos órgãos sociais da Confederação do Turismo Português (CTP), Vieira da Silva afirmou que é “altura de prosseguir o esforço para colocar o país turístico no lugar a que tem direito”, o que, defendeu, “exige maior atenção, criatividade e empenhamento”. Vieira da Silva disse que, apesar de a crise económica e financeira não estar completamente ultrapassada, os primeiros indicadores do sector do turismo divulgados este ano são positivos. “2010 não será, certamente, um ano fácil. A crise financeira e económica não foi ainda definitivamente ultrapassada. Contudo, podemos e devemos salientar alguns sinais positivos. Os primeiros números deste ano foram números já positivos ao nível dos vários indicadores que caracterizam o sector do turismo”, afirmou. O ministro salientou a importância da articulação entre os privados e o Estado no actual contexto. “Vivemos hoje um momento particularmente difícil e é nestes momentos que mais importante se revela a parceria entre o Estado e o sector empresarial”, disse.
Segmento hoteleiro
Perante estes indicadores, são várias as empresas que tentam olhar para este segmento da hotelaria com a perspectiva de desenvolver o seu negócio. Uma dessas empresas é a Augusto Guimarães & Irmão. A empresa especialista em transformação de plástico, e que representa, entre outras marcas, a Trespa, tenta agora explorar obras de menor dimensão e que permitam recuperar em parte o abaixamento da actividade em grande obras privadas. Para o director comercial da empresa, Nuno Guimarães, “uma das questões que estamos a considerar, e é uma alteração de estratégia em relação ao ano passado tem a ver com a diminuição dos projectos a nível privado de grande envergadura. O Bom Sucesso, em Óbidos, é um projecto privado de enorme dimensão mas que está a ser desenvolvido a um ritmo mais lento”. “No nosso caso, sempre seguimos os projectos grandes e se ao nível de hospitais e de escolas as coisas se mantêm, no caso da obra privada estamos a tentar olhar para obras de dimensão inferior, para potenciar um pouco o negócio que até agora não era a nossa grande meta”, acrescenta. “Desse modo estamos a recolher algum negócio onde não estávamos presentes. Estamos a descer dois degraus para servir um cliente que não servíamos tão directamente, mas a verdade é que uma obra de 200m2, outra de 300m2 e uma outra de 500m2 já chegamos aos 1000m2”, considera Nuno Guimarães. A Trespa é a responsável pela instalação em trabalhos como o Hotel Fagus, na Hungria, ou o Hotel Mod05, em Verona, Itália, onde foi instalada a solução Trespa Meteon na fachada. A Herdade dos Salgados, no Algarve, foi outra das obras em que a Trespa esteve presente. Nuno Guimarães acrescenta que a empresa dispõe de “uma fachada que de acordo com a orientação dos painéis apresenta variações de tonalidade, quase um efeito dominó. São pequenas variações que suscitam a curiosidade. O projecto pequeno também é importante e há que encarar essa realidade. Hoje não podemos estar tão presentes em obras grandes, mas a verdade é que as pequenas, somadas, podem resultar num volume considerável”. O director-comercial da Augusto Guimarães & Irmão defende que a empresa disponibiliza um produto Premium, como os policarbonatos, “que se tem de vender ao arquitecto ou ao dono-de-obra. Tem vantagens económicas, ao nível do design, e o construtor não tem esta sensibilidade, têm um olhar demasiado forte sobre o preço”.
Privilégio aos arquitectos
“Temos mantido uma boa relação com os arquitectos, também por via de parcerias com a Ordem dos Arquitectos com quem temos organizado conferências técnicas. É no arquitecto que vamos continuar a investir. Estamos também a repensar a nossa estratégia ao nível de instaladores. Mais do que trabalharmos com 100 instaladores, queremos trabalhar com 12 que nos apresentem garantias”, refere. A Trespa é uma marca que está totalmente voltada para trabalhar com arquitectos e em obras diferentes. Procura uma conjugação de cores mas também de efeitos. A Trespa dispõe de um Metallics que conforme a incidência da luz vai mudando de tonalidade. “O arquitecto faz uma obra não só porque o cliente lhes paga mas também porque gostam de ter algo exclusivo e também de ser premiados pela exclusividade. A empresa sempre foi inovando em cores e efeitos para alimentar essa ‘fome’ dos arquitectos em serem inovadores. Sempre o fez e vão continuar a fazer. Não querem estar ligados apenas ao branco e preto que cada um faz, mas querem ser genuínos, inovadores”, diz Nuno Guimarães. Outra das empresas que está atenta ao mercado é a Padimat. Para o administrador da empresa, Nuno Azevedo, “é incontornável que o mercado interno não está num bom momento mas temos sabido superar essas dificuldades com cada vez mais produtos e linhas que conseguem chegar a faixas de mercado onde antes não conseguíamos e temos conseguido com alguma gama mais completa”. “Temos uma linha completa e sentimo-nos com capacidade de ir para uma feira internacional ombrear com as grandes marcas italianas”, garante aquele responsável, que destaca as linhas assinadas pelos arquitectos Souto de Moura e ‘Patxi’ Mangado. O mesmo responsável sublinha no entanto uma outra virtude: as marcas próprias. Para Nuno Azevedo, “marcas próprias não são marcas brancas. Falo em marcas que são positivas, são marcas construídas pelo design e pela qualidade do produto e não são marcas trabalhadas em torno do factor preço. Claro que conseguem ser competitivas até porque é um dos objectivos de termos marcas próprias mas o objectivo principal é ter um portfolio completo de bom gosto e construído em Portugal, e a partir daí chegar ao mercado em condições interessantes para os clientes”. Nuno Azevedo entende que a hotelaria é um segmento muito forte na empresa. “Fomos optimizando os produtos e como resultado disso, temos a linha Itap e On.Off que incluem uma componente tecnológica no sentido da poupança de água e energia que é notável, nomeadamente, quando se faz o primeiro movimento elas não consomem gás, porque só vão buscar água fria e são torneiras que poupam cerca de 50% do consumo de água em comparação com uma torneira tradicional. Uma torneira consome cerca de 12 litros por minuto e estas consomem menos de seis” diz o administrador da Padimat. A inovação de ambas as linhas vem da harmoniosa conciliação entre os componentes internos e as linhas simples e cruas, com vista a evitar alterações bruscas e quebras nas formas, para dar uma melhor percepção de fluidez, e para facilitar a sua utilização. O que as distingue para além das resoluções técnicas, e apesar de algumas similaridades, é o carácter oposto que cada uma adquire no espaço inserido – enquanto a On-Off demonstra ter uma personalidade mais quente, a ITap já é mais fria. A inovação tecnológica é o motivo de destaque da XXL, uma nova linha de revestimentos de outra das marcas próprias da Padimat, a Land Evolution. A partir de sistemas tecnologicamente avançados, tornou-se possível a obtenção de placas de cerâmica de 3600×1200 e apenas 3mm de espessura, o que, além das vantagens oferecidas pelo seu tamanho, tem propriedades de alta resistência e abrasão mínima, bem como flexibilidade que permite a aplicação em superfícies não totalmente rectas. Os produtos da linha XXL são 100% naturais e recicláveis e as suas cores foram escolhidas pelo Arquitecto Francisco Aires Mateus, em exclusivo para a Padimat.
Termas do Vidago
Quatro anos depois de fechar para obras, o Vidago Palace vai ser inaugurado a 6 de Outubro, um século após a sua abertura inicial, e com 48 milhões de euros investidos na recuperação do hotel e parque envolvente. O anúncio foi feito pelo presidente da Unicer, António Pires de Lima, que lembrou a aposta da empresa de bebidas no desenvolvimento de zonas de turismo de excelência em Vidago e em Pedras Salgadas e destacou a “coragem dos accionistas” por manterem o objectivo “numa altura tão complicada”. A conclusão das obras no hotel, que está incluído num Projecto de Interesse Nacional (PIN), esteve inicialmente prevista para 2008, mas os prazos acabaram por derrapar devido ao facto de se tratar de uma “intervenção muito profunda”, como referiu o administrador executivo da Unicer, Rui Ferreira. De acordo com o mesmo responsável, a unidade hoteleira vai abrir em regime de “soft-opening” para “ir testando serviços e oleando a máquina”, estando a inauguração oficial marcada para 6 de Outubro, integrada na comemoração do centenário da República. O Vidago Palace fechou ao público em Novembro de 2006 e as obras arrancaram no ano seguinte. A unidade hoteleira tem 70 quartos e suites, restaurantes, salas de reuniões, entre outros serviços. O SPA termal e o Club House, que recupera o edifício do primeiro engarrafamento da água Vidago, têm a assinatura de Siza Vieira. O hotel conta também com um campo de golfe com 18 buracos e um parque com cem hectares que foi inteiramente recuperado. A Unicer assegurou o investimento e a recuperação do parque e entregou a gestão hoteleira ao grupo GLA, também responsável pelo Bairro Alto Hotel, em Lisboa. No total, a Unicer vai investir cerca de 80 milhões de euros nos projectos PIN de Vidago (48 milhões) e Pedras Salgadas (32 milhões), que implicaram a deslocalização da actividade industrial de Vidago e a sua relocalização em Pedras Salgadas. Os responsáveis da Unicer adiantaram que a primeira fase do projecto Pedras Salgadas estará concluída este ano, com abertura ao público do SPA termal e de um parque com cinco hectares. A segunda fase deste investimento implica a construção de um hotel, “numa lógica de complementaridade” com a unidade de Vidago, adiantou Pires de Lima. A Unicer mantém-se como proprietária do hotel e do parque, incluindo a manutenção e exploração das captações da água Vidago.
Redução do consumo de energia
O consumo de energia nas unidades hoteleiras em Portugal reduziu-se nos últimos dois anos ao terem sido adoptadas medidas como o uso de lâmpadas de baixo consumo ou sistemas automáticos de iluminação, segundo um estudo divulgado. O estudo “Boas práticas ambientais nos hotéis e pousadas”, foi desenvolvido pelo Turismo de Portugal e resulta de um inquérito a 481 estabelecimentos hoteleiros nacionais realizado em 2008. O documento analisa como evoluiu, nos últimos dois anos, a gestão da energia, da água e dos resíduos nos hotéis e pousadas. O próximo inquérito terá lugar em 2010. Segundo o estudo, o uso de lâmpadas economizadoras é a medida mais generalizada, posta em prática por 95% dos estabelecimentos inquiridos, seguindo-se o uso de iluminação automática (em 85% dos edifícios). Nos últimos dois anos, 72% dos estabelecimentos implantaram estratégias para reduzir o consumo de energia. O facto de quase 80% das unidades deixarem ao critério dos clientes quando devem ser recolhidas as toalhas e lençóis usados permitiu reduzir em muito o consumo de água para lavagem de roupas. Quase metade dos estabelecimentos introduziu, ainda, sistemas automáticos e eficientes de rega e 25% dos hotéis e pousadas já reutiliza as águas de qualidade inferior na rega e em lavagens. A Madeira, o Centro e Lisboa são as regiões mais sensíveis à necessidade de uma gestão eficiente da água. Separar para reciclar é também, segundo o estudo, uma tendência crescente junto destas unidades. Em 90% colaboram na recolha selectiva dos resíduos (contra 80% em 2006), a que se junta a redução de detritos gerados, já que 3/4 das unidades optaram por não disponibilizar produtos descartáveis aos clientes. De acordo com o estudo, a crescente adesão dos estabelecimentos a medidas que reduzem a sua pegada ecológica e se enquadram na estratégia nacional de desenvolvimento sustentável também coloca Portugal na vanguarda neste domínio. Publicada no ano passado, a nova legislação dos Empreendimentos Turísticos estabeleceu critérios de sustentabilidade ambiental destes estabelecimentos (como a certificação ambiental ou a disponibilização de espaços verdes) que poderão vir a ter relevância no respectivo processo de classificação, ou seja, no número de estrelas que serão atribuídas a cada unidade hoteleira. Está também em preparação a legislação para regulamentar as boas práticas ambientais dos empreendimentos e actividades turísticas em áreas protegidas. Um dos pontos fulcrais será o acompanhamento dos projectos que incluem campos de golfe e a verificação dos respectivos mecanismos de consumo de água.
Douro promove sustentabilidade
O “Chave Verde” é um programa de educação ambiental, de âmbito internacional, que acolhe na sua rede as estruturas turísticas que visem uma gestão e utilização mais sustentáveis em cada estabelecimento. Foi este também o objectivo do seminário que decorreu em Abril no Auditório Municipal de Moimenta da Beira, promovido pela Associação Bandeira Azul da Europa e que procurou incentivar a mudança de comportamentos ao nível da gestão e da utilização dos recursos turísticos de cada região, como meio do seu desenvolvimento.
Este seminário pretendeu dar continuidade ao trabalho de sensibilização para os benefícios que se podem obter na implementação de melhorias de eficiência energética, para as vantagens da introdução de actividades de Educação para o Desenvolvimento Sustentável e para a importância da redução dos consumos de água. Foi abordado o contributo que estes empreendimentos hoteleiros representam no enquadramento do território em que se inserem. Além de todos estes temas, a grande meta do programa “Chave Verde” passa pela motivação para a importância da Arquitectura Sustentável. Região de profunda união entre o Homem e a Natureza, o Douro era já descrito por Aquilino Ribeiro como uma terra de grande energia, umas vezes dócil, outras vezes indomável. “Terra e céu, aspirações e apetites, espírito e matéria, anjos e demónios, vida e morte, toda esta poeirada redemoinha no meu caleidoscópio rústico”, assim definiu o autor, natural de Moimenta da Beira, a região do Douro, reforçando já o mote da Educação Ambiental e da sua relevância na lapidação da região.
Este seminário é uma organização do Município de Moimenta da Beira, com a Associação Bandeira Azul da Europa (ABAE – gestora do programa “Chave Verde”) e com a Turismo do Douro. Vão participar, entre outros, Teresa Larsson, da Turismo de Portugal, Joaquim Ribeiro, da Associação de Hotelaria de Portugal e Carla Lourenço e Paula Dinis, da Direcção-Geral de Geologia e Energia (DGGE). Estarão também representados alguns dos empreendimentos do Douro já distinguidos com a “Chave Verde”.
Hilton lança sistema de medida de sustentabilidade
“LightStay” é o nome do sistema de medida de sustentabildade da Hilton Worldwide, com o qual a cadeia obteve reduções significativas no consumo de energia (5%), água (2,4%), carbono (6%) e resíduos (10%) no ano de 2009. O objectivo é que até ao fim de 2011, todas as 3,500 propriedades da Hilton Worldwide passem a usar o LightStay. O sistema foi desenvolvido para calcular e analisar o impacto ambiental, e está em teste há dois anos. No primeiro ano (2009) os resultados do LightStay mostram que as 1.300 propriedades da Hilton que usaram o sistema pouparam energia suficiente para 5.700 casas durante um ano. Por outro lado, a redução do consumo de água conseguida dava para encher mais de 650 piscinas olímpicas e a redução de carbono dava para retirar 34.865 carros da estrada. A redução no consumo de água e energia traduziram-se ainda numa poupança de mais de 29 milhões de dólares à cadeia americana. “A Hilton Worldwide e as suas marcas interferem com as vidas de centenas de comunidades e milhões de pessoas em todo o mundo. Por isso a responsabilidade ambiental e sustentabilidade é uma prioridade para a companhia, sendo reflectida na forma como fazemos negócio”, afirmou Christopher Nassetta, presidente e CEO da Hilton Worldwide.